Desigualdade sócioeconômica brasileira à luz da obra de Amartya Sen
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2017 |
Tipo de documento: | Artigo de conferência |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFMG |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/1843/37891 https://orcid.org/ 0000-0002-8304-2833 |
Resumo: | A presente pesquisa consiste em abordagem diagnóstica de dados da distribuição da riqueza na população brasileira, à luz da ideia de injustiça remediável e da necessidade de reconciliação entre ética e economia de Amartya Sen. Por ser parte inicial de uma pesquisa mais abrangente e propositiva, esse artigo aponta, ao final, para a implementação de políticas públicas como meio de correção das distorções e desigualdades encontradas. A partir da análise de relatórios divulgados pela Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda, IPEA e IBGE e da leitura das obras chave que sustentam a proposta, foram feitas abordagens diagnósticas, comparativas e compreensivas do objeto investigado. As desigualdades sociais são dimensões de um todo que compreende as perspectivas econômicas, jurídicas, políticas, históricas que influenciaram a posição em que uma pessoa se encontra na sociedade (RAWLS, 1970). A posição social geralmente se define pelo nascimento e tende a ser transmitida de geração em geração, a menos que o ciclo seja interrompido por meio de medidas públicas capazes de atingir um volume expressivo de pessoas na população. Uma política pública é uma medida conscientemente adotada por um governo, que o faz oficial e legitimamente em nome da população, para alcançar um determinado objetivo, conciliando os instrumentos políticos disponíveis com os interesses e aspirações de atores, instituições e ideias (HOWLETT, 2013). O caráter predominantemente econômico que assume a sociedade contemporânea faz com que essas desigualdades sejam percebidas como quase que exclusivamente afetadas por fatores econômicos. Isso se dá em razão de, frequentemente, as decisões jurídicas e políticas serem tomadas com base em critérios econômicos ou de eficiência, deixando de lado questões de ética e de justiça (LIPOVETSKY, 2016). Indicadores como o coeficiente Gini ou o IDH apontam para uma distribuição mundial da riqueza em que os 2% de adultos mais ricos possuem, juntos, mais da metade da riqueza global, enquanto a metade mais pobre da população mundial possui apenas cerca de 1% da riqueza total do mundo (UNU-WIDER, 2006). No Brasil, embora o coeficiente de Gini tenha sofrido redução no período 2004-2014 (de 0,545 em para 0,490), a concentração de renda permanece altíssima. O relatório de 2016 da SPE do Ministério da Fazenda, com base nos dados declarados à Receita Federal para o IRPF 2014 e 2015, indica que o 0,1% mais rico da população brasileira (27 mil pessoas) possui R$ 159,7 bilhões em rendimento total bruto. Essa parcela da população possui mais de 3000% de renda a mais que a média dos declarantes e bens e direitos em quantidade quase 6500% maior que a média nacional (BRASIL-SPE, 2016). Tais índices de concentração de renda refletem um quadro de desigualdades que se traduzem na não realização de direitos, e na impossibilidade de exercício da cidadania de forma plena, ou seja, em injustiça. Diante da existência de injustiças claramente remediáveis e que podem ser eliminadas, é preciso uma teoria da justiça econômica, reconciliada com a ética, com a tarefa de ser uma ética do capitalismo, para conciliá-lo com um paradigma político de democracia e realização de direitos humanos (SEN, 2009). |
id |
