Trabalho e natureza: sobre os impactos socioambientais dos agrotóxicos em trabalhadores rurais de Mato Grosso nos anos de 2006 a 2017

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Marília Pacheco
Data de Publicação: 2022
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/48351
Resumo: O Brasil, durante os governos do Partido dos Trabalhadores, consolidou-se na divisão internacional do trabalho como fornecedor de matéria-prima. Beneficiados pelos preços internacionais dos produtos primários, os governos petistas retomaram um referencial produtivista de desenvolvimento baseado na exportação em larga escala, no crescimento econômico e na expansão do consumo. Uma marca desse período, que se intensificou após o golpe parlamentar e a chegada de Michel Temer, foi a generalização do modelo do agronegócio que adota um sistema agrícola e agrário assentado na concentração de terra, no monocultivo, no trabalho assalariado, no uso de um pacote tecnológico e na produção em larga escala. Quanto ao pacote tecnológico, destaca-se o uso intenso de agrotóxicos que reflete a lógica produtivista no campo a fim de maximizar a eficiência econômica da atividade agrícola, potencializando sua lucratividade. Por trás da ideia de modernização e inovação, esconde-se a função ecocida dos agrotóxicos, que não se restringe ao controle de pragas tidas como nocivas, mas provoca impactos socioambientais ao gerar externalidades negativas para o meio ambiente e para a saúde dos trabalhadores e trabalhadoras rurais. Nesse cenário, a pesquisa tem como objetivo compreender se o Direito do Trabalho exerce sua função protetiva em relação aos trabalhadores e trabalhadoras rurais que manuseiam agrotóxicos no estado de Mato Grosso durante os anos de 2006 a 2017. A escolha por esse Estado se justifica pela expressão que ele exerce dentro do agronegócio e pelo aumento no uso de agrotóxicos ao longo do tempo. Em relação ao recorte temporal, tomou-se como referência os censos agropecuários de 2006 e 2017 do IBGE que fornecem dados que fundamentam o presente trabalho. Concluiu-se que a atual proteção fornecida pelo Direito do Trabalho não é suficiente, pois, além de se concentrar na monetização da saúde dos trabalhadores, o Direito do Trabalho apresenta como principal resposta ao uso de agrotóxicos o adicional de insalubridade, deixando de lado a questão ambiental. Consequentemente, abrem-se horizontes de sentido para outras leituras do Direito do Trabalho, sobretudo sob a ótica ecossocialista, que, além de garantir uma real proteção ao trabalhador e trabalhadora rural, volta-se para a questão ambiental, podendo ser utilizado de forma tática para a construção de uma nova forma de socialização, livre da gana predatória do agronegócio.
id UFMG_e00f16e97e964459cd53a4004df64547
oai_identifier_str oai:repositorio.ufmg.br:1843/48351
network_acronym_str UFMG
network_name_str Repositório Institucional da UFMG
repository_id_str
spelling Mônica Sette Lopeshttp://lattes.cnpq.br/6324277285347512Gustavo Seferian Scheffer MachadoMaria José Andrade de Souzahttp://lattes.cnpq.br/1148891465085840Marília Pacheco2022-12-22T14:03:34Z2022-12-22T14:03:34Z2022-08-26http://hdl.handle.net/1843/48351O Brasil, durante os governos do Partido dos Trabalhadores, consolidou-se na divisão internacional do trabalho como fornecedor de matéria-prima. Beneficiados pelos preços internacionais dos produtos primários, os governos petistas retomaram um referencial produtivista de desenvolvimento baseado na exportação em larga escala, no crescimento econômico e na expansão do consumo. Uma marca desse período, que se intensificou após o golpe parlamentar e a chegada de Michel Temer, foi a generalização do modelo do agronegócio que adota um sistema agrícola e agrário assentado na concentração de terra, no monocultivo, no trabalho assalariado, no