A relação entre as mudanças na estrutura etária e a expansão do ensino superior brasileiro nas últimas décadas

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Alan Vitor Coelho Neves
Data de Publicação: 2015
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/FACE-AAAGEK
Resumo: O objetivo deste trabalho é analisar a relação entre mudanças na estrutura etária brasileira e expansão do acesso ao ensino superior nas últimas décadas, entendendo que essa relação está construída no efeito das alterações da razão de dependência na probabilidade de cursar ou ter cursado uma graduação pelo grupo etário que tradicionalmente cursa esse nível de ensino, que é de 18 a 24 anos. Como o Brasil ainda está dentro do período de bônus ou dividendo demográfico que poderia contribuir para uma melhor eficácia de investimentos em capital humano, a pretensão é saber se houve um aproveitamento desse período referente ao acesso ao ensino superior e quais são os fatores intervenientes que facilitaram ou dificultaram esse aproveitamento. Para cumprir o objetivo, foram utilizados dados do Censo Demográfico realizado pelo IBGE referente aos anos de 1991, 2000 e 2010, e dados do Censo da Educação Superior realizado pelo INEP dos mesmos anos. Esses dados serviram de insumo para a construção de modelos hierárquicos, que foi o método escolhido para estimar a probabilidade de acesso a um curso de graduação. A análise dos resultados mostra que não houve aproveitamento do dividendo demográfico no período compreendido entre 1991 e 2010, apesar da expansão de matrículas nesse período. Foi possível chegar a essa constatação na medida em que o efeito da pressão demográfica sobre a probabilidade de cursar ou ter cursado uma graduação não foi o esperado em cada ano com vistas a ter esse aproveitamento. Os fatores de ordem macro que mais intervieram para que não houvesse esse aproveitamento foi a restrição de oferta desse nível de ensino e problemas relacionados a fluxo escolar, como a proporção de pessoas mais velhas cursando uma graduação e o atraso de escolarização de pessoas de 18 a 24 anos. Os fatores de ordem micro, por sua vez, são referentes às variáveis de controle no nível do indivíduo que mostraram resultados já comprovados por outros trabalhos. O acesso ao ensino superior é menor para indivíduos com background desfavorável, sobretudo em relação ao capital econômico, ao capital cultural e em relação à cor/raça, além da vantagem das mulheres em relação aos homens.
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Para cumprir o objetivo, foram utilizados dados do Censo Demográfico realizado pelo IBGE referente aos anos de 1991, 2000 e 2010, e dados do Censo da Educação Superior realizado pelo INEP dos mesmos anos. Esses dados serviram de insumo para a construção de modelos hierárquicos, que foi o método escolhido para estimar a probabilidade de acesso a um curso de graduação. A análise dos resultados mostra que não houve aproveitamento do dividendo demográfico no período compreendido entre 1991 e 2010, apesar da expansão de matrículas nesse período. Foi possível chegar a essa constatação na medida em que o efeito da pressão demográfica sobre a probabilidade de cursar ou ter cursado uma graduação não foi o esperado em cada ano com vistas a ter esse aproveitamento. Os fatores de ordem macro que mais intervieram para que não houvesse esse aproveitamento foi a restrição de oferta desse nível de ensino e problemas relacionados a fluxo escolar, como a proporção de pessoas mais velhas cursando uma graduação e o atraso de escolarização de pessoas de 18 a 24 anos. Os fatores de ordem micro, por sua vez, são referentes às variáveis de controle no nível do indivíduo que mostraram resultados já comprovados por outros trabalhos. O acesso ao ensino superior é menor para indivíduos com background desfavorável, sobretudo em relação ao capital econômico, ao capital cultural e em relação à cor/raça, além da vantagem das mulheres em relação aos homens.The purpose of this work is to analyze the relationship between the changes in the Brazilian age structure and the expansion of access to higher education in the last decades. This relation is built on how the shifts of the dependency ratio affect the probability of attending or have attended an undergraduate course in the traditional age group of 18 to 24 years whom usually attend higher education. Since Brazil is still living the demographic bonus or dividend, which could contribute in more effective investments in human capital, the intention here is to find out if any advantage was taken from this period regarding higher education. Moreover, we search for factors that play a role in helping or obstructing this possible effect. For this purpose we used the Brazilian Census of 1991, 2000 and 2010 provided by IBGE and data from the Higher Education Census from the same years provided by INEP. The data was used to formulate a hierarchical model that was used to estimate the probability of attending an undergraduate course. Analyses show that there was no gain from the demographic dividend between the years of 1991 to 2010 even though there was an increase in enrollment at that period. After the results showed that the effect of the demographic pressure over the probability of attending or having attended an undergraduate course was not the expected in any of the years, we concluded that there was no advantage taken from this period. On one hand, the macro factors that interfered in order to obstruct this advantage were the restrictions on the supply of this level of education and problems concerning education continuity like the proportion of older people still in undergraduate courses and the delay in educating people from 18 to 24 years of age. On the other hand, the micro factors concern control variables at the individual level that show results similar to those found in other papers. The access to higher education is limited for individuals with an adverse background especially regarding economic capital, cultural capital and also concerning race. Furthermore, women have an advantage over men in attending undergraduate courses.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGDemografiaEnsino superiorDividendo demográficoEstrutura etáriaA relação entre as mudanças na estrutura etária e a expansão do ensino superior brasileiro nas últimas décadasinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALalan_v_tor_coelho_neves.pdfapplication/pdf11772827https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/FACE-AAAGEK/1/alan_v_tor_coelho_neves.pdfdfde76a0941d17095e50e21fb15bed91MD51TEXTalan_v_tor_coelho_neves.pdf.txtalan_v_tor_coelho_neves.pdf.txtExtracted texttext/plain110https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/FACE-AAAGEK/2/alan_v_tor_coelho_neves.pdf.txt26d2646c199ec5c9c3575ccdd65c222cMD521843/FACE-AAAGEK2019-11-14 15:41:52.178oai:repositorio.ufmg.br:1843/FACE-AAAGEKRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T18:41:52Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
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