Posição socioeconômica no curso de vida, mobilidade social e incidência de hipertensão arterial em participantes do ELSA-BRASIL

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Jose Aparecido Soares Lopes
Data de Publicação: 2020
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/38537
https://orcid.org/0000-0001-8488-2984
Resumo: A hipertensão arterial (HA) é o principal fator de risco modificável para as doenças cardio- e cerebrovasculares, contribuindo para cerca de 10,5 milhões de mortes ou 19% das mortes globais anualmente. Ela afeta principalmente os países de baixa e média renda, sendo que a prevalência de HA em adultos brasileiros foi estimada em 32,3% em 2013. A etiologia da HA é complexa e envolve fatores genéticos, comportamentais e psicossociais. A baixa posição socioeconômica (PSE) em diferentes fases do ciclo de vida tem sido consistentemente associada à maior incidência e prevalência da HA, indicando a importância da epidemiologia do curso de vida para investigar e compreender melhor a historia natural da HA, especialmente em um país marcados por profundas desigualdades sociais como o Brasil. No entanto, a maioria dos estudos realizados com esta abordagem tiveram delineamento transversal e poucos estudos utilizaram indicadores de PSE para os 3 períodos do ciclo de vida (infância, juventude e vida adulta). Adicionalmente, foram escassos os estudos que investigaram o papel da acumulação de desvantagens socioeconômicas ao longo do ciclo de vida e da mobilidade social ocupacional na incidência de HA. A presente dissertação teve por objetivo investigar se a PSE em distintas etapas do curso de vida (infância, juventude e vida adulta) está associada à incidência de hipertensão arterial na segunda visita para entrevistas e exames em participantes do ELSA-Brasil. Adicionalmente, objetivou verificar se o acúmulo de exposição à baixa PSE ao longo do ciclo de vida e a mobilidade social ocupacional intra e intergeracional desfavorável estão associadas ao aumento do risco de hipertensão arterial. Trata-se de um estudo longitudinal com dados do Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto (ELSA-Brasil), uma coorte que incluiu 15.105 servidores públicos com idade entre 35 a 74 anos de seis estados brasileiros na linha de base (2008-2010). No presente estudo, foram incluídos todos os indivíduos que: 1) não apresentaram HA na linha de base; 2) participaram da linha de base e da segunda visita de entrevistas e exames do estudo (2012-2014); 3) e possuíam dados válidos para HA e PSE. Após exclusões, a população final para esta análise constou de 8.485 indivíduos sob risco de desenvolver HA. A variável resposta foi a hipertensão arterial incidente na 2ª visita, definida como pressão arterial (PA) sistólica ≥ 140 mmHg e/ou PA diastólica ≥ 90 mmHg e/ou uso de medicamento anti-hipertensivo. As variáveis explicativas de interesse foram os indicadores de PSE na infância, juventude e idade adulta. Utilizou-se o modelo de regressão logística binomial, e a magnitude da associação foi avaliada por meio de Odds Ratio (OR) e seu intervalo com 95% de confiança (IC 95%). Foram considerados como variáveis de confusão na análise a idade, sexo e a raça/cor da pele. Após ajustes, permaneceram associadas ao maior risco de HA a PSE na infância [escolaridade da mãe - fundamental incompleto (OR: 1,25 IC 95%: 1,06-1,47) e nunca estudou (OR: 1,28 IC 95%: 1,02-1,60)]; a PSE na juventude [classe social ocupacional média (OR: 1,33 IC 95%: 1,09-1,63) e baixa (OR: 1,21 IC 95%: 1,02-1,44) do chefe do domicílio]; a PSE na vida adulta [escolaridade média (OR: 1,44 IC 95%: 1,26-1,66) e ensino fundamental completo do participante (OR: 1,41 IC 95%: 1,08-1,82)]; classe social ocupacional atual média (OR: 1,19 IC 95%: 1,02-1,40) e baixa do participante (OR: 1,51 IC 95%: 1,27-1,79)]. Nas análises de acumulação de exposição e mobilidade social, permaneceram estatisticamente associados a maior incidência de HA o maior acúmulo de exposição a baixa PSE no curso de vida (OR: 1,64 IC 95%: 1,31-2,05), bem como as trajetórias intrageracional estável baixa (OR: 1,51 IC 95%: 1,25-1,81) e intergeracional descendente (OR: 1,33 IC 95%: 1,03-1,73) e estável baixa (OR: 1,37 IC 95%: 1,14-1,65). Nossos achados revelam que exposição a baixa PSE nas três fases da vida (infância, na juventude e na idade adulta), bem como o maior acúmulo de exposição a baixa PSE no curso de vida e a mobilidade social descendente ou estável baixa aumentam o risco de desenvolver HA. Resultados sugerem que a maior duração de exposição a baixa PSE, expressa pela acumulação de risco, associa-se a um risco mais elevado de desenvolvimento de HA do que a exposição em um período específico de tempo isoladamente, em cerca de 4 anos de seguimento. Destarte, a fim de prevenir e minorar o impacto da HA, políticas públicas que visem à promoção de oportunidades e redução das desigualdades socioeconômicas devem abranger todos os períodos do ciclo de vida, especialmente em países como o Brasil em que o fardo da HA é grande e as desigualdades mais extremadas.
