Manoel Bomfim e a crítica republicana democrática : uma nova tradição interpretativa do Brasil
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Data de Publicação: | 2022 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFMG |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/1843/67199 |
Resumo: | Manoel Bomfim apresentou um campo analítico e normativo que traduziu o pensamento político democrático mais avançado, do período que vai do fim da monarquia até a revolução de 1930. Formulou de modo inovador, sistemático e coerente um pensamento de interpretação histórica do Brasil e das dinâmicas políticas e sociais. Nenhum pensador deste período vinculou a defesa da soberania popular à crítica das políticas oligárquicas do Estado brasileiro. Foi capaz de identificar na dinâmica das classes políticas o conservadorismo persistente, ao deslocar o problema das teorias raciais utilizadas para explicar as desigualdades do país, que encontraram um terreno fértil de recepção no Brasil. Revisitar a obra de Manoel Bomfim com o apoio do referencial teórico do republicanismo permite evidenciar centralmente um núcleo conceitual do léxico republicano em seu pensamento. A partir da análise da fortuna crítica de seu trabalho, identifica-se que por ser desconhecida de seus intérpretes mais reconhecidos, a utilização do léxico republicano na narrativa do autor passou despercebida. O esforço de identificação de Manoel Bomfim como um pensador da tradição republicana, possibilita delimitá-lo explicitamente de outras tradições que existiam na Primeira República, por exemplo, em relação ao liberalismo oligárquico e ao positivismo.As análises que ressaltam a importância do léxico republicano no processo de formação do pensamento político moderno ganharam espaço na história do pensamento político desde os anos 60. Autores como Hans Baron, Skinner, Pocock, e, no Brasil, Newton Bignotto, Heloisa Starling, para ficarmos somente com alguns, favoreceram para que um velho paradigma historiográfico – que via no marxismo a primeira linguagem concorrente à tradição liberal – fosse quebrado. Assim, na esteira desse movimento que, em diferentes partes do mundo Ocidental, tem dado maior complexidade aos estudos do pensamento político, o trabalho se propõe a ressaltar como a obra de Manoel Bomfim se apóia fundamentalmente em elementos centrais da tradição do republicanismo. Em relação ao Pensamento Político Brasileiro, este trabalho se enquadraria nas tentativas de interpretação de um pensamento político brasileiro a partir das tradições políticas formadoras do Ocidente, como algumas abordagens de Wanderely Guilherme dos Santos e Christian Lynch. Parte-se da ideia de que é possível falar em matrizes do republicanismo, porque há uma linguagem política compartilhada ao longo do tempo, mas que responde aos problemas contingentes para a análise do Pensamento Político Brasileiro. Parte-se do movimento dialético da relação contextual ou histórica como dimensões constituidoras do método de investigação da história das ideias. |
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Juarez Rocha Guimarãeshttp://lattes.cnpq.br/1695638860240381Bernardo RicuperoFelipe Ricciohttp://lattes.cnpq.br/4957961224167993Marina Naves Batista2024-04-15T20:37:50Z2024-04-15T20:37:50Z2022-09-29http://hdl.handle.net/1843/67199Manoel Bomfim apresentou um campo analítico e normativo que traduziu o pensamento político democrático mais avançado, do período que vai do fim da monarquia até a revolução de 1930. Formulou de modo inovador, sistemático e coerente um pensamento de interpretação histórica do Brasil e das dinâmicas políticas e sociais. Nenhum pensador deste período vinculou a defesa da soberania popular à crítica das políticas oligárquicas do Estado brasileiro. Foi capaz de identificar na dinâmica das classes políticas o conservadorismo persistente, ao deslocar o problema das teorias raciais utilizadas para explicar as desigualdades do país, que encontraram um terreno fértil de recepção no Brasil. Revisitar a obra de Manoel Bomfim com o apoio do referencial teórico do republicanismo permite evidenciar centralmente um núcleo conceitual do léxico republicano em seu pensamento. A partir da análise da fortuna crítica de seu trabalho, identifica-se que por ser desconhecida de seus intérpretes mais reconhecidos, a utilização do léxico republicano na narrativa do autor passou despercebida. O esforço de identificação de Manoel Bomfim como um pensador da tradição republicana, possibilita