Uso da ecocardiografia Doppler na análise evolutiva da cardiopatia reumática e no suporte à decisão de suspender a profilaxia secundária de pacientes com febre reumática

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Fatima Derlene da Rocha Araujo
Data de Publicação: 2012
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/BUOS-8TANF8
Resumo: A febre reumática aguda (FRA) e a cardiopatia reumática crônica (CRC) permanecem ainda como a principal causa de cardiopatia adquirida em jovens de países em desenvolvimento. O diagnóstico permanece baseado em critérios clínicos e as alterações dos exames complementares são apenas auxiliares. Porém, com o advento da ecocardiografia Doppler, este passou a ser utilizado de forma sistemática na avaliação das alterações valvares, auxiliando no diagnóstico e no acompanhamento. Objetivos: Caracterizar os perfis clínico e Doppler ecocardiográfico de indivíduos com febre reumática nas fases aguda e crônica e definir fatores prognósticos da valvopatia significativa. Avaliar os achados Doppler ecocardiográficos naqueles com exame clínico normal, após pelo menos cinco anos doprimeiro episódio, e discutir a contribuição da ecocardiografia Doppler no suporte à decisão de suspender a profilaxia secundária. Metodologia:Estudo longitudinal que incluiu 462 pacientes com diagnóstico de febrereumática de acordo com critérios de Jones acompanhados desde o surto inicial até 13,6 ± 4,6 anos. Todos foram submetidos à avaliação clínica e Doppler ecocardiográfica nas fases aguda e crônica. Em fase subseqüente do estudo, os 183 pacientes que apresentavam exame clínico normal, após cinco ou mais anos do surto inicial, foram submetidos à avaliação Doppler ecocardiográfica e classificados quanto ao grau de valvopatia mitral e/ou aórtica. De acordo com as recomendações vigentes, a suspensão da profilaxia secundária foi avaliada e incluídos critérios Doppler ecocardiográficos. As variáveis categóricas foram comparadas pelo quiquadrado (2) ou teste de Fisher, sendo adotado o nível de significância de p<0,05 e avaliadas em análise univariada e multivariada por regressão logística. O índice de Kappa foi usado para as análises de concordância. Resultados: A idade do surto inicial variou entre três e 17 anos (9,4 ± 2,4 anos), sendo 56,5% do gênero feminino. Cardite ocorreu em 55,8% e xxii valvite subclínica em 35,3% daqueles pacientes que não apresentavam sinais clínicos. Na fase crônica, 33% das lesões valvares eram de grau moderado ou grave. Nenhum caso de valvite grave apresentou resolução completa à avaliação Doppler ecocardiográfica, embora 13% dos pacientestenham evoluído com normalização da ausculta cardíaca. Na análisemultivariada, a magnitude da cardite e das valvites mitral e/ou aórticaapresentou associação com valvopatia significativa. A coréia ou a artriteforam fator de proteção para valvopatia significativa: odds ratio 0,41 (IC 95% 0,22 0,77) e 0,43 (IC95% 0,23 0,82), respectivamente. Na análise dos 183 pacientes que apresentavam ausculta cardíaca normal, após cinco ou mais anos do diagnóstico, a cardiopatia crônica subclínica ocorreu em 79% dos pacientes que tiveram cardite e em 25% daqueles sem cardite. Dos 35 (36%) pacientes que tiveram cardite e que estavam em fase da suspensão da profilaxia, em 13 (37%) havia sinais de valvopatia residual bem definida, sendo leve em 22 (63%), mas em nenhum paciente a análise Doppler ecocardiográfica foi normal. Já nos 62 (64%) pacientes que estavam em fase de suspensão da profilaxia e que não haviam apresentado cardite, apenas dois (3%) apresentavam valvopatia residual bem definida, sendo 15 (24%) leve e 45 (73%) apresentavam exame normal. Quando incluídos critérios Doppler associados aos morfológicos, a profilaxia seria mantidaem 13 (37%) dos pacientes que tiveram cardite e em apenas dois (3%) dos sem cardite. Conclusão: A avaliação do grau de envolvimento valvar ao exame clínico (cardite) e Doppler ecocardiografia (valvite) no surto inicial são importantes fatores de prognóstico e identifica os pacientes nos quais a profilaxia secundária deve ser mais rigorosa. Na fase crônica, a normalização da ausculta cardíaca nem sempre é acompanhada pela normalização dos achados Doppler ecocardiográficos. Na avaliação quanto à suspensão da profilaxia secundária, o uso isolado de critérios Doppler não são adequados para diagnóstico de valvopatia, devendo-se agregar critérios para avaliação da morfologia valvar mitral.