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spelling Sandhi Maria Barretohttp://lattes.cnpq.br/4454863839030427Luana Giatti Gonçalveshttp://lattes.cnpq.br/4021307687436100Jose Aparecido Soares Lopes2021-10-28T23:51:04Z2021-10-28T23:51:04Z2020-02-19http://hdl.handle.net/1843/38537https://orcid.org/0000-0001-8488-2984A hipertensão arterial (HA) é o principal fator de risco modificável para as doenças cardio- e cerebrovasculares, contribuindo para cerca de 10,5 milhões de mortes ou 19% das mortes globais anualmente. Ela afeta principalmente os países de baixa e média renda, sendo que a prevalência de HA em adultos brasileiros foi estimada em 32,3% em 2013. A etiologia da HA é complexa e envolve fatores genéticos, comportamentais e psicossociais. A baixa posição socioeconômica (PSE) em diferentes fases do ciclo de vida tem sido consistentemente associada à maior incidência e prevalência da HA, indicando a importância da epidemiologia do curso de vida para investigar e compreender melhor a historia natural da HA, especialmente em um país marcados por profundas desigualdades sociais como o Brasil. No entanto, a maioria dos estudos realizados com esta abordagem tiveram delineamento transversal e poucos estudos utilizaram indicadores de PSE para os 3 períodos do ciclo de vida (infância, juventude e vida adulta). Adicionalmente, foram escassos os estudos que investigaram o papel da acumulação de desvantagens socioeconômicas ao longo do ciclo de vida e da mobilidade social ocupacional na incidência de HA. A presente dissertação teve por objetivo investigar se a PSE em distintas etapas do curso de vida (infância, juventude e vida adulta) está associada à incidência de hipertensão arterial na segunda visita para entrevistas e exames em participantes do ELSA-Brasil. Adicionalmente, objetivou verificar se o acúmulo de exposição à baixa PSE ao longo do ciclo de vida e a mobilidade social ocupacional intra e intergeracional desfavorável estão associadas ao aumento do risco de hipertensão arterial. Trata-se de um estudo longitudinal com dados do Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto (ELSA-Brasil), uma coorte que incluiu 15.105 servidores públicos com idade entre 35 a 74 anos de seis estados brasileiros na linha de base (2008-2010). No presente estudo, foram incluídos todos os indivíduos que: 1) não apresentaram HA na linha de base; 2) participaram da linha de base e da segunda visita de entrevistas e exames do estudo (2012-2014); 3) e possuíam dados válidos para HA e PSE. Após exclusões, a população final para esta análise constou de 8.485 indivíduos sob risco de desenvolver HA. A variável resposta foi a hipertensão arterial incidente na 2ª visita, definida como pressão arterial (PA) sistólica ≥ 140 mmHg e/ou PA diastólica ≥ 90 mmHg e/ou uso de medicamento anti-hipertensivo. As variáveis explicativas de interesse foram os indicadores de PSE na infância, juventude e idade adulta. Utilizou-se o modelo de regressão logística binomial, e a magnitude da associação foi avaliada por meio de Odds Ratio (OR) e seu intervalo com 95% de confiança (IC 95%). Foram considerados como variáveis de confusão na análise a idade, sexo e a raça/cor da pele. Após ajustes, permaneceram associadas ao maior risco de HA a PSE na infância [escolaridade da mãe - fundamental incompleto (OR: 1,25 IC 95%: 1,06-1,47) e nunca estudou (OR: 1,28 IC 95%: 1,02-1,60)]; a PSE na juventude [classe social ocupacional média (OR: 1,33 IC 95%: 1,09-1,63) e baixa (OR: 1,21 IC 95%: 1,02-1,44) do chefe do domicílio]; a PSE na vida adulta [escolaridade média (OR: 1,44 IC 95%: 1,26-1,66) e ensino fundamental completo do participante (OR: 1,41 IC 95%: 1,08-1,82)]; classe social ocupacional atual média (OR: 1,19 IC 95%: 1,02-1,40) e baixa