Uma teoria ovidiana da literatura: os Tristia como epitáfio de um poeta-leitor
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Data de Publicação: | 2019 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFMG |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/1843/30644 |
Resumo: | Este trabalho indica possibilidades de interação entre os Estudos Clássicos e a Teoria da Literatura, a partir da investigação do caráter metaliterário da poesia do escritor latino Públio Ovídio Nasão, que, sobretudo nos ‘Tristia’ (‘Tristezas’, I d.C.), sua primeira coletânea de elegias de exílio, apresenta reflexões e teorizações a respeito do estatuto de um texto poético, sua produção e recepção. Ao fim da tese, apresento minha tradução completa dos ‘Tristia’. Mediante a análise dessas questões, são desenvolvidas inicialmente discussões sobre gênero poético, intertextualidade e recepção, de modo a propor uma abordagem das obras da Antiguidade que, aliando filologia e teoria, seja capaz de compreender esses conceitos teórico-literários nas especificidades do âmbito dos Estudos Clássicos. Para tal, defino a noção de ‘filologia intertextual da recepção’ como possível método para abordar as obras clássicas no mundo contemporâneo, de modo a colocar em destaque a significância da Antiguidade ainda hoje e suas relações e diálogos com o mundo atual. As análises basearam-se no diálogo dos ‘Tristia’ com as produções anteriores do poeta, a fim de oferecer uma visão abrangente da Obra ovidiana e destacar o princípio de continuidade que a caracteriza, em oposição à ideia, geralmente difundida, de ruptura em razão do exílio. A retomada, nas elegias de exílio, de obras ovidianas precedentes é aqui compreendida como um processo de (auto)recepção, segundo o qual Ovídio torna-se leitor de suas próprias obras e também da tradição literária. Esse processo manifesta-se de dois modos principais: por um lado, as obras do poeta são referidas junto de comentários críticos e metapoéticos, nos quais Nasão avalia seus escritos anteriores e oferece sua interpretação deles; por outro, Ovídio reemprega e ressignifica diversos procedimentos compositivos antes usados em suas obras, fazendo dos ‘Tristia’ uma espécie de reescrita das produções anteriores. Assim, eles constituem uma síntese da produção precedente, à maneira de um epitáfio do poeta metaforicamente morto com o exílio; eles registram a trajetória poética e a autobiografia literária de Nasão. Ao instituir um ‘mito’ da vida e do exílio, os ‘Tristia’ se configuram como um tipo de literatura reflexiva, que, no fazer literário, teoriza sobre si mesma; uma ‘teoria ovidiana da literatura’, fundada num diálogo erótico e metamórfico. Com isso, o exílio se torna, metaforicamente, o espaço virtual necessário à atividade poética, o exílio do escritor em si mesmo no processo de criação. |
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Mediante a análise dessas questões, são desenvolvidas inicialmente discussões sobre gênero poético, intertextualidade e recepção, de modo a propor uma abordagem das obras da Antiguidade que, aliando filologia e teoria, seja capaz de compreender esses conceitos teórico-literários nas especificidades do âmbito dos Estudos Clássicos. Para tal, defino a noção de ‘filologia intertextual da recepção’ como possível método para abordar as obras clássicas no mundo contemporâneo, de modo a colocar em destaque a significância da Antiguidade ainda hoje e suas relações e diálogos com o mundo atual. As análises basearam-se no diálogo dos ‘Tristia’ com as produções anteriores do poeta, a fim de oferecer uma visão abrangente da Obra ovidiana e destacar o princípio de continuidade que a caracteriza, em oposição à ideia, geralmente difundida, de ruptura em razão do exílio. A retomada, nas elegias de exílio, de obras ovidianas precedentes é aqui compreendida como um processo de (auto)recepção, segundo o qual Ovídio torna-se leitor de suas próprias obras e também da tradição literária. Esse processo manifesta-se de dois modos principais: por um lado, as obras do poeta são referidas junto de comentários críticos e metapoéticos, nos quais Nasão avalia