id UFMG_ec2ac5f2fcc8128bacfcee0e766f0e83
oai_identifier_str oai:repositorio.ufmg.br:1843/BUOS-8TANF8
network_acronym_str UFMG
network_name_str Repositório Institucional da UFMG
repository_id_str
spelling Zilda Maria Alves MeiraEugenio Marcos de Andrade GoulartCleonice de Carvalho Coelho MotaMaria da Gloria Cruvinel HortaFatima Derlene da Rocha Araujo2019-08-10T22:43:52Z2019-08-10T22:43:52Z2012-02-15http://hdl.handle.net/1843/BUOS-8TANF8A febre reumática aguda (FRA) e a cardiopatia reumática crônica (CRC) permanecem ainda como a principal causa de cardiopatia adquirida em jovens de países em desenvolvimento. O diagnóstico permanece baseado em critérios clínicos e as alterações dos exames complementares são apenas auxiliares. Porém, com o advento da ecocardiografia Doppler, este passou a ser utilizado de forma sistemática na avaliação das alterações valvares, auxiliando no diagnóstico e no acompanhamento. Objetivos: Caracterizar os perfis clínico e Doppler ecocardiográfico de indivíduos com febre reumática nas fases aguda e crônica e definir fatores prognósticos da valvopatia significativa. Avaliar os achados Doppler ecocardiográficos naqueles com exame clínico normal, após pelo menos cinco anos doprimeiro episódio, e discutir a contribuição da ecocardiografia Doppler no suporte à decisão de suspender a profilaxia secundária. Metodologia:Estudo longitudinal que incluiu 462 pacientes com diagnóstico de febrereumática de acordo com critérios de Jones acompanhados desde o surto inicial até 13,6 ± 4,6 anos. Todos foram submetidos à avaliação clínica e Doppler ecocardiográfica nas fases aguda e crônica. Em fase subseqüente do estudo, os 183 pacientes que apresentavam exame clínico normal, após cinco ou mais anos do surto inicial, foram submetidos à avaliação Doppler ecocardiográfica e classificados quanto ao grau de valvopatia mitral e/ou aórtica. De acordo com as recomendações vigentes, a suspensão da profilaxia secundária foi avaliada e incluídos critérios Doppler ecocardiográficos. As variáveis categóricas foram comparadas pelo quiquadrado (2) ou teste de Fisher, sendo adotado o nível de significância de p<0,05 e avaliadas em análise univariada e multivariada por regressão logística. O índice de Kappa foi usado para as análises de concordância. Resultados: A idade do surto inicial variou entre três e 17 anos (9,4 ± 2,4 anos), sendo 56,5% do gênero feminino. Cardite ocorreu em 55,8% e xxii valvite subclínica em 35,3% daqueles pacientes que não apresentavam sinais clínicos. Na fase crônica, 33% das lesões valvares eram de grau moderado ou grave. Nenhum caso de valvite grave apresentou resolução completa à avaliação Doppler ecocardiográfica, embora 13% dos pacientestenham evoluído com normalização da ausculta cardíaca. Na análisemultivariada, a magnitude da cardite e das valvites mitral e/ou aórticaapresentou associação com valvopatia significativa. A coréia ou a artriteforam fator de proteção para valvopatia significativa: odds ratio 0,41 (IC 95% 0,22 0,77) e 0,43 (IC95% 0,23 0,82), respectivamente. Na análise dos 183 pacientes que apresentavam ausculta cardíaca normal, após cinco ou mais anos do diagnóstico, a cardiopatia crônica subclínica ocorreu em 79% dos pacientes que tiveram cardite e em 25% daqueles sem cardite. Dos 35 (36%) pacientes que tiveram cardite e que estavam em fase da suspensão da profilaxia, em 13 (37%) havia sinais de valvopatia residual bem definida, sendo leve em 22 (63%), mas em nenhum paciente a análise Doppler ecocardiográfica foi normal. Já nos 62 (64%) pacientes que estavam em fase de suspensão da profilaxia e que não haviam apresentado cardite, apenas dois (3%) apresentavam valvopatia residual bem definida, sendo 15 (24%) leve e 45 (73%) apresentavam exame normal. Quando incluídos critérios Doppler associados aos morfológicos, a profilaxia seria mantidaem 13 (37%) dos pacientes que tiveram cardite e em apenas dois (3%) dos sem cardite. Conclusão: A avaliação do grau de envolvimento valvar ao exame clínico (cardite) e Doppler ecocardiografia (valvite) no surto inicial são importantes fatores de prognóstico e identifica os pacientes nos quais a profilaxia secundária deve ser mais rigorosa. Na fase crônica, a normalização da ausculta cardíaca nem sempre é acompanhada pela normalização dos achados Doppler ecocardiográficos. Na avaliação quanto à suspensão da profilaxia secundária, o uso isolado de critérios Doppler não são adequados para diagnóstico de valvopatia, devendo-se agregar critérios para avaliação da morfologia valvar mitral.Acute rheumatic fever (ARF) and rheumatic heart disease (CRC) are still the leading cause of acquired heart disease in young people in developing countries. The diagnosis remains based on clinical criteria and changes in laboratory tests are only auxiliary. But with the advent of Doppler echocardiography, it has been used systematically in the evaluation of valvular alterations, aiding in the diagnosis and monitoring. Objectives: To characterize the clinical and Doppler echocardiographic profiles of patients with rheumatic fever in acute and chronic phases and define prognostic factors of significant valvular heart disease. To evaluate the Doppler echocardiographic findings in those with normal clinicalexamination, at least five years after the first episode, and to discuss thecontribution of Doppler echocardiography in supporting the decision todiscontinues secondary prophylaxis. Methodology: Longitudinal studyincluding 462 patients diagnosed with rheumatic fever according to Jones criteria, and followed up from the initial attack to 13.6 ± 4.6 years. All patients underwent clinical evaluation and Doppler echocardiography in acute and chronic phases. In the subsequent phase of the study, 183 patients who had normal clinical examination, after five or more years of the initial outbreak, underwent Doppler echocardiographic assessment and classified the degree of mitral valve disease and aortic valves. According to current recommendations, the withdrawal of secondary prophylaxis was evaluated and included Doppler echocardiographic criteria. Categorical variables were compared using the chi square (2) test or Fisher test, with the significance level set at p£0.05, and analyzed using univariate and multivariate logistic regression analyses. The Kappa index was used for agreement analyses. Results: Their ages in the first attack ranged from three to 17 years (mean of 9.4 ± 2.4 years) with a median of 10 years, 56.5% were female. Carditis occurred in 55.8% and subclinical valvulitis in xxiv 35.3%. In the chronic phase, 33% of the heart valve lesions were moderate to severe. No improvement was observed on Doppler echocardiography as regards severe valvulitis, although heart auscultation had become normal in 13% of patients. In the multivariate analysis, only severity of carditis and mitral and/or aortic valvulitis were associated with significant valvular heart valve. Chorea or arthritis were protective factors for significant valvular heart disease: odds ratio 0,41 (95% C.I. 0,22 0,77) and 0,43 (95% C.I. 0,23 0,82), respectively. In the analysis of 183 patients with normal cardiac auscultation, after five or more years of diagnosis, subclinical chronic heart disease occurred in 79% of patients who had carditis and 25% of