UFMG_e02a2855fcc0ffc3ee96a794be0d81f6 |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:repositorio.ufmg.br:1843/37891 |
network_acronym_str |
UFMG |
network_name_str |
Repositório Institucional da UFMG |
repository_id_str |
|
spelling |
2021-09-02T18:16:34Z2021-09-02T18:16:34Z2017-10XIII1172176-1337http://hdl.handle.net/1843/37891https://orcid.org/ 0000-0002-8304-2833A presente pesquisa consiste em abordagem diagnóstica de dados da distribuição da riqueza na população brasileira, à luz da ideia de injustiça remediável e da necessidade de reconciliação entre ética e economia de Amartya Sen. Por ser parte inicial de uma pesquisa mais abrangente e propositiva, esse artigo aponta, ao final, para a implementação de políticas públicas como meio de correção das distorções e desigualdades encontradas. A partir da análise de relatórios divulgados pela Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda, IPEA e IBGE e da leitura das obras chave que sustentam a proposta, foram feitas abordagens diagnósticas, comparativas e compreensivas do objeto investigado. As desigualdades sociais são dimensões de um todo que compreende as perspectivas econômicas, jurídicas, políticas, históricas que influenciaram a posição em que uma pessoa se encontra na sociedade (RAWLS, 1970). A posição social geralmente se define pelo nascimento e tende a ser transmitida de geração em geração, a menos que o ciclo seja interrompido por meio de medidas públicas capazes de atingir um volume expressivo de pessoas na população. Uma política pública é uma medida conscientemente adotada por um governo, que o faz oficial e legitimamente em nome da população, para alcançar um determinado objetivo, conciliando os instrumentos políticos disponíveis com os interesses e aspirações de atores, instituições e ideias (HOWLETT, 2013). O caráter predominantemente econômico que assume a sociedade contemporânea faz com que essas desigualdades sejam percebidas como quase que exclusivamente afetadas por fatores econômicos. Isso se dá em razão de, frequentemente, as decisões jurídicas e políticas serem tomadas com base em critérios econômicos ou de eficiência, deixando de lado questões de ética e de justiça (LIPOVETSKY, 2016). Indicadores como o coeficiente Gini ou o IDH apontam para uma distribuição mundial da riqueza em que os 2% de adultos mais ricos possuem, juntos, mais da metade da riqueza global, enquanto a metade mais pobre da população mundial possui apenas cerca de 1% da riqueza total do mundo (UNU-WIDER, 2006). No Brasil, embora o coeficiente de Gini tenha sofrido redução no período 2004-2014 (de 0,545 em para 0,490), a concentração de renda permanece altíssima. O relatório de 2016 da SPE do Ministério da Fazenda, com base nos dados declarados à Receita Federal para o IRPF 2014 e 2015, indica que o 0,1% mais rico da população brasileira (27 mil pessoas) possui R$ 159,7 bilhões em rendimento total bruto. Essa parcela da população possui mais de 3000% de renda a mais que a média dos declarantes e bens e direitos em quantidade quase 6500% maior que a média nacional (BRASIL-SPE, 2016). Tais índices de concentração de renda refletem um quadro de desigualdades que se traduzem na não realização de direitos, e na impossibilidade de exercício da cidadania de forma plena, ou seja, em injustiça. Diante da existência de injustiças claramente remediáveis e que podem ser eliminadas, é preciso uma teoria da justiça econômica, reconciliada com a ética, com a tarefa de ser uma ética do capitalismo, para conciliá-lo com um paradigma político de democracia e realização de direitos humanos (SEN, 2009).porUniversidade Federal de Minas GeraisUFMGBrasilDIR - DEPARTAMENTO DE DIREITO DO TRABALHO E INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITOSimpósio Internacional Filosófico e Teológico da FAJEEconomiaJusitçaÉticaDesigualdadesDesigualdade sócioeconômica brasileira à luz da obra de Amartya Seninfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/conferenceObjecthttp://www.faje.edu.br/simposio2017/arquivos/comunicacoes/doutores/Nathalia%20Lipovetsky.pdfNathália Lipovetsky e Silvaapplication/pdfinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGLICENSELicense.txtLicense.txttext/plain; charset=utf-82042https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/37891/1/License.txtfa505098d172de0bc8864fc1287ffe22MD51ORIGINALDesigualdade sócioeconômica brasileira à luz da obra de Amartya Sen.pdfDesigualdade sócioeconômica brasileira à luz da obra de Amartya Sen.pdfapplication/pdf396009https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/37891/2/Desigualdade%20s%c3%b3cioecon%c3%b4mica%20brasileira%20%c3%a0%20luz%20da%20obra%20de%20Amartya%20Sen.pdf377a150ad7397bbe659248143e217074MD521843/378912021-09-02 15:16:34.798oai:repositorio.ufmg.br:1843/37891TElDRU7vv71BIERFIERJU1RSSUJVSe+/ve+/vU8gTu+/vU8tRVhDTFVTSVZBIERPIFJFUE9TSVTvv71SSU8gSU5TVElUVUNJT05BTCBEQSBVRk1HCiAKCkNvbSBhIGFwcmVzZW50Ye+/ve+/vW8gZGVzdGEgbGljZW7vv71hLCB2b2Pvv70gKG8gYXV0b3IgKGVzKSBvdSBvIHRpdHVsYXIgZG9zIGRpcmVpdG9zIGRlIGF1dG9yKSBjb25jZWRlIGFvIFJlcG9zaXTvv71yaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIChSSS1VRk1HKSBvIGRpcmVpdG8gbu+/vW8gZXhjbHVzaXZvIGUgaXJyZXZvZ++/vXZlbCBkZSByZXByb2R1emlyIGUvb3UgZGlzdHJpYnVpciBhIHN1YSBwdWJsaWNh77+977+9byAoaW5jbHVpbmRvIG8gcmVzdW1vKSBwb3IgdG9kbyBvIG11bmRvIG5vIGZvcm1hdG8gaW1wcmVzc28gZSBlbGV0cu+/vW5pY28gZSBlbSBxdWFscXVlciBtZWlvLCBpbmNsdWluZG8gb3MgZm9ybWF0b3Mg77+9dWRpbyBvdSB277+9ZGVvLgoKVm9j77+9IGRlY2xhcmEgcXVlIGNvbmhlY2UgYSBwb2zvv710aWNhIGRlIGNvcHlyaWdodCBkYSBlZGl0b3JhIGRvIHNldSBkb2N1bWVudG8gZSBxdWUgY29uaGVjZSBlIGFjZWl0YSBhcyBEaXJldHJpemVzIGRvIFJJLVVGTUcuCgpWb2Pvv70gY29uY29yZGEgcXVlIG8gUmVwb3NpdO+/vXJpbyBJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVGTUcgcG9kZSwgc2VtIGFsdGVyYXIgbyBjb250Ze+/vWRvLCB0cmFuc3BvciBhIHN1YSBwdWJsaWNh77+977+9byBwYXJhIHF1YWxxdWVyIG1laW8gb3UgZm9ybWF0byBwYXJhIGZpbnMgZGUgcHJlc2VydmHvv73vv71vLgoKVm9j77+9IHRhbWLvv71tIGNvbmNvcmRhIHF1ZSBvIFJlcG9zaXTvv71yaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIHBvZGUgbWFudGVyIG1haXMgZGUgdW1hIGPvv71waWEgZGUgc3VhIHB1YmxpY2Hvv73vv71vIHBhcmEgZmlucyBkZSBzZWd1cmFu77+9YSwgYmFjay11cCBlIHByZXNlcnZh77+977+9by4KClZvY++/vSBkZWNsYXJhIHF1ZSBhIHN1YSBwdWJsaWNh77+977+9byDvv70gb3JpZ2luYWwgZSBxdWUgdm9j77+9IHRlbSBvIHBvZGVyIGRlIGNvbmNlZGVyIG9zIGRpcmVpdG9zIGNvbnRpZG9zIG5lc3RhIGxpY2Vu77+9YS4gVm9j77+9IHRhbWLvv71tIGRlY2xhcmEgcXVlIG8gZGVw77+9c2l0byBkZSBzdWEgcHVibGljYe+/ve+/vW8gbu+/vW8sIHF1ZSBzZWphIGRlIHNldSBjb25oZWNpbWVudG8sIGluZnJpbmdlIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIGRlIG5pbmd177+9bS4KCkNhc28gYSBzdWEgcHVibGljYe+/ve+/vW8gY29udGVuaGEgbWF0ZXJpYWwgcXVlIHZvY++/vSBu77+9byBwb3NzdWkgYSB0aXR1bGFyaWRhZGUgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzLCB2b2Pvv70gZGVjbGFyYSBxdWUgb2J0ZXZlIGEgcGVybWlzc++/vW8gaXJyZXN0cml0YSBkbyBkZXRlbnRvciBkb3MgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgcGFyYSBjb25jZWRlciBhbyBSZXBvc2l077+9cmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBvcyBkaXJlaXRvcyBhcHJlc2VudGFkb3MgbmVzdGEgbGljZW7vv71hLCBlIHF1ZSBlc3NlIG1hdGVyaWFsIGRlIHByb3ByaWVkYWRlIGRlIHRlcmNlaXJvcyBlc3Tvv70gY2xhcmFtZW50ZSBpZGVudGlmaWNhZG8gZSByZWNvbmhlY2lkbyBubyB0ZXh0byBvdSBubyBjb250Ze+/vWRvIGRhIHB1YmxpY2Hvv73vv71vIG9yYSBkZXBvc2l0YWRhLgoKQ0FTTyBBIFBVQkxJQ0Hvv73vv71PIE9SQSBERVBPU0lUQURBIFRFTkhBIFNJRE8gUkVTVUxUQURPIERFIFVNIFBBVFJPQ++/vU5JTyBPVSBBUE9JTyBERSBVTUEgQUfvv71OQ0lBIERFIEZPTUVOVE8gT1UgT1VUUk8gT1JHQU5JU01PLCBWT0Pvv70gREVDTEFSQSBRVUUgUkVTUEVJVE9VIFRPRE9TIEUgUVVBSVNRVUVSIERJUkVJVE9TIERFIFJFVklT77+9TyBDT01PIFRBTULvv71NIEFTIERFTUFJUyBPQlJJR0Hvv73vv71FUyBFWElHSURBUyBQT1IgQ09OVFJBVE8gT1UgQUNPUkRPLgoKTyBSZXBvc2l077+9cmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBzZSBjb21wcm9tZXRlIGEgaWRlbnRpZmljYXIgY2xhcmFtZW50ZSBvIHNldSBub21lKHMpIG91IG8ocykgbm9tZXMocykgZG8ocykgZGV0ZW50b3IoZXMpIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcyBkYSBwdWJsaWNh77+977+9bywgZSBu77+9byBmYXLvv70gcXVhbHF1ZXIgYWx0ZXJh77+977+9bywgYWzvv71tIGRhcXVlbGFzIGNvbmNlZGlkYXMgcG9yIGVzdGEgbGljZW7vv71hLgo=Repositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2021-09-02T18:16:34Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false |
dc.title.pt_BR.fl_str_mv |
Desigualdade sócioeconômica brasileira à luz da obra de Amartya Sen |
title |
Desigualdade sócioeconômica brasileira à luz da obra de Amartya Sen |
spellingShingle |
Desigualdade sócioeconômica brasileira à luz da obra de Amartya Sen Nathália Lipovetsky e Silva Desigualdades Economia Jusitça Ética |
title_short |
Desigualdade sócioeconômica brasileira à luz da obra de Amartya Sen |
title_full |
Desigualdade sócioeconômica brasileira à luz da obra de Amartya Sen |
title_fullStr |
Desigualdade sócioeconômica brasileira à luz da obra de Amartya Sen |
title_full_unstemmed |
Desigualdade sócioeconômica brasileira à luz da obra de Amartya Sen |
title_sort |
Desigualdade sócioeconômica brasileira à luz da obra de Amartya Sen |
author |
Nathália Lipovetsky e Silva |
author_facet |
Nathália Lipovetsky e Silva |
author_role |
author |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Nathália Lipovetsky e Silva |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Desigualdades |
topic |
Desigualdades Economia Jusitça Ética |
dc.subject.other.pt_BR.fl_str_mv |
Economia Jusitça Ética |
description |
A presente pesquisa consiste em abordagem diagnóstica de dados da distribuição da riqueza na população brasileira, à luz da ideia de injustiça remediável e da necessidade de reconciliação entre ética e economia de Amartya Sen. Por ser parte inicial de uma pesquisa mais abrangente e propositiva, esse artigo aponta, ao final, para a implementação de políticas públicas como meio de correção das distorções e desigualdades encontradas. A partir da análise de relatórios divulgados pela Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda, IPEA e IBGE e da leitura das obras chave que sustentam a proposta, foram feitas abordagens diagnósticas, comparativas e compreensivas do objeto investigado. As desigualdades sociais são dimensões de um todo que compreende as perspectivas econômicas, jurídicas, políticas, históricas que influenciaram a posição em que uma pessoa se encontra na sociedade (RAWLS, 1970). A posição social geralmente se define pelo nascimento e tende a ser transmitida de geração em geração, a menos que o ciclo seja interrompido por meio de medidas públicas capazes de atingir um volume expressivo de pessoas na população. Uma política pública é uma medida conscientemente adotada por um governo, que o faz oficial e legitimamente em nome da população, para alcançar um determinado objetivo, conciliando os instrumentos políticos disponíveis com os interesses e aspirações de atores, instituições e ideias (HOWLETT, 2013). O caráter predominantemente econômico que assume a sociedade contemporânea faz com que essas desigualdades sejam percebidas como quase que exclusivamente afetadas por fatores econômicos. Isso se dá em razão de, frequentemente, as decisões jurídicas e políticas serem tomadas com base em critérios econômicos ou