“Somos um país de jovens”: a cultura das políticas da ditadura militar brasileira para a juventude

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Gabriel Amato Bruno de Lima
Data de Publicação: 2023
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/58005
https://orcid.org/0000-0003-0655-4285
Resumo: Esta tese possui como tema o repertório de políticas da ditadura militar brasileira direcionado à juventude, estruturado entre 1967-68 e composto pelo Projeto Rondon, pela Operação Mauá e pela criação de diretórios juvenis dos partidos políticos (a Aliança Renovadora Nacional – Arena e o Movimento Democrático Brasileiro – MDB). A partir do diálogo epistemológico entre a história política e a corrente interpretativa da Antropologia, estudo a cultura (em sentido antropológico) dessas políticas do regime. Meu enfoque, nesse sentido, concentra-se na análise dos códigos e das normas culturais que sustentavam tanto esses programas ditatoriais direcionados ao grupo etário jovem quanto os comportamentos políticos – de jovens e não jovens – que ocorriam nos espaços delimitados por essas políticas estatais. Argumento que a cultura se constituía como um elemento central para os comportamentos de aproximação e conflito com o regime, configurando, assim, complexas interseções entre juventudes e ditadura durante as décadas de 1960 e 70. Nesse sentido, analiso um amplo conjunto de fontes históricas em diferentes tipologias (jornalísticas, oficiais, imagéticas, policiais etc.) como dados de cultura para, assim, interpretar os “pontos de vistas nativos” sobre esses programas. O trabalho está dividido em três partes, todas com dois capítulos cada. Na primeira, analiso o contexto de emergência transnacional da juventude como sujeito político disruptivo em fins da década de 1960, bem como a estruturação das políticas estatais voltadas à juventude que, no Brasil ditatorial, deu-se como resposta ao reconhecimento da juventude como condição, por si só, habilitada às disputas pelo poder. Na segunda parte, a ação política juvenil nesses programas criados pelo regime é analisada tendo em vista tanto as dimensões “prescritas” quanto as “performativas” de uma categoria cultural de comportamento político gestada nesse contexto: a de participação, que buscava se configurar como uma alternativa ao engajamento jovem de esquerda. Por fim, na terceira parte, analiso a própria juventude como uma categoria cultural elaborada e reelaborada no contexto da ditadura brasileira, primeiro a partir da reflexão sobre as tentativas de estabelecer fronteiras precisas para a condição juvenil no âmbito dos programas estatais e, depois, da análise dos marcadores de gênero e classe que emergiriam na vivência da juventude que se integrava a essas políticas. Concluo, assim, que a constatação de que “somos um país de jovens” gerou ações estatais voltadas à juventude que guardavam especificidades culturais e políticas associadas ao contexto do Brasil ditatorial.
id UFMG_efbfe0952cd1db93b5dfce1277eec8c8
oai_identifier_str oai:repositorio.ufmg.br:1843/58005
network_acronym_str UFMG
network_name_str Repositório Institucional da UFMG
repository_id_str
spelling Rodrigo Patto Sá Mottahttp://lattes.cnpq.br/5564617043735745Miriam Hermeto de Sá MottaJuliana Miranda FilgueirasLucia GrinbergMarcos Francisco Napolitano de Eugeniohttp://lattes.cnpq.br/5827808063901081Gabriel Amato Bruno de Lima2023-08-21T15:59:50Z2023-08-21T15:59:50Z2023-04-04http://hdl.handle.net/1843/58005https://orcid.org/0000-0003-0655-4285Esta tese possui como tema o repertório de políticas da ditadura militar brasileira direcionado à juventude, estruturado entre 1967-68 e composto pelo Projeto Rondon, pela Operação Mauá e pela criação de diretórios juvenis dos partidos políticos (a Aliança Renovadora Nacional – Arena e o Movimento Democrático Brasileiro – MDB). A partir do diálogo epistemológico entre a história política e a corrente interpretativa da Antropologia, estudo a cultura (em sentido