uso de um pacote tecnológico e na produção em larga escala. Quanto ao pacote tecnológico, destaca-se o uso intenso de agrotóxicos que reflete a lógica produtivista no campo a fim de maximizar a eficiência econômica da atividade agrícola, potencializando sua lucratividade. Por trás da ideia de modernização e inovação, esconde-se a função ecocida dos agrotóxicos, que não se restringe ao controle de pragas tidas como nocivas, mas provoca impactos socioambientais ao gerar externalidades negativas para o meio ambiente e para a saúde dos trabalhadores e trabalhadoras rurais. Nesse cenário, a pesquisa tem como objetivo compreender se o Direito do Trabalho exerce sua função protetiva em relação aos trabalhadores e trabalhadoras rurais que manuseiam agrotóxicos no estado de Mato Grosso durante os anos de 2006 a 2017. A escolha por esse Estado se justifica pela expressão que ele exerce dentro do agronegócio e pelo aumento no uso de agrotóxicos ao longo do tempo. Em relação ao recorte temporal, tomou-se como referência os censos agropecuários de 2006 e 2017 do IBGE que fornecem dados que fundamentam o presente trabalho. Concluiu-se que a atual proteção fornecida pelo Direito do Trabalho não é suficiente, pois, além de se concentrar na monetização da saúde dos trabalhadores, o Direito do Trabalho apresenta como principal resposta ao uso de agrotóxicos o adicional de insalubridade, deixando de lado a questão ambiental. Consequentemente, abrem-se horizontes de sentido para outras leituras do Direito do Trabalho, sobretudo sob a ótica ecossocialista, que, além de garantir uma real proteção ao trabalhador e trabalhadora rural, volta-se para a questão ambiental, podendo ser utilizado de forma tática para a construção de uma nova forma de socialização, livre da gana predatória do agronegócio.Brazil, during the Workers' Party governments, consolidated itself in the international division of labor as a supplier of raw materials. Benefiting from the international prices of primary products, the PT governments resumed a productivist development benchmark, based on large-scale exports, economic growth and the expansion of consumption. A hallmark of this period, which intensified after the parliamentary coup and the arrival of Michel Temer, was the generalization of the agribusiness model that adopted an agricultural and agrarian system based on land concentration, monoculture, wage labor, the use of a technological package and large-scale production. As for the technological package, the intense use of pesticides stands out, which reflects the productive logic in the field, which seeks to maximize the economic efficiency of agricultural activity, enhancing its profitability. Behind the idea of modernization and innovation, the ecocidal function of pesticides, which is not restricted to the control of pests considered harmful, but causes socio-environmental impacts, by generating negative externalities for the environment and for the health of rural workers. In this scenario, the research aims to understand whether Labor Law exerts its protective function towards rural workers who handle pesticides in the state of Mato Grosso during the years 2006 to 2017. The choice for the state is justified by the expression that it exerts within agribusiness and by the increase in the use of pesticides over time. As for the years, the 2006 and 2017 IBGE agricultural censuses were taken as a reference, which provide data that underlie all this work. About the methodology, it is a theoretical research that in addition to the bibliographic survey with insertions in Law, Economics, Sociology and even Biology, it had a jurisprudential research and also with research of collective norms. It was concluded that the current protection provided by Labor Law is not enough, because in addition to turning