Relação entre comunicação social, desempenho nas atividades de vida diária e processamento sensorial em pré-escolares com Transtorno do Espectro do Autismo (TEA)

• Autor(a) principal: Karina Ferreira de Oliveira
• Data de Publicação: 2021
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/46333
• topic: Transtorno do Espectro do Autismo (TEA); Processamento Sensorial; Atividades de Vida Diária; Comunicação Social; Terapia Ocupacional; Cuidadores. ; Autismo; Autismo em crianças; Transtorno do espectro autista; Interação social; Terapia Ocupacional

IIntrodução: O Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) se caracteriza por prejuízos na comunicação social recíproca, na interação social e/ou comportamentos repetitivos e interesses restritos, além de ser frequente a hipo-reatividade e/ou hiper-reatividade a estímulos sensoriais. A forma da criança comunicar socialmente e responder a estímulos sensoriais pode influenciar o desempenho nas atividades de vida diária (AVD). Objetivo: descrever aspectos do diagnóstico e percepção dos cuidadores acerca das características de pré-escolares com TEA e investigar a relação entre comunicação social, processamento sensorial e desempenho nas AVD em pré-escolares com TEA. Método: estudo descritivo transversal, baseado em entrevista clínica com os pais/cuidadores de 60 crianças, sendo 46 meninos e 14 meninas, distribuídos em grupos de 20 crianças (3, 4 e 5 anos e 11meses), todas com diagnóstico de TEA realizado por neuropediatra. O nível de comunicação social foi classificado pelo Sistema de Classificação de Funcionalidade do Autismo: Comunicação Social (ACSF:SC). O desempenho nas AVD e o processamento sensorial foram avaliados, respectivamente, pelo Inventário de Avaliação Pediátrica de Incapacidade - Teste Adaptativo de Computador (PEDI-CAT) e Perfil Sensorial (SP-2). Para caracterização dos participantes foi utilizado questionário demográfico. Os dados foram coletados por meio de entrevista presencial ou online com os pais. Resultados A maioria das crianças (45%) teve diagnóstico precoce de TEA, com idade média de 28,95 (±9,77) meses, sinalizado por alterações na comunicação, interação e comportamento. Comportamento carinhoso foi destacado como ponto forte (33,3% das crianças) pelos pais e as maiores dificuldades relatadas foram relacionadas ao comportamento (36,6%), comunicação (36,6%) e desempenho nas AVD (21,6%), que também foram as áreas nas quais os pais gostariam que houvessem mudanças. Houve correlações significativas (Spearman) (r = 0,37 a 0,65, p> 0,05) entre comunicação social (desempenho e capacidade) e os domínios do PEDI-CAT (Escore T), exceto Mobilidade. Não houve correlação entre a comunicação social e o SP-2. Na análise de regressão, a idade, ACSF:SC Desempenho e o sexo masculino influenciaram significativamente a pontuação no PEDI-CAT-AVD (p<0,001; R2= 0,31). Conclusão: Os pais observam sinais precoces do TEA que devem ser valorizados pelos profissionais de saúde. Manejo do comportamento, comunicação e independência nas AVD são questões relevantes para o cuidado de crianças com TEA. A comunicação social teve impacto nas AVD, mas o processamento sensorial não foi relevante. Estratégias para promover desempenho nas AVD devem abordar a comunicação social.