do participante (OR: 1,51 IC 95%: 1,27-1,79)]. Nas análises de acumulação de exposição e mobilidade social, permaneceram estatisticamente associados a maior incidência de HA o maior acúmulo de exposição a baixa PSE no curso de vida (OR: 1,64 IC 95%: 1,31-2,05), bem como as trajetórias intrageracional estável baixa (OR: 1,51 IC 95%: 1,25-1,81) e intergeracional descendente (OR: 1,33 IC 95%: 1,03-1,73) e estável baixa (OR: 1,37 IC 95%: 1,14-1,65). Nossos achados revelam que exposição a baixa PSE nas três fases da vida (infância, na juventude e na idade adulta), bem como o maior acúmulo de exposição a baixa PSE no curso de vida e a mobilidade social descendente ou estável baixa aumentam o risco de desenvolver HA. Resultados sugerem que a maior duração de exposição a baixa PSE, expressa pela acumulação de risco, associa-se a um risco mais elevado de desenvolvimento de HA do que a exposição em um período específico de tempo isoladamente, em cerca de 4 anos de seguimento. Destarte, a fim de prevenir e minorar o impacto da HA, políticas públicas que visem à promoção de oportunidades e redução das desigualdades socioeconômicas devem abranger todos os períodos do ciclo de vida, especialmente em países como o Brasil em que o fardo da HA é grande e as desigualdades mais extremadas.Hypertension is the leading modifiable risk factor for cardiovascular disease, contributing to about 10.5 million deaths or 19% of global deaths annually. It affects more heavily low and middle income countries, being its prevalence in Brazil in 2013 equal to 32.3%. The etiology of hypertension is complex and involves genetic, behavioral and psychosocial factors. Low socioeconomic position (SEP) at different stages of the life cycle has been consistently associated with higher incidence and prevalence of hypertension, which makes life course epidemiology an important approach to study and understand further this association, especially in countries marked by profound socioeconomic inequities such as Brazil. However, most studies performed so far were cross-sectional and few have investigated simultaneously SEP indicators for the three life cycle periods (childhood, youth and adulthood). Similarly, very few studies on SEP and HA have tested the accumulation of risk and socio-occupational mobility models. The aim of this dissertation was to investigate whether life course SEP (childhood, youth and adulthood) is associated with the incidence of hypertension in adults participating in ELSA-Brasil between the study first and second visits. Specifically, we verified whether the accumulation of exposure to low SEP throughout the life cycle and having adverse intra- and intergenerational socio-occupational mobility were associated with an increased risk of hypertension. This is a longitudinal study of participants of the Longitudinal Study of Adult Health (ELSA-Brasil), a cohort of 15,105 civil servants aged 35 to 74 years from six Brazilian states. All participants at the study baseline (2008 and 2010) who were free from hypertension, and attended the second study visit (2012-2014) were eligible to participate. Individual with incomplete or absent data on hypertension and SEP at both visits were excluded. Thus, the final sample consisted of 8,485 hypertension-free individuals at baseline who met the inclusion criteria. The response variable was incident hypertension at the 2nd visit defined as systolic blood pressure (BP) ≥ 140 mmHg and/or diastolic BP ≥ 90 mmHg and/or use of antihypertensive medication. The explanatory variables of interest were SEP indicators in childhood, youth and adulthood. Age, sex and race/skin color were regarded as confounders. We used the binomial logistic regression model and the magnitude of association was