Estado nutricional de cobre e zinco, razão cobre/zinco e relação com indicadores de qualidade muscular e composição corporal em idosos longevos saudáveis

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Karine Aglio Vasconcelos
Data de Publicação: 2023
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/69494
Resumo: Introdução: Em 30 anos, o percentual de idosos longevos irá triplicar, entretanto, os idosos têm vivências particulares em cada fase do envelhecimento. A nutrição adequada é um pilar fundamental no envelhecimento saudável. Cobre e zinco são associados à indicadores de qualidade muscular e composição corporal. Contudo, essas associações carecem de maior elucidação no contexto de pessoas idosas longevas saudáveis. Ademais, a razão Cobre/Zinco (RCZ) tem sido apontada como um preditor de declínio funcional e mortalidade. Objetivo: Estudar a relação de biomarcadores de zinco e cobre e a RCZ com indicadores de qualidade muscular e parâmetros de composição corporal em pessoas idosas longevas saudáveis. Métodos: Estudo transversal com idosos de 80 anos ou mais não frágeis. A composição corporal foi avaliada por antropometria e bioimpedância e o consumo alimentar por três registros alimentares de dias não consecutivos. Os indicadores de qualidade muscular foram os testes de força de preensão palmar e o Short Physical Performance Battery (SPPB). O ângulo de fase (AF) foi avaliado como marcador da integridade muscular. Os biomarcadores plasmáticos, eritrocitários e urinários foram avaliados a partir de amostras de sangue e de urina de 24 horas. A RCZ foi calculada e os participantes foram divididos em quartis de acordo com o valor desta relação e dicotomizados em dois grupos, sendo o primeiro composto pelos três quartis iniciais da distribuição e o segundo pelo quarto quartil. Análises multivariadas e de regressão de Poisson foram realizadas. Resultados: Foram incluídos 71 idosos saudáveis, com mediana de idade de 84 (82-87) anos, sendo 55% do sexo feminino. A inadequação para ingestão de Zn e Cu foi observada em 53,4% e 42,3% da amostra, respectivamente. Em relação ao Zn, 43,7%, 7% e 57,1%, dos idosos apresentaram adequação para os biomarcadores plasmáticos, eritrocitários e urinários, respectivamente. Quanto ao Cu, a adequação foi encontrada em 100%, 100% e 3,17% da amostra para os respectivos compartimentos. 76% dos idosos apresentaram bom desempenho no SPPB e 82,1% apresentaram força de preensão palmar adequada. Entretanto, nenhum destes indicadores de qualidade muscular e de consumo alimentar, bem como as variáveis antropométricas, esteve significativamente associado aos biomarcadores de Cu e de Zn. Encontramos uma RCZ média de 1,51 (± 0,16), sem diferença entre os sexos. Associação inversa significativa foi encontrada entre a RCZ e o AF (p = 0,026; razão de prevalência: 0,62 (IC 95% 0,47 - 0,81; p = 0,001) com ajuste para idade). Conclusão: Mesmo no contexto do envelhecimento saudável, observamos alta incidência de inadequação dos biomarcadores de Zn, o que não foi encontrado para o estado nutricional do Cu, com exceção apenas do biomarcador urinário. Em idosos longevos e saudáveis os biomarcadores estudados não foram associados com os indicadores de qualidade muscular e as variáveis antropométricas. A RCZ esteve inversamente associada ao AF, parâmetro que reflete a integridade celular e tem sido associado à sarcopenia, fragilidade e mortalidade em diferentes populações geriátricas.
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