seus escritos anteriores e oferece sua interpretação deles; por outro, Ovídio reemprega e ressignifica diversos procedimentos compositivos antes usados em suas obras, fazendo dos ‘Tristia’ uma espécie de reescrita das produções anteriores. Assim, eles constituem uma síntese da produção precedente, à maneira de um epitáfio do poeta metaforicamente morto com o exílio; eles registram a trajetória poética e a autobiografia literária de Nasão. Ao instituir um ‘mito’ da vida e do exílio, os ‘Tristia’ se configuram como um tipo de literatura reflexiva, que, no fazer literário, teoriza sobre si mesma; uma ‘teoria ovidiana da literatura’, fundada num diálogo erótico e metamórfico. Com isso, o exílio se torna, metaforicamente, o espaço virtual necessário à atividade poética, o exílio do escritor em si mesmo no processo de criação.The present work points out possibilities of interaction between the Classical Studies and the Theory, and investigates the meta-literary nature of Ovid’s poetry, especially in his first collection of exile elegies, the ‘Tristia’ (‘Sadnesses’, I AD), when the Latin writer reflects on and theorizes about the status of a poetic text, its production and reception. At the end of the thesis, I present my translation of the ‘Tristia’ five books to Portuguese. By analyzing these questions and the ideas of poetic genre, intertextuality and reception, I propose an approach to the works of Antiquity which, combining philology and theory, can discuss theoretical-literary concepts in the specificities of the Classical Studies. For this, I created the notion of ‘intertextual philology of reception’ as a possible means of approaching the classical works in the contemporary world, in order to highlight the significance of Antiquity today and its connections to and dialogues with the current context. The analysis were based on the dialogue of the ‘Tristia’ with the poet’s previous productions, in order to provide an overall view of the Ovidian Work, and to show its principle of continuity, in opposition to the generally widespread idea of rupture due to exile. The resumption of Ovidian previous works in the exile elegies is here understood as an (auto)reception process, in which Ovid becomes a reader of his own works, and also of the literary tradition. This process occurs in two main ways: first, the poet’s works are mentioned with critical and meta-poetic commentaries, and the first-person speaker Naso evaluates his earlier writings and reinterprets them; second, Ovid re-employs and reframes various compositional procedures previously used in his earlier works, so that the ‘Tristia’ become a kind of rewriting of previous productions. Thus, they are a synthesis of Ovidian precedent production, like an epitaph to the poet who metaphorically died with exile; they record Naso’s poetic trajectory and literary autobiography. By creating a ‘myth’ of Ovid’s life and exile, the ‘Tristia’ form a kind of reflective literature, which, in literary doing, theorizes about itself; a kind of ‘Ovidian Literary Theory’, based on erotic and metamorphic dialogue. This way, the Ovidian exile becomes also, in the metaphorical sense, the virtual space of poetic activity, that is, an exile of the writer during the creation process.CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível SuperiorporUniversidade Federal de Minas GeraisPrograma de Pós-Graduação em Estudos LiteráriosUFMGBrasilFALE - FACULDADE DE LETRASOvídio - Tristia - Crítica e interpretaçãoPoesia lírica latina - História e crítica - TeoriaPoesia lírica latina - Traduções para o portuguêsExílio na literaturaIntertextualidadeAutobiografiaOvídioTristiaRecepçãoMetapoesiaIntertextualidadeAutobiografia literáriaUma teoria ovidiana da literatura: os Tristia como epitáfio de um poeta-leitorAn Ovidian literary theory: the Tristia as epitaph of a