Utilização de flavonóides e células-tronco no tratamento da cardiotoxidade induzida por doxorrubicina

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Maira Souza de Oliveira
Data de Publicação: 2013
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/BUOS-99FFP6
Resumo: Objetivou-se o estudo da toxicidade causada pela doxorrubicina (doxo) no sistema cardiovascular e em células-tronco mesenquimais (CTM). Foram pesquisados os efeitos cardioprotetores de extratos ricos em flavonóides das plantas Arrabidaea chica e Camellia sinensis em ensaios in vitro e de células-tronco mesenquimais indiferenciadas e extrato de C. sinensis in vivo. Foram avaliadas também as células-tronco mesenquimais extraídas de animais que receberam doxo (ensaios ex vivo) com a finalidade de se inferir sobre o uso autólogo dessas células no tratamento regenerativo do miocárdio de pacientes submetidos à quimioterapia que apresentem cardiomiopatia secundária. Nos ensaios in vitro, a viabilidade celular de cardiomiócitos incubados com extratos de planta associados à doxo foi superior àqueles incubados somente com a doxo. Ademais, os extratos não alteraram a atividade antitumoral da doxo, quando avaliadas culturas de células de tumor de mama. Dessa forma, conclui-se que A. chica e C. sinensis apresentam potencial cardioprotetor, sem alterar a atividade antitumoral da doxo. No ensaio in vivo, ratos que receberam doxo e foram tratados com CTM e extrato de C. sinensis apresentaram, na avaliação ecocardiográfica da função ventricular, valores semelhantes aos animais do grupo controle e maiores que os apresentados por aqueles que receberam somente a doxo. Assim, conclui-se que o emprego de CTM indiferenciadas e de extrato de C. sinensis são capazes de prevenir a lesão cardíaca tóxica. Por fim, nos ensaios ex vivo, as CTM extraídas de animais em uso de doxo apresentaram-se viáveis e com o padrão de expressão de marcadores de superfície, porém com alterações na produção de fosfatase alcalina, menor taxa de crescimento celular e com redução na expressão de conexina-43 (células indiferenciadas) e troponina T (células induzidas à diferenciação cardiogênica). Tais resultados indicam que a doxo apresenta efeito tóxico em CTM, desaconselhando o transplante autólogo das mesmas como alternativa terapêutica em indivíduos submetidos à quimioterapia.
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