Prática de enfermeiros da equipe da Estratégia Saúde da Família em comunidades quilombolas sob o prisma da Ética Feminista

• Autor(a) principal: Lilian Cristina Rezende
• Data de Publicação: 2020
• Tipo de documento: Tese
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/35399; https://orcid.org/0000-0003-0869-0205
• topic: Enfermagem; Estratégia Saúde Família; Grupo com ancestrais do continente africano; Grupos minoritários; Quilombolas; Moralidade; Ética; Pesquisa qualitativa; Estudo de caso; Estratégia Saúde da Família; Grupo com Ancestrais do Continente Africano; Grupos Minoritários; Grupos Étnicos; Princípios Morais; Ética; Enfermagem

No Brasil, a atuação do enfermeiro na Estratégia Saúde da Família tem sido de fundamental importância para a ampliação e consolidação do modelo de atenção à saúde. Reconhecendo a diversidade cultural existente no país, incluindo nesse cenário a população quilombola, a prática do enfermeiro requer a abrangência de saberes normativos, teóricos, políticos, éticos e morais. A as reflexões sobre valores morais se apresentam na complexidade do trabalho do enfermeiro, que remetem a prática de responsabilidade compartilhada entre os sujeitos em um contexto delimitado. Os devem considerar os valores daqueles a quem prestam o cuidado e a construção da moralidade em comunidades quilombolas. Parte-se do pressuposto de que o enfermeiro conduz sua prática considerando a diversidade cultural e sócio-histórica da população, uma vez que os modos de viver incorporam diferentes sentidos e significados de saúde. O objetivo do estudo foi compreender a prática enfermeiros da equipe da Estratégia Saúde da Família em comunidades quilombolas, sob o prisma da ética feminista. Trata-se de um estudo de caso único e integrado, qualitativo. A coleta de dados foi realizada no período de fevereiro a junho de 2018 mediante entrevista individual, entrevista coletiva e observação. O cenário foi a Estratégia Saúde da Família em cinco municípios da região metropolitana de Belo Horizonte/MG. Os participantes foram a totalidade (sete) enfermeiros e 59 quilombolas. Os dados foram analisados à luz da Análise de Conteúdo com auxílio do software Atlas.ti 8.0. Os resultados indicaram que a prática será efetiva quando construída nas relações, dentro do contexto social, por meio do (re)conhecimento das questões sociais e culturais, bem como as formas de vida de indivíduo/família/coletividade. O estudo evidenciou as características dos quilombos e o vínculo de parentesco, os quais envolvem expressões/manifestações cultural (música, dança) e religiosa dos antepassados, associadas à escravidão e à afrodescendência. Ademais, evidenciou-se dificultadores no que concerne à concretização da prática, como: a distância da comunidade à unidade de saúde para as comunidades rurais; ausência de agente comunitário de saúde próximo às comunidades; a sobrecarga de trabalho e o volume grande de população adstrita. Este trabalho permite uma reflexão sobre as particularidades de grupos sociais, bem como a formação de profissionais para atuarem na Estratégia Saúde da Família, especialmente no que se refere ao desenvolvimento de competência cultural, moral e política e adoção de postura crítica e responsável para desenvolver suas atividades com grupos minoritários.