Rendas, redes e lendas: O vocabulário das rendeiras do município de Raposa, Maranhão

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Raquel Pires Costa
Data de Publicação: 2016
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/MGSS-ACWJA2
Resumo: Os estudos lexicais, ao congregarem o linguístico e o não linguístico, fornecem dados para a leitura da cultura de uma sociedade. No Brasil, ainda há muito a ser pesquisado nesse sentido, visto que há diversas localidades com características linguísticas peculiares, sobretudo no âmbito lexical: são inúmeras lexias e expressões que retratam o léxico de uma comunidade de fala. Uma delas é o município de Raposa, estado do Maranhão, localizado a aproximadamente 28 km da capital do Estado, São Luís. Sua formação deu-se pela migração de famílias de pescadores que deixaram sua terra natal, Acaraú, Ceará, na década de 50 devido a uma violenta seca. Nessa migração, as mulheres levaram consigo a bela tradição da renda de bilro, ofício que continua presente entre elas até os dias de hoje na comunidade de pescadores deste município maranhense. Fundamentando-nos nos pressupostos teórico-metodológicos da Sociolinguística (Labov e Milroy), Lexicologia (Biderman), Lexicografia (Barbosa, Esquivel e Haensch) e da Antropologia Linguística (Duranti, Hymes e Velarde), descrevemos e analisamos o vocabulário das rendeiras de Raposa. Seguindo as diretrizes da Antropologia Linguística e da Sociolinguística, coletamos e transcrevemos dados decorrentes das 15 entrevistas orais realizadas em Raposa. Retornamos ao passado, consultando as 207 lexias selecionadas em dicionários do século XVIII (Bluteau) e XIX (Morais), primeira metade do século XX (Laudelino Freire) e retornamos ao presente, consultando-as em dicionários contemporâneos, com o objetivo de estabelecer comparações entre esses períodos. A fim de consultar sua origem, consultamos dicionários etimológicos. Após as consultas a dicionários, fizemos análises qualitativa e quantitativa, que demonstraram a existência de um vocabulário peculiar, revelando a estreita relação entre língua e cultura, a intersecção entre o universo das rendeiras e dos pescadores e resgatando aspectos sociais e históricos da vida das rendeiras. No glossário resultante da pesquisa, destacam-se as lexias que designam os pontos, objetos e ações relacionados à cultura da renda e demonstram a sua riqueza, assim como a criatividade das rendeiras no ato de nomear.
id UFMG_e9e3a394264c366d5d7c2fba2c4f9e7a
oai_identifier_str oai:repositorio.ufmg.br:1843/MGSS-ACWJA2
network_acronym_str UFMG
network_name_str Repositório Institucional da UFMG
repository_id_str
spelling Maria Candida Trindade Costa de SeabraAderlande Pereira FerrazAna Paula Mendes Alves de CarvalhoJosé Dino Costa CavalcanteAna Paula Antunes RochaRaquel Pires Costa2019-08-11T06:55:26Z2019-08-11T06:55:26Z2016-07-05http://hdl.handle.net/1843/MGSS-ACWJA2Os estudos lexicais, ao congregarem o linguístico e o não linguístico, fornecem dados para a leitura da cultura de uma sociedade. No Brasil, ainda há muito a ser pesquisado nesse sentido, visto que há diversas localidades com características linguísticas peculiares, sobretudo no âmbito lexical: são inúmeras lexias e expressões que retratam o léxico de uma comunidade de fala. Uma delas é o município de Raposa, estado do Maranhão, localizado a aproximadamente 28 km da capital do Estado, São Luís. Sua formação deu-se pela migração de famílias de pescadores que deixaram sua terra natal, Acaraú, Ceará, na década de 50 devido a uma violenta seca. Nessa migração, as mulheres levaram consigo a bela tradição da renda de bilro, ofício que continua presente entre elas até os dias de hoje na comunidade de pescadores deste município maranhense. Fundamentando-nos nos pressupostos teórico-metodológicos da Sociolinguística (Labov e Milroy), Lexicologia (Biderman), Lexicografia (Barbosa, Esquivel e Haensch) e da Antropologia Linguística (Duranti, Hymes e Velarde), descrevemos e analisamos o vocabulário das rendeiras de Raposa. Seguindo as diretrizes da Antropologia Linguística e da Sociolinguística, coletamos e transcrevemos dados decorrentes das 15 entrevistas orais realizadas em Raposa. Retornamos ao passado, consultando as 207 lexias selecionadas em dicionários do século XVIII (Bluteau) e XIX (Morais), primeira metade do século XX (Laudelino Freire) e retornamos ao presente, consultando-as em dicionários contemporâneos, com o objetivo de estabelecer comparações entre esses períodos. A fim de consultar sua origem, consultamos dicionários etimológicos. Após as consultas a dicionários, fizemos análises qualitativa e quantitativa, que demonstraram a existência de um vocabulário peculiar, revelando a estreita relação entre