Risco hidrometeorológico no município de Belo Horizonte: eficiências e deficiências desde os anos 1990
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2012 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFMG |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/1843/MPBB-8U4H54 |
Resumo: | O grau e a frequência do risco hidrometeorológico nas metrópoles brasileiras são influenciados pela expansão urbana e adensamento das vilas e favelas nas metrópoles brasileiras, provocando um aumento de ocorrências dramáticas em virtude da acumulação da água nos córregos e nas ruas e dos movimentos de massa durante os eventos pluviométricos intensos e prolongados. As consequencias derivadas desses processos naturais perigosos exigem uma gestão de risco para tentar evitar situações de emergência e mesmo catástrofes. A presente dissertação objetiva refletir sobre a gestão de risco no que diz respeito a sua trajetória, eficiências e deficiências, indagando, sobretudo, em que medida (e se) é possível atingir o controle total do risco hidrometeorológico. Ela verifica a implementação, no Município de Belo Horizonte, das medidas de dois programas: o Programa Estrutural em Áreas de Risco (PEAR) e o Programa de Revitalização Ambiental e Saneamento dos Fundos de Vale e dos Córregos em Leito Natural de Belo Horizonte (DRENURBS). Belo Horizonte executa diversas medidas para antecipar os efeitos da chuva extrema desde o início da década de 1990, as quais, devido a seu potencial de sucesso, merecem servir de exemplo para outros municípios brasileiros. A análise partiu de uma revisão bibliográfica que incluiu temas transdisciplinares à Geografia, registros das ocorrências de processos hidrológicos e geológicos (entre 1998 e 2011) e das perdas humanas causadas pela chuva (entre 1977 e 2011), além do acompanhamento de diversos eventos informativos e entrevistas com agentes envolvidos e/ou afetados. Como resultado final, o sucesso da gestão de risco hidrometeorológico foi apontado através 1) da antecipação - previsão, prevenção, proteção; 2) da integração entre a sociedade, o sistema urbano artificial e os ecossistemas naturais; e 3) da participação dos diversos setores da sociedade. No entanto, a eliminação total do risco hidrometeorológico mostrou-se impossível devido à inevitabilidade da força da natureza que se apresenta cada vez mais agressiva, mas principalmente devido à ação política, que é determinada em parte por interesses conflituosos entre os indivíduos e pela competitividade urbana para o desenvolvimento econômico. Por um lado, a metrópole é mais vulnerável aos processos naturais perigosos via impactos ambientais e desigualdades sociais, por outro, o mercado de capitais é um obstáculo à adoção de ações sustentáveis. Se não existe risco zero, há, contudo, possibilidade de uma redução significativa. Em Belo Horizonte, as medidas do PEAR resultaram na redução dos processos geológicos; as do Drenurbs (ainda) não deram os mesmos resultados, devido à sua implementação mais recente e também à complexidade dos processos hidrológicos. |
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Doralice Barros PereiraHeloisa Soares de Moura CostaMaria Giovana ParizziAna Lúcia Nogueira de Paiva BrittoCindy Olivier2019-08-11T23:48:15Z2019-08-11T23:48:15Z2012-02-03http://hdl.handle.net/1843/MPBB-8U4H54O grau e a frequência do risco hidrometeorológico nas metrópoles brasileiras são influenciados pela expansão urbana e adensamento das vilas e favelas nas metrópoles brasileiras, provocando um aumento de ocorrências dramáticas em virtude da acumulação da água nos córregos e nas ruas e dos movimentos de massa durante os eventos pluviométricos intensos e prolongados. As consequencias derivadas desses processos naturais perigosos exigem uma gestão de risco para tentar evitar situações de emergência e mesmo catástrofes. A presente dissertação objetiva refletir sobre a gestão de risco no que diz respeito a sua trajetória, eficiências e deficiências, indagando, sobretudo, em que medida (e se) é possível atingir o controle total do risco hidrometeorológico. 