Fatores associados ao óbito por causas relacionadas à hepatite C em Belo Horizonte, entre os casos notificados no Sistema Nacional de Agravos de Notificação (SINAN) no período de 2007 a 2013

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Isabel Triani Gomes Brugger
Data de Publicação: 2017
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/BUOS-ARVHFF
Resumo: A hepatite pelo vírus C é um grave problema de saúde pública e estima-se que 160 milhões de pessoas estejam infectadas em todo o mundo. Constitui importante causa de morbidade e mortalidade, sendo, porém, passível de prevenção e tratamento. No Brasil, o Sistema Único de Saúde (SUS) tem adotado medidas de controle desta epidemia com disponibilização de exames e medicamentos de alto custo, além de medidas de controle em bancos de sangue, procedimentos médicos, cirúrgicos e odontológicos, reduzindo significativamente a transmissão por estes mecanismos. Porém, há grande contingente de pessoas que se infectaram no passado e o Sistema Nacional de Agravos de Notificação (SINAN) registrou taxa de detecção crescente em todas as regiões do país, até 2015. Outras formas de exposições também são importantes na transmissão do vírus, como o uso de drogas injetáveis e inaláveis e as exposições sexual e vertical. O objetivo deste estudo foi conhecer o perfil epidemiológico desta infecção entre os casos notificados em Belo Horizonte e os fatores associados ao óbito. Trata-se de estudo de coorte não concorrente com 1.203 casos selecionados no SINAN, no período de 2007 a 2013, de pessoas residentes em Belo Horizonte. Variáveis sociodemográficas, relacionadas à assistência, coinfecções e exposições foram analisadas por regressão logística multivariada ajustada pelo tempo entre a notificação e o desfecho ou término do período de observação, para estimar os fatores associados ao óbito. Foi observada maior proporção de homens entre os casos notificados (57,2%) e a idade média à notificação foi de 52,3 anos com percentil 25 (Q1) de 44 anos e percentil 75 (Q3) de 61 anos. O exame para a detecção de carga viral não foi realizado em 18,5% dos casos e foi detectável em 93,1% das pessoas que realizaram o exame. O genótipo 1 foi o mais prevalente, com 78% dos casos, seguido pelo genótipo 3, com 15,1%. Duzentas e sessenta e nove pessoas (22,4%) receberam medicamentos antivirais. Constatou-se como desfecho 139 óbitos (11,6%). A análise multivariada evidenciou que a falta de acesso ao tratamento em pessoas que permaneceram até 1.038 dias em observação (OR=4,8; IC 95% 1,7-12,5), ter recebido transfusão de sangue (OR=2,6; IC 95% 1,5-4,4), ser do sexo masculino (OR=2,0; IC 95% 1,3-6,1) e com idade entre 45 e 60 anos (OR=2,8; IC 95% 1,5-4,6) e acima de 60 anos (OR=4,7; IC 95% 2,0-10,7) foram associados ao óbito (p<0.05). Este estudo aponta para a necessidade de adequação na estratégia de controle deste agravo no município, com priorização de triagem sorológica em populações de maior risco incluindo pessoas nascidas até 1970, intensificação da vigilância epidemiológica, agilização no diagnóstico e ampliação do acesso ao tratamento. Políticas públicas visando mudanças de padrões comportamentais de risco, propiciando redução de exposição e danos são necessárias.
