Efeitos da financeirização sobre o investimento produtivo em firmas não-financeiras de commodities: evidências para o Brasil no período de 2007 a 2022

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Diego Rocha Rebelo
Data de Publicação: 2023
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/60798
Resumo: A financeirização e o seu relacionamento com a demanda de investimentos em capital fixo de firmas não-financeiras tem sido um tema frequente na pauta da pesquisa econômica mundial nos últimos anos. Por ser um fenômeno relativamente novo, cujas raízes em sua acepção mais atual assentam-se na ascensão do neoliberalismo, e nas crises produtivas nos anos de 1970-80 nos Estados Unidos da América e na Europa, ainda existem poucos trabalhos que se dedicaram a estudar o fenômeno no Brasil, precipuamente em anos mais recentes, e considerando categorias específicas de firmas, como as produtoras de commodities. Segundo esta literatura, a financeirização refere-se ao engajamento dos negócios não-financeiros com os mercados financeiros. Ademais, pode ser entendido como um padrão de acumulação no qual os lucros decorrem de canais financeiros em vez de se originarem da produção e do comércio de bens e mercadorias. Tendo em vista o Brasil ser um grande produtor e exportador de commodities, este trabalho se propõe a investigar a ocorrência de financeirização e seus efeitos na demanda de investimentos em capital fixo de 88 firmas brasileiras não-financeiras de commodities de capital aberto, entre os anos de 2007 e 2022. Neste sentido, investiga-se o fenômeno por meio de dois canais de financeirização tradicionalmente estudados pela literatura do tema: os investimentos financeiros das firmas e a maximização do valor do acionista. Para tanto, o trabalho envolve a aplicação da metodologia de dados em painel dinâmico por meio das estratégias de estimação GMM-Difference e GMM-System. Os resultados encontrados evidenciam a ocorrência de financeirização pelo canal de maximização do valor do acionista, que demonstrou ter contribuído negativamente para os investimentos em capital fixo das firmas analisadas no período do estudo. Entretanto, para o canal de investimentos financeiros, observou-se um resultado atípico, especialmente considerando o tamanho das firmas contidas na amostra, indicando uma contribuição positiva para os investimentos em capital fixo, levantando a hipótese de que este canal pode se comportar de forma diversa em firmas de commodities, mas que demanda a realização de estudos adicionais para se comprová-la.
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Segundo esta literatura, a financeirização refere-se ao engajamento dos negócios não-financeiros com os mercados financeiros. Ademais, pode ser entendido como um padrão de acumulação no qual os lucros decorrem de canais financeiros em vez de se originarem da produção e do comércio de bens e mercadorias. Tendo em vista o Brasil ser um grande produtor e exportador de commodities, este trabalho se propõe a investigar a ocorrência de financeirização e seus efeitos na demanda de investimentos em capital fixo de 88 firmas brasileiras não-financeiras de commodities de capital aberto, entre os anos de 2007 e 2022. Neste sentido, investiga-se o fenômeno por meio de dois canais de financeirização tradicionalmente estudados pela literatura do tema: os investimentos financeiros das firmas e a maximização do valor do acionista. Para tanto, o trabalho envolve a aplicação da metodologia de dados em painel dinâmico por meio das estratégias de estimação GMM-Difference e GMM-System. Os resultados encontrados evidenciam a ocorrência de financeirização