Minérios fosfáticos ígneos com ganga carbonática : estudos fundamentais

• Autor(a) principal: Leandro Henrique Santos
• Data de Publicação: 2022
• Tipo de documento: Tese
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/50367
• topic: Apatita; Carbonatos; Óleos amazônicos; Novos coletores; Sinergia; Engenharia de minas; Tecnologia mineral; Apatita; Carbonatos

A indústria mineral se reinventa a cada dia, em consonância com as crescentes demandas ambientais para redução de resíduos e substituição de insumos por alternativas ambientalmente sustentáveis. O fósforo é um recurso estratégico na segurança alimentar global e produção de biodiesel, obtido a partir de minérios fosfáticos, não renováveis. A sua complexidade, como associação a gangas silicatadas e carbonatadas, exige etapas de beneficiamento sofisticadas para atender à indústria de fertilizantes. Os óleos vegetais se apresentam como fonte de ácidos graxos, em proporções variadas, para a produção de coletores para a flotação. A ação sinérgica desses compostos presentes no coletor apresenta vantagens como redução no consumo de reagentes, melhor recuperação e teor, além de maior cobertura da superfície mineral e estabilidade da espuma. As fontes graxas de origem amazônica apresentam características como alta diponibilidade, baixo custo de extração, seletividade para alguns sistemas de flotação, além de proporcionar desenvolvimento para as comunidades locais. O presente estudo avaliou o desempenho dos óleos de Andiroba (Carapas guianensi) e Patauá (Oenocarpus bataua), e da gordura de Bacuri (Platonia insiginis), na flotação de apatita e carbonatos, presentes no minério fosfático. Inicialmente, foi realizada a caracterização dos minerais, amostras graxas e coletores. A proporção de saturação nos coletores, obtidos a partir da saponificação alcóolica a quente das amostras graxas, afetou a CMC e a adsorção destes, em relação aos coletores de ácidos graxos puros majoritários em sua composição. A CMC apresentou relação direta com a saturação das cadeias carbônicas do coletor. Em relação à adsorção, coletores majoritariamente saturados apresentaram melhor desempenho na hidrofobização da dolomita, já coletores com alta insaturação se mostraram eficientes na hidrofobização de apatita e calcita, ainda que de maneira distinta. O impacto positivo do tempo de condicionamento sobre hidrofobização das partículas corrobora com a hipótese de que esse fenômeno se dá através de quimissorção. Máxima seletividade foi alcançada a partir do coletor de Andiroba (20mg.L-1) em pH 7,5 recuperando 90,2% de apatita, frente a 10,5% de calcita e 8,2% de dolomita. Por fim, os coletores a base de amostras graxas amazônicas se mostraram promissores na aplicação industrial para sistemas de flotação de fosfato.