those without carditis. Of the 35 (36%) patients who had carditis had definite signs of residual valve disease in 13 (37%) and mild in 22 (63%), but in no patient Doppler echocardiographic examination was normal. Already in 62 (64%) patients who had not carditis, only two (3%) had a final residual valve disease, 15 (24%) mild and 45 (73%) had normal results. When added to the morphological criteria associated with Doppler, prophylaxis was maintained at 13 (37%) of patients who had carditis and in only two (3%) of those without carditis. Conclusion: The degree of heart valve involvement on clinical examination (carditis) and Doppler echocardiography (valvulitis) in the initial attack is an important prognostic factor and identifies patients to whom secondary prophylaxis should be stricter. In the chronic phase, the normalization of cardiac auscultation is not always accompanied by normalization of the Dopplerechocardiographic findings. In the assessment of the withdrawal ofsecondary prophylaxis, the isolated use of Doppler criteria are not suitable for diagnosis of valvular heart disease, should be added criteria for evaluation of mitral valve morphology.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGFebre reumática/prevenção e controleAuscultação cardíacaCardiopatia reumática/diagnósticoCardiopatia reumática/prevenção e controlePrognósticoFebre reumática/diagnósticoEcocardiografia dopplerEstudos longitudinaisSuspenção de tratamentoCriançaAdolescentePediatriaFebre reumáticaProfilaxia secundáriaDoppler ecocardiografiaValvopatia reumáticaUso da ecocardiografia Doppler na análise evolutiva da cardiopatia reumática e no suporte à decisão de suspender a profilaxia secundária de pacientes com febre reumáticainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALf_tima_derlene_da_rocha_ara_jo.pdfapplication/pdf3516826https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-8TANF8/1/f_tima_derlene_da_rocha_ara_jo.pdf6b920adae036ec6f69550f2487c7736cMD51TEXTf_tima_derlene_da_rocha_ara_jo.pdf.txtf_tima_derlene_da_rocha_ara_jo.pdf.txtExtracted texttext/plain328149https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-8TANF8/2/f_tima_derlene_da_rocha_ara_jo.pdf.txta884e03177e0e6ac70a2c4b0416b4e29MD521843/BUOS-8TANF82019-11-14 11:03:55.426oai:repositorio.ufmg.br:1843/BUOS-8TANF8Repositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T14:03:55Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv Uso da ecocardiografia Doppler na análise evolutiva da cardiopatia reumática e no suporte à decisão de suspender a profilaxia secundária de pacientes com febre reumática
title Uso da ecocardiografia Doppler na análise evolutiva da cardiopatia reumática e no suporte à decisão de suspender a profilaxia secundária de pacientes com febre reumática
spellingShingle Uso da ecocardiografia Doppler na análise evolutiva da cardiopatia reumática e no suporte à decisão de suspender a profilaxia secundária de pacientes com febre reumática
Fatima Derlene da Rocha Araujo
Febre reumática
Profilaxia secundária
Doppler ecocardiografia
Valvopatia reumática
Febre reumática/prevenção e controle
Auscultação cardíaca
Cardiopatia reumática/diagnóstico
Cardiopatia reumática/prevenção e controle
Prognóstico
Febre reumática/diagnóstico
Ecocardiografia doppler
Estudos longitudinais
Suspenção de tratamento
Criança
Adolescente
Pediatria
title_short Uso da ecocardiografia Doppler na análise evolutiva da cardiopatia reumática e no suporte à decisão de suspender a profilaxia secundária de pacientes com febre reumática
title_full Uso da ecocardiografia Doppler na análise evolutiva da cardiopatia reumática e no suporte à decisão de suspender a profilaxia secundária de pacientes com febre reumática
