A reprodução dos megaeventos esportivos nos BRCS: espetáculo e exceção

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Matheus Teixeira Barreto
Data de Publicação: 2022
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/49303
https://orcid.org/0000-0003-1975-928X
Resumo: Em 2001 Jim O’Neill cunhou o termo que causaria muitas mudanças no início do século XXI, os BRIC, um conjunto de países composto por Brasil, Rússia, Índia e China, respectivamente, cada letra do acrônimo. A iniciativa de criar o termo se dava perante o potencial crescimento econômico que eles poderiam obter ao longo do início do século. Com o desenrolar dos anos as previsões acabariam se confirmando e eles se consolidariam enquanto importantes players globais e, nesse meio tempo, BRIC havia se tornado algo muito maior do que poderia prever O’Neill, saindo de um conceito econômico para um símbolo para os países emergentes, além de se transformar em BRICS, a partir da entrada da África do Sul ao grupo. Para mais disso, outros processos fizeram com que eles tivessem destaque internacional: todos eles (exceto a Índia) foram sede de megaeventos esportivos, seja a Copa do Mundo FIFA, seja as Olímpiadas de Verão ou Inverno. Ser sede de megaevento é o ponto de partida para o trabalho a seguir. Argumentaremos que há uma série de semelhanças nas práticas socioespaciais neles perante a reprodução dos megaeventos esportivos. Processo de reprodução que está diretamente ligado ao regime de acumulação hegemônico na contemporaneidade, o neoliberalismo. A partir de uma melhor compreensão dele, observaremos que, nele, as cidades são vistas como sujeito e colocadas a empreender, de modo a atrair investidores internacionais num contexto de competição interurbana. Isso em meio à crise em suas receitas, tendo em vista o regime de austeridade fiscal que muitas delas se encontram. Para nós, a consolidação do neoliberalismo diante dos megaeventos, se constitui e se reproduz por meio de dois mecanismos: o espetáculo, ampliando a dominação da forma-mercadoria no espaço e na vida cotidiana, e a exceção, dilacerando a participação popular e catalisando regimes de governança urbana e estatal autoritários e anômos. Acreditamos que tal processo se constitui por meio de uma relação de conflitos e de tensões socioespaciais, que se desenvolvem de maneira transescalar. Cabendo a esse trabalho destrinchar e lançar luz sobre o desenvolvimento desses processos nos países e nas cidades-sede, mais especificamente nas cidades do Rio de Janeiro e Belo Horizonte, Sochi, Pequim e Cidade do Cabo, cada uma delas respectiva a um dos países do BRCS. Com isso dito, buscar-se-á avançar na compreensão sobre os BRCS, o desenvolvimento dos processos neoliberais no Sul Global, o papel das cidades no empreendedorismo urbano, a relação entre espetáculo e exceção com a reprodução dos megaeventos e, por fim, as semelhanças nas práticas socioespaciais na reprodução dos megaeventos esportivos nos BRCS.
id UFMG_de4e877745c9898741400231898c7ac1
oai_identifier_str oai:repositorio.ufmg.br:1843/49303
network_acronym_str UFMG
network_name_str Repositório Institucional da UFMG
repository_id_str
spelling Weber Soareshttp://lattes.cnpq.br/1107370453826724Heloísa Soares de Moura CostaDaniel Medeiros de Freitashttp://lattes.cnpq.br/9437744521349219Matheus Teixeira Barreto2023-01-31T18:20:16Z2023-01-31T18:20:16Z2022-07-12http://hdl.handle.net/1843/49303https://orcid.org/0000-0003-1975-928XEm 2001 Jim O’Neill cunhou o termo que causaria muitas mudanças no início do século XXI, os BRIC, um conjunto de países composto por Brasil, Rússia, Índia e China, respectivamente, cada letra do acrônimo. A iniciativa de criar o termo se dava perante o potencial crescimento econômico que eles poderiam obter ao longo do início do século. Com o desenrolar dos anos as previsões acabariam se confirmando e eles se consolidariam enquanto importantes players globais e, nesse meio tempo, BRIC havia se tornado algo muito maior do que poderia prever O’Neill, saindo de um conceito econômico para um símbolo para os países emergentes, além de se transformar em BRICS, a partir da entrada da África do Sul ao grupo. Para mais disso, outros processos fizeram com que eles tivessem destaque internacional: todos eles (exceto a Índia) foram sede de megaeventos esportivos, seja a Copa do Mundo FIFA, seja as Olímpiadas de Verão ou Inverno. Ser sede de megaevento é o ponto de partida para o trabalho a seguir. Argumentaremos que há uma série de semelhanças nas práticas socioespaciais neles perante a reprodução dos megaeventos esportivos. Processo de reprodução que está diretamente ligado ao regime de acumulação hegemônico na contemporaneidade, o neoliberalismo. A partir de uma melhor compreensão dele, observaremos que, nele, as cidades são vistas como sujeito e colocadas a empreender, de modo a atrair investidores internacionais num contexto de competição interurbana. Isso em meio à crise em suas receitas, tendo em vista o regime de austeridade fiscal que muitas delas se encontram. Para nós, a consolidação do neoliberalismo diante dos megaeventos, se constitui e se reproduz por meio de dois mecanismos: o espetáculo, ampliando a dominação da forma-mercadoria no espaço e na vida cotidiana, e a exceção, dilacerando a participação popular e catalisando regimes de governança urbana e estatal autoritários e anômos. Acreditamos que tal processo se constitui por meio de uma relação de conflitos e de tensões socioespaciais, que se desenvolvem de maneira transescalar. Cabendo a esse trabalho destrinchar e lançar luz sobre o desenvolvimento desses processos nos países e nas cidades-sede, mais especificamente nas cidades do Rio de Janeiro e Belo Horizonte, Sochi, Pequim e Cidade do Cabo, cada uma delas respectiva a um dos países do BRCS. Com isso dito, buscar-se-á avançar na compreensão sobre os BRCS, o desenvolvimento dos processos neoliberais no Sul Global, o papel das cidades no empreendedorismo urbano, a relação entre espetáculo e exceção com a reprodução dos megaeventos e, por fim, as semelhanças nas práticas socioespaciais na reprodução dos megaeventos esportivos nos BRCS.In 2001 Jim O'Neill coined the term that would cause a lot of changes at the beginning of the 21st century, the BRIC, a group of countries composed of Brazil, Russia, India, and China, respectively, each letter of the acronym. The initiative to create it was based on the economic potential that they could obtain throughout the beginning of the century. With the unrolling of the years, the predictions would end up being confirmed and they will consolidate as global players and, in the meantime, BRIC had become something much bigger thar O'Neill should had thought, moving from an economic concept to a symbol of the emerging countries, in addition to transforming itself into BRICS, because of the entry of South Africa to the group. Furthermore, other processes will highlight them internationally, all of them (except India) were host of sporting mega-events, like the FIFA World Cup or the Summer or Winter Olympics. Hosting a mega-event is the starting point for the work to come. We will argue that there are several similarities in socio-spatial practices regarding the reproduction of sporting megaevents in these countries. Reproduction process which is directly linked with the regime that is hegemonic in contemporaneity, neoliberalism. From our understanding, we can observe that, in neoliberalism, cities are understood as individuals acting like entrepreneurs, in a context of interurban competition. This is happening during the crisis in their revenues, in view of the austerity regime they often find themselves in. For us, the consolidation of neoliberalism in relation to sporting mega-events