assessed by Odds Ratio (OR) and 95% confidence interval (95% CI). After adjustments for covariates, the following factors were associated with higher risk of hypertension: childhood SEP [mother's schooling - incomplete elementary education (OR: 1.25 95% CI: 1.06-1.47) and never studied (OR: 1, 28 95% CI: 1.02-1.60)]; youth SEP [middle (OR: 1.33 95% CI: 1.09-1.63) and low (OR: 1.21 95% CI: 1.02-1.44) occupational social class of the household head]; adulthood SEP [participant`s high school (OR: 1.44 95% CI: 1.26-1.66) and complete elementary education (OR: 1.41 95% CI: 1.08-1.82)], participant`s current middle (OR: 1.19 95% CI: 1.02-1.40); and low (OR: 1.51 95% CI: 1.27-1.79) occupational social class]. In addition, higher accumulation of low SEP (OR: 1.64 95% CI: 1.31-2.05), and having low stable intragenerational trajectory (OR: 1.51 95% CI: 1.25-1.81), descending (OR: 1.33 95% CI: 1.03-1.73) and low stable (OR: 1.37 95% CI: 1.14-1.65) intergenerational trajectories also increased the risk of hypertension. Our findings showed that exposures to low SEP in any phase of life cycle (childhood, youth and adulthood), as well as the accumulation of low SEP throughout life and presenting a descending or stable low SEP trajectories increase the risk of hypertension in about four years of follow up. Results suggest that longer exposure to adverse SEP throughout the life cycle, expressed by the accumulation of risk, is associated with greater risk of developing hypertension than the exposure over a specific period of time. Thus, in order to prevent and mitigate the impact of hypertension on adult health, public policies aimed at promoting opportunities and reducing socioeconomic inequalities should cover all life cycle periods, especially in countries such as Brazil where the burden of HA and social inequalities are greatest .porUniversidade Federal de Minas GeraisPrograma de Pós-Graduação em Saúde PúblicaUFMGBrasilMEDICINA - FACULDADE DE MEDICINAHipertensãoHipertensão/epidemiologiaVidaMobilidade socialFatores de riscoFatores socioeconômicosEstudos longitudinaisBrasilPolítica públicaHipertensão arterialPosição socioeconômicaMobilidade socialEpidemiologia do curso de vidaELSA-BrasilPosição socioeconômica no curso de vida, mobilidade social e incidência de hipertensão arterial em participantes do ELSA-BRASILLife course socioeconomic position, social mobility and incidence of hypertension in ELSA-BRASIL participantsinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALDissertação José Aparecido Soares Lopes.pdfDissertação José Aparecido Soares Lopes.pdfapplication/pdf1659831https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/38537/1/Disserta%c3%a7%c3%a3o%20Jos%c3%a9%20Aparecido%20Soares%20Lopes.pdf31aea310b64b1530bca1d7e72507a5b2MD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-82119https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/38537/2/license.txt34badce4be7e31e3adb4575ae96af679MD521843/385372021-10-28 20:51:05.094oai:repositorio.ufmg.br:1843/38537TElDRU7Dh0EgREUgRElTVFJJQlVJw4fDg08gTsODTy1FWENMVVNJVkEgRE8gUkVQT1NJVMOTUklPIElOU1RJVFVDSU9OQUwgREEgVUZNRwoKQ29tIGEgYXByZXNlbnRhw6fDo28gZGVzdGEgbGljZW7Dp2EsIHZvY8OqIChvIGF1dG9yIChlcykgb3UgbyB0aXR1bGFyIGRvcyBkaXJlaXRvcyBkZSBhdXRvcikgY29uY2VkZSBhbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIChSSS1VRk1HKSBvIGRpcmVpdG8gbsOjbyBleGNsdXNpdm8gZSBpcnJldm9nw6F2ZWwgZGUgcmVwcm9kdXppciBlL291IGRpc3RyaWJ1aXIgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIChpbmNsdWluZG8gbyByZXN1bW8pIHBvciB0b2RvIG8gbXVuZG8gbm8gZm9ybWF0byBpbXByZXNzbyBlIGVsZXRyw7RuaWNvIGUgZW0gcXVhbHF1ZXIgbWVpbywgaW5jbHVpbmRvIG9zIGZvcm1hdG9zIMOhdWRpbyBvdSB2w61kZW8uCgpWb2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBjb25oZWNlIGEgcG9sw610aWNhIGRlIGNvcHlyaWdodCBkYSBlZGl