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Como resultado final, o sucesso da gestão de risco hidrometeorológico foi apontado através 1) da antecipação - previsão, prevenção, proteção; 2) da integração entre a sociedade, o sistema urbano artificial e os ecossistemas naturais; e 3) da participação dos diversos setores da sociedade. No entanto, a eliminação total do risco hidrometeorológico mostrou-se impossível devido à inevitabilidade da força da natureza que se apresenta cada vez mais agressiva, mas principalmente devido à ação política, que é determinada em parte por interesses conflituosos entre os indivíduos e pela competitividade urbana para o desenvolvimento econômico. Por um lado, a metrópole é mais vulnerável aos processos naturais perigosos via impactos ambientais e desigualdades sociais, por outro, o mercado de capitais é um obstáculo à adoção de ações sustentáveis. Se não existe risco zero, há, contudo, possibilidade de uma redução significativa. Em Belo Horizonte, as medidas do PEAR resultaram na redução dos processos geológicos; as do Drenurbs (ainda) não deram os mesmos resultados, devido à sua implementação mais recente e também à complexidade dos processos hidrológicos.Dans les métropoles brésiliennes, le degré et la fréquence du risque hydrometeorologique sont influencés par lexpansion urbaine et la densification des favelas, provoquant une augmentation dévénements dramatiques dus à la montée du niveau deau des rivières, laccumulation de leau dans les rues et les mouvements de masse lors des pluies intenses et prolongées. Les conséquences issues de ces processus naturels nécessitent une gestion du risque afin dessayer déviter les situations durgence et même les catastrophes. Ce mémoire réfléchit sur la gestion du risque en lien avec sa trajectoire, son efficacité et ses carences, afin de tenter de comprendre dans quelle mesure (et s) il est possible datteindre le contrôle total du risque hydrométéorologique. Il vérifie la mise en oeuvre de mesures qui font partie intégrante de deux programmes développés par la municipalité de Belo Horizonte : le Programa Estrutural em Áreas de Risco (PEAR) et le Programa de Revitalização Ambiental e Saneamento dos Fundos de Vale e dos Córregos em Leito Natural de Belo Horizonte (DRENURBS). Depuis le début des années 1990, Belo Horizonte effectue plusieurs mesures pour anticiper les effets des pluies extrêmes, qui, en raison de leur potentiel de réussite, méritent de servir d«exemple» pour dautres municipalités brésiliennes. Lanalyse a été basée sur une révision bibliographique comprenant des thèmes transdisciplinaires de la Géographie, des registres des processus géologiques et hydrographiques (entre 1998 et 2011) et des pertes humaines causées par la pluie (entre 1977 et 2011), ainsi que des informations qui ont été acquises lors de divers événements et entrevues avec des agents impliqués et/ou affectés. Comme résultat final, le succès de la gestion du risque hydrométéorologique est garanti par 1) lanticipation la prévision, la prévention, la protection; 2) lintégration entre la société, le système urbain artificiel et les écosystèmes naturels; et 3) la participation des divers secteurs de la société. Toutefois, lélimination totale du risque hydrométéorologique sest avérée impossible due à la force de la nature, inévitable et de plus en plus agressive, mais principalement en raison de laction publique, déterminée en partie par des intérêts conflictuels entre les individus, et par la compétitivité urbaine pour le développement économique. Dune part, les impacts environnementaux et les inégalités sociales rendent la métropole plus vulnérable aux processus naturels dangereux, dautre part, le marché des capitaux est un obstacle à ladoption dactions durables. Sil nexiste pas de risque zéro, il y a cependant la possibilité dune réduction significative. À Belo Horizonte, les mesures du PEAR ont abouti à la réduction des processus géologiques; celles du DRENURBS nont pas (encore) donné les mêmes résultats en raison de sa mise en oeuvre plus récente et aussi de la complexité des processus hydrologiques.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGGeografiaHidrometeorologia Belo Horizonte (MG)inundações e escorregamentosrisco hidrometeorológicoPEARDRENURBSRisco hidrometeorológico no município de Belo Horizonte: eficiências e deficiências desde os anos 1990info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALpaolucci__2012.pdfapplication/pdf6215466https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/MPBB-8U4H54/1/paolucci__2012.pdf02b7dbfba9dfcb7be62a9ec93024fadaMD51TEXTpaolucci__2012.pdf.txtpaolucci__2012.pdf.txtExtracted texttext/plain315594https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/MPBB-8U4H54/2/paolucci__2012.pdf.txt2c6d9ff113768d2fff5a9fbf6218de08MD521843/MPBB-8U4H542019-11-14 06:10:43.435oai:repositorio.ufmg.br:1843/MPBB-8U4H54Repositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T09:10:43Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false |
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