A mulher e um teto para chamar de seu: dimensões materiais e sociais na profissão de escritoras brasileiras contemporâneas

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Nádia Aparecida Magalhães Duarte
Data de Publicação: 2023
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/60558
Resumo: A literatura guarda vínculo estreito com as relações sociais que produzem a vida material. Logo, não é passível de ser restringida à conceitualização estrita, assim a literatura deve ser apreendida em conformidade com sua natureza e com sua função, tidas em conformidade com o tempo histórico. A situação da mulher escritora na produção literária é atravessada por marcadores de gênero, sofrendo, dessa forma, determinações que extrapolam as contingências da profissão de escrita. Em “Um teto todo seu'', livro de 1929, Virginia Woolf tematiza e problematiza a situação da mulher na ficção, na escrita profissional e na sociedade. O empreendimento teórico realizado por Woolf pode ser sumarizado em duas grandes dimensões: materiais e sociais. Nesta pesquisa, utilizamos de diferente forma e abordagem, mas tratamos de continuar a problematizar os processos de trabalho estabelecidos para a mulher no ofício da escrita literária. Compreendemos escritora como uma produtora de textos literários com regularidade, sua produção literária deve ser apreciada por outrem. Portanto, assim o produto literário deve, para a escritora, ser feito com vistas a configurar uma mercadoria a ser disposta no movimento de valorização do valor. Sobre o processo de trabalho de escritoras contemporâneas brasileiras é questionado: quais são os condicionantes sociais e materiais que engendram a profissão de escritora literária contemporânea, no Brasil? Isso posto, o objetivo desta pesquisa reside em compreender as dimensões materiais e sociais que engendram a profissão de escritoras brasileiras contemporâneas. Para tanto, o objetivo geral foi aparado por três objetivos específicos: (1º) identificar como se dá o trabalho artístico e a prática criativa de escritoras contemporâneas brasileiras; (2º) identificar particularidades em torno de ser mulher e estar profissionalmente dedicada à escrita, no Brasil contemporâneo; e (3º) analisar quais os processos de trabalho que profissionalizam a escritora contemporânea de literatura, no Brasil. O materialismo histórico dialético é a base de apoio para a construção de toda a argumentação, bem como para o processo de pesquisa que resultou nesta dissertação. Realizamos um estudo de ordenamento qualitativo valendo-nos da análise imanente, enquanto instrumento. No que concerne ao corpus de pesquisa dispomos das entrevistas estruturadas extraídas de um blog de forma gratuita, online e integral. Foram selecionadas cento e vinte entrevistas, o critério para definição da quantidade foi saturação das respostas. Defende-se, neste estudo, que a literatura pode servir de substrato para a linha Estudos Organizacionais à medida em que nela são identificadas chaves que permitam avançar na compreensão das relações de trabalho e de (re)produção da vida humana, isso, em atenção às marcas de sociabilidade presentes em cada tempo histórico. Encontramos maior evidência das dimensões materiais pelas mulheres que se dedicam de modo profissional a escrever literatura no Brasil contemporâneo. Questões materiais são mais imediatas, a saber que as mulheres dedicadas à escrita literária procuram fonte de renda em outros trabalhos para obter remuneração, desse modo sustentam o trabalho de escrever literatura. A profissionalização apresentou-se como imbróglio, sendo identificadas como marcas profissionais: qualificação da força de trabalho; tempo dedicado à escrita; dispor de leitoras na qualidade de interlocutoras e remuneração. Constatamos que a escritora de literatura se coloca enquanto sujeita de maior atenção às manifestações sociais, que podem ser apreendidas pelo crivo do sensível.