0b3JhIGRvIHNldSBkb2N1bWVudG8gZSBxdWUgY29uaGVjZSBlIGFjZWl0YSBhcyBEaXJldHJpemVzIGRvIFJJLVVGTUcuCgpWb2PDqiBjb25jb3JkYSBxdWUgbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIHBvZGUsIHNlbSBhbHRlcmFyIG8gY29udGXDumRvLCB0cmFuc3BvciBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBxdWFscXVlciBtZWlvIG91IGZvcm1hdG8gcGFyYSBmaW5zIGRlIHByZXNlcnZhw6fDo28uCgpWb2PDqiB0YW1iw6ltIGNvbmNvcmRhIHF1ZSBvIFJlcG9zaXTDs3JpbyBJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVGTUcgcG9kZSBtYW50ZXIgbWFpcyBkZSB1bWEgY8OzcGlhIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBmaW5zIGRlIHNlZ3VyYW7Dp2EsIGJhY2stdXAgZSBwcmVzZXJ2YcOnw6NvLgoKVm9jw6ogZGVjbGFyYSBxdWUgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIMOpIG9yaWdpbmFsIGUgcXVlIHZvY8OqIHRlbSBvIHBvZGVyIGRlIGNvbmNlZGVyIG9zIGRpcmVpdG9zIGNvbnRpZG9zIG5lc3RhIGxpY2Vuw6dhLiBWb2PDqiB0YW1iw6ltIGRlY2xhcmEgcXVlIG8gZGVww7NzaXRvIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gbsOjbywgcXVlIHNlamEgZGUgc2V1IGNvbmhlY2ltZW50bywgaW5mcmluZ2UgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgZGUgbmluZ3XDqW0uCgpDYXNvIGEgc3VhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBjb250ZW5oYSBtYXRlcmlhbCBxdWUgdm9jw6ogbsOjbyBwb3NzdWkgYSB0aXR1bGFyaWRhZGUgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzLCB2b2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBvYnRldmUgYSBwZXJtaXNzw6NvIGlycmVzdHJpdGEgZG8gZGV0ZW50b3IgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIHBhcmEgY29uY2VkZXIgYW8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBvcyBkaXJlaXRvcyBhcHJlc2VudGFkb3MgbmVzdGEgbGljZW7Dp2EsIGUgcXVlIGVzc2UgbWF0ZXJpYWwgZGUgcHJvcHJpZWRhZGUgZGUgdGVyY2Vpcm9zIGVzdMOhIGNsYXJhbWVudGUgaWRlbnRpZmljYWRvIGUgcmVjb25oZWNpZG8gbm8gdGV4dG8gb3Ugbm8gY29udGXDumRvIGRhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBvcmEgZGVwb3NpdGFkYS4KCkNBU08gQSBQVUJMSUNBw4fDg08gT1JBIERFUE9TSVRBREEgVEVOSEEgU0lETyBSRVNVTFRBRE8gREUgVU0gUEFUUk9Dw41OSU8gT1UgQVBPSU8gREUgVU1BIEFHw4pOQ0lBIERFIEZPTUVOVE8gT1UgT1VUUk8gT1JHQU5JU01PLCBWT0PDiiBERUNMQVJBIFFVRSBSRVNQRUlUT1UgVE9ET1MgRSBRVUFJU1FVRVIgRElSRUlUT1MgREUgUkVWSVPDg08gQ09NTyBUQU1Cw4lNIEFTIERFTUFJUyBPQlJJR0HDh8OVRVMgRVhJR0lEQVMgUE9SIENPTlRSQVRPIE9VIEFDT1JETy4KCk8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBzZSBjb21wcm9tZXRlIGEgaWRlbnRpZmljYXIgY2xhcmFtZW50ZSBvIHNldSBub21lKHMpIG91IG8ocykgbm9tZXMocykgZG8ocykgZGV0ZW50b3IoZXMpIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcyBkYSBwdWJsaWNhw6fDo28sIGUgbsOjbyBmYXLDoSBxdWFscXVlciBhbHRlcmHDp8OjbywgYWzDqW0gZGFxdWVsYXMgY29uY2VkaWRhcyBwb3IgZXN0YSBsaWNlbsOnYS4KCg==Repositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2021-10-28T23:51:05Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
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Brasil
Política pública
description A hipertensão arterial (HA) é o principal fator de risco modificável para as doenças cardio- e cerebrovasculares, contribuindo para cerca de 10,5 milhões de mortes ou 19% das mortes globais anualmente. Ela afeta principalmente os países de baixa e média renda, sendo que a prevalência de HA em adultos brasileiros foi estimada em 32,3% em 2013. A etiologia da HA é complexa e envolve fatores genéticos, comportamentais e psicossociais. A baixa posição socioeconômica (PSE) em diferentes fases do ciclo de vida tem sido consistentemente associada à maior incidência e prevalência da HA, indicando a importância da epidemiologia do curso de vida para investigar e compreender melhor a historia natural da HA, especialmente em um país marcados por profundas desigualdades sociais como o Brasil. No entanto, a maioria dos estudos realizados com esta abordagem tiveram delineamento transversal e poucos estudos utilizaram indicadores de PSE para os 3 períodos do ciclo de vida (infância, juventude e vida adulta). Adicionalmente, foram escassos