to the monetization of workers' health, having as main response to the use of pesticides the additional insalubrity, it also does not pay attention to the environmental issue. With this, horizons of meaning are opened for other interpretations of Labor Law, from an ecosocialist perspective, which, in addition to guaranteeing real protection for rural workers, turns to the environmental issue and can be used in a tactical way for the construction of a new form of socialization, free from the predatory greed of agribusiness.FAPEMIG - Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas GeraisporUniversidade Federal de Minas GeraisPrograma de Pós-Graduação em DireitoUFMGBrasilDIREITO - FACULDADE DE DIREITODireito do trabalho - BrasilRelações trabalhistas - BrasilTrabalhadores rurais - BrasilProdutos químicos agrícolasPoluiçãoAgrotóxicoTrabalhador ruralMeio ambienteAgronegócioDireito do trabalhoTrabalho e natureza: sobre os impactos socioambientais dos agrotóxicos em trabalhadores rurais de Mato Grosso nos anos de 2006 a 2017Work and nature: on the socio-environmental impacts of pesticides in rural workers in Mato Grosso in the years 2006 to 2017info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALDissertação - Marília Pacheco .pdfDissertação - Marília Pacheco .pdfapplication/pdf3553389https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/48351/3/Dissertac%cc%a7a%cc%83o%20-%20Mari%cc%81lia%20Pacheco%20.pdfba5e8b0873b9bcc0c3c0ff6c4a3f33a6MD53LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-82118https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/48351/4/license.txtcda590c95a0b51b4d15f60c9642ca272MD541843/483512022-12-22 11:03:35.077oai:repositorio.ufmg.br:1843/48351TElDRU7Dh0EgREUgRElTVFJJQlVJw4fDg08gTsODTy1FWENMVVNJVkEgRE8gUkVQT1NJVMOTUklPIElOU1RJVFVDSU9OQUwgREEgVUZNRwoKQ29tIGEgYXByZXNlbnRhw6fDo28gZGVzdGEgbGljZW7Dp2EsIHZvY8OqIChvIGF1dG9yIChlcykgb3UgbyB0aXR1bGFyIGRvcyBkaXJlaXRvcyBkZSBhdXRvcikgY29uY2VkZSBhbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIChSSS1VRk1HKSBvIGRpcmVpdG8gbsOjbyBleGNsdXNpdm8gZSBpcnJldm9nw6F2ZWwgZGUgcmVwcm9kdXppciBlL291IGRpc3RyaWJ1aXIgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIChpbmNsdWluZG8gbyByZXN1bW8pIHBvciB0b2RvIG8gbXVuZG8gbm8gZm9ybWF0byBpbXByZXNzbyBlIGVsZXRyw7RuaWNvIGUgZW0gcXVhbHF1ZXIgbWVpbywgaW5jbHVpbmRvIG9zIGZvcm1hdG9zIMOhdWRpbyBvdSB2w61kZW8uCgpWb2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBjb25oZWNlIGEgcG9sw610aWNhIGRlIGNvcHlyaWdodCBkYSBlZGl0b3JhIGRvIHNldSBkb2N1bWVudG8gZSBxdWUgY29uaGVjZSBlIGFjZWl0YSBhcyBEaXJldHJpemVzIGRvIFJJLVVGTUcuCgpWb2PDqiBjb25jb3JkYSBxdWUgbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIHBvZGUsIHNlbSBhbHRlcmFyIG8gY29udGXDumRvLCB0cmFuc3BvciBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBxdWFscXVlciBtZWlvIG91IGZvcm1hdG8gcGFyYSBmaW5zIGRlIHByZXNlcnZhw6fDo28uCgpWb2PDqiB0YW1iw6ltIGNvbmNvcmRhIHF1ZSBvIFJlcG9zaXTDs3JpbyBJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVGTUcgcG9kZSBtYW50ZXIgbWFpcyBkZSB1bWEgY8OzcGlhIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBmaW5zIGRlIHNlZ3VyYW7Dp2EsIGJhY2stdXAgZSBwcmVzZXJ2YcOnw6NvLgoKVm9jw6ogZGVjbGFyYSBxdWUgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIMOpIG9yaWdpbmFsIGUgcXVlIHZvY8OqIHRlbSBvIHBvZGVyIGRlIGNvbmNlZGVyIG9zIGRpcmVpdG9zIGNvbnRpZG9zIG5lc3RhIGxpY2Vuw6dhLiBWb2PDqiB0YW1iw6ltIGRlY2xhcmEgcXVlIG8gZGVww7NzaXRvIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gbsOjbywgcXVlIHNlamEgZGUgc2V1IGNvbmhlY2ltZW50bywgaW5mcmluZ2UgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgZGUgbmluZ3XDqW0uCgpDYXNvIGEgc3VhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBjb250ZW5oYSBtYXRlcmlhbCBxdWUgdm9jw6ogbsOjbyBwb3NzdWkgYSB0aXR1bGFyaWRhZGUgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzLCB2b2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBvYnRldmUgYSBwZXJtaXNzw6NvIGlycmVzdHJpdGEgZG8gZGV0ZW50b3IgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIHBhcmEgY29uY2VkZXIgYW8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBvcyBkaXJlaXRvcyBhcHJlc2VudGFkb3MgbmVzdGEgbGljZW7Dp2EsIGUgcXVlIGVzc2UgbWF0ZXJpYWwgZGUgcHJvcHJpZWRhZGUgZGUgdGVyY2Vpcm9zIGVzdMOhIGNsYXJhbWVudGUgaWRlbnRpZmljYWRvIGUgcmVjb25oZWNpZG8gbm8gdGV4dG8gb3Ugbm8gY29udGXDumRvIGRhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBvcmEgZGVwb3NpdGFkYS4KCkNBU08gQSBQVUJMSUNBw4fDg08gT1JBIERFUE9TSVRBREEgVEVOSEEgU0lETyBSRVNVTFRBRE8gREUgVU0gUEFUUk9Dw41OSU8gT1UgQVBPSU8gREUgVU1BIEFHw4pOQ0lBIERFIEZPTUVOVE8gT1UgT1VUUk8gT1JHQU5JU01PLCBWT0PDiiBERUNMQVJBIFFVRSBSRVNQRUlUT1UgVE9ET1MgRSBRVUFJU1FVRVIgRElSRUlUT1MgREUgUkVWSVPDg08gQ09NTyBUQU1Cw4lNIEFTIERFTUFJUyBPQlJJR0HDh8OVRVMgRVhJR0lEQVMgUE9SIENPTlRSQVRPIE9VIEFDT1JETy4KCk8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBzZSBjb21wcm9tZXRlIGEgaWRlbnRpZmljYXIgY2xhcmFtZW50ZSBvIHNldSBub21lKHMpIG91IG8ocykgbm9tZXMocykgZG8ocykgZGV0ZW50b3IoZXMpIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcyBkYSBwdWJsaWNhw6fDo28sIGUgbsOjbyBmYXLDoSBxdWFscXVlciBhbHRlcmHDp8OjbywgYWzDqW0gZGFxdWVsYXMgY29uY2VkaWRhcyBwb3IgZXN0YSBsaWNlbsOnYS4KRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2022-12-22T14:03:35Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv Trabalho e natureza: sobre os impactos socioambientais dos agrotóxicos em trabalhadores rurais de Mato Grosso nos anos de 2006 a 2017
dc.title.alternative.pt_BR.fl_str_mv Work and nature: on the socio-environmental impacts of pesticides in rural workers in Mato Grosso in the years 2006 to 2017
title Trabalho e natureza: sobre os impactos socioambientais dos agrotóxicos em trabalhadores rurais de Mato Grosso nos anos de 2006 a 2017
spellingShingle Trabalho e natureza: sobre os impactos socioambientais dos agrotóxicos em trabalhadores rurais de Mato Grosso nos anos de 2006 a 2017
Marília Pacheco
Agrotóxico
Trabalhador rural
Meio ambiente
Agronegócio
Direito do trabalho
Direito do trabalho - Brasil
Relações trabalhistas - Brasil
Trabalhadores rurais - Brasil
Produtos químicos agrícolas
Poluição
title_short Trabalho e natureza: sobre os impactos socioambientais dos agrotóxicos em trabalhadores rurais de Mato Grosso nos anos de 2006 a 2017
title_full Trabalho e natureza: sobre os impactos socioambientais dos agrotóxicos em trabalhadores rurais de Mato Grosso nos anos de 2006 a 2017
title_fullStr Trabalho e natureza: sobre os impactos socioambientais dos agrotóxicos em trabalhadores rurais de Mato Grosso nos anos de 2006 a 2017
title_full_unstemmed Trabalho e natureza: sobre os impactos socioambientais dos agrotóxicos em trabalhadores rurais de Mato Grosso nos anos de 2006 a 2017
title_sort Trabalho e natureza: sobre os impactos socioambientais dos agrotóxicos em trabalhadores rurais de Mato Grosso nos anos de 2006 a 2017
author Marília Pacheco
author_facet Marília Pacheco
author_role author
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Mônica Sette Lopes
dc.contributor.advisor1Lattes.fl_str_mv http://lattes.cnpq.br/6324277285347512
dc.contributor.referee1.fl_str_mv Gustavo Seferian Scheffer Machado
dc.contributor.referee2.fl_str_mv Maria José Andrade de Souza
dc.contributor.authorLattes.fl_str_mv http://lattes.cnpq.br/1148891465085840
dc.contributor.author.fl_str_mv Marília Pacheco
contributor_str_mv Mônica Sette Lopes
Gustavo Seferian Scheffer Machado
Maria José Andrade de Souza
dc.subject.por.fl_str_mv Agrotóxico
Trabalhador rural
Meio ambiente
Agronegócio
Direito do trabalho
topic Agrotóxico
Trabalhador rural
Meio ambiente
Agronegócio
Direito do trabalho
Direito do trabalho - Brasil
Relações trabalhistas - Brasil
Trabalhadores rurais - Brasil
Produtos químicos agrícolas
Poluição
dc.subject.other.pt_BR.fl_str_mv Direito do trabalho - Brasil
Relações trabalhistas - Brasil
Trabalhadores rurais - Brasil
Produtos químicos agrícolas