title_fullStr Uso da ecocardiografia Doppler na análise evolutiva da cardiopatia reumática e no suporte à decisão de suspender a profilaxia secundária de pacientes com febre reumática
title_full_unstemmed Uso da ecocardiografia Doppler na análise evolutiva da cardiopatia reumática e no suporte à decisão de suspender a profilaxia secundária de pacientes com febre reumática
title_sort Uso da ecocardiografia Doppler na análise evolutiva da cardiopatia reumática e no suporte à decisão de suspender a profilaxia secundária de pacientes com febre reumática
author Fatima Derlene da Rocha Araujo
author_facet Fatima Derlene da Rocha Araujo
author_role author
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Zilda Maria Alves Meira
dc.contributor.advisor-co1.fl_str_mv Eugenio Marcos de Andrade Goulart
dc.contributor.referee1.fl_str_mv Cleonice de Carvalho Coelho Mota
dc.contributor.referee2.fl_str_mv Maria da Gloria Cruvinel Horta
dc.contributor.author.fl_str_mv Fatima Derlene da Rocha Araujo
contributor_str_mv Zilda Maria Alves Meira
Eugenio Marcos de Andrade Goulart
Cleonice de Carvalho Coelho Mota
Maria da Gloria Cruvinel Horta
dc.subject.por.fl_str_mv Febre reumática
Profilaxia secundária
Doppler ecocardiografia
Valvopatia reumática
topic Febre reumática
Profilaxia secundária
Doppler ecocardiografia
Valvopatia reumática
Febre reumática/prevenção e controle
Auscultação cardíaca
Cardiopatia reumática/diagnóstico
Cardiopatia reumática/prevenção e controle
Prognóstico
Febre reumática/diagnóstico
Ecocardiografia doppler
Estudos longitudinais
Suspenção de tratamento
Criança
Adolescente
Pediatria
dc.subject.other.pt_BR.fl_str_mv Febre reumática/prevenção e controle
Auscultação cardíaca
Cardiopatia reumática/diagnóstico
Cardiopatia reumática/prevenção e controle
Prognóstico
Febre reumática/diagnóstico
Ecocardiografia doppler
Estudos longitudinais
Suspenção de tratamento
Criança
Adolescente
Pediatria
description A febre reumática aguda (FRA) e a cardiopatia reumática crônica (CRC) permanecem ainda como a principal causa de cardiopatia adquirida em jovens de países em desenvolvimento. O diagnóstico permanece baseado em critérios clínicos e as alterações dos exames complementares são apenas auxiliares. Porém, com o advento da ecocardiografia Doppler, este passou a ser utilizado de forma sistemática na avaliação das alterações valvares, auxiliando no diagnóstico e no acompanhamento. Objetivos: Caracterizar os perfis clínico e Doppler ecocardiográfico de indivíduos com febre reumática nas fases aguda e crônica e definir fatores prognósticos da valvopatia significativa. Avaliar os achados Doppler ecocardiográficos naqueles com exame clínico normal, após pelo menos cinco anos doprimeiro episódio, e discutir a contribuição da ecocardiografia Doppler no suporte à decisão de suspender a profilaxia secundária. Metodologia:Estudo longitudinal que incluiu 462 pacientes com diagnóstico de febrereumática de acordo com critérios de Jones acompanhados desde o surto inicial até 13,6 ± 4,6 anos. Todos foram submetidos à avaliação clínica e Doppler ecocardiográfica nas fases aguda e crônica. Em fase subseqüente do estudo, os 183 pacientes que apresentavam exame clínico normal, após cinco ou mais anos do surto inicial, foram submetidos à avaliação Doppler ecocardiográfica e classificados quanto ao grau de valvopatia mitral e/ou aórtica. De acordo com as recomendações vigentes, a suspensão da profilaxia secundária foi avaliada e incluídos critérios Doppler ecocardiográficos. As variáveis categóricas foram comparadas pelo quiquadrado (2) ou