os estudos que investigaram o papel da acumulação de desvantagens socioeconômicas ao longo do ciclo de vida e da mobilidade social ocupacional na incidência de HA. A presente dissertação teve por objetivo investigar se a PSE em distintas etapas do curso de vida (infância, juventude e vida adulta) está associada à incidência de hipertensão arterial na segunda visita para entrevistas e exames em participantes do ELSA-Brasil. Adicionalmente, objetivou verificar se o acúmulo de exposição à baixa PSE ao longo do ciclo de vida e a mobilidade social ocupacional intra e intergeracional desfavorável estão associadas ao aumento do risco de hipertensão arterial. Trata-se de um estudo longitudinal com dados do Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto (ELSA-Brasil), uma coorte que incluiu 15.105 servidores públicos com idade entre 35 a 74 anos de seis estados brasileiros na linha de base (2008-2010). No presente estudo, foram incluídos todos os indivíduos que: 1) não apresentaram HA na linha de base; 2) participaram da linha de base e da segunda visita de entrevistas e exames do estudo (2012-2014); 3) e possuíam dados válidos para HA e PSE. Após exclusões, a população final para esta análise constou de 8.485 indivíduos sob risco de desenvolver HA. A variável resposta foi a hipertensão arterial incidente na 2ª visita, definida como pressão arterial (PA) sistólica ≥ 140 mmHg e/ou PA diastólica ≥ 90 mmHg e/ou uso de medicamento anti-hipertensivo. As variáveis explicativas de interesse foram os indicadores de PSE na infância, juventude e idade adulta. Utilizou-se o modelo de regressão logística binomial, e a magnitude da associação foi avaliada por meio de Odds Ratio (OR) e seu intervalo com 95% de confiança (IC 95%). Foram considerados como variáveis de confusão na análise a idade, sexo e a raça/cor da pele. Após ajustes, permaneceram associadas ao maior risco de HA a PSE na infância [escolaridade da mãe - fundamental incompleto (OR: 1,25 IC 95%: 1,06-1,47) e nunca estudou (OR: 1,28 IC 95%: 1,02-1,60)]; a PSE na juventude [classe social ocupacional média (OR: 1,33 IC 95%: 1,09-1,63) e baixa (OR: 1,21 IC 95%: 1,02-1,44) do chefe do domicílio]; a PSE na vida adulta [escolaridade média (OR: 1,44 IC 95%: 1,26-1,66) e ensino fundamental completo do participante (OR: 1,41 IC 95%: 1,08-1,82)]; classe social ocupacional atual média (OR: 1,19 IC 95%: 1,02-1,40) e baixa do participante (OR: 1,51 IC 95%: 1,27-1,79)]. Nas análises de acumulação de exposição e mobilidade social, permaneceram estatisticamente associados a maior incidência de HA o maior acúmulo de exposição a baixa PSE no curso de vida (OR: 1,64 IC 95%: 1,31-2,05), bem como as trajetórias intrageracional estável baixa (OR: 1,51 IC 95%: 1,25-1,81) e intergeracional descendente (OR: 1,33 IC 95%: 1,03-1,73) e estável baixa (OR: 1,37 IC 95%: 1,14-1,65). Nossos achados revelam que exposição a baixa PSE nas três fases da vida (infância, na juventude e na idade adulta), bem como o maior acúmulo de exposição a baixa PSE no curso de vida e a mobilidade social descendente ou estável baixa aumentam o risco de desenvolver HA. Resultados sugerem que a maior duração de exposição a baixa PSE, expressa pela acumulação de risco, associa-se a um risco mais elevado de desenvolvimento de HA do que a exposição em um período específico de tempo isoladamente, em cerca de 4 anos de seguimento. Destarte, a fim de prevenir e minorar o impacto da HA, políticas públicas que visem à promoção de oportunidades e redução das desigualdades socioeconômicas devem abranger todos os períodos do ciclo de vida, especialmente em países como o Brasil em que o fardo da HA é grande e as desigualdades mais extremadas.
publishDate 2020
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