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Para tanto, o objetivo geral foi aparado por três objetivos específicos: (1º) identificar como se dá o trabalho artístico e a prática criativa de escritoras contemporâneas brasileiras; (2º) identificar particularidades em torno de ser mulher e estar profissionalmente dedicada à escrita, no Brasil contemporâneo; e (3º) analisar quais os processos de trabalho que profissionalizam a escritora contemporânea de literatura, no Brasil. O materialismo histórico dialético é a base de apoio para a construção de toda a argumentação, bem como para o processo de pesquisa que resultou nesta dissertação. Realizamos um estudo de ordenamento qualitativo valendo-nos da análise imanente, enquanto instrumento. No que concerne ao corpus de pesquisa dispomos das entrevistas estruturadas extraídas de um blog de forma gratuita, online e integral. Foram selecionadas cento e vinte entrevistas, o critério para definição da quantidade foi saturação das respostas. Defende-se, neste estudo, que a literatura pode servir de substrato para a linha Estudos Organizacionais à medida em que nela são identificadas chaves que permitam avançar na compreensão das relações de trabalho e de (re)produção da vida humana, isso, em atenção às marcas de sociabilidade presentes em cada tempo histórico. Encontramos maior evidência das dimensões materiais pelas mulheres que se dedicam de modo profissional a escrever literatura no Brasil contemporâneo. Questões materiais são mais imediatas, a saber que as mulheres dedicadas à escrita literária procuram fonte de renda em outros trabalhos para obter remuneração, desse modo sustentam o trabalho de escrever literatura. A profissionalização apresentou-se como imbróglio, sendo identificadas como marcas profissionais: qualificação da força de trabalho; tempo dedicado à escrita; dispor de leitoras na qualidade de interlocutoras e remuneração. Constatamos que a escritora de literatura se coloca enquanto sujeita de maior atenção às manifestações sociais, que podem ser apreendidas pelo crivo do sensível.porUniversidade Federal de Minas GeraisPrograma de Pós-Graduação em AdministraçãoUFMGBrasilFACE - FACULDADE DE CIENCIAS ECONOMICASLiteratura.MarxismoVirginia WoolfProfissão de escritoraMulherA mulher e um teto para chamar de seu: dimensões materiais e sociais na profissão de escritoras brasileiras contemporâneasinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALdissertacao_NadiaDuarte_versao_final.pdfdissertacao_NadiaDuarte_versao_final.pdfapplication/pdf1309075https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/60558/1/dissertacao_NadiaDuarte_versao_final.pdf314d2e383bf8ea96b10e5a84014d29f6MD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-82118https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/60558/2/license.txtcda590c95a0b51b4d15f60c9642ca272MD521843/605582023-12-26 