Etologia e perfil de corticosterona nas excretas de maritacas (Aratinga leucophthalma) em cativeiro com arrancamento de penas psicogênico tratadas com haloperidol e enriquecimento ambiental

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Luiz Flavio Telles
Data de Publicação: 2010
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/BUOS-97CG48
Resumo: O bem-estar animal é um tema que vem despertando grande interesse do meio acadêmico-científico, bem como da sociedade que se preocupa com o modo como os animais vêm sendo tratados pelo homem. Animais em cativeiro vivem, freqüentemente, em condições de estresse que pode ser investigado através de avaliações comportamentais, fisiológicas e hormonais. O arrancamento de penas psicogênico é um distúrbio comportamental bastante freqüente em psitaciformes submetidos às condições estressantes do cativeiro e a maritaca (Aratinga leucophthalma) é uma espécie bastante susceptível à expressão deste distúrbio. O presente trabalho objetivou avaliar a eficácia dos métodos de enriquecimento ambiental e da administração do fármaco haloperidol no controle de arrancamento de penas em maritacas mantidas em cativeiro. Foram formados três grupos, o Grupo 1 com seis aves tratadas com haloperidol (G1). O Grupo 2 com seis aves submetidas ao enriquecimento ambiental (G2) e o Grupo 3 com seis animais sem arrancamento de penas (G3). Foi realizado estudo comportamental através de etograma com observação de comportamentos andando no poleiro, andando na tela, dormindo, interação social positiva, entre outros, além da mensuração de corticosterona das excretas das aves. As observações demonstraram que as maritacas apresentaram preferência pela permanência sobre o poleiro em relação à utilização da tela do viveiro. Além disso, o haloperidol reduziu significativamente as atividades físicas das maritacas, aumentando o tempo em que os animais ficavam parados sobre o poleiro e reduziu também a expressão dos demais comportamentos. A utilização do enriquecimento ambiental proporcionou às maritacas a expressão de comportamentos semelhantes às aves sem o arrancamento de penas psicogênico (G3). As mensurações da corticosterona das excretas não apresentaram diferença significativa entre as etapas e os grupos comparados. A plumagem foi avaliada subjetivamente através de escores de 0 a 10 e nenhuma maritaca tratada com haloperidol (G1) apresentou melhora na qualidade da plumagem, na comparação entre a primeira e terceira etapas. Já no grupo das aves que receberam enriquecimento ambiental (G2), na comparação entre as mesmas etapas, apenas um indivíduo não apresentou melhora da condição da plumagem. Sendo assim, a utilização do enriquecimento ambiental promoveu melhores condições de bem estar animal e proporcionou o crescimento de novas penas nas áreas de arrancamento, ao contrário das observações realizadas em maritacas com arrancamento de penas psicogênico tratadas com o haloperidol.
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O presente trabalho objetivou avaliar a eficácia dos métodos de enriquecimento ambiental e da administração do fármaco haloperidol no controle de arrancamento de penas em maritacas mantidas em cativeiro. Foram formados três grupos, o Grupo 1 com seis aves tratadas com haloperidol (G1). O Grupo 2 com seis aves submetidas ao enriquecimento ambiental (G2) e o Grupo 3 com seis animais sem arrancamento de penas (G3). Foi realizado estudo comportamental através de etograma com observação de comportamentos andando no poleiro, andando na tela, dormindo, interação social positiva, entre outros, além da mensuração de corticosterona das excretas das aves. As observações demonstraram que as maritacas apresentaram preferência pela permanência sobre o poleiro em relação à utilização da tela do viveiro. Além disso, o haloperidol reduziu significativamente as atividades físicas das maritacas, aumentando o tempo em que os animais ficavam parados sobre o poleiro e reduziu também a expressão dos demais comportamentos. A utilização do enriquecimento ambiental proporcionou às maritacas a expressão de comportamentos semelhantes às aves sem o arrancamento de penas psicogênico (G3). As mensurações da corticosterona das excretas não apresentaram diferença significativa entre as etapas e os grupos comparados. A plumagem foi avaliada subjetivamente através de escores de 0 a 10 e nenhuma maritaca tratada com haloperidol (G1) apresentou melhora na qualidade da plumagem, na comparação entre a primeira e terceira etapas. Já no grupo das aves que receberam enriquecimento ambiental (G2), na comparação entre as mesmas etapas, apenas um indivíduo não apresentou melhora da condição da plumagem. Sendo assim, a utilização do enriquecimento ambiental promoveu melhores condições de bem estar animal e proporcionou o crescimento de novas penas nas áreas de arrancamento, ao contrário das observações realizadas em maritacas com arrancamento de penas psicogênico tratadas com o haloperidol.Animal welfare has attracted great attention from the academic and scientific community, as well as the society that cares about how animals have been treated by man. Animals in captivity, often living under conditions of stress that can be investigated through behavioral, physiological and hormonal assessments. The psychogenic feather picking is a relatively common behavioral disorder in psittaciforms birds subjected to stressful conditions in captivity and the white-eyed parakeet (Aratinga leucophthalma) is a species quite susceptible to the expression of this disorder. This study aimed to evaluate the effectiveness of environmental enrichment methods and haloperidol administration in control of feather picking in white-eyed parakeet kept in captivity. Three groups were formed, the Group 1 with six birds treated with haloperidol (G1). Group 2 with six birds subjected to environmental enrichment (G2) and Group 3 (G3) with six animals without feathers picking disorder. The behavioral study consisted of an ethogram of recorded behaviors walking on the perch, walking on the screen, sleeping, positive social interaction and others, and the corticosterone assessment was measured in the birds excreta. The observations showed that the white-eyed parakeet had a preference for staying on the perch instead of the use of cages grid. Moreover, the haloperidol significantly reduced the physical activities of birds, increasing the time the animals spent standing on the perch and also reduced the expression of other behaviors. The use of environmental enrichment provided to white-eyed parakeet the expression of behaviors similar to those of birds without feathers picking disorder (G3). Measurements of corticosterone in the birds excreta did not differ significantly in stages and groups comparation. The plumage was subjectively assessed with scores in a scale of 0 to 10 and no birds treated with haloperidol (G1) showed improvement in the quality of the plumage in the comparison between the first and third stages. However, in the group that received environmental enrichment (G2), when comparing the same steps, only one bird had no improvement of feather condition. Thus, the use of environmental enrichment promoted better animal welfare condition and provided the growth of new feathers in the picking areas unlike the observations made in psychogenic feather picking birds treated with haloperidol.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGMaritaca CriaçãoArrancamento de penasleucophthalmaEnriquecimento ambientalHaloperidolBem estar animalAratingaComportamentoEtologia e perfil de corticosterona nas excretas de maritacas (Aratinga leucophthalma) em cativeiro com arrancamento de penas psicogênico tratadas com haloperidol e enriquecimento ambientalinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALdisserta__o_luiz_fl_vio_telles.pdfapplication/pdf4467286https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-97CG48/1/disserta__o_luiz_fl_vio_telles.pdfc0ec1a925180243c87a228e69988b5d5MD51TEXTdisserta__o_luiz_fl_vio_telles.pdf.txtdisserta__o_luiz_fl_vio_telles.pdf.txtExtracted texttext/plain218415https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-97CG48/2/disserta__o_luiz_fl_vio_telles.pdf.txt21563a1710e272540fe28364dacc7960MD521843/BUOS-97CG482019-11-14 08:42:23.284oai:repositorio.ufmg.br:1843/BUOS-97CG48Repositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T11:42:23Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
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