A noção de justiça para além da ética de Emmanuel Lévinas, em Autrement qu'être

• Autor(a) principal: Leonardo Meirelles Ribeiro
• Data de Publicação: 2017
• Tipo de documento: Tese
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/BUBD-AVRJ3B
• topic: Amor; Infinito; Justiça; Ética; Paradoxo; Alteridade; Infinito; Justiça; Filosofia; Ética; Levinas, Emmanuel, 1905-1995 Autrement qu'etre

A partir da verificação de um conflito terminológico estabelecido entre as noções de ética e justiça em Totalité et infini e Autrement quêtre, e do questionamento da possibilidade de conciliação entre estes dois termos na seção 3ª "Du Dire au Dit ou la Sagesse du Désir", do capítulo V de Autrement quêtre, de Emmanuel Lévinas, a presente tese analisa a possibilidade de resposta por meio de uma noção apresentada no fim da referida seção, em que Lévinas define filosofia como sabedoria do amor a serviço do amor. Conteúdo que parece orientar a relação entre Dizer e o dito, como caminho mesmo du Dire au Dit que in-forma a justiça, a noção levinasiana de amor trar-nos-á a possibilidade de uma relação conceitual entre ética e justiça onde, a nosso ver, a justiça a-parece como além da ética. Ou seja, se, na referida seção, por um lado, a justiça é apresentada como limitação da ética, por outro, ela significa e é possível como extensão ou ilimitação da ética. Eis o paradoxo a se confirmar, auxiliado pela análise paralela, e não menos necessária, do modo de escritura original de Lévinas permitir (ou não) tal conciliação, que acreditamos vir por uma lógica da ambiguidade permeando seu discurso. Nesse sentido, o paradoxo em Lévinas não vem para dificultar, mas, inversamente, para auxiliar autrement a compreensão do aparente conflito entre os dois termos.