Perfil metabólico e avaliação radiográfica de potros Mangalarga Marchador recebendo gramínea com baixa relação Ca:oxalato e sal mineralizado corrigido com diferentes relações de Ca:P

• Autor(a) principal: Debora Roque de Freitas Andrade
• Data de Publicação: 2022
• Tipo de documento: Tese
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/49300
• topic: Mangalarga; Cavalo -; Equino -; Dieta em Veterinária

Potros alimentados com dietas deficientes em cálcio no primeiro ano de vida podem apresentar debilidades estruturais e distúrbios metabólicos que, consequentemente, depreciam seu valor econômico e futuro desempenho atlético. O Pennisetum purpureum (capim-elefante) é uma forrageira adaptada às condições edafoclimáticas do Brasil, utilizada na alimentação dos equídeos principalmente durante o período de seca. Essa gramínea apresenta altas concentrações de oxalato, o qual pode formar composto insolúvel com o cálcio (Ca) dietético, reduzindo sua absorção, predispondo os animais ao hiperparatireoidismo nutricional secundário. Este estudo teve por objetivo verificar se o consumo do capim elefante como única fonte forrageira, sal mineral ad libitum e concentrado suplementar com diferentes relações entre Ca e P afeta o metabolismo desses minerais em potros desmamados. Foram utilizados 16 potros machos, Mangalarga Marchador, entre 5 e 10 meses, distribuídos aleatoriamente em 4 grupos diferenciados pela relação Ca:P do concentrado suplementar que foi fornecido diariamente (2:1; 3:1; 5:1; 6:1). Foram realizadas quatro coletas de amostras sanguíneas para avaliar Ca, P, magnésio (Mg), paratormônio (PTH), gamaglutamiltransferase (GGT), fosfatase alcalina (FA) e análise metabolômica. Análise metabolômica foi realizada para verificar o perfil metabólico no soro dos animais, o que resultou em 22 metabólitos. Imagens radiográficas também foram feitas para verificar a ocorrência de deformidade angular e o índice cortical. As coletas foram feitas aos 0, 15, 43 e 71 dias após o fornecimento das dietas experimentais. Houve redução (p<0,05) do Ca sérico ao longo do tempo em todos os tratamentos, assim como aumento da concentração de PTH. Além disso, o P foi maior aos 43 dias após o fornecimento, estando maior que os valores referência. Na comparação entre a intensidade dos espectros, observaram-se aumentos dos metabólitos 3-hidroxibutirato, acetona, valina, isoleucina, leucina, creatina, fosfocreatina, creatinina, dimetil sulfona, glicose, piruvato, glicerol, N-acetilglicosamina, propionato, lactato, acetato, glicolato e taurina. Dos metabólitos que apresentaram redução na intensidade dos espectros têm-se a alanina, treonina e metionina. A análise de 1H RMN demonstrou alta reprodutibilidade entre as amostras. A identificação dos 22 metabólitos presentes no soro de potros recebendo gramínea rica em oxalato como única fonte forrageira vem somar aos conhecimentos já estabelecidos para o HNS, auxiliando para o melhor entendimento do cenário presente nesta doença.