Respostas das emissões otoacústicas por produto de distorção em presença de perda auditiva neurossensorial

• Autor(a) principal: Renata Prazeres Moura
• Data de Publicação: 2016
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/47187
• topic: Emissões otoacústicas espontâneas; Cóclea; Diagnóstico; Células ciliadas auditivas; Emissões Otoacústicas Espontâneas; Cóclea; Células Ciliadas Auditivas; Diagnóstico; Dissertação Acadêmica

Introdução: Além de avaliar a integridade funcional das células ciliadas externas, as respostas do exame de emissões otoacústicas podem servir de utensílio para estimar limiares auditivos de pessoas com perda auditiva de origem coclear, sendo que as emissões otoacústicas evocadas transientes e as emissões otoacústicas evocadas por produto de distorção são as mais utilizadas na prática. Algumas afecções provocam destruição em parte das células ciliadas externas, mas preservam um percentual, as chamadas células ciliadas residuais. Entretanto os protocolos atuais ainda não conseguem investigar o comportamento das células ciliadas residuais, afinal os níveis de estimulação habituais são considerados insuficientes, sendo, portanto, necessário elevar a intensidade de estimulação. Objetivo: Estudar o efeito da variação da intensidade de estimulação sobre as respostas das emissões otoacústicas por produto de distorção em indivíduos com perda auditiva neurossensorial de grau leve, moderado e severo utilizando um novo protocolo de registro das emissões. Métodos: Trata-se de um estudo observacional transversal, composto por 38 participantes, de ambos os sexos, com idade entre 8 e 90 anos, apresentando diagnóstico de perda auditiva neurossensorial de grau leve, moderado ou severo, oriundos do Serviço de Atenção à Saúde Auditiva do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais. Foram realizados os seguintes procedimentos: anamnese, meatoscopia, audiometria tonal liminar, logoaudiometria, imitanciometria, emissões otoacústicas por produto de distorção e emissões otoacústicas residuais utilizando um protocolo desenvolvido na plataforma do equipamento ECHODIA, modelo Elios, especificamente para verificação da fase das respostas, a fim de identificar respostas fisiológicas e artefatos. As respostas registradas nas emissões residuais foram consideradas como: “presente”, quando se tratava de respostas fisiológicas, “ausente” ou “artefato”, quando se tratava de respostas instrumentais. Foi realizada análise descritiva das variáveis categóricas e contínuas. Os resultados das emissões residuais foram correlacionados com os limiares tonais. Para análise estatística foram utilizados o teste Mann-Whitney e o teste ANOVA com correção de Bonferroni. Resultados: Foram incluídos no 7 estudo 38 participantes, com média de idade 54,63 anos. O total de orelhas incluídas foi de 72. No exame de emissões residuais, na frequência de 1300Hz houve diferença estatisticamente significante entre os grupos que apresentaram resultado “ausente” e “presente”, e entre os grupos que apresentaram “artefato” e “presente”; e na frequência de 2000Hz entre os grupos que apresentaram resultado “ausente” e “presente”. Ao analisar a média encontrada na audiometria e o resultado das emissões residuais, apenas a frequência de 1300Hz apresentou relação estatisticamente significante em todos os grupos. Já a frequência de 2000Hz apresentou relação estatisticamente significante entre os resultados “ausente” e “presente”, e “artefato” e “presente”. Ao correlacionar o resultado da audiometria e o valor das emissões residual houve correlação positiva para as frequências de 1000Hz e 4000Hz. O “artefato” foi registrado principalmente nas frequências mais altas: 56,2% em 3000Hz e 58,2% em 4000Hz. Conclusão: O aumento da intensidade de estimulação no exame de emissões pode auxiliar no estudo das células ciliadas residuais, desde que seja utilizado um protocolo para verificar a procedência da resposta. O protocolo proposto mostrou-se útil, visto que diferencia uma resposta fisiológica de um artefato, evitando assim diagnósticos errôneos. Entretanto, ainda são necessários estudos com diferentes populações, com idades e etiologias diferenciadas, para maior aprofundamento acerca do funcionamento coclear em presença de déficit auditivo.