Poluição
description O Brasil, durante os governos do Partido dos Trabalhadores, consolidou-se na divisão internacional do trabalho como fornecedor de matéria-prima. Beneficiados pelos preços internacionais dos produtos primários, os governos petistas retomaram um referencial produtivista de desenvolvimento baseado na exportação em larga escala, no crescimento econômico e na expansão do consumo. Uma marca desse período, que se intensificou após o golpe parlamentar e a chegada de Michel Temer, foi a generalização do modelo do agronegócio que adota um sistema agrícola e agrário assentado na concentração de terra, no monocultivo, no trabalho assalariado, no uso de um pacote tecnológico e na produção em larga escala. Quanto ao pacote tecnológico, destaca-se o uso intenso de agrotóxicos que reflete a lógica produtivista no campo a fim de maximizar a eficiência econômica da atividade agrícola, potencializando sua lucratividade. Por trás da ideia de modernização e inovação, esconde-se a função ecocida dos agrotóxicos, que não se restringe ao controle de pragas tidas como nocivas, mas provoca impactos socioambientais ao gerar externalidades negativas para o meio ambiente e para a saúde dos trabalhadores e trabalhadoras rurais. Nesse cenário, a pesquisa tem como objetivo compreender se o Direito do Trabalho exerce sua função protetiva em relação aos trabalhadores e trabalhadoras rurais que manuseiam agrotóxicos no estado de Mato Grosso durante os anos de 2006 a 2017. A escolha por esse Estado se justifica pela expressão que ele exerce dentro do agronegócio e pelo aumento no uso de agrotóxicos ao longo do tempo. Em relação ao recorte temporal, tomou-se como referência os censos agropecuários de 2006 e 2017 do IBGE que fornecem dados que fundamentam o presente trabalho. Concluiu-se que a atual proteção fornecida pelo Direito do Trabalho não é suficiente, pois, além de se concentrar na monetização da saúde dos trabalhadores, o Direito do Trabalho apresenta como principal resposta ao uso de agrotóxicos o adicional de insalubridade, deixando de lado a questão ambiental. Consequentemente, abrem-se horizontes de sentido para outras leituras do Direito do Trabalho, sobretudo sob a ótica ecossocialista, que, além de garantir uma real proteção ao trabalhador e trabalhadora rural, volta-se para a questão ambiental, podendo ser utilizado de forma tática para a construção de uma nova forma de socialização, livre da gana predatória do agronegócio.
publishDate 2022
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2022-12-22T14:03:34Z
dc.date.available.fl_str_mv 2022-12-22T14:03:34Z
dc.date.issued.fl_str_mv 2022-08-26
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/1843/48351
url http://hdl.handle.net/1843/48351
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Minas Gerais
dc.publisher.program.fl_str_mv Programa de Pós-Graduação em Direito
dc.publisher.initials.fl_str_mv UFMG
dc.publisher.country.fl_str_mv Brasil
dc.publisher.department.fl_str_mv DIREITO - FACULDADE DE DIREITO
publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Minas Gerais
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFMG
instname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
instacron:UFMG
instname_str Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
instacron_str UFMG
institution UFMG
reponame_str Repositório Institucional da UFMG
collection Repositório Institucional da UFMG
bitstream.url.fl_str_mv https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/48351/3/Dissertac%cc%a7a%cc%83o%20-%20Mari%cc%81lia%20Pacheco%20.pdf
https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/48351/4/license.txt
bitstream.checksum.fl_str_mv ba5e8b0873b9bcc0c3c0ff6c4a3f33a6
cda590c95a0b51b4d15f60c9642ca272
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1801677030102663168