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Outras formas de exposições também são importantes na transmissão do vírus, como o uso de drogas injetáveis e inaláveis e as exposições sexual e vertical. O objetivo deste estudo foi conhecer o perfil epidemiológico desta infecção entre os casos notificados em Belo Horizonte e os fatores associados ao óbito. Trata-se de estudo de coorte não concorrente com 1.203 casos selecionados no SINAN, no período de 2007 a 2013, de pessoas residentes em Belo Horizonte. Variáveis sociodemográficas, relacionadas à assistência, coinfecções e exposições foram analisadas por regressão logística multivariada ajustada pelo tempo entre a notificação e o desfecho ou término do período de observação, para estimar os fatores associados ao óbito. Foi observada maior proporção de homens entre os casos notificados (57,2%) e a idade média à notificação foi de 52,3 anos com percentil 25 (Q1) de 44 anos e percentil 75 (Q3) de 61 anos. O exame para a detecção de carga viral não foi realizado em 18,5% dos casos e foi detectável em 93,1% das pessoas que realizaram o exame. O genótipo 1 foi o mais prevalente, com 78% dos casos, seguido pelo genótipo 3, com 15,1%. Duzentas e sessenta e nove pessoas (22,4%) receberam medicamentos antivirais. Constatou-se como desfecho 139 óbitos (11,6%). A análise multivariada evidenciou que a falta de acesso ao tratamento em pessoas que permaneceram até 1.038 dias em observação (OR=4,8; IC 95% 1,7-12,5), ter recebido transfusão de sangue (OR=2,6; IC 95% 1,5-4,4), ser do sexo masculino (OR=2,0; IC 95% 1,3-6,1) e com idade entre 45 e 60 anos (OR=2,8; IC 95% 1,5-4,6) e acima de 60 anos (OR=4,7; IC 95% 2,0-10,7) foram associados ao óbito (p<0.05). Este estudo aponta para a necessidade de adequação na estratégia de controle deste agravo no município, com priorização de triagem sorológica em populações de maior risco incluindo pessoas nascidas até 1970, intensificação da vigilância epidemiológica, agilização no diagnóstico e ampliação do acesso ao tratamento. Políticas públicas visando mudanças de padrões comportamentais de risco, propiciando redução de exposição e danos são necessárias.Hepatitis C is a relevant public health problem and it is estimated that 160 million people are infected worldwide. It is an important morbidity and mortality cause, but can be prevented and treated. In Brazil, the Sistema Único de Saúde (SUS) has adopted measures to control this epidemic with the availability of expensive exams and drugs for the population, rigorous blood bank control and health surveillance in medical and surgical procedures, reducing significantly the transmission by these mechanisms. However, there is a large contingent of people who have become infected in the past and the National System of Notifiable Diseases (Sinan) recorded an increasing rate of detection in all regions of the country by 2015. Other forms of exposure are also important in virus transmission, such as injecting and inhalable drugs, sexual and vertical exposure. The objective of this study was to know the epidemiological profile of this infection among the cases reported in Belo Horizonte and the factors associated with death. It is a non-concurrent cohort study with 1,203 cases selected in Sinan, from 2007 to 2013, of people living in Belo Horizonte. Sociodemographic, care-related variables, coinfections and exposures were analyzed by multivariate logistic regression adjusted for time between reporting and outcome or completion of the observation period to estimate factors associated with death. A higher proportion of men was reported (57.2%), the mean age at notification was 52.3 years with a 25th percentile (Q1) 44 years and a 75th percentile (Q3) 61 years. The viral load test was not performed in 18.5% of the cases and was detectable in 93.1% among people who took the test. Genotype 1 was the most prevalent with 78% of cases, and genotype 3, with 15.1%. Two hundred and sixty-nine people (22.4%) received antiviral treatment. It was find 139 deaths (11.6%). The multivariate analysis showed that the no treatment in people who remained until 1038 days of observation (OR = 4,8; 95% CI 1.7-12.5), received blood transfusion (OR= 2,6; 95% CI 1.5-4.6), male (OR = 2.0, 95% CI 1.3-6.1) and aged 45-60 years (OR = 2.8; 95% CI 1.5-4.6) and over 60 years (OR= 4.7, 95% CI 2.0-10.7) were associated with death (p <0.05). This study points to the need for adequacy in the strategy control of this aggravation in the city with prioritization serological screening in populations at greater risk including people born until 1970, intensification epidemiological surveillance, faster diagnosis and increasing access to treatment. Public policies aimed at changing behavioral risk patterns, providing reduction of exposure and damages are necessary.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGHepatite CHepatite C/mortalidadeMedicinaEpidemiologiaHepatite CMortalidadeEpidemiologiaFatores associados ao óbito por causas relacionadas à hepatite C em Belo Horizonte, entre os casos notificados no Sistema Nacional de Agravos de Notificação (SINAN) no período de 2007 a 2013info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALdisserta__o.pdfapplication/pdf1851296https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-ARVHFF/1/disserta__o.pdfe18a96376a25fa1059dcc2f07580c3ddMD51TEXTdisserta__o.pdf.txtdisserta__o.pdf.txtExtracted texttext/plain149506https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-ARVHFF/2/disserta__o.pdf.txte7c27c361e9e9e6620af8a2286463b5bMD521843/BUOS-ARVHFF2019-11-14 05:48:12.426oai:repositorio.ufmg.br:1843/BUOS-ARVHFFRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T08:48:12Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
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