Avaliação da influência das emissões biogênicas na qualidade do ar: estudo de caso para uma região tropical urbanizada

• Autor(a) principal: Thayná Vervloet Gomes
• Data de Publicação: 2020
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/58266
• topic: Emissões biogênicas; Uso do solo; Tipos funcionais de plantas; Índice de área foliar; Ozônio; Engenharia sanitária; Meio ambiente; Solo - Uso; Ozônio; Ar - Qualidade

As fontes de poluição atmosférica podem ser classificadas em antropogênicas e biogênicas, sendo as últimas compostas por emissões provenientes da vegetação, do solo, dos oceanos, entre outros. Nesse contexto, a vegetação apresenta relevância significativa pois emite uma variedade de poluentes, com destaque para os compostos orgânicos voláteis de origem biogênica (COVBs), que possuem importante papel na química atmosférica, pois contribuem para a formação de poluentes secundários, como ozônio (O3) e aerossol orgânico secundário (AOS). Assim, este estudo tem como objetivo geral avaliar a influência das emissões biogênicas na qualidade do ar, utilizando o modelo MEGAN (Model of Emissions of Gases and Aerosols from Nature) juntamente com os modelos WRF-SMOKE-CMAQ. O presente trabalho foi desenvolvido para a Região da Grande Vitória (RGV), para o período de agosto de 2010. Este estudo desenvolveu, ainda, uma ferramenta computacional que possibilita o uso dos dados de Tipos Funcionais de Plantas e Índice de Área Foliar disponíveis nos resultados do modelo meteorológico como entrada do modelo MEGAN, permitindo o uso da mesma base de dados de superfície em todas as etapas da modelagem. A avaliação da qualidade do ar e da influência das emissões de COVBs foi realizada por meio de simulações com o modelo de qualidade do ar CMAQ para 3 condições: caso base, sem emissões biogênicas, e sem emissões antropogênicas. Os resultados do modelo meteorológico WRF indicaram boa correlação com os valores medidos em 3 estações da região. Já o modelo MEGAN indicou que as emissões de COVBs com maior contribuição percentual são o isopreno e terpenos, com 74% e 25% das emissões totais, respectivamente. A modelagem de qualidade do ar foi a base para a avaliação da formação de O3 e AOS. Os resultados indicaram que, para a RGV, as concentrações de O3 são menores nas regiões de alta concentração de NOX, o que ocorre em função da participação desses compostos nas reações de formação e destruição de O3. Além disso, a concentração horária de O3 estimada foi comparada com dados observados, em que se verificou que a simulação subestima os picos de concentração de O3, para a maior parte do tempo. Já para o AOS, observou-se que na RGV a contribuição das emissões biogênicas em sua formação é superior em até uma ordem de grandeza se comparada à participação das emissões antropogênicas. O presente trabalho ressalta a importância da inclusão da estimativa de COVBs em todas as simulações de qualidade do ar, inclusive para a RGV.