de eficiência, deixando de lado questões de ética e de justiça (LIPOVETSKY, 2016). Indicadores como o coeficiente Gini ou o IDH apontam para uma distribuição mundial da riqueza em que os 2% de adultos mais ricos possuem, juntos, mais da metade da riqueza global, enquanto a metade mais pobre da população mundial possui apenas cerca de 1% da riqueza total do mundo (UNU-WIDER, 2006). No Brasil, embora o coeficiente de Gini tenha sofrido redução no período 2004-2014 (de 0,545 em para 0,490), a concentração de renda permanece altíssima. O relatório de 2016 da SPE do Ministério da Fazenda, com base nos dados declarados à Receita Federal para o IRPF 2014 e 2015, indica que o 0,1% mais rico da população brasileira (27 mil pessoas) possui R$ 159,7 bilhões em rendimento total bruto. Essa parcela da população possui mais de 3000% de renda a mais que a média dos declarantes e bens e direitos em quantidade quase 6500% maior que a média nacional (BRASIL-SPE, 2016). Tais índices de concentração de renda refletem um quadro de desigualdades que se traduzem na não realização de direitos, e na impossibilidade de exercício da cidadania de forma plena, ou seja, em injustiça. Diante da existência de injustiças claramente remediáveis e que podem ser eliminadas, é preciso uma teoria da justiça econômica, reconciliada com a ética, com a tarefa de ser uma ética do capitalismo, para conciliá-lo com um paradigma político de democracia e realização de direitos humanos (SEN, 2009). |
publishDate |
2017 |
dc.date.issued.fl_str_mv |
2017-10 |
dc.date.accessioned.fl_str_mv |
2021-09-02T18:16:34Z |
dc.date.available.fl_str_mv |
2021-09-02T18:16:34Z |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/conferenceObject |
format |
conferenceObject |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
http://hdl.handle.net/1843/37891 |
dc.identifier.issn.pt_BR.fl_str_mv |
2176-1337 |
dc.identifier.orcid.pt_BR.fl_str_mv |
https://orcid.org/ 0000-0002-8304-2833 |
identifier_str_mv |
2176-1337 |
url |
http://hdl.handle.net/1843/37891 https://orcid.org/ 0000-0002-8304-2833 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.relation.ispartof.pt_BR.fl_str_mv |
Simpósio Internacional Filosófico e Teológico da FAJE |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
application/pdf |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Universidade Federal de Minas Gerais |
dc.publisher.initials.fl_str_mv |
UFMG |
dc.publisher.country.fl_str_mv |
Brasil |
dc.publisher.department.fl_str_mv |
DIR - DEPARTAMENTO DE DIREITO DO TRABALHO E INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO |
publisher.none.fl_str_mv |
Universidade Federal de Minas Gerais |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Repositório Institucional da UFMG instname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) instacron:UFMG |
instname_str |
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) |
instacron_str |
UFMG |
institution |
UFMG |
reponame_str |
Repositório Institucional da UFMG |
collection |
Repositório Institucional da UFMG |
bitstream.url.fl_str_mv |
https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/37891/1/License.txt https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/37891/2/Desigualdade%20s%c3%b3cioecon%c3%b4mica%20brasileira%20%c3%a0%20luz%20da%20obra%20de%20Amartya%20Sen.pdf |
bitstream.checksum.fl_str_mv |
fa505098d172de0bc8864fc1287ffe22 377a150ad7397bbe659248143e217074 |
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv |
MD5 MD5 |
repository.name.fl_str_mv |
Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) |
repository.mail.fl_str_mv |
|
_version_ |
1801676751837855744 |