língua e cultura, a intersecção entre o universo das rendeiras e dos pescadores e resgatando aspectos sociais e históricos da vida das rendeiras. No glossário resultante da pesquisa, destacam-se as lexias que designam os pontos, objetos e ações relacionados à cultura da renda e demonstram a sua riqueza, assim como a criatividade das rendeiras no ato de nomear.Lexical studies, to gather together the linguistic and non-linguistic, provide data for the reading of a societys culture. In Brazil, there is still much to be researched in this sense, because there are several locations with peculiar linguistic characteristics, especially in lexical scope: there are numerous words and expressions that portray the lexicon of a speech community. One of them is the city of Raposa, state of Maranhao, located approximately 28 km from the state capital, São Luís. Its formation was due to the migration of fishing families who have left their homeland, Acaraú, Ceará, in the 50s due to a extreme dry weather. In this migration, women took with them the beautiful tradition of bilro lace, craft still present among them until today in the fishing community of this Maranhãos city. Basing ourselves on the theoretical-methodological assumptions of Sociolinguistics (Labov and Milroy), Lexicology (Biderman), Lexicography (Barbosa, Esquivel and Haensch) and Linguistic Anthropology (Duranti, Hymes and Velarde), we described and analyzed the vocabulary of the Raposas craftswomen. Following the guidelines of Linguistic Anthropology and Sociolinguistics, we collected and transcribed data derived from the 15 oral interviews made on Raposa. We returned to the past, consulting the 207 words selected in the eighteenth (Bluteau) and nineteenth (Morais) century dictionaries, in one of the first half of the twentieth century (Laudelino Freire) and then we came back to present, consulting them in contemporary dictionaries, in order to make comparisons among these periods. In order to see its origin, we consulted etymological dictionaries. After the research to dictionaries, we did qualitative and quantitative analysis, which demonstrated the existence of a peculiar vocabulary, revealing the close relationship between language and culture, the intersection between the world of the craftwomen and the fishermen and rescuing social and historical aspects of the life of the craftwomen. In the glossary resulting of the research, the words used to designate points, objects and actions related to the culture of the handcraft have great spotlight and reveal its wealth as well as the creativity of the craftwomen in the act of nominate .Universidade Federal de Minas GeraisUFMGAntropolingüísticaLíngua portuguesa VariaçãoLíngua portuguesa LexicografiaSociolinguísticaLíngua portuguesa LexicologiaLíngua portuguesa Regionalismos Maranhão (MA)Lingua portuguesa Regionalismos Raposa (MA)Linguagem e culturaMaranhãoLéxicoRendeirasRaposaCulturaLinguísticaRendas, redes e lendas: O vocabulário das rendeiras do município de Raposa, Maranhãoinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALtese_definitiva_pdf.pdfapplication/pdf21068523https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/MGSS-ACWJA2/1/tese_definitiva_pdf.pdfbf2afa5d127eb1f6f837b09f6a0cf4b6MD51TEXTtese_definitiva_pdf.pdf.txttese_definitiva_pdf.pdf.txtExtracted texttext/plain887864https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/MGSS-ACWJA2/2/tese_definitiva_pdf.pdf.txt1964d4a75913db3255fcdec8f094f116MD521843/MGSS-ACWJA22019-11-14 03:24:54.269oai:repositorio.ufmg.br:1843/MGSS-ACWJA2Repositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T06:24:54Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv Rendas, redes e lendas: O vocabulário das rendeiras do município de Raposa, Maranhão
title Rendas, redes e lendas: O vocabulário das rendeiras do município de Raposa, Maranhão
spellingShingle Rendas, redes e lendas: O vocabulário das rendeiras do município de Raposa, Maranhão
Raquel Pires Costa
Maranhão
Léxico
Rendeiras
Raposa
Cultura
Linguística
Antropolingüística
Língua portuguesa Variação
Língua portuguesa Lexicografia
Sociolinguística
Língua portuguesa Lexicologia
Língua portuguesa Regionalismos Maranhão (MA)
Lingua portuguesa Regionalismos Raposa (MA)
Linguagem e cultura
title_short Rendas, redes e lendas: O vocabulário das rendeiras do município de Raposa, Maranhão
title_full Rendas, redes e lendas: O vocabulário das rendeiras do município de Raposa, Maranhão
title_fullStr Rendas, redes e lendas: O vocabulário das rendeiras do município de Raposa, Maranhão
title_full_unstemmed Rendas, redes e lendas: O vocabulário das rendeiras do município de Raposa, Maranhão
title_sort Rendas, redes e lendas: O vocabulário das rendeiras do município de Raposa, Maranhão