pelo canal de maximização do valor do acionista, que demonstrou ter contribuído negativamente para os investimentos em capital fixo das firmas analisadas no período do estudo. Entretanto, para o canal de investimentos financeiros, observou-se um resultado atípico, especialmente considerando o tamanho das firmas contidas na amostra, indicando uma contribuição positiva para os investimentos em capital fixo, levantando a hipótese de que este canal pode se comportar de forma diversa em firmas de commodities, mas que demanda a realização de estudos adicionais para se comprová-la.Financialization and its relationship with the demand for fixed capital investments of non-financial firms have been a recurring theme in the global economic research agenda in recent years. Being a relatively new phenomenon, whose roots in its most current sense are grounded in the rise of neoliberalism and the productive crises of the 1970s-80s in the United States of America and Europe, there are still few studies that have devoted themselves to studying the phenomenon in Brazil, particularly in more recent years, and considering specific categories of firms, such as commodity producers. According to this literature, financialization refers to the engagement of non-financial businesses with financial markets. Furthermore, it can be understood as an accumulation pattern in which profits stem from financial channels rather than originating from the production and trade of goods and commodities. Given that Brazil is a major producer and exporter of commodities, this work aims to investigate the occurrence of financialization and its effects on the demand for fixed capital investments of 88 publicly traded Brazilian non-financial commodity firms between the years 2007 and 2022. In this regard, the phenomenon is examined through two channels of financialization traditionally studied in the literature: firm financial investments and shareholder value maximization. To this end, the study involves the application of dynamic panel data methodology using the GMM-Difference and GMM-System estimation strategies. The findings reveal the occurrence of financialization through the shareholder value maximization channel, which demonstrated a negative contribution to the fixed capital investments of the analyzed firms during the study period. However, for the firm financial investments channel, an atypical result was observed, especially considering the size of the firms included in the sample, indicating a positive contribution to fixed capital investments, raising the hypothesis that this channel may behave differently in commodity firms, but this requires further studies to confirm it.porUniversidade Federal de Minas GeraisPrograma de Pós-Graduação em EconomiaUFMGBrasilFACE - FACULDADE DE CIENCIAS ECONOMICASEmpresasInvestimentosEconomiafinanceirização de firmas não-financeiras brasileirasfinanceirização de firmas de commodities brasileirasmaximização do valor do acionistafinancialization of Brazilian non-financial firmsfinancialization of Brazilian commodity firmsshareholder value maximizationEfeitos da financeirização sobre o investimento produtivo em firmas não-financeiras de commodities: evidências para o Brasil no período de 2007 a 2022info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALDissertação_versão final repositório_v4.pdfDissertação_versão final repositório_v4.pdfDissertação para depósito final UFMGapplication/pdf2596225https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/60798/1/Disserta%c3%a7%c3%a3o_vers%c3%a3o%20final%20reposit%c3%b3rio_v4.pdf4dbc1b9aa8ea9d2cd98e30b2dd0cf62fMD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-82118https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/60798/2/license.txtcda590c95a0b51b4d15f60c9642ca272MD521843/607982023-11-10 