Sarcoma de aplicação felino: avaliações histomorfológica, imunofenotípica e tratamento quimioterápico

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Sílvia Trindade Pereira
Data de Publicação: 2014
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/SMOC-9U2PKB
Resumo: O Sarcoma de Aplicação Felino (SAF) é uma neoplasia de origem mesenquimal caracterizada pelo comportamento biológico agressivo, que se desenvolve em regiões onde foram previamente administradas vacinas ou medicamentos. Apresenta baixa prevalência, mas as taxas de recorrência alcançam até 80%, mesmo após tratamentos agressivos. Os SAF apresentam sensibilidade in vitro a doxorrubicina, mitoxantrone, vincristina e paclitaxel, mas seu papel no tratamento clínico da doença ainda não está bem definido. Os objetivos deste trabalho foram contribuir para o estudo do comportamento biológico dos SAF através da avaliação de suas características histomorfológicas e imunofenotípicas e avaliar o perfil dos pacientes com SAF na região metropolitana de Belo Horizonte e a eficácia do tratamento cirúrgico comparado ao tratamento cirúrgico associado à quimioterapia. Realizou-se análise histopatológica e imuno-histoquímica para os marcadores Cox-2 e Ki-67 em 16 amostras de SAF. O fibrossarcoma foi o subtipo histológico observado com maior frequência. Houve correlação negativa (p = 0,05) entre a graduação histológica e o intervalo livre de doença, sendo que pacientes com SAF grau I apresentam maior tempo para recorrência do que os de grau II. A expressão de Cox-2 ocorreu em 81,25% tumores, havendo correlação positiva moderada entre Cox-2 e graduação tumoral (p = 0,028; r = 0,546), sugerindo que Cox-2 possa estar envolvida na progressão da neoplasia. O índice mitótico e a expressão de Ki-67 foram considerados baixos. Houve correlação negativa moderada entre a expressão de Ki-67 e a vascularização tumoral (p = 0,122; r = - 0,450) que podem sugerir que o crescimento tumoral ocorre em proporção maior que a sua angiogênese, resultando em morte celular em determinadas áreas. Realizou-se estudo retrospectivo de 22 casos de SAF para avaliação do perfil dos pacientes e da eficácia do tratamento cirúrgico (G1) comparado ao tratamento cirúrgico associado à quimioterapia (G2). A complementação quimioterápica foi realizada com carboplatina, na dose de 200mg/m2 a cada 21 dias ou com doxorrubicina, na dose de 1mg/kg a cada 21 dias, ambas administradas por via endovenosa por quatro ciclos. A idade média dos pacientes foi de 7,8 anos e não foi observada predisposição de raça ou sexo. O tempo entre a percepção do nódulo e a busca por atendimento médico veterinário foi considerado alto, com média de 140,11 dias. Observou-se histórico de vacinação no local do tumor em cinco pacientes e de aplicação de anticoncepcional em um, podendo ser este o primeiro relato de SAF associado a anticoncepcionais. O acompanhamento clínico foi realizado em 13 pacientes, por um período médio de 544 dias (30 - 1975 dias). Cinco (38,5%) pacientes foram submetidos somente à cirurgia e oito (61,5%) receberam também quimioterapia adjuvante. A recorrência local do tumor ocorreu em 100% dos pacientes, independentemente do tratamento realizado. A sobrevida global foi de 450 dias para G1 e 850 dias para G2 e o intervalo livre de doença foi de 221 e 180 dias para os G1 e G2, respectivamente. A análise estatística do prognóstico de pacientes tratados ou não com quimioterapia não foi significativa, entretanto observou-se diferença importante nas médias e tendência a ocorrência de influência positiva do tratamento complementar. Sugere-se que o comportamento agressivo dos SAF pode estar mais relacionado ao seu caráter invasivo do que à intensa proliferação celular. A graduação tumoral pode ser um fator prognóstico para o intervalo livre de doença em pacientes com SAF de grau baixo a intermediário.
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