delimitá-lo explicitamente de outras tradições que existiam na Primeira República, por exemplo, em relação ao liberalismo oligárquico e ao positivismo.As análises que ressaltam a importância do léxico republicano no processo de formação do pensamento político moderno ganharam espaço na história do pensamento político desde os anos 60. Autores como Hans Baron, Skinner, Pocock, e, no Brasil, Newton Bignotto, Heloisa Starling, para ficarmos somente com alguns, favoreceram para que um velho paradigma historiográfico – que via no marxismo a primeira linguagem concorrente à tradição liberal – fosse quebrado. Assim, na esteira desse movimento que, em diferentes partes do mundo Ocidental, tem dado maior complexidade aos estudos do pensamento político, o trabalho se propõe a ressaltar como a obra de Manoel Bomfim se apóia fundamentalmente em elementos centrais da tradição do republicanismo. Em relação ao Pensamento Político Brasileiro, este trabalho se enquadraria nas tentativas de interpretação de um pensamento político brasileiro a partir das tradições políticas formadoras do Ocidente, como algumas abordagens de Wanderely Guilherme dos Santos e Christian Lynch. Parte-se da ideia de que é possível falar em matrizes do republicanismo, porque há uma linguagem política compartilhada ao longo do tempo, mas que responde aos problemas contingentes para a análise do Pensamento Político Brasileiro. Parte-se do movimento dialético da relação contextual ou histórica como dimensões constituidoras do método de investigação da história das ideias.Manoel Bomfim presented na analytical and normative Field that translated the most advanced democratic political thought, from the period from the end of the monarchy to the 1930 revolution. He formulated na innovative, systematic and coherent historical interpretation of Brazil and political and social dynamics. No thinker of this period linked the defense of popular sovereignty to the critique of the oligarchic policies of the Brazilian State. He was able to identify persistent conservatism in the dynamics of political classes, by shifting the problem of racial theories used to explain the country's inequalities, which found fertile ground for reception in Brazil. Revisiting the work of Manoel Bomfim with the support of the theoretical framework of republicanism makes it possible to centrally highlight a conceptual core of the republican lexicon in his thought. From the analysis of the critical fortune of hiswork, it is identified that because it is Unknown to its most recognized interpreters, the use of the republican lexicon in the author's narrative went unnoticed. The effortt to identify Manoel Bomfim as a thinker of the republican tradition makes it possible to explicitly delimit him from other traditions that existed in the First Republic, for example, in relation to oligarchic liberalism and positivism. Analyzes that emphasize the importance of the republican lexicon in the formation process of modern political thought have gained space in the history of political thought since the 1960s. Authors such as Hans Baron, Skinner, Pocock, and, in Brazil, Newton Bignotto, Heloisa Starling, to we stick with just a few, they favored breaking na old historiographical paradigm – which saw Marxism as the first language competing with the liberal tradition – to bebroken. Thus, in the wake of this movement that, in different parts of the Western world, has given greater complexity to the studies of political thought, the work proposes to highlight how the work of Manoel Bomfim is fundamentally based on central elements of the republicanism tradition. In relation to Brazilian Political Thought, this work would fit into the attempts to interpret Brazilian political thought from thepolitical traditions that formed the West, such as some approaches by Wanderely Guilherme dos Santos and Christian Lynch. It starts from the Idea that it is possible to speak in matrices of republicanism, because there is a political language shared over time, but which responds to contingent problems for the analysis of Brazilian Political Thought. It starts with the dialectical movement of the contextual or historical relationship as constitutive dimensions of the method of investigation of the history of ideas.FAPEMIG - Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas GeraisporUniversidade Federal de Minas GeraisPrograma de Pós-Graduação em Ciência PolíticaUFMGBrasilFAF - DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA POLÍTICAhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/pt/info:eu-repo/semantics/openAccessCiência política - TesesRepublicanismo - TesesBomfim, Manoel, 1868-1932Ciência política - Brasil - TesesCiência políticaManoel BomfimManoel Bomfim e a crítica republicana democrática : uma nova tradição interpretativa do Brasilinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALDissertação_ Marina Naves.pdfDissertação_ Marina Naves.pdfapplication/pdf2350825https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/67199/1/Disserta%c3%a7%c3%a3o_%20Marina%20Naves.pdf85d6e58c8a30c40fadcbf3cd1683f659MD51CC-LICENSElicense_rdflicense_rdfapplication/rdf+xml; charset=utf-8811https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/67199/2/license_rdfcfd6801dba008cb6adbd9838b81582abMD52LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-82118https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/67199/3/license.txtcda590c95a0b51b4d15f60c9642ca272MD531843/671992024-04-15 17:37:51.14oai:repositorio.ufmg.br:1843/67199TElDRU7Dh0EgREUgRElTVFJJQlVJw4fDg08gTsODTy1FWENMVVNJVkEgRE8gUkVQT1NJVMOTUklPIElOU1RJVFVDSU9OQUwgREEgVUZNRwoKQ29tIGEgYXByZXNlbnRhw6fDo28gZGVzdGEgbGljZW7Dp2EsIHZvY8OqIChvIGF1dG9yIChlcykgb3UgbyB0aXR1bGFyIGRvcyBkaXJlaXRvcyBkZSBhdXRvcikgY29uY2VkZSBhbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIChSSS1VRk1HKSBvIGRpcmVpdG8gbsOjbyBleGNsdXNpdm8gZSBpcnJldm9nw6F2ZWwgZGUgcmVwcm9kdXppciBlL291IGRpc3RyaWJ1aXIgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIChpbmNsdWluZG8gbyByZXN1bW8pIHBvciB0b2RvIG8gbXVuZG8gbm8gZm9ybWF0byBpbXByZXNzbyBlIGVsZXRyw7RuaWNvIGUgZW0gcXVhbHF1ZXIgbWVpbywgaW5jbHVpbmRvIG9zIGZvcm1hdG9zIMOhdWRpbyBvdSB2w61kZW8uCgpWb2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBjb25oZWNlIGEgcG9sw610aWNhIGRlIGNvcHlyaWdodCBkYSBlZGl0b3JhIGRvIHNldSBkb2N1bWVudG8gZSBxdWUgY29uaGVjZSBlIGFjZWl0YSBhcyBEaXJldHJpemVzIGRvIFJJLVVGTUcuCgpWb2PDqiBjb25jb3JkYSBxdWUgbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIHBvZGUsIHNlbSBhbHRlcmFyIG8gY29udGXDumRvLCB0cmFuc3BvciBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBxdWFscXVlciBtZWlvIG91IGZvcm1hdG8gcGFyYSBmaW5zIGRlIHByZXNlcnZhw6fDo28uCgpWb2PDqiB0YW1iw6ltIGNvbmNvcmRhIHF1ZSBvIFJlcG9zaXTDs3JpbyBJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVGTUcgcG9kZSBtYW50ZXIgbWFpcyBkZSB1bWEgY8OzcGlhIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBmaW5zIGRlIHNlZ3VyYW7Dp2EsIGJhY2stdXAgZSBwcmVzZXJ2YcOnw6NvLgoKVm9jw6ogZGVjbGFyYSBxdWUgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIMOpIG9yaWdpbmFsIGUgcXVlIHZvY8OqIHRlbSBvIHBvZGVyIGRlIGNvbmNlZGVyIG9zIGRpcmVpdG9zIGNvbnRpZG9zIG5lc3RhIGxpY2Vuw6dhLiBWb2PDqiB0YW1iw6ltIGRlY2xhcmEgcXVlIG8gZGVww7NzaXRvIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gbsOjbywgcXVlIHNlamEgZGUgc2V1IGNvbmhlY2ltZW50bywgaW5mcmluZ2UgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgZGUgbmluZ3XDqW0uCgpDYXNvIGEgc3VhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBjb250ZW5oYSBtYXRlcmlhbCBxdWUgdm9jw6ogbsOjbyBwb3NzdWkgYSB0aXR1bGFyaWRhZGUgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzLCB2b2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBvYnRldmUgYSBwZXJtaXNzw6NvIGlycmVzdHJpdGEgZG8gZGV0ZW50b3IgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIHBhcmEgY29uY2VkZXIgYW8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBvcyBkaXJlaXRvcyBhcHJlc2VudGFkb3MgbmVzdGEgbGljZW7Dp2EsIGUgcXVlIGVzc2UgbWF0ZXJpYWwgZGUgcHJvcHJpZWRhZGUgZGUgdGVyY2Vpcm9zIGVzdMOhIGNsYXJhbWVudGUgaWRlbnRpZmljYWRvIGUgcmVjb25oZWNpZG8gbm8gdGV4dG8gb3Ugbm8gY29udGXDumRvIGRhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBvcmEgZGVwb3NpdGFkYS4KCkNBU08gQSBQVUJMSUNBw4fDg08gT1JBIERFUE9TSVRBREEgVEVOSEEgU0lETyBSRVNVTFRBRE8gREUgVU0gUEFUUk9Dw41OSU8gT1UgQVBPSU8gREUgVU1BIEFHw4pOQ0lBIERFIEZPTUVOVE8gT1UgT1VUUk8gT1JHQU5JU01PLCBWT0PDiiBERUNMQVJBIFFVRSBSRVNQRUlUT1UgVE9ET1MgRSBRVUFJU1FVRVIgRElSRUlUT1MgREUgUkVWSVPDg08gQ09NTyBUQU1Cw4lNIEFTIERFTUFJUyBPQlJJR0HDh8OVRVMgRVhJR0lEQVMgUE9SIENPTlRSQVRPIE9VIEFDT1JETy4KCk8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBzZSBjb21wcm9tZXRlIGEgaWRlbnRpZmljYXIgY2xhcmFtZW50ZSBvIHNldSBub21lKHMpIG91IG8ocykgbm9tZXMocykgZG8ocykgZGV0ZW50b3IoZXMpIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcyBkYSBwdWJsaWNhw6fDo28sIGUgbsOjbyBmYXLDoSBxdWFscXVlciBhbHRlcmHDp8OjbywgYWzDqW0gZGFxdWVsYXMgY29uY2VkaWRhcyBwb3IgZXN0YSBsaWNlbsOnYS4KRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2024-04-15T20:37:51Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false |
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