17:26:39.983oai:repositorio.ufmg.br:1843/60798TElDRU7Dh0EgREUgRElTVFJJQlVJw4fDg08gTsODTy1FWENMVVNJVkEgRE8gUkVQT1NJVMOTUklPIElOU1RJVFVDSU9OQUwgREEgVUZNRwoKQ29tIGEgYXByZXNlbnRhw6fDo28gZGVzdGEgbGljZW7Dp2EsIHZvY8OqIChvIGF1dG9yIChlcykgb3UgbyB0aXR1bGFyIGRvcyBkaXJlaXRvcyBkZSBhdXRvcikgY29uY2VkZSBhbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIChSSS1VRk1HKSBvIGRpcmVpdG8gbsOjbyBleGNsdXNpdm8gZSBpcnJldm9nw6F2ZWwgZGUgcmVwcm9kdXppciBlL291IGRpc3RyaWJ1aXIgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIChpbmNsdWluZG8gbyByZXN1bW8pIHBvciB0b2RvIG8gbXVuZG8gbm8gZm9ybWF0byBpbXByZXNzbyBlIGVsZXRyw7RuaWNvIGUgZW0gcXVhbHF1ZXIgbWVpbywgaW5jbHVpbmRvIG9zIGZvcm1hdG9zIMOhdWRpbyBvdSB2w61kZW8uCgpWb2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBjb25oZWNlIGEgcG9sw610aWNhIGRlIGNvcHlyaWdodCBkYSBlZGl0b3JhIGRvIHNldSBkb2N1bWVudG8gZSBxdWUgY29uaGVjZSBlIGFjZWl0YSBhcyBEaXJldHJpemVzIGRvIFJJLVVGTUcuCgpWb2PDqiBjb25jb3JkYSBxdWUgbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIHBvZGUsIHNlbSBhbHRlcmFyIG8gY29udGXDumRvLCB0cmFuc3BvciBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBxdWFscXVlciBtZWlvIG91IGZvcm1hdG8gcGFyYSBmaW5zIGRlIHByZXNlcnZhw6fDo28uCgpWb2PDqiB0YW1iw6ltIGNvbmNvcmRhIHF1ZSBvIFJlcG9zaXTDs3JpbyBJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVGTUcgcG9kZSBtYW50ZXIgbWFpcyBkZSB1bWEgY8OzcGlhIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBmaW5zIGRlIHNlZ3VyYW7Dp2EsIGJhY2stdXAgZSBwcmVzZXJ2YcOnw6NvLgoKVm9jw6ogZGVjbGFyYSBxdWUgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIMOpIG9yaWdpbmFsIGUgcXVlIHZvY8OqIHRlbSBvIHBvZGVyIGRlIGNvbmNlZGVyIG9zIGRpcmVpdG9zIGNvbnRpZG9zIG5lc3RhIGxpY2Vuw6dhLiBWb2PDqiB0YW1iw6ltIGRlY2xhcmEgcXVlIG8gZGVww7NzaXRvIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gbsOjbywgcXVlIHNlamEgZGUgc2V1IGNvbmhlY2ltZW50bywgaW5mcmluZ2UgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgZGUgbmluZ3XDqW0uCgpDYXNvIGEgc3VhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBjb250ZW5oYSBtYXRlcmlhbCBxdWUgdm9jw6ogbsOjbyBwb3NzdWkgYSB0aXR1bGFyaWRhZGUgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzLCB2b2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBvYnRldmUgYSBwZXJtaXNzw6NvIGlycmVzdHJpdGEgZG8gZGV0ZW50b3IgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIHBhcmEgY29uY2VkZXIgYW8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBvcyBkaXJlaXRvcyBhcHJlc2VudGFkb3MgbmVzdGEgbGljZW7Dp2EsIGUgcXVlIGVzc2UgbWF0ZXJpYWwgZGUgcHJvcHJpZWRhZGUgZGUgdGVyY2Vpcm9zIGVzdMOhIGNsYXJhbWVudGUgaWRlbnRpZmljYWRvIGUgcmVjb25oZWNpZG8gbm8gdGV4dG8gb3Ugbm8gY29udGXDumRvIGRhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBvcmEgZGVwb3NpdGFkYS4KCkNBU08gQSBQVUJMSUNBw4fDg08gT1JBIERFUE9TSVRBREEgVEVOSEEgU0lETyBSRVNVTFRBRE8gREUgVU0gUEFUUk9Dw41OSU8gT1UgQVBPSU8gREUgVU1BIEFHw4pOQ0lBIERFIEZPTUVOVE8gT1UgT1VUUk8gT1JHQU5JU01PLCBWT0PDiiBERUNMQVJBIFFVRSBSRVNQRUlUT1UgVE9ET1MgRSBRVUFJU1FVRVIgRElSRUlUT1MgREUgUkVWSVPDg08gQ09NTyBUQU1Cw4lNIEFTIERFTUFJUyBPQlJJR0HDh8OVRVMgRVhJR0lEQVMgUE9SIENPTlRSQVRPIE9VIEFDT1JETy4KCk8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBzZSBjb21wcm9tZXRlIGEgaWRlbnRpZmljYXIgY2xhcmFtZW50ZSBvIHNldSBub21lKHMpIG91IG8ocykgbm9tZXMocykgZG8ocykgZGV0ZW50b3IoZXMpIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcyBkYSBwdWJsaWNhw6fDo28sIGUgbsOjbyBmYXLDoSBxdWFscXVlciBhbHRlcmHDp8OjbywgYWzDqW0gZGFxdWVsYXMgY29uY2VkaWRhcyBwb3IgZXN0YSBsaWNlbsOnYS4KRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2023-11-10T20:26:39Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
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