Detalhes bibliográficos
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
id UFMG_dc9c93a24b1d7bc941b6995739855858
oai_identifier_str oai:repositorio.ufmg.br:1843/BUBD-9UJJL9
network_acronym_str UFMG
network_name_str Repositório Institucional da UFMG
repository_id_str
reponame_str Repositório Institucional da UFMG
instacron_str UFMG
institution Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
instname_str Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
spelling Roberto Assis FerreiraEvaristo Nunes de Magalh?es2019-08-14T08:48:03Z2019-08-14T08:48:03Z2014-03-27http://hdl.handle.net/1843/BUBD-9UJJL9Este trabalho tem como objetivo discutir a clínica lacaniana da anorexia. Para tanto, foi utilizada como parâmetro de pesquisa a metodologia qualitativa, que contou com uma pesquisa bibliográfica e com uma pesquisa de campo. Foram consultados os principais autores que discutem a anorexia e que têm como referência a teoria lacaniana. Foram entrevistados nove profissionais que atuam nessa clínica. Ao longo do trabalho, buscou-se estabelecer uma interconexão campo/literatura. O trabalho foi dividido em quatro capítulos. O primeiro discute a chegada da anoréxica na clínica. Essas meninas, em geral, não procuram os psicanalistas por vontade própria. Quase sempre, elas chegam a um hospital carregadas pelos pais, mais especificamente, pela mãe. Não há uma demanda clara. A demanda supõe um sujeito que busca um saber sobre si, o que não ocorre na anorexia, uma vez que a recusa não é colocada como um problema. O que essas meninas não demandam? Do que elas não querem saber? O que, na verdade, elas estão recusando? Comer nada, na anorexia, significa anestesiar a mãe que sufoca com a papinha, a distorção estrutural da imagem corporal, do sexo e da feminilidade com todas as suas implicações. O segundo e terceiro capítulos discutem como se dá rompimento deste circuito de demanda, quase nula, nesses sujeitos. O circuito mortífero anoréxico só encontra um limite quando a vida é colocada em risco. Neste momento, também, ainda não é possível falar de uma demanda no sentido psicanalítico. Há, sim, um pedido de socorro. O psicanalista não pode ficar avesso a esse pedido. Faz-se necessário, via transferência, provocar uma torção nesse pedido de ajuda, implicando a anoréxica em seu sintoma. Essa retificação subjetiva só é possível porque está embasada nos seguintes pressupostos clínicos: a construção do caso clínico, a interpretação da recusa, o desejo do psicanalista e o ato analítico. Posto isto, foram discutidas duas experiências de tratamento psicanalítico com casos graves na Itália. O quarto capítulo, por sua vez, discute a clínica lacaniana contemporânea da anorexia. Propõe-se um outro olhar sobre a clínica da anorexia. O olhar não é mais sobre a interpretação do sintoma - a anorexia é vista como um enlace possível de ser feito frente ao real do corpo. Trata-se de casos em que o sintoma não cede à interpretação. Há uma permanência do sintoma. O papel do analista é o de suportá-lo a fim de evitar que ele transborde e coloque a vida desses sujeitos em risco. No apêndice final, foi disponibilizada a transcrição das entrevistas.This paper aims to discuss the Lacanian clinic of anorexia. Therefore, a qualitative methodology that included a literature review and a field survey was used. We consulted the main authors who study anorexia and refer to the Lacanian theory. Nine professionals working in this area were interviewed. Throughout the work, we sought to interconnect field/literature. The work was divided into four chapters. The first one discusses the arrival of the anorexic patient to the clinic. In general, Anorexic girls do not seek psychoanalysts by themselves. Most of the times, they are led to the clinic by their parents, more specifically, by their mothers. There is no clear demand. Demand usually comes from a person seeking knowledge about himself. Such fact does not occur in anorexia since food refusal is not seen as a problem. What don´t these girls demand? What do they not want to know? What, in fact, are they refusing? Eating nothing in anorexia means anesthetizing the suffocating mother who suffocates through porridge the structural distortion of body image, sex and femininity in all its implications. Second and third chapters discusses the interruption of this demand circle, almost inexistent for these people. The deadly anorexic circle only finds limit when life is at risk. At this time also, it is not possible to talk of demand in the psychoanalytic sense. There is, rather, a call for help. The psychoanalyst can not neglect such request. It is necessary, through transfer, to twist this call in order to imply the patient in her symptom. This subjective rectification is only possible because it is grounded in the following clinical assumptions: the construction of the clinical case, the interpretation of the refusal, the desire of the analyst and the analytic act. Having said that, we studied two experiences of psychoanalytic treatment in severe cases in Italy. The fourth chapter discusses anorexia contemporary Lacanian clinic. We propose a different view of the anorexia understanding and treatment. The view is not about the interpretation of the symptom any longer. Anorexia is seen as a possible link to be built from the real body image. This is where the symptom does not dive into the interpretation. There is a permanence of the symptom. The analyst's role is to bear all that in order to prevent it from overflowing and endangering individuals lives. The interviews transcripts were enclosed in the annexes.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGPsicanalise lacanianaPsicanálisePsiquiatriaAnorexia nervosa/psicologiaAnorexia nervosaMedicinaAnorexiaClínica LacanianaContemporaneidadeClínica lacaniana da anorexiainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALevaristo_nunes_de_magalh_es.pdfapplication/pdf1907001https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUBD-9UJJL9/1/evaristo_nunes_de_magalh_es.pdf22512a7687f0972425302f69dd05d585MD51TEXTevaristo_nunes_de_magalh_es.pdf.txtevaristo_nunes_de_magalh_es.pdf.txtExtracted texttext/plain424125https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUBD-9UJJL9/2/evaristo_nunes_de_magalh_es.pdf.txt65245622621ffc1437d825af4923dc2eMD521843/BUBD-9UJJL92019-11-14 16:11:34.829oai:repositorio.ufmg.br:1843/BUBD-9UJJL9Repositório InstitucionalPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T19:11:34Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
_version_ 1813548193354350592