Peptídeo intestinal vasoativo (VIP) e seus receptores na fase crônica da doença de Chagas humana

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Marielle Valério Corrêa
Data de Publicação: 2013
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/BUBD-9C2J9Q
Resumo: A infecção humana pelo Trypanossoma cruzi leva à doença de Chagas, a qual apresenta diferentes manifestações clínicas variando da forma assintomática à cardiopatia dilatada. O sistema imune do hospedeiro é fundamental para controlar a parasitemia, entretanto, uma resposta imunológica exacerbada pode levar a danos teciduais. As interações entre os sistemas imune e nervoso desempenham um importante papel na modulação da susceptibilidade e resistência a doenças autoimunes. O peptídeo intestinal vasoativo (VIP) possui uma ampla distribuição no corpo e exerce seu papel como modulador da homeostase do sistema imune. VIP é um potente agente anti-inflamatório que exerce sua atividade biológica ao se ligar aos dois receptores, VPAC1 e VPAC2. Descobertas em várias doenças humanas e em modelos experimentais relatam o efeito benéfico de VIP no controle da resposta imune. A presença de fatores genéticos relacionados ao hospedeiro, em especial, polimorfismos genéticos, podem contribuir para a evolução clínica diferencial em indivíduos infectados pelo T. cruzi. Essas observações permitem hipotetizar que a resposta deficiente ao VIP e a presença de polimorfismos genéticos de seus receptores podem estar relacionadas com a ampla variação no quadro clínico de pacientes chagásicos. Sendo assim, a proposta deste trabalho foi determinar os níveis plasmáticos de VIP, verificando se a expressão diferencial de VIP está associada ao desenvolvimento da cardiopatia em indivíduos infectados pelo T. cruzi e analisar alguns polimorfismos genéticos presentes nos genes de VPAC1 e VPAC2, correlacionando-os às diferentes formas clínicas da doença de Chagas. Os níveis plasmáticos de VIP foram obtidos de 80 indivíduos através de reações de ELISA. As genotipagens dos polimorfismos rs 342511 (T/C) e rs 897 (C/T) de VPAC1, rs 2098349 (G/T) e rs 885861 (C/T) de VPAC2 foram realizadas em uma amostra de 57 pacientes cardíacos, 51 indeterminados e 40 não infectados, utilizando a técnica de PCR em tempo real. Pacientes possuindo a forma cardíaca da doença apresentaram menores níveis plasmáticos de VIP. Análises de correlação mostraram que menores níveis plasmáticos de VIP foram associados com o pior funcionamento cardíaco, como determinado pela fração de ejeção ventricular esquerda e pelo valor do diâmetro ventricular diastólico esquerdo. A presença do alelo polimórfico T de rs 342511 mostrou uma associação significativa com a forma indeterminada da doença de Chagas. Pacientes chagásicos possuem menor frequência da variante T para o polimorfismo rs 885861 de VPAC2. Os resultados indicam que a expressão de VIP e os polimorfismos rs 342511 e 885861 podem ter um importante papel na doença de Chagas, influenciando a evolução das diferentes formas clínicas.
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As genotipagens dos polimorfismos rs 342511 (T/C) e rs 897 (C/T) de VPAC1, rs 2098349 (G/T) e rs 885861 (C/T) de VPAC2 foram realizadas em uma amostra de 57 pacientes cardíacos, 51 indeterminados e 40 não infectados, utilizando a técnica de PCR em tempo real. Pacientes possuindo a forma cardíaca da doença apresentaram menores níveis plasmáticos de VIP. Análises de correlação mostraram que menores níveis plasmáticos de VIP foram associados com o pior funcionamento cardíaco, como determinado pela fração de ejeção ventricular esquerda e pelo valor do diâmetro ventricular diastólico esquerdo. A presença do alelo polimórfico T de rs 342511 mostrou uma associação significativa com a forma indeterminada da doença de Chagas. Pacientes chagásicos possuem menor frequência da variante T para o polimorfismo rs 885861 de VPAC2. Os resultados indicam que a expressão de VIP e os polimorfismos rs 342511 e 885861 podem ter um importante papel na doença de Chagas, influenciando a evolução das diferentes formas clínicas.The interconnection between immune and neuroendocrine systems influences regulation of inflammatory responses. The possible relevance that this integrative response may have during the course of Chagas disease remains poorly characterized. In this context, our study was designed to determine the expression of vasoactive intestinal peptide (VIP) in blood from the indeterminate and cardiac polarized forms of Chagas disease, moreover, we determined whether the differential expression of VIP is associated with the development of cardiomyopathy in individuals infected with Trypanosoma cruzi. Finally, we analyzed gene polymorphisms of VIP receptors, VPAC1 and VPAC2, and performed correlation analysis of these polymorphisms with the different clinical forms of Chagas disease. VIP plasma levels were measured by ELISA and clinical parameters such as left ventricular ejection fraction and left ventricular diastolic diameter were taken by echocardiographic exams. Polymorphism analyses were performed using Real-time PCR. Our results demonstrated that low plasma levels of VIP were associated with the cardiac morbidity in Chagas disease. Accordingly, correlation analysis showed that low plasma levels of VIP were associated with worse cardiac function, as determined by left ventricular ejection fraction and left ventricular diastolic diameter values. Polymorphism analysis showed a significant association between VPAC1 and the indeterminate form of Chagas disease development. Our results indicate that VIP expression and its receptors polymorphism may be important in determining susceptibility to progression from mild to severe forms of Chagas disease.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGBiologia celularChagas, Doença dePolimorfismo (Genética)Receptores de peptídeo intestinal vasoativoPolimorfismo genéticoDoença de ChagasVIPPeptídeo intestinal vasoativo (VIP) e seus receptores na fase crônica da doença de Chagas humanainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALentregar_disserta__o___pdf.pdfapplication/pdf981107https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUBD-9C2J9Q/1/entregar_disserta__o___pdf.pdfee2b4aa9e17862c68e6e7496cce6ae40MD51TEXTentregar_disserta__o___pdf.pdf.txtentregar_disserta__o___pdf.pdf.txtExtracted texttext/plain105423https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUBD-9C2J9Q/2/entregar_disserta__o___pdf.pdf.txt46f0dc01b2ecaeb162ea97f32373b4f6MD521843/BUBD-9C2J9Q2019-11-14 20:57:51.466oai:repositorio.ufmg.br:1843/BUBD-9C2J9QRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T23:57:51Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
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