author Raquel Pires Costa
author_facet Raquel Pires Costa
author_role author
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Maria Candida Trindade Costa de Seabra
dc.contributor.referee1.fl_str_mv Aderlande Pereira Ferraz
dc.contributor.referee2.fl_str_mv Ana Paula Mendes Alves de Carvalho
dc.contributor.referee3.fl_str_mv José Dino Costa Cavalcante
dc.contributor.referee4.fl_str_mv Ana Paula Antunes Rocha
dc.contributor.author.fl_str_mv Raquel Pires Costa
contributor_str_mv Maria Candida Trindade Costa de Seabra
Aderlande Pereira Ferraz
Ana Paula Mendes Alves de Carvalho
José Dino Costa Cavalcante
Ana Paula Antunes Rocha
dc.subject.por.fl_str_mv Maranhão
Léxico
Rendeiras
Raposa
Cultura
Linguística
topic Maranhão
Léxico
Rendeiras
Raposa
Cultura
Linguística
Antropolingüística
Língua portuguesa Variação
Língua portuguesa Lexicografia
Sociolinguística
Língua portuguesa Lexicologia
Língua portuguesa Regionalismos Maranhão (MA)
Lingua portuguesa Regionalismos Raposa (MA)
Linguagem e cultura
dc.subject.other.pt_BR.fl_str_mv Antropolingüística
Língua portuguesa Variação
Língua portuguesa Lexicografia
Sociolinguística
Língua portuguesa Lexicologia
Língua portuguesa Regionalismos Maranhão (MA)
Lingua portuguesa Regionalismos Raposa (MA)
Linguagem e cultura
description Os estudos lexicais, ao congregarem o linguístico e o não linguístico, fornecem dados para a leitura da cultura de uma sociedade. No Brasil, ainda há muito a ser pesquisado nesse sentido, visto que há diversas localidades com características linguísticas peculiares, sobretudo no âmbito lexical: são inúmeras lexias e expressões que retratam o léxico de uma comunidade de fala. Uma delas é o município de Raposa, estado do Maranhão, localizado a aproximadamente 28 km da capital do Estado, São Luís. Sua formação deu-se pela migração de famílias de pescadores que deixaram sua terra natal, Acaraú, Ceará, na década de 50 devido a uma violenta seca. Nessa migração, as mulheres levaram consigo a bela tradição da renda de bilro, ofício que continua presente entre elas até os dias de hoje na comunidade de pescadores deste município maranhense. Fundamentando-nos nos pressupostos teórico-metodológicos da Sociolinguística (Labov e Milroy), Lexicologia (Biderman), Lexicografia (Barbosa, Esquivel e Haensch) e da Antropologia Linguística (Duranti, Hymes e Velarde), descrevemos e analisamos o vocabulário das rendeiras de Raposa. Seguindo as diretrizes da Antropologia Linguística e da Sociolinguística, coletamos e transcrevemos dados decorrentes das 15 entrevistas orais realizadas em Raposa. Retornamos ao passado, consultando as 207 lexias selecionadas em dicionários do século XVIII (Bluteau) e XIX (Morais), primeira metade do século XX (Laudelino Freire) e retornamos ao presente, consultando-as em dicionários contemporâneos, com o objetivo de estabelecer comparações entre esses períodos. A fim de consultar sua origem, consultamos dicionários etimológicos. Após as consultas a dicionários, fizemos análises qualitativa e quantitativa, que demonstraram a existência de um vocabulário peculiar, revelando a estreita relação entre língua e cultura, a intersecção entre o universo das rendeiras e dos pescadores e resgatando aspectos sociais e históricos da vida das rendeiras. No glossário resultante da pesquisa, destacam-se as lexias que designam os pontos, objetos e ações relacionados à cultura da renda e demonstram a sua riqueza, assim como a criatividade das rendeiras no ato de nomear.
publishDate 2016
dc.date.issued.fl_str_mv 2016-07-05
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2019-08-11T06:55:26Z
dc.date.available.fl_str_mv 2019-08-11T06:55:26Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
format doctoralThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/1843/MGSS-ACWJA2
url http://hdl.handle.net/1843/MGSS-ACWJA2
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Minas Gerais
dc.publisher.initials.fl_str_mv UFMG
publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Minas Gerais
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFMG
instname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
instacron:UFMG
instname_str Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
instacron_str UFMG
institution UFMG
reponame_str Repositório Institucional da UFMG
collection Repositório Institucional da UFMG
bitstream.url.fl_str_mv https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/MGSS-ACWJA2/1/tese_definitiva_pdf.pdf
https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/MGSS-ACWJA2/2/tese_definitiva_pdf.pdf.txt
bitstream.checksum.fl_str_mv bf2afa5d127eb1f6f837b09f6a0cf4b6
1964d4a75913db3255fcdec8f094f116
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1803589538456535040