antropológico) dessas políticas do regime. Meu enfoque, nesse sentido, concentra-se na análise dos códigos e das normas culturais que sustentavam tanto esses programas ditatoriais direcionados ao grupo etário jovem quanto os comportamentos políticos – de jovens e não jovens – que ocorriam nos espaços delimitados por essas políticas estatais. Argumento que a cultura se constituía como um elemento central para os comportamentos de aproximação e conflito com o regime, configurando, assim, complexas interseções entre juventudes e ditadura durante as décadas de 1960 e 70. Nesse sentido, analiso um amplo conjunto de fontes históricas em diferentes tipologias (jornalísticas, oficiais, imagéticas, policiais etc.) como dados de cultura para, assim, interpretar os “pontos de vistas nativos” sobre esses programas. O trabalho está dividido em três partes, todas com dois capítulos cada. Na primeira, analiso o contexto de emergência transnacional da juventude como sujeito político disruptivo em fins da década de 1960, bem como a estruturação das políticas estatais voltadas à juventude que, no Brasil ditatorial, deu-se como resposta ao reconhecimento da juventude como condição, por si só, habilitada às disputas pelo poder. Na segunda parte, a ação política juvenil nesses programas criados pelo regime é analisada tendo em vista tanto as dimensões “prescritas” quanto as “performativas” de uma categoria cultural de comportamento político gestada nesse contexto: a de participação, que buscava se configurar como uma alternativa ao engajamento jovem de esquerda. Por fim, na terceira parte, analiso a própria juventude como uma categoria cultural elaborada e reelaborada no contexto da ditadura brasileira, primeiro a partir da reflexão sobre as tentativas de estabelecer fronteiras precisas para a condição juvenil no âmbito dos programas estatais e, depois, da análise dos marcadores de gênero e classe que emergiriam na vivência da juventude que se integrava a essas políticas. Concluo, assim, que a constatação de que “somos um país de jovens” gerou ações estatais voltadas à juventude que guardavam especificidades culturais e políticas associadas ao contexto do Brasil ditatorial.This thesis’ theme is the youth policies of the Brazilian military dictatorship created between 1967-68 and composed by the Rondon Project, the Mauá Operation and the youth directories of the political parties (the Aliança Renovadora Nacional – Arena and the Movimento Democrático Brasileiro – MDB). From an epistemological dialogue between political history and the interpretative current of Anthropology, I study the culture (in an anthropological sense) of these policies. My approach, in this sense, focuses on the analysis of the codes and cultural norms that support both these dictatorial programs aimed at the youth and the political behaviors – of young people and non-young people – that occurred in the spaces delimited by these state policies. I argue that culture constituted a central element for behaviors of approximation and conflict with the regime, thus configuring complex intersections between youths and dictatorship during the 1960s and 70s. In this sense, I analyze a wide range of historical sources in different typologies (journalistic, official, imagery, police etc.) as cultural data in order to interpret the “native points of view” about these programs. The thesis is divided into three parts, all with two chapters each. In the first, I analyze the context of transnational emergence of youth as a disruptive political subject in the late 1960s, as well as the structuring of state policies addressed to youth that, in dictatorial Brazil, took place as a response to the recognition of youth as a condition, by itself, qualified for power struggles. In the second part, I analyze youth political action in these programs created by the regime bearing in mind both the “prescribed” and the “performative” dimensions of a cultural category of political behavior