Avaliação dos efeitos protetores de Lactobacillus delbrueckii UFV-H2b20 em modelo experimental de aspergilose pulmonar

• Autor(a) principal: Ana Clara Matoso Montuori de Andrade
• Data de Publicação: 2021
• Tipo de documento: Tese
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/52709
• topic: Lactobacillus delbrueckii UFV H2b20; probiótico; célula T reguladora; Aspergillus fumigatus; neutrófilo; ROS; Bioquímica e imunologia; Lactobacillus delbrueckii; Probióticos; Linfócitos T reguladores; Aspergillus fumigatus; Neutrófilos; Espécies Reativas de Oxigênio

O termo probiótico é definido como “microrganismos viáveis, que quando administrados em quantidades adequadas, conferem benefícios para a saúde do hospedeiro”. A utilização dos probióticos vem se tornando cada vez mais estudada e recentes evidências sugerem que os probióticos podem proporcionar benefícios terapêuticos não só diretamente no intestino, mas também, em doenças localizadas em outros órgãos, entre eles o pulmão. O microrganismo L. delbrueckii UFV-H2b20 pode ser considerado um probiótico, pois preenche os requisitos básicos que uma estirpe microbiana necessita para ser classificada como tal. L. delbrueckii UFV-H2b20 é capaz de estimular o sistema imunológico do hospedeiro, mas suas influências na resposta frente a doenças respiratórias ainda estão sendo estudadas. A. fumigatus é um fungo ubíquo e saprofítico, responsável por causar cerca de 90% das infecções causadas pelos fungos do gênero Aspergillus que vão desde infecções superficiais de pele até infecções invasivas a órgãos internos como o pulmão. A infecção ocorre após a inalação dos conídios dispersos pelo ar, que se depositam nos espaços alveolares, o que culmina na ativação dos macrófagos e iniciação de uma resposta inflamatória. Portanto, o objetivo deste trabalho foi avaliar os efeitos protetores da administração do probiótico L. delbrueckii UFV-H2b20 em um modelo de infecção pulmonar experimental causada por A. fumigatus em camundongos. Nossos resultados mostram uma modulação prévia do sistema imune causada por L. delbrueckii UFV H2b20, antes da infecção por A. fumigatus, indicada pelo aumento de macrófagos, células dendríticas com perfil regulador e células T reguladoras FoxP3+ nos linfonodos mesentéricos e aumento de IgA nas fezes dos animais tratados. Após a infecção, observamos uma diminuição na letalidade e diminuição da carga fúngica pulmonar nos animais tratados. Além disso, foi observada uma diminuição da permeabilidade vascular no sítio da infecção, assim como alterações no perfil de células recrutadas. Os resultados indicam também que esses animais apresentam melhora em funções neutrofílicas como killing e produção de ROS, além de um aumento na eferocitose dos macrófagos. Finalmente, os animais tratados também apresentaram maior quantidade de células Treg e maior concentração das citocinas TGF-β e IL-10, com consequente diminuição de IL1-β, IL-17 e CXCL-1, indicando maior regulação da inflamação. Observamos também indícios de proteção causada pelo metabólito lactato, principal metabólito produzido por L. delbrueckii UFV H2b20. Esta proteção está representada pela diminuição na letalidade dos camundongos infectados com A. fumigatus e tratados com lactato em comparação com os camundongos infectados não tratados, indicando, portanto, um possível mecanismo de ação do probiótico. Sendo assim, os resultados deste trabalho indicam uma otimização da resposta imune no controle do fungo A. fumigatus, promovida pela ingestão de L. delbrueckii UFV H2b20, e que envolve tanto a potencialização da resposta imune inata nas horas iniciais da infecção, quanto a regulação desta resposta, levando à menor susceptibilidade dos hospedeiros tratados frente à infecção.