is constituted and reproduced by two mechanisms: the spectacle, expanding the domination of the market-form in space and in everyday life, and the exception, tearing apart the popular participation and catalyzing authoritarian and violent urban and state regimes. We will argue that this process is constituted by a relationship of conflicts and socio-spatial tensions, which are developed in a trans-scalar manner. It is up to this work to carve and shed light on the development of this processes in the countries and in the host cities, more specifically in the cities of Rio de Janeiro and Belo Horizonte, Sochi, Beijing, and Cape Town, each one of them respectively to one of the countries of the BRCS. With this, we will seek to study here our understanding of the BRCS, the development of neoliberal processes in the Global South, the role of cities in entrepreneurship, the relationship between spectacle and exception with the reproduction of mega-events and, finally, the similarities in socio-spatial practices in the reproduction of sporting mega-events in the BRCS.CNPq - Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e TecnológicoporUniversidade Federal de Minas GeraisPrograma de Pós-Graduação em GeografiaUFMGBrasilIGC - DEPARTAMENTO DE GEOGRAFIAEventos esportivosPaíses do BRICSPlanejamento urbanoMegaeventos esportivosBRCSEspetáculoExceçãoPráticas socioespaciaisA reprodução dos megaeventos esportivos nos BRCS: espetáculo e exceçãoThe reproduction of sporting mega-events at the BRCS: spectacle and exceptioninfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALA reproducao dos megaeventos nos BRCS - Matheus Barreto - Versao Final COMPLETA.pdfA reproducao dos megaeventos nos BRCS - Matheus Barreto - Versao Final COMPLETA.pdfapplication/pdf16993158https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/49303/1/A%20reproducao%20dos%20megaeventos%20nos%20BRCS%20-%20Matheus%20Barreto%20-%20Versao%20Final%20COMPLETA.pdf6695bd2ae9616fdef1d8924d5d4d88c3MD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-82118https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/49303/2/license.txtcda590c95a0b51b4d15f60c9642ca272MD521843/493032023-01-31 15:20:16.555oai:repositorio.ufmg.br:1843/49303TElDRU7Dh0EgREUgRElTVFJJQlVJw4fDg08gTsODTy1FWENMVVNJVkEgRE8gUkVQT1NJVMOTUklPIElOU1RJVFVDSU9OQUwgREEgVUZNRwoKQ29tIGEgYXByZXNlbnRhw6fDo28gZGVzdGEgbGljZW7Dp2EsIHZvY8OqIChvIGF1dG9yIChlcykgb3UgbyB0aXR1bGFyIGRvcyBkaXJlaXRvcyBkZSBhdXRvcikgY29uY2VkZSBhbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIChSSS1VRk1HKSBvIGRpcmVpdG8gbsOjbyBleGNsdXNpdm8gZSBpcnJldm9nw6F2ZWwgZGUgcmVwcm9kdXppciBlL291IGRpc3RyaWJ1aXIgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIChpbmNsdWluZG8gbyByZXN1bW8pIHBvciB0b2RvIG8gbXVuZG8gbm8gZm9ybWF0byBpbXByZXNzbyBlIGVsZXRyw7RuaWNvIGUgZW0gcXVhbHF1ZXIgbWVpbywgaW5jbHVpbmRvIG9zIGZvcm1hdG9zIMOhdWRpbyBvdSB2w61kZW8uCgpWb2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBjb25oZWNlIGEgcG9sw610aWNhIGRlIGNvcHlyaWdodCBkYSBlZGl0b3JhIGRvIHNldSBkb2N1bWVudG8gZSBxdWUgY29uaGVjZSBlIGFjZWl0YSBhcyBEaXJldHJpemVzIGRvIFJJLVVGTUcuCgpWb2PDqiBjb25jb3JkYSBxdWUgbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIHBvZGUsIHNlbSBhbHRlcmFyIG8gY29udGXDumRvLCB0cmFuc3BvciBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBxdWFscXVlciBtZWlvIG91IGZvcm1hdG8gcGFyYSBmaW5zIGRlIHByZXNlcnZhw6fDo28uCgpWb2PDqiB0YW1iw6ltIGNvbmNvcmRhIHF1ZSBvIFJlcG9zaXTDs3JpbyBJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVGTUcgcG9kZSBtYW50ZXIgbWFpcyBkZSB1bWEgY8OzcGlhIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBmaW5zIGRlIHNlZ3VyYW7Dp2EsIGJhY2stdXAgZSBwcmVzZXJ2YcOnw6NvLgoKVm9jw6ogZGVjbGFyYSBxdWUgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIMOpIG9yaWdpbmFsIGUgcXVlIHZvY8OqIHRlbSBvIHBvZGVyIGRlIGNvbmNlZGVyIG9zIGRpcmVpdG9zIGNvbnRpZG9zIG5lc3RhIGxpY2Vuw6dhLiBWb2PDqiB0YW1iw6ltIGRlY2xhcmEgcXVlIG8gZGVww7NzaXRvIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