teste de Fisher, sendo adotado o nível de significância de p<0,05 e avaliadas em análise univariada e multivariada por regressão logística. O índice de Kappa foi usado para as análises de concordância. Resultados: A idade do surto inicial variou entre três e 17 anos (9,4 ± 2,4 anos), sendo 56,5% do gênero feminino. Cardite ocorreu em 55,8% e xxii valvite subclínica em 35,3% daqueles pacientes que não apresentavam sinais clínicos. Na fase crônica, 33% das lesões valvares eram de grau moderado ou grave. Nenhum caso de valvite grave apresentou resolução completa à avaliação Doppler ecocardiográfica, embora 13% dos pacientestenham evoluído com normalização da ausculta cardíaca. Na análisemultivariada, a magnitude da cardite e das valvites mitral e/ou aórticaapresentou associação com valvopatia significativa. A coréia ou a artriteforam fator de proteção para valvopatia significativa: odds ratio 0,41 (IC 95% 0,22 0,77) e 0,43 (IC95% 0,23 0,82), respectivamente. Na análise dos 183 pacientes que apresentavam ausculta cardíaca normal, após cinco ou mais anos do diagnóstico, a cardiopatia crônica subclínica ocorreu em 79% dos pacientes que tiveram cardite e em 25% daqueles sem cardite. Dos 35 (36%) pacientes que tiveram cardite e que estavam em fase da suspensão da profilaxia, em 13 (37%) havia sinais de valvopatia residual bem definida, sendo leve em 22 (63%), mas em nenhum paciente a análise Doppler ecocardiográfica foi normal. Já nos 62 (64%) pacientes que estavam em fase de suspensão da profilaxia e que não haviam apresentado cardite, apenas dois (3%) apresentavam valvopatia residual bem definida, sendo 15 (24%) leve e 45 (73%) apresentavam exame normal. Quando incluídos critérios Doppler associados aos morfológicos, a profilaxia seria mantidaem 13 (37%) dos pacientes que tiveram cardite e em apenas dois (3%) dos sem cardite. Conclusão: A avaliação do grau de envolvimento valvar ao exame clínico (cardite) e Doppler ecocardiografia (valvite) no surto inicial são importantes fatores de prognóstico e identifica os pacientes nos quais a profilaxia secundária deve ser mais rigorosa. Na fase crônica, a normalização da ausculta cardíaca nem sempre é acompanhada pela normalização dos achados Doppler ecocardiográficos. Na avaliação quanto à suspensão da profilaxia secundária, o uso isolado de critérios Doppler não são adequados para diagnóstico de valvopatia, devendo-se agregar critérios para avaliação da morfologia valvar mitral.
publishDate 2012
dc.date.issued.fl_str_mv 2012-02-15
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2019-08-10T22:43:52Z
dc.date.available.fl_str_mv 2019-08-10T22:43:52Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/1843/BUOS-8TANF8
url http://hdl.handle.net/1843/BUOS-8TANF8
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Minas Gerais
dc.publisher.initials.fl_str_mv UFMG
publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Minas Gerais
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFMG
instname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
instacron:UFMG
instname_str Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
instacron_str UFMG
institution UFMG
reponame_str Repositório Institucional da UFMG
collection Repositório Institucional da UFMG
bitstream.url.fl_str_mv https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-8TANF8/1/f_tima_derlene_da_rocha_ara_jo.pdf
https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-8TANF8/2/f_tima_derlene_da_rocha_ara_jo.pdf.txt
bitstream.checksum.fl_str_mv 6b920adae036ec6f69550f2487c7736c
a884e03177e0e6ac70a2c4b0416b4e29
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1803589465241812992