reader-poetinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALTese_UmaTeoriaOvidianadaLiteratura_JúliaBatistaCastilhodeAvellar.pdfTese_UmaTeoriaOvidianadaLiteratura_JúliaBatistaCastilhodeAvellar.pdfapplication/pdf5607188https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/30644/1/Tese_UmaTeoriaOvidianadaLiteratura_J%c3%baliaBatistaCastilhodeAvellar.pdff31d48ca3396f05c70e2d1e3caa6a771MD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-82119https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/30644/2/license.txt34badce4be7e31e3adb4575ae96af679MD52TEXTTese_UmaTeoriaOvidianadaLiteratura_JúliaBatistaCastilhodeAvellar.pdf.txtTese_UmaTeoriaOvidianadaLiteratura_JúliaBatistaCastilhodeAvellar.pdf.txtExtracted texttext/plain1521930https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/30644/3/Tese_UmaTeoriaOvidianadaLiteratura_J%c3%baliaBatistaCastilhodeAvellar.pdf.txtcc95f62075665bd5213976dacd34a3b5MD531843/306442019-11-14 12:57:05.515oai:repositorio.ufmg.br:1843/30644TElDRU7Dh0EgREUgRElTVFJJQlVJw4fDg08gTsODTy1FWENMVVNJVkEgRE8gUkVQT1NJVMOTUklPIElOU1RJVFVDSU9OQUwgREEgVUZNRwoKQ29tIGEgYXByZXNlbnRhw6fDo28gZGVzdGEgbGljZW7Dp2EsIHZvY8OqIChvIGF1dG9yIChlcykgb3UgbyB0aXR1bGFyIGRvcyBkaXJlaXRvcyBkZSBhdXRvcikgY29uY2VkZSBhbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIChSSS1VRk1HKSBvIGRpcmVpdG8gbsOjbyBleGNsdXNpdm8gZSBpcnJldm9nw6F2ZWwgZGUgcmVwcm9kdXppciBlL291IGRpc3RyaWJ1aXIgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIChpbmNsdWluZG8gbyByZXN1bW8pIHBvciB0b2RvIG8gbXVuZG8gbm8gZm9ybWF0byBpbXByZXNzbyBlIGVsZXRyw7RuaWNvIGUgZW0gcXVhbHF1ZXIgbWVpbywgaW5jbHVpbmRvIG9zIGZvcm1hdG9zIMOhdWRpbyBvdSB2w61kZW8uCgpWb2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBjb25oZWNlIGEgcG9sw610aWNhIGRlIGNvcHlyaWdodCBkYSBlZGl0b3JhIGRvIHNldSBkb2N1bWVudG8gZSBxdWUgY29uaGVjZSBlIGFjZWl0YSBhcyBEaXJldHJpemVzIGRvIFJJLVVGTUcuCgpWb2PDqiBjb25jb3JkYSBxdWUgbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIHBvZGUsIHNlbSBhbHRlcmFyIG8gY29udGXDumRvLCB0cmFuc3BvciBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBxdWFscXVlciBtZWlvIG91IGZvcm1hdG8gcGFyYSBmaW5zIGRlIHByZXNlcnZhw6fDo28uCgpWb2PDqiB0YW1iw6ltIGNvbmNvcmRhIHF1ZSBvIFJlcG9zaXTDs3JpbyBJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVGTUcgcG9kZSBtYW50ZXIgbWFpcyBkZSB1bWEgY8OzcGlhIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBmaW5zIGRlIHNlZ3VyYW7Dp2EsIGJhY2stdXAgZSBwcmVzZXJ2YcOnw6NvLgoKVm9jw6ogZGVjbGFyYSBxdWUgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIMOpIG9yaWdpbmFsIGUgcXVlIHZvY8OqIHRlbSBvIHBvZGVyIGRlIGNvbmNlZGVyIG9zIGRpcmVpdG9zIGNvbnRpZG9zIG5lc3RhIGxpY2Vuw6dhLiBWb2PDqiB0YW1iw6ltIGRlY2xhcmEgcXVlIG8gZGVww7NzaXRvIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gbsOjbywgcXVlIHNlamEgZGUgc2V1IGNvbmhlY2ltZW50bywgaW5mcmluZ2UgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgZGUgbmluZ3XDqW0uCgpDYXNvIGEgc3VhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBjb250ZW5oYSBtYXRlcmlhbCBxdWUgdm9jw6ogbsOjbyBwb3NzdWkgYSB0aXR1bGFyaWRhZGUgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzLCB2b2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBvYnRldmUgYSBwZXJtaXNzw6NvIGlycmVzdHJpdGEgZG8gZGV0ZW50b3IgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIHBhcmEgY29uY2VkZXIgYW8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBvcyBkaXJlaXRvcyBhcHJlc2VudGFkb3MgbmVzdGEgbGljZW7Dp2EsIGUgcXVlIGVzc2UgbWF0ZXJpYWwgZGUgcHJvcHJpZWRhZGUgZGUgdGVyY2Vpcm9zIGVzdMOhIGNsYXJhbWVudGUgaWRlbnRpZmljYWRvIGUgcmVjb25oZWNpZG8gbm8gdGV4dG8gb3Ugbm8gY29udGXDumRvIGRhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBvcmEgZGVwb3NpdGFkYS4KCkNBU08gQSBQVUJMSUNBw4fDg08gT1JBIERFUE9TSVRBREEgVEVOSEEgU0lETyBSRVNVTFRBRE8gREUgVU0gUEFUUk9Dw41OSU8gT1UgQVBPSU8gREUgVU1BIEFHw4pOQ0lBIERFIEZPTUVOVE8gT1UgT1VUUk8gT1JHQU5JU01PLCBWT0PDiiBERUNMQVJBIFFVRSBSRVNQRUlUT1UgVE9ET1MgRSBRVUFJU1FVRVIgRElSRUlUT1MgREUgUkVWSVPDg08gQ09NTyBUQU1Cw4lNIEFTIERFTUFJUyBPQlJJR0HDh8OVRVMgRVhJR0lEQVMgUE9SIENPTlRSQVRPIE9VIEFDT1JETy4KCk8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBzZSBjb21wcm9tZXRlIGEgaWRlbnRpZmljYXIgY2xhcmFtZW50ZSBvIHNldSBub21lKHMpIG91IG8ocykgbm9tZXMocykgZG8ocykgZGV0ZW50b3IoZXMpIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcyBkYSBwdWJsaWNhw6fDo28sIGUgbsOjbyBmYXLDoSBxdWFscXVlciBhbHRlcmHDp8OjbywgYWzDqW0gZGFxdWVsYXMgY29uY2VkaWRhcyBwb3IgZXN0YSBsaWNlbsOnYS4KCg==Repositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T15:57:05Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false |
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