gbsOjbywgcXVlIHNlamEgZGUgc2V1IGNvbmhlY2ltZW50bywgaW5mcmluZ2UgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgZGUgbmluZ3XDqW0uCgpDYXNvIGEgc3VhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBjb250ZW5oYSBtYXRlcmlhbCBxdWUgdm9jw6ogbsOjbyBwb3NzdWkgYSB0aXR1bGFyaWRhZGUgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzLCB2b2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBvYnRldmUgYSBwZXJtaXNzw6NvIGlycmVzdHJpdGEgZG8gZGV0ZW50b3IgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIHBhcmEgY29uY2VkZXIgYW8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBvcyBkaXJlaXRvcyBhcHJlc2VudGFkb3MgbmVzdGEgbGljZW7Dp2EsIGUgcXVlIGVzc2UgbWF0ZXJpYWwgZGUgcHJvcHJpZWRhZGUgZGUgdGVyY2Vpcm9zIGVzdMOhIGNsYXJhbWVudGUgaWRlbnRpZmljYWRvIGUgcmVjb25oZWNpZG8gbm8gdGV4dG8gb3Ugbm8gY29udGXDumRvIGRhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBvcmEgZGVwb3NpdGFkYS4KCkNBU08gQSBQVUJMSUNBw4fDg08gT1JBIERFUE9TSVRBREEgVEVOSEEgU0lETyBSRVNVTFRBRE8gREUgVU0gUEFUUk9Dw41OSU8gT1UgQVBPSU8gREUgVU1BIEFHw4pOQ0lBIERFIEZPTUVOVE8gT1UgT1VUUk8gT1JHQU5JU01PLCBWT0PDiiBERUNMQVJBIFFVRSBSRVNQRUlUT1UgVE9ET1MgRSBRVUFJU1FVRVIgRElSRUlUT1MgREUgUkVWSVPDg08gQ09NTyBUQU1Cw4lNIEFTIERFTUFJUyBPQlJJR0HDh8OVRVMgRVhJR0lEQVMgUE9SIENPTlRSQVRPIE9VIEFDT1JETy4KCk8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBzZSBjb21wcm9tZXRlIGEgaWRlbnRpZmljYXIgY2xhcmFtZW50ZSBvIHNldSBub21lKHMpIG91IG8ocykgbm9tZXMocykgZG8ocykgZGV0ZW50b3IoZXMpIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcyBkYSBwdWJsaWNhw6fDo28sIGUgbsOjbyBmYXLDoSBxdWFscXVlciBhbHRlcmHDp8OjbywgYWzDqW0gZGFxdWVsYXMgY29uY2VkaWRhcyBwb3IgZXN0YSBsaWNlbsOnYS4KRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2023-01-31T18:20:16Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv A reprodução dos megaeventos esportivos nos BRCS: espetáculo e exceção
dc.title.alternative.pt_BR.fl_str_mv The reproduction of sporting mega-events at the BRCS: spectacle and exception
title A reprodução dos megaeventos esportivos nos BRCS: espetáculo e exceção
spellingShingle A reprodução dos megaeventos esportivos nos BRCS: espetáculo e exceção
Matheus Teixeira Barreto
Megaeventos esportivos
BRCS
Espetáculo
Exceção
Práticas socioespaciais
Eventos esportivos
Países do BRICS
Planejamento urbano
title_short A reprodução dos megaeventos esportivos nos BRCS: espetáculo e exceção
title_full A reprodução dos megaeventos esportivos nos BRCS: espetáculo e exceção
title_fullStr A reprodução dos megaeventos esportivos nos BRCS: espetáculo e exceção
title_full_unstemmed A reprodução dos megaeventos esportivos nos BRCS: espetáculo e exceção
title_sort A reprodução dos megaeventos esportivos nos BRCS: espetáculo e exceção
author Matheus Teixeira Barreto
author_facet Matheus Teixeira Barreto
author_role author
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Weber Soares
dc.contributor.advisor1Lattes.fl_str_mv http://lattes.cnpq.br/1107370453826724
dc.contributor.referee1.fl_str_mv Heloísa Soares de Moura Costa
dc.contributor.referee2.fl_str_mv Daniel Medeiros de Freitas
dc.contributor.authorLattes.fl_str_mv http://lattes.cnpq.br/9437744521349219
dc.contributor.author.fl_str_mv Matheus Teixeira Barreto
contributor_str_mv Weber Soares
Heloísa Soares de Moura Costa
Daniel Medeiros de Freitas
dc.subject.por.fl_str_mv Megaeventos esportivos
BRCS
Espetáculo
Exceção
Práticas socioespaciais
topic Megaeventos esportivos
BRCS
Espetáculo
Exceção
Práticas socioespaciais
Eventos esportivos
Países do BRICS
Planejamento urbano
dc.subject.other.pt_BR.fl_str_mv Eventos esportivos
Países do BRICS
Planejamento urbano
