Funcionalidade em adultos com transtorno do espectro autista: relações entre traços autísticos, variáveis psicossociais e funcionamento cognitivo

• Autor(a) principal: Ana Luíza Costa Alves
• Data de Publicação: 2019
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/31061
• topic: Autismo; Funcionalidade; Cognição; variáveis psicológicas; Transtorno Autístico; Cognição; Psicologia; Impacto Psicossocial

Pessoas com o diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista (TEA) apresentam dificuldades em relação a interação social e inflexibilidade comportamental, manifestos por prejuízos na compreensão social, comunicação e presença de comportamentos que podem ser restritos, repetitivos e/ou estereotipados. A presença desses traços varia em quantidade e intensidade, sendo assim, atualmente entende-se o transtorno dentro de uma visão dimensional. Portanto, é possível encontrar pessoas com autismo que apresentem sintomas severos e por isso necessitam de muito suporte, bem como pessoas que manifestam traços mais leves e consequentemente, menos prejuízos. Estas pessoas, consideradas pelo DSM-5 como autistas “nível 1”, foram o foco do presente estudo. Tivemos como objetivos: 1) realizar análise descritiva da Escala Quociente do Espectro do Autismo em uma amostra heterogênea brasileira, trata-se de uma escala que visa auxiliar o diagnóstico de casos com sintomatologia branda e 2) verificar sua precisão no diagnóstico de adultos; 3) caracterizar o perfil neurocognitivo de adultos com diagnóstico de TEA e com alto funcionamento; 4) além do perfil psicossocial; 5) e funcional desses indivíduos; 6) compreender as relações existentes entre sintomas de autismo, funcionamento psicossocial, cognitivo e adaptativo. Para isso, dividimos o estudo em três fases. Nas primeiras duas fases, utilizamos uma plataforma online para coleta de dados e obtivemos 1.024 voluntários. Em seguida, avaliamos via internet 157 adultos com TEA e 119 adultos com desenvolvimento neurotípico, e posteriormente 29 adultos com TEA e 19 controles presencialmente. Nossos resultados sugerem que traços de autismo e funcionalidade se correlacionam com todas as variáveis psicológicas investigadas: sintomas de depressão, ansiedade e TDAH, satisfação com a vida, falhas cognitivas, amor romântico e percepção facial/emocional. Além disso, também se correlacionam com memória operacional verbal e visuoespacial, e memória de longo prazo. Houve diferenças entre os grupos em todas as variáveis psicológicas, mas não houve em relação ao desempenho cognitivo. O estudo de autismo em adultos vem crescendo nos últimos anos e isso se faz necessário, visto que compreender as principais dificuldades e possíveis potencialidades dessa população promove melhor qualidade de vida, satisfação e quando necessário, possibilita a escolha de intervenções que sejam mais adequadas.