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Maria Isabel Antunes RochaSantuza Amorim da SilvaIngrid Faria Gianordoli NascimentoFernando Selmar Rocha FidalgoPaulo Afranio Sant'AnnaKarol Oliveira de Amorim Silva2019-08-12T16:05:10Z2019-08-12T16:05:10Z2016-02-26http://hdl.handle.net/1843/BUBD-A9WHRQEsta pesquisa buscou analisar o processo de construção das representações sociais de educadores que atuam em instituições prisionais sobre a educação desenvolvida neste ambiente. A prisão, historicamente construída com duas intencionalidades educativas - castigo e recuperação - atualmente encontra-se inserida num movimento que propõe compreendê-la como um espaço educativo na perspectiva da garantia dos direitos humanos. Nesse sentido, considera-se que os educadores, formados para atuarem em outros espaços diferentes da prisão, se deparam com o desafio de construir uma prática educativa neste ambiente, ancorada em sentidos vinculados à educação como direito. Assim, a questão norteadora da pesquisa diz respeito aos desafios vivenciados pelos educadores para construir saberes e práticas no paradigma do educar enquanto direito. Para tanto, recorreu-se ao uso da Teoria das Representações Sociais de Moscovici (2012), dado que interessa saber deste educador, o que ele pensa, sente e como age. Adotou-se a vertente processual (Jodelet, 2001), tendo como foco seu movimento por meio das contribuições de Antunes-Rocha (2012), no que diz respeito ao estudo de representações sociais em contextos, nos quais os sujeitos são provocados a alterarem suas formas de pensar, sentir e agir frente a um objeto novo. Segundo Moscovici (2012), as Representações Sociais são construídas no intuito de tornar familiar o não familiar, sendo assim entende-se que o educador no contexto prisional, encontra-se desafiado a lidar com novas perspectivas no campo da educação, o que lhe exige uma reelaboração de suas práticas e saberes prévios. Isso leva à hipótese de que muitos desses educadores assumem suas funções apropriando-se da discussão de punir/curar, mas buscou-se com este estudo apreender os movimentos instaurados pelos sujeitos para apropriar, ou não, do novo paradigma. Ao compreender a prisão como uma instituição inserida em um contexto econômico, político, social e cultural historicamente construído, adotou-se para esta pesquisa, como referência de construção societária, a perspectiva do materialismo histórico dialético (MARX; ENGELS, 1987), contemplada nas possibilidades de transformação social a partir do conceito de hegemonia e tomada de consciência em Antônio Gramsci (1982, 2011), e na perspectiva de educação para emancipação de Paulo Freire (1979, 1992, 1996, 2000). Este estudo inseriu-se numa abordagem qualitativa do tipo exploratória, coletando os dados por meio de questionário semiestruturado (MARCONI; LAKATOS, 1996) e entrevistas narrativas (JOVCHELOVITCH; BAUER, 2014). Baseou-se na proposta de Análise Temática de BARDIN (1977) para tratamento e análise dos dados. Observou-se que, para além da discussão do paradigma do educar, o desafio dos sujeitos deste estudo reside na apreensão ou não da diferença pautada nas especificidades do contexto, que interferem na construção e condução de suas práticas educativas. Diante desse desafio, os educadores estão se esforçando para reconstruir suas formas de pensar, sentir e agir a educação em prisões. Isso se dá por meio de dois movimentos: permanência e mudança, nos quais estão buscando manter o contexto prisional em suas práticas punitivas e ancorando suas práticas educativas como função curativa, negando este contexto e buscando uma "escola normal", em transição, e reelaborando o contexto da prisão numa perspectiva de uma educação contextualizada. Considera-se, portanto, a necessidade de se promover formação continuada para os educadores em prisões, no sentido de fornecer-lhes instrumentos que possibilitem a construção de suas práticas numa compreensão crítica e contextualizada, de forma que proporcione a efetivação da perspectiva do educar.This research sought to analyze the process of construction of social representations of teachers who work in prisons, while education developed in this environment. The prison, historically constructed with two educational intentions - punishment and recovery - today is inserted in a movement that proposes to understand it as an educational space with a view to guarantee human rights. In this sense, it is considered that educators trained to work in other different areas of the prison, faced with the challenge of building an educational practice in this environment, anchored in ways linked to the right to education. So the main question of the research concerns the challenges experienced by educators to build knowledge and practices in the paradigm of education as a right. To do so, resorted to the use of the Theory of Social Representations of Moscovici (2012), given that interests while know this teacher, what he thinks, feels and acts like. Adopted the procedural aspect of Jodelet (2001), focusing on their movement through contributions of Antunes-Rocha (2012), with regard to the study of social representations in contexts in which subjects are induced to change their ways of thinking, feeling and acting in a new object. According to Moscovici (2012), the social representations are constructed in order to become familiar the unfamiliar, so understand that the educator in the prison context, is challenged to deal with new perspectives in the field of education, which requires him a reworking their practices and prior knowledge. This leads to the hypothesis that many of these educators take office appropriating the discussion to punish / heal, but sought with this study grasp the movements initiated by individuals to appropriate, or not, the new paradigm. To understand the prison as an inserted institution in an economic, political, social and cultural context historically built, it was adopted for this research, as reference the building society, the perspective of dialectical historical materialism (Marx and Engels 1987), contemplated the possibilities of social transformation from the concept of hegemony. In addition, to the awareness of Antonio Gramsci (1982, 2011) and education perspective for emancipation of Paulo Freire (1979, 1992, 1996, 2000). This study was part of a qualitative approach of the exploratory type, collecting data through semi-structured questionnaire (MARCONI; LAKATOS, 1996) and narrative interviews (JOVCHELOVITCH; BAUER, 2014). It is based on the proposal of thematic analysis of Bardin (1977) for processing and analysis of data. It was observed that, in addition to the discussion of the paradigm to educate the challenge of subjects in this study is the apprehension or not the difference in the specific context that affect the construction and driving their educational practices. Faced with this challenge, educators are struggling to rebuild their ways of thinking, feeling and acting education in prisons. This is achieved through two movements: permanence and change, in which they are seeking to keep the prison context in its punitive practices and anchoring their educational practices as a healing function, denying this context and looking for a "normal school" in transition, and reworking the context of the prison with a view to a contextualized education. Considers, therefore, the need to promote continue training for educators in prisons, in order to provide for them instruments that allow the construction of their practices in a critical and contextual understanding in order to provide the realization of the perspective of education.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGEducaçãoRepresentações SociaisFormação de EducadoresEducaçãoPrisõesEducar em prisões: um estudo na perspectiva das representações sociaisinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALdisserta__o_karol_amorim_publica__o.pdfapplication/pdf2760889https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUBD-A9WHRQ/1/disserta__o_karol_amorim_publica__o.pdf97548ce4c557b3012eaa87e88913a3daMD51TEXTdisserta__o_karol_amorim_publica__o.pdf.txtdisserta__o_karol_amorim_publica__o.pdf.txtExtracted texttext/plain436252https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUBD-A9WHRQ/2/disserta__o_karol_amorim_publica__o.pdf.txtf85d29193fdcec98f390a16fcaed2bb5MD521843/BUBD-A9WHRQ2019-11-14 18:29:41.3oai:repositorio.ufmg.br:1843/BUBD-A9WHRQRepositório InstitucionalPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T21:29:41Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
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