created in this context: participação, which sought to configure itself as an alternative to leftist youth engajamento. Finally, in the third part, I analyze youth itself as a cultural category elaborated and re-elaborated in the context of the Brazilian dictatorship, first from the reflection on the attempts to establish precise boundaries for the youth condition within the scope of state programs and, former, analyzing differences of gender and class that emerged in the experience of the youth that took part on these policies. I conclude, therefore, that the realization that “we are a country of young people” generated government actions aimed at youth that kept cultural and political specificities associated with the context of dictatorial Brazil.porUniversidade Federal de Minas GeraisPrograma de Pós-Graduação em HistóriaUFMGBrasilFAF - DEPARTAMENTO DE HISTÓRIAHistória - TesesJuventude - História - TesesDitadura - TesesBrasil - História - 1964-1985 - TesesHistória da juventudeDitadura militarPolíticas para a juventude“Somos um país de jovens”: a cultura das políticas da ditadura militar brasileira para a juventudeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALAMATO, Gabriel. Somos um país de jovens – a cultura das políticas da ditadura militar brasileira para a juventude.pdfAMATO, Gabriel. Somos um país de jovens – a cultura das políticas da ditadura militar brasileira para a juventude.pdfapplication/pdf9560831https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/58005/1/AMATO%2c%20Gabriel.%20Somos%20um%20pai%cc%81s%20de%20jovens%20%e2%80%93%20a%20cultura%20das%20poli%cc%81ticas%20da%20ditadura%20militar%20brasileira%20para%20a%20juventude.pdf1eae77777f174610ca8068bcbb7cc930MD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-82118https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/58005/2/license.txtcda590c95a0b51b4d15f60c9642ca272MD521843/580052023-08-21 12:59:50.796oai:repositorio.ufmg.br:1843/58005TElDRU7Dh0EgREUgRElTVFJJQlVJw4fDg08gTsODTy1FWENMVVNJVkEgRE8gUkVQT1NJVMOTUklPIElOU1RJVFVDSU9OQUwgREEgVUZNRwoKQ29tIGEgYXByZXNlbnRhw6fDo28gZGVzdGEgbGljZW7Dp2EsIHZvY8OqIChvIGF1dG9yIChlcykgb3UgbyB0aXR1bGFyIGRvcyBkaXJlaXRvcyBkZSBhdXRvcikgY29uY2VkZSBhbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIChSSS1VRk1HKSBvIGRpcmVpdG8gbsOjbyBleGNsdXNpdm8gZSBpcnJldm9nw6F2ZWwgZGUgcmVwcm9kdXppciBlL291IGRpc3RyaWJ1aXIgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIChpbmNsdWluZG8gbyByZXN1bW8pIHBvciB0b2RvIG8gbXVuZG8gbm8gZm9ybWF0byBpbXByZXNzbyBlIGVsZXRyw7RuaWNvIGUgZW0gcXVhbHF1ZXIgbWVpbywgaW5jbHVpbmRvIG9zIGZvcm1hdG9zIMOhdWRpbyBvdSB2w61kZW8uCgpWb2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBjb25oZWNlIGEgcG9sw610aWNhIGRlIGNvcHlyaWdodCBkYSBlZGl0b3JhIGRvIHNldSBkb2N1bWVudG8gZSBxdWUgY29uaGVjZSBlIGFjZWl0YSBhcyBEaXJldHJpemVzIGRvIFJJLVVGTUcuCgpWb2PDqiBjb25jb3JkYSBxdWUgbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIHBvZGUsIHNlbSBhbHRlcmFyIG8gY29udGXDumRvLCB0cmFuc3BvciBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBxdWFscXVlciBtZWlvIG91IGZvcm1hdG8gcGFyYSBmaW5zIGRlIHByZXNlcnZhw6fDo28uCgpWb2PDqiB0YW1iw6ltIGNvbmNvcmRhIHF1ZSBvIFJlcG9zaXTDs3JpbyBJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVGTUcgcG9kZSBtYW50ZXIgbWFpcyBkZSB1bWEgY8OzcGlhIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBmaW5zIGRlIHNlZ3VyYW7Dp2EsIGJhY2stdXAgZSBwcmVzZXJ2YcOnw6NvLgoKVm9jw6ogZGVjbGFyYSBxdWUgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIMOpIG9yaWdpbmFsIGUgcXVlIHZvY8OqIHRlbSBvIHBvZGVyIGRlIGNvbmNlZGVyIG9zIGRpcmVpdG9zIGNvbnRpZG9zIG5lc3RhIGxpY2Vuw6dhLiBWb2PDqiB0YW1iw6ltIGRlY2xhcmEgcXVlIG8gZGVww7NzaXRvIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gbsOjbywgcXVlIHNlamEgZGUgc2V1IGNvbmhlY2ltZW50bywgaW5mcmluZ2UgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgZGUgbmluZ3XDqW0uCgpDYXNvIGEgc3VhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBjb250ZW5oYSBtYXRlcmlhbCBxdWUgdm9jw6ogbsOjbyBwb3NzdWkgYSB0aXR1bGFyaWRhZGUgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzLCB2b2