description Em 2001 Jim O’Neill cunhou o termo que causaria muitas mudanças no início do século XXI, os BRIC, um conjunto de países composto por Brasil, Rússia, Índia e China, respectivamente, cada letra do acrônimo. A iniciativa de criar o termo se dava perante o potencial crescimento econômico que eles poderiam obter ao longo do início do século. Com o desenrolar dos anos as previsões acabariam se confirmando e eles se consolidariam enquanto importantes players globais e, nesse meio tempo, BRIC havia se tornado algo muito maior do que poderia prever O’Neill, saindo de um conceito econômico para um símbolo para os países emergentes, além de se transformar em BRICS, a partir da entrada da África do Sul ao grupo. Para mais disso, outros processos fizeram com que eles tivessem destaque internacional: todos eles (exceto a Índia) foram sede de megaeventos esportivos, seja a Copa do Mundo FIFA, seja as Olímpiadas de Verão ou Inverno. Ser sede de megaevento é o ponto de partida para o trabalho a seguir. Argumentaremos que há uma série de semelhanças nas práticas socioespaciais neles perante a reprodução dos megaeventos esportivos. Processo de reprodução que está diretamente ligado ao regime de acumulação hegemônico na contemporaneidade, o neoliberalismo. A partir de uma melhor compreensão dele, observaremos que, nele, as cidades são vistas como sujeito e colocadas a empreender, de modo a atrair investidores internacionais num contexto de competição interurbana. Isso em meio à crise em suas receitas, tendo em vista o regime de austeridade fiscal que muitas delas se encontram. Para nós, a consolidação do neoliberalismo diante dos megaeventos, se constitui e se reproduz por meio de dois mecanismos: o espetáculo, ampliando a dominação da forma-mercadoria no espaço e na vida cotidiana, e a exceção, dilacerando a participação popular e catalisando regimes de governança urbana e estatal autoritários e anômos. Acreditamos que tal processo se constitui por meio de uma relação de conflitos e de tensões socioespaciais, que se desenvolvem de maneira transescalar. Cabendo a esse trabalho destrinchar e lançar luz sobre o desenvolvimento desses processos nos países e nas cidades-sede, mais especificamente nas cidades do Rio de Janeiro e Belo Horizonte, Sochi, Pequim e Cidade do Cabo, cada uma delas respectiva a um dos países do BRCS. Com isso dito, buscar-se-á avançar na compreensão sobre os BRCS, o desenvolvimento dos processos neoliberais no Sul Global, o papel das cidades no empreendedorismo urbano, a relação entre espetáculo e exceção com a reprodução dos megaeventos e, por fim, as semelhanças nas práticas socioespaciais na reprodução dos megaeventos esportivos nos BRCS.
publishDate 2022
dc.date.issued.fl_str_mv 2022-07-12
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2023-01-31T18:20:16Z
dc.date.available.fl_str_mv 2023-01-31T18:20:16Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/1843/49303
dc.identifier.orcid.pt_BR.fl_str_mv https://orcid.org/0000-0003-1975-928X
url http://hdl.handle.net/1843/49303
https://orcid.org/0000-0003-1975-928X
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Minas Gerais
dc.publisher.program.fl_str_mv Programa de Pós-Graduação em Geografia
dc.publisher.initials.fl_str_mv UFMG
dc.publisher.country.fl_str_mv Brasil
dc.publisher.department.fl_str_mv IGC - DEPARTAMENTO DE GEOGRAFIA
publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Minas Gerais
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFMG
instname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
instacron:UFMG
instname_str Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
instacron_str UFMG
institution UFMG
reponame_str Repositório Institucional da UFMG
collection Repositório Institucional da UFMG
bitstream.url.fl_str_mv https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/49303/1/A%20reproducao%20dos%20megaeventos%20nos%20BRCS%20-%20Matheus%20Barreto%20-%20Versao%20Final%20COMPLETA.pdf
https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/49303/2/license.txt
bitstream.checksum.fl_str_mv 6695bd2ae9616fdef1d8924d5d4d88c3
cda590c95a0b51b4d15f60c9642ca272
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1803589332881113088