Caracterização clínica e funcional de indivíduos com doença de Parkinson com dor lombar

• Autor(a) principal: André Luis Silveira Barezani
• Data de Publicação: 2019
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/35339
• topic: Doença de Parkinson; Dor lombar; Qualidade de vida; Neurociências; Doença de Parkinson; Dor lombar; Qualidade de vida

INTRODUÇÃO: A dor é um sintoma muito prevalente na doença de Parkinson (DP), principalmente de origem musculoesquelética e na região lombar. Apesar disso, pouco é conhecido sobre o impacto da lombalgia na capacidade funcional e qualidade de vida de indivíduos com DP. OBJETIVO: Avaliar a presença de dor lombar em indivíduos com DP e o seu impacto na capacidade funcional e na qualidade de vida desses pacientes. MATERIAIS/MÉTODOS: Pacientes com diagnóstico de DP idiopática do Ambulatório de Neurologia do Centro de Especialidades Médicas da Santa Casa de Belo Horizonte foram convidados a responder um questionário para coleta de dados sociodemográficos e clínicos. Os pacientes com lombalgia foram avaliados quanto à função cognitiva, afetiva, sinais e sintomas da DP, estágio da doença, intensidade da dor e o seu impacto na capacidade funcional e qualidade de vida. RESULTADOS: Cento e quinze (72 homens, 62,6%) pacientes com idade média de 68,0 (±11,8) anos e tempo médio de doença de 6,8 (±4,9) anos participaram do estudo. A dor foi relatada em 95 (82,6%) pacientes, sendo que 67 (58,2%) apresentavam dor lombar crônica (acima de três meses). Quarenta pacientes (70±11,1 anos e 7,4±5,4 anos de DP), nos estágios 1,5 a 3 da DP foram submetidos à avaliação clínica. Piores sintomas depressivos (rs= 0,434, p= 0,005), maiores escores na seção II (rs= 0,554, p< 0,001), na seção III (rs= 0,390, p= 0,013) e escore total (rs= 0,493, p= 0,001) da Escala Unificada de Avaliação da Doença de Parkinson (UPDRS), estágio mais avançado da doença (rs= 0,493, p=0,001) e a ausência de esboço de contração do músculo transverso abdominal (rs= 0,323, p= 0,042) determinaram maior dificuldade na realização das atividades de vida diária e laborais avaliadas pelo Questionário Roland-Morris. Ao avaliar separadamente os itens do UPDRS III, observou-se que a rigidez influencia negativamente a amplitude de flexão de tronco (rs = - 0,355, p = 0,024). Maior a intensidade da dor e o nível de dificuldade para realizar as atividades de vida diária e laborais influenciaram diretamente a percepção em muitos domínios do Questionário de Qualidade de Vida (PDQ-39). CONCLUSÃO: O presente estudo aponta uma alta prevalência de dor, sendo a região lombar mais afetada. Maior intensidade da dor, piores sintomas depressivos, maior gravidade e estágio da doença da DP e a ausência de contração do músculo transverso determinaram maior incapacidade funcional. A qualidade de vida foi diretamente afetada pela intensidade da dor e incapacidade funcional.