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBvYnRldmUgYSBwZXJtaXNzw6NvIGlycmVzdHJpdGEgZG8gZGV0ZW50b3IgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIHBhcmEgY29uY2VkZXIgYW8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBvcyBkaXJlaXRvcyBhcHJlc2VudGFkb3MgbmVzdGEgbGljZW7Dp2EsIGUgcXVlIGVzc2UgbWF0ZXJpYWwgZGUgcHJvcHJpZWRhZGUgZGUgdGVyY2Vpcm9zIGVzdMOhIGNsYXJhbWVudGUgaWRlbnRpZmljYWRvIGUgcmVjb25oZWNpZG8gbm8gdGV4dG8gb3Ugbm8gY29udGXDumRvIGRhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBvcmEgZGVwb3NpdGFkYS4KCkNBU08gQSBQVUJMSUNBw4fDg08gT1JBIERFUE9TSVRBREEgVEVOSEEgU0lETyBSRVNVTFRBRE8gREUgVU0gUEFUUk9Dw41OSU8gT1UgQVBPSU8gREUgVU1BIEFHw4pOQ0lBIERFIEZPTUVOVE8gT1UgT1VUUk8gT1JHQU5JU01PLCBWT0PDiiBERUNMQVJBIFFVRSBSRVNQRUlUT1UgVE9ET1MgRSBRVUFJU1FVRVIgRElSRUlUT1MgREUgUkVWSVPDg08gQ09NTyBUQU1Cw4lNIEFTIERFTUFJUyBPQlJJR0HDh8OVRVMgRVhJR0lEQVMgUE9SIENPTlRSQVRPIE9VIEFDT1JETy4KCk8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBzZSBjb21wcm9tZXRlIGEgaWRlbnRpZmljYXIgY2xhcmFtZW50ZSBvIHNldSBub21lKHMpIG91IG8ocykgbm9tZXMocykgZG8ocykgZGV0ZW50b3IoZXMpIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcyBkYSBwdWJsaWNhw6fDo28sIGUgbsOjbyBmYXLDoSBxdWFscXVlciBhbHRlcmHDp8OjbywgYWzDqW0gZGFxdWVsYXMgY29uY2VkaWRhcyBwb3IgZXN0YSBsaWNlbsOnYS4KRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2023-08-21T15:59:50Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv “Somos um país de jovens”: a cultura das políticas da ditadura militar brasileira para a juventude
title “Somos um país de jovens”: a cultura das políticas da ditadura militar brasileira para a juventude
spellingShingle “Somos um país de jovens”: a cultura das políticas da ditadura militar brasileira para a juventude
Gabriel Amato Bruno de Lima
História da juventude
Ditadura militar
Políticas para a juventude
História - Teses
Juventude - História - Teses
Ditadura - Teses
Brasil - História - 1964-1985 - Teses
title_short “Somos um país de jovens”: a cultura das políticas da ditadura militar brasileira para a juventude
title_full “Somos um país de jovens”: a cultura das políticas da ditadura militar brasileira para a juventude
title_fullStr “Somos um país de jovens”: a cultura das políticas da ditadura militar brasileira para a juventude
title_full_unstemmed “Somos um país de jovens”: a cultura das políticas da ditadura militar brasileira para a juventude
title_sort “Somos um país de jovens”: a cultura das políticas da ditadura militar brasileira para a juventude
author Gabriel Amato Bruno de Lima
author_facet Gabriel Amato Bruno de Lima
author_role author
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Rodrigo Patto Sá Motta
dc.contributor.advisor1Lattes.fl_str_mv http://lattes.cnpq.br/5564617043735745
dc.contributor.referee1.fl_str_mv Miriam Hermeto de Sá Motta
dc.contributor.referee2.fl_str_mv Juliana Miranda Filgueiras
dc.contributor.referee3.fl_str_mv Lucia Grinberg
dc.contributor.referee4.fl_str_mv Marcos Francisco Napolitano de Eugenio
dc.contributor.authorLattes.fl_str_mv http://lattes.cnpq.br/5827808063901081
dc.contributor.author.fl_str_mv Gabriel Amato Bruno de Lima
contributor_str_mv Rodrigo Patto Sá Motta
Miriam Hermeto de Sá Motta
Juliana Miranda Filgueiras
Lucia Grinberg
Marcos Francisco Napolitano de Eugenio
dc.subject.por.fl_str_mv História da juventude
Ditadura militar
Políticas para a juventude
topic História da juventude
Ditadura militar
Políticas para a juventude
História - Teses
Juventude - História - Teses
Ditadura - Teses
Brasil - História - 1964-1985 - Teses
dc.subject.other.pt_BR.fl_str_mv História - Teses
Juventude - História - Teses
Ditadura - Teses
Brasil - História - 1964-1985 - Teses
