Vem que hoje é dia de festa: corpo, território e ancestralidade nas festas da Comunidade Quilombola Carrapatos da Tabatinga Bom Despacho, MG

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Karla Tereza Ocelli Costa
Data de Publicação: 2017
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/EEFF-BB6FZ6
Resumo: Este estudo apresenta um mergulho imagético e descritivo de dois momentos festivos da Comunidade Quilombola Carrapatos da Tabatinga da cidade de Bom Despacho, MG: as Festas do Reinado em homenagem a Nossa Senhora do Rosário e a São Benedito e a Festa da Umbanda em homenagem aos Pretos Velhos. A proposta foi reconhecer os processos identitários constituídos a partir das múltiplasrelações entre as dimensões fundantes do universo quilombola quais sejam: as dimensões corpo, território e ancestralidade, buscando estabelecer o diálogo entre suas práticas corporais particulares e as apropriações universais, focando no que emerge da relação entre este tensionamento. Para atingir os objetivos propostos nesta investigação de caráter qualitativo, o estudo de caso, em uma perspectiva etnográfica, mostrou-se a abordagem metodológica mais adequada, oportunizandoum mergulho no mágico universo festivo da comunidade e utilizando a fotografia como suporte para expressar, com a escrita, e de forma articulada, o mundo aqui apresentado. Trazendo para o centro da conversa a prática festiva foi possível compreender que as festividades ajudam a revelar identidades que se expressam no envolvimento, participação, aprendizagem e experiência cultural. Estudar o Lazertornou-se, assim, fundamental. Entendendo o Lazer aqui como perspectiva de olhar que busca romper com dicotomias, que permite observar o cotidiano rompendo com os dualismos trabalho/tempo livre; trabalho/cultura. Entrelaçando o diálogo do campo com a academia, apresenta-se a potência da utilização do corpo quilombola comoforma de expressão, como ferramenta de luta, de resistência, de afirmação. Como elo entre o visível e o invisível, afirmando-se como território marcador de identidade. A identidade quilombola transborda nas práticas performáticas dos Carrapatos da Tabatinga. E se consolida no posicionamento político que todos eles assumem cotidianamente. Na escola, no trabalho, na maneira de se vestir, nos compromissosque assumem na comunidade. Ali está sempre um Quilombola da Tabatinga. E são respeitados por isso, da criança ao ancião. E esta é uma luta que enfrentam diariamente. É um respeito que é construído passo a passo, de forma contínua, por vezes com dor, com medo, mas sempre pautado na força da matriarca. Meu povo é povo de fé, é povo de luta, é povo de festa, é guiado por Nossa Senhora do Rosário e protegido por Oxalá!
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Para atingir os objetivos propostos nesta investigação de caráter qualitativo, o estudo de caso, em uma perspectiva etnográfica, mostrou-se a abordagem metodológica mais adequada, oportunizandoum mergulho no mágico universo festivo da comunidade e utilizando a fotografia como suporte para expressar, com a escrita, e de forma articulada, o mundo aqui apresentado. Trazendo para o centro da conversa a prática festiva foi possível compreender que as festividades ajudam a revelar identidades que se expressam no envolvimento, participação, aprendizagem e experiência cultural. Estudar o Lazertornou-se, assim, fundamental. Entendendo o Lazer aqui como perspectiva de olhar que busca romper com dicotomias, que permite observar o cotidiano rompendo com os dualismos trabalho/tempo livre; trabalho/cultura. Entrelaçando o diálogo do campo com a academia, apresenta-se a potência da utilização do corpo quilombola comoforma de expressão, como ferramenta de luta, de resistência, de afirmação. Como elo entre o visível e o invisível, afirmando-se como território marcador de identidade. A identidade quilombola transborda nas práticas performáticas dos Carrapatos da Tabatinga. E se consolida no posicionamento político que todos eles assumem cotidianamente. Na escola, no trabalho, na maneira de se vestir, nos compromissosque assumem na comunidade. Ali está sempre um Quilombola da Tabatinga. E são respeitados por isso, da criança ao ancião. E esta é uma luta que enfrentam diariamente. É um respeito que é construído passo a passo, de forma contínua, por vezes com dor, com medo, mas sempre pautado na força da matriarca. Meu povo é povo de fé, é povo de luta, é povo de festa, é guiado por Nossa Senhora do Rosário e protegido por Oxalá!This study presents an imaginative and descriptive dive of two festive moments of the Quilombola Community Carrapatos da Tabatinga of the city of Bom Despacho, MG: the Festivals of the Reign in homage to Nossa Senhora do Rosário and the São Benedito and the Festivity of the Umbanda in homage to the Blacks Old men. The proposal was to recognize the identity processes constituted from the multiple relations between the founding dimensions of the quilombola universe: body, territory and ancestral dimensions, seeking to establish the dialogue between their particular corporal practices and the universal appropriations, focusing on what emerges from the Relationship between this tensioning. In order to achieve the objectives proposedin this qualitative research, the case study in an ethnographic perspective showed the most appropriate methodological approach, allowing a dip in the magical festive universe of the community and using photography as support to express, with writing, And articulate, the world presented here. Bringing the festive practice to the center of the conversation, it was possible to understand that festivities help reveal identitiesthat are expressed in involvement, participation, learning and cultural experience. Studying Leisure has thus become fundamental. Understanding Leisure here as a perspective of looking that seeks to break with dichotomies, which allows us to observe the daily life breaking with the work / free time dualisms; Work / culture. Interlacing the dialogue of the field with the academy, the power of the use of the quilombola body as a form of expression is presented as a tool of struggle, resistance, and affirmation. As a link between the visible and the invisible, affirmingitself as territory marker of identity The quilombola identity overflows in theperformance practices of the Tabatinga Ticks. And it consolidates itself in the political position that all of them assume daily. At school, at work, in the way of dressing, in the commitments they assume in the community. There is always a Quilombola from Tabatinga. And they are respected for this, from the child to the old man. And this is a struggle they face daily. It is a respect that is built step by step, continuously, sometimes with pain, with fear, but always based on the strength of the matriarch "My people are people of faith, people of struggle, people of celebration, guided byNossa Senhora do Rosário and protected by Oxalá!Universidade Federal de Minas GeraisUFMGQuilombosIdentidade socialLazerFestas religiosasCorpoComunidades quilombolasAncestralidadeTerritórioProcessos identitáriosVem que hoje é dia de festa: corpo, território e ancestralidade nas festas da Comunidade Quilombola Carrapatos da Tabatinga Bom Despacho, MGinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALtesekarla_tereza_ocelli_costa.pdfapplication/pdf2844991https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/EEFF-BB6FZ6/1/tesekarla_tereza_ocelli_costa.pdff585e1c07be6c0fcc24339e21ea21e34MD51TEXTtesekarla_tereza_ocelli_costa.pdf.txttesekarla_tereza_ocelli_costa.pdf.txtExtracted texttext/plain264803https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/EEFF-BB6FZ6/2/tesekarla_tereza_ocelli_costa.pdf.txtcd98d6e613c95b8aba07c5c6a837405dMD521843/EEFF-BB6FZ62019-11-14 07:00:38.939oai:repositorio.ufmg.br:1843/EEFF-BB6FZ6Repositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T10:00:38Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
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