Ativação muscular e parâmetros espaço-temporais da iniciação de marcha em idosas com e sem história de quedas recorrentes

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Andrea de Jesus Lopes
Data de Publicação: 2009
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/BUOS-98YJT8
Resumo: A iniciação da marcha (IM), fase de transição entre o ortostatismo e aseqüência de passos, requer reação às forças desestabilizadoras e manutenção do equilíbrio dinâmico. Idosos caidores provavelmente não estão aptos a ativar estratégias musculares e posturais eficientes para controlar a estabilidade na IM e assim se protegerem contra as quedas. Portanto, o objetivo do presente estudo foi comparar os parâmetros espaço-temporais e o padrão de ativação dos músculos sóleo (SOL), gastrocnêmio (GAS) e tibial anterior (TA) durante a iniciação da marchaentre grupos de idosos com e sem história de quedas recorrentes. Foram avaliadas 85 idosas residentes na comunidade, com idade 60 anos. As voluntárias foram divididas em dois grupos, caidor recorrente e não caidor recorrente, considerando a história de duas ou mais quedas nos últimos 12 meses. No grupo caidor recorrente, cinco das 52 idosas relataram história de uma queda nos últimos 12 meses. Os parâmetros espaço-temporais da IM foram obtidos na velocidade auto-selecionada utilizando um tapete eletrônico com sensores embutidos, denominado sistema GAITRite®. Para análise da ativação temporal dos músculos SOL, GAS e TA foi utilizado eletromiógrafo BIOPAC®. O grupo caidor foicomposto por 33 idosas (73,8 ± 5,4 anos) e o grupo não caidor por 52 idosas (70,9 ± 5,6 anos). O grupo caidor era significativamente mais velho (p=0,008) e apresentou em média mais quedas (4,1 ± 8,3 x 0,2 ± 0,4) que o grupo não caidor. Foi realizada uma análise multivariada (MANOVA) com as variáveis dependentes base de suporte, tempo, velocidade (normalizada pelo comprimento dos membros inferiores) ecomprimento do 1° passo, levando em consideração a variável independente grupo (ser ou não caidor). O critério de Wilks lambda foi significativo = 0,88, c2 (1,N=82)=15,352, p< 0,00, indicando que as variáveis dependentes foram signficativamente afetadas pelo variável independente grupo. Uma análise discriminante foi conduzidasimultaneamente para determinar qual variável dependente poderia discriminar a condição grupo (ser ou não caidor recorrente). Os resultados mostraram que a velocidade normalizada e a base de suporte do 1º passo durante a IM poderiam discriminar a condição grupo com 60,7% dos casos classificados corretamente. Entre os preditores houve uma forte correlação da variável velocidade normalizada com a função discriminante quando comparada com a variável base de suporte do 1° passo (r= 0,88 e 0,62, respectivamente). Em relação os dados temporais de ativação, latência e tempo total de ativação dos músculos SOL, GAS e TA, os resultados não apresentaram diferença significativa entre grupos durante a IM. A conclusão do estudo foi que idosas caidoras iniciam a base de uma forma mais lenta e com uma base de suporte mais ampla, sendo esses achados observados em um nível de significância de 5%. As idosas com histórico de quedas recorrentesdiminuem a velocidade durante a IM provavelmente como tentativa para aumentar a estabilidade ao iniciar a marcha. Além disso, a menor base de suporte apresentada por elas pode ser interpretada como um controle deficitário da postura e do equilíbrio.
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spelling Renata Noce KirkwoodLeani Souza Maximo PereiraAdriana Neto ParentoniAndrea de Jesus Lopes2019-08-13T14:19:53Z2019-08-13T14:19:53Z2009-11-27http://hdl.handle.net/1843/BUOS-98YJT8A iniciação da marcha (IM), fase de transição entre o ortostatismo e aseqüência de passos, requer reação às forças desestabilizadoras e manutenção do equilíbrio dinâmico. Idosos caidores provavelmente não estão aptos a ativar estratégias musculares e posturais eficientes para controlar a estabilidade na IM e assim se protegerem contra as quedas. Portanto, o objetivo do presente estudo foi comparar os parâmetros espaço-temporais e o padrão de ativação dos músculos sóleo (SOL), gastrocnêmio (GAS) e tibial anterior (TA) durante a iniciação da marchaentre grupos de idosos com e sem história de quedas recorrentes. Foram avaliadas 85 idosas residentes na comunidade, com idade 60 anos. As voluntárias foram divididas em dois grupos, caidor recorrente e não caidor recorrente, considerando a história de duas ou mais quedas nos últimos 12 meses. No grupo caidor recorrente, cinco das 52 idosas relataram história de uma queda nos últimos 12 meses. Os parâmetros espaço-temporais da IM foram obtidos na velocidade auto-selecionada utilizando um tapete eletrônico com sensores embutidos, denominado sistema GAITRite®. Para análise da ativação temporal dos músculos SOL, GAS e TA foi utilizado eletromiógrafo BIOPAC®. O grupo caidor foicomposto por 33 idosas (73,8 ± 5,4 anos) e o grupo não caidor por 52 idosas (70,9 ± 5,6 anos). O grupo caidor era significativamente mais velho (p=0,008) e apresentou em média mais quedas (4,1 ± 8,3 x 0,2 ± 0,4) que o grupo não caidor. Foi realizada uma análise multivariada (MANOVA) com as variáveis dependentes base de suporte, tempo, velocidade (normalizada pelo comprimento dos membros inferiores) ecomprimento do 1° passo, levando em consideração a variável independente grupo (ser ou não caidor). O critério de Wilks lambda foi significativo = 0,88, c2 (1,N=82)=15,352, p< 0,00, indicando que as variáveis dependentes foram signficativamente afetadas pelo variável independente grupo. Uma análise discriminante foi conduzidasimultaneamente para determinar qual variável dependente poderia discriminar a condição grupo (ser ou não caidor recorrente). Os resultados mostraram que a velocidade normalizada e a base de suporte do 1º passo durante a IM poderiam discriminar a condição grupo com 60,7% dos casos classificados corretamente. Entre os preditores houve uma forte correlação da variável velocidade normalizada com a função discriminante quando comparada com a variável base de suporte do 1° passo (r= 0,88 e 0,62, respectivamente). Em relação os dados temporais de ativação, latência e tempo total de ativação dos músculos SOL, GAS e TA, os resultados não apresentaram diferença significativa entre grupos durante a IM. A conclusão do estudo foi que idosas caidoras iniciam a base de uma forma mais lenta e com uma base de suporte mais ampla, sendo esses achados observados em um nível de significância de 5%. As idosas com histórico de quedas recorrentesdiminuem a velocidade durante a IM provavelmente como tentativa para aumentar a estabilidade ao iniciar a marcha. Além disso, a menor base de suporte apresentada por elas pode ser interpretada como um controle deficitário da postura e do equilíbrio.Gait initiation (GI), a transition phase between standing and walking, requires effective force reaction to the maintenance of the dynamic equilibrium. Elderly fallers may not be able to develop muscular and effective postural strategies to enhance stability during GI and therefore protect them against recurrent falls. Therefore, the objective of this study was to compare the spatial and temporal parameters and the muscular pattern of soleus (SOL), gastrocnemius (GAS) and tibialis anterior (TA)muscles during GI in two groups of elderly individuals with and without history of recurrent falls. Eighty-five community-dwelling elderly females, 60 years older or more, participated in the study. The volunteers were divided in two groups, with and without history of falls, according to the occurrence of 2 or more falls in the previous year. Spatial and temporal parameters during GI were recorded during self selected walking velocity using an electronic carpet with internal sensors, the GAITRite® system. For temporal activation of the SOL, GAS and TA muscles the EMG BIOPAC® system was used. The recurrent faller group comprised 33 elderly females (73.8 ± 5.4 years) and the non-faller group 52 elderly females (70.9 ± 5.6 years). The faller group was statistically older (p=0,008) and had an average more falls (4.1±8.3 x 0,2±0,4) in the last year when compared to the non-faller group. A Multivariate Analyses of Variance (MANOVA) was conducted with the dependent variables base of support, time, normalized velocity (normalized by the length of the legs) and step length of the first step during GI, considering as independent variable group (fallers and non-fallers). The Wilkss lambda criterion was significant = 0.88, c2 (1,N=82)= 15.352, p< .00, indicating that the dependent variables were significantly affected by the main effect group. A simultaneous discriminant analysis was conducted to determine which dependent variable could predict the condition group (recurrent faller and non-faller). The results showed that normalized velocity and base of support of the first step during GI could discriminate the condition groupwith 60.7% of the cases classified correctly. The correlation between the predictors demonstrated the strongest correlation of the normalized velocity variable with the discriminant function when compared to base of support of the first step (r=0.88 and 0.62, respectively). Regarding the temporal activation data, latency and total time activation of the SOL GAS and TA muscles, the results showed no significant difference between groups during GI. In conclusion, female elderly with recurrent falls decrease their velocity as an attempt to enhance stability during GI. Thedecrease in the base of support could be a result of deficit in the postural control present in the elderly fallers group.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGIdososAcidentes por quedasIdosos Saúde e higieneCapacidade motoraMarchaIdososespaço-temporaisIniciação da marchaParâmetrosAtivação muscularQuedas recorrentesAtivação muscular e parâmetros espaço-temporais da iniciação de marcha em idosas com e sem história de quedas recorrentesinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALdisserta__o_andr_a_de_jesus_lopes_2009.pdfapplication/pdf639796https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-98YJT8/1/disserta__o_andr_a_de_jesus_lopes_2009.pdfde8dcc291234a11de912274b68285d5cMD51TEXTdisserta__o_andr_a_de_jesus_lopes_2009.pdf.txtdisserta__o_andr_a_de_jesus_lopes_2009.pdf.txtExtracted texttext/plain153451https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-98YJT8/2/disserta__o_andr_a_de_jesus_lopes_2009.pdf.txtf79013cff954da58bbac11ba540e9b51MD521843/BUOS-98YJT82019-11-14 04:45:53.89oai:repositorio.ufmg.br:1843/BUOS-98YJT8Repositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T07:45:53Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
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