description Esta tese possui como tema o repertório de políticas da ditadura militar brasileira direcionado à juventude, estruturado entre 1967-68 e composto pelo Projeto Rondon, pela Operação Mauá e pela criação de diretórios juvenis dos partidos políticos (a Aliança Renovadora Nacional – Arena e o Movimento Democrático Brasileiro – MDB). A partir do diálogo epistemológico entre a história política e a corrente interpretativa da Antropologia, estudo a cultura (em sentido antropológico) dessas políticas do regime. Meu enfoque, nesse sentido, concentra-se na análise dos códigos e das normas culturais que sustentavam tanto esses programas ditatoriais direcionados ao grupo etário jovem quanto os comportamentos políticos – de jovens e não jovens – que ocorriam nos espaços delimitados por essas políticas estatais. Argumento que a cultura se constituía como um elemento central para os comportamentos de aproximação e conflito com o regime, configurando, assim, complexas interseções entre juventudes e ditadura durante as décadas de 1960 e 70. Nesse sentido, analiso um amplo conjunto de fontes históricas em diferentes tipologias (jornalísticas, oficiais, imagéticas, policiais etc.) como dados de cultura para, assim, interpretar os “pontos de vistas nativos” sobre esses programas. O trabalho está dividido em três partes, todas com dois capítulos cada. Na primeira, analiso o contexto de emergência transnacional da juventude como sujeito político disruptivo em fins da década de 1960, bem como a estruturação das políticas estatais voltadas à juventude que, no Brasil ditatorial, deu-se como resposta ao reconhecimento da juventude como condição, por si só, habilitada às disputas pelo poder. Na segunda parte, a ação política juvenil nesses programas criados pelo regime é analisada tendo em vista tanto as dimensões “prescritas” quanto as “performativas” de uma categoria cultural de comportamento político gestada nesse contexto: a de participação, que buscava se configurar como uma alternativa ao engajamento jovem de esquerda. Por fim, na terceira parte, analiso a própria juventude como uma categoria cultural elaborada e reelaborada no contexto da ditadura brasileira, primeiro a partir da reflexão sobre as tentativas de estabelecer fronteiras precisas para a condição juvenil no âmbito dos programas estatais e, depois, da análise dos marcadores de gênero e classe que emergiriam na vivência da juventude que se integrava a essas políticas. Concluo, assim, que a constatação de que “somos um país de jovens” gerou ações estatais voltadas à juventude que guardavam especificidades culturais e políticas associadas ao contexto do Brasil ditatorial.
publishDate 2023
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2023-08-21T15:59:50Z
dc.date.available.fl_str_mv 2023-08-21T15:59:50Z
dc.date.issued.fl_str_mv 2023-04-04
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
format doctoralThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/1843/58005
dc.identifier.orcid.pt_BR.fl_str_mv https://orcid.org/0000-0003-0655-4285
url http://hdl.handle.net/1843/58005
https://orcid.org/0000-0003-0655-4285
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Minas Gerais
dc.publisher.program.fl_str_mv Programa de Pós-Graduação em História
dc.publisher.initials.fl_str_mv UFMG
dc.publisher.country.fl_str_mv Brasil
dc.publisher.department.fl_str_mv FAF - DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA
publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Minas Gerais
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFMG
instname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
instacron:UFMG
instname_str Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
instacron_str UFMG
institution UFMG
reponame_str Repositório Institucional da UFMG
collection Repositório Institucional da UFMG
bitstream.url.fl_str_mv https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/58005/1/AMATO%2c%20Gabriel.%20Somos%20um%20pai%cc%81s%20de%20jovens%20%e2%80%93%20a%20cultura%20das%20poli%cc%81ticas%20da%20ditadura%20militar%20brasileira%20para%20a%20juventude.pdf
https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/58005/2/license.txt
bitstream.checksum.fl_str_mv 1eae77777f174610ca8068bcbb7cc930
cda590c95a0b51b4d15f60c9642ca272
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1801677014072033280