17:45:35.52oai:repositorio.ufmg.br:1843/60558TElDRU7Dh0EgREUgRElTVFJJQlVJw4fDg08gTsODTy1FWENMVVNJVkEgRE8gUkVQT1NJVMOTUklPIElOU1RJVFVDSU9OQUwgREEgVUZNRwoKQ29tIGEgYXByZXNlbnRhw6fDo28gZGVzdGEgbGljZW7Dp2EsIHZvY8OqIChvIGF1dG9yIChlcykgb3UgbyB0aXR1bGFyIGRvcyBkaXJlaXRvcyBkZSBhdXRvcikgY29uY2VkZSBhbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIChSSS1VRk1HKSBvIGRpcmVpdG8gbsOjbyBleGNsdXNpdm8gZSBpcnJldm9nw6F2ZWwgZGUgcmVwcm9kdXppciBlL291IGRpc3RyaWJ1aXIgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIChpbmNsdWluZG8gbyByZXN1bW8pIHBvciB0b2RvIG8gbXVuZG8gbm8gZm9ybWF0byBpbXByZXNzbyBlIGVsZXRyw7RuaWNvIGUgZW0gcXVhbHF1ZXIgbWVpbywgaW5jbHVpbmRvIG9zIGZvcm1hdG9zIMOhdWRpbyBvdSB2w61kZW8uCgpWb2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBjb25oZWNlIGEgcG9sw610aWNhIGRlIGNvcHlyaWdodCBkYSBlZGl0b3JhIGRvIHNldSBkb2N1bWVudG8gZSBxdWUgY29uaGVjZSBlIGFjZWl0YSBhcyBEaXJldHJpemVzIGRvIFJJLVVGTUcuCgpWb2PDqiBjb25jb3JkYSBxdWUgbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIHBvZGUsIHNlbSBhbHRlcmFyIG8gY29udGXDumRvLCB0cmFuc3BvciBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBxdWFscXVlciBtZWlvIG91IGZvcm1hdG8gcGFyYSBmaW5zIGRlIHByZXNlcnZhw6fDo28uCgpWb2PDqiB0YW1iw6ltIGNvbmNvcmRhIHF1ZSBvIFJlcG9zaXTDs3JpbyBJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVGTUcgcG9kZSBtYW50ZXIgbWFpcyBkZSB1bWEgY8OzcGlhIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBmaW5zIGRlIHNlZ3VyYW7Dp2EsIGJhY2stdXAgZSBwcmVzZXJ2YcOnw6NvLgoKVm9jw6ogZGVjbGFyYSBxdWUgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIMOpIG9yaWdpbmFsIGUgcXVlIHZvY8OqIHRlbSBvIHBvZGVyIGRlIGNvbmNlZGVyIG9zIGRpcmVpdG9zIGNvbnRpZG9zIG5lc3RhIGxpY2Vuw6dhLiBWb2PDqiB0YW1iw6ltIGRlY2xhcmEgcXVlIG8gZGVww7NzaXRvIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gbsOjbywgcXVlIHNlamEgZGUgc2V1IGNvbmhlY2ltZW50bywgaW5mcmluZ2UgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgZGUgbmluZ3XDqW0uCgpDYXNvIGEgc3VhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBjb250ZW5oYSBtYXRlcmlhbCBxdWUgdm9jw6ogbsOjbyBwb3NzdWkgYSB0aXR1bGFyaWRhZGUgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzLCB2b2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBvYnRldmUgYSBwZXJtaXNzw6NvIGlycmVzdHJpdGEgZG8gZGV0ZW50b3IgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIHBhcmEgY29uY2VkZXIgYW8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBvcyBkaXJlaXRvcyBhcHJlc2VudGFkb3MgbmVzdGEgbGljZW7Dp2EsIGUgcXVlIGVzc2UgbWF0ZXJpYWwgZGUgcHJvcHJpZWRhZGUgZGUgdGVyY2Vpcm9zIGVzdMOhIGNsYXJhbWVudGUgaWRlbnRpZmljYWRvIGUgcmVjb25oZWNpZG8gbm8gdGV4dG8gb3Ugbm8gY29udGXDumRvIGRhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBvcmEgZGVwb3NpdGFkYS4KCkNBU08gQSBQVUJMSUNBw4fDg08gT1JBIERFUE9TSVRBREEgVEVOSEEgU0lETyBSRVNVTFRBRE8gREUgVU0gUEFUUk9Dw41OSU8gT1UgQVBPSU8gREUgVU1BIEFHw4pOQ0lBIERFIEZPTUVOVE8gT1UgT1VUUk8gT1JHQU5JU01PLCBWT0PDiiBERUNMQVJBIFFVRSBSRVNQRUlUT1UgVE9ET1MgRSBRVUFJU1FVRVIgRElSRUlUT1MgREUgUkVWSVPDg08gQ09NTyBUQU1Cw4lNIEFTIERFTUFJUyBPQlJJR0HDh8OVRVMgRVhJR0lEQVMgUE9SIENPTlRSQVRPIE9VIEFDT1JETy4KCk8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBzZSBjb21wcm9tZXRlIGEgaWRlbnRpZmljYXIgY2xhcmFtZW50ZSBvIHNldSBub21lKHMpIG91IG8ocykgbm9tZXMocykgZG8ocykgZGV0ZW50b3IoZXMpIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcyBkYSBwdWJsaWNhw6fDo28sIGUgbsOjbyBmYXLDoSBxdWFscXVlciBhbHRlcmHDp8OjbywgYWzDqW0gZGFxdWVsYXMgY29uY2VkaWRhcyBwb3IgZXN0YSBsaWNlbsOnYS4KRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2023-12-26T20:45:35Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
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