Detalhes bibliográficos
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
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spelling Claudia Andréa Mayorga Borgeshttp://lattes.cnpq.br/8982681063835719Lupicínio Iñiguez RuedaJaileila de Araújo MenezesJoão Paulo Pereira BarrosPaula Rita Bacellar Gonzagahttp://lattes.cnpq.br/2942482657659489Ricardo Dias de Castro2023-02-21T00:11:33Z2023-02-21T00:11:33Z2022-01-20http://hdl.handle.net/1843/50257https://orcid.org/0000-0003-1897-077XEssa tese de doutorado se situa, em um contexto, em que é possível reconhecer que o espaço da universidade convive, de forma publicamente conflituosa, com uma pluralidade de perspectivas sobre as rotinas pedagógicas do ensino superior público, dos temas de investigação no campo da ciência, dos modos de saber-fazer pesquisa-ensino-extensão e da dinâmica societária. Contra uma postura conservadora da universidade e na disputa por um regime, radicalmente, democrático de produção de conhecimento, ciência e de intervenção nos rumos da sociedade; campos como o antirracismo, o feminismo, saberes/fazeres críticos, ações afirmativas e a decolonialidade têm protagonizado resistências ao Sistema Moderno/Colonial de Gênero. Dessa forma, é certo que alguns docentes não abandonam a pesquisa ocidental ou (quase) tudo o que se produziu, nos últimos séculos, a partir das matrizes mainstream de conhecimento euro, branco, burguês, patriarcal e heterocisnormativo. Sendo assim, professores/as do ensino superior público têm colocado limites ao projeto colonial, racista, sexista, classista e cosmofóbico forjado nas monolatrias epistêmicas da Ciência Moderna. Embebido por essa atmosfera, propomos como objetivo para essa pesquisa, compreender como os docentes do ensino superior público produzem saberes e fazeres que decolonizam o conhecimento, ciência e a sociedade no âmbito da Universidade Federal de Minas Gerais. Por meio dos relatos narrativos (auto)biográficos de dez professores/professoras da UFMG com quem conversamos, pudemos analisar as inúmeras contradições que se apresentam em uma universidade pública de histórico moderno/colonial que, a partir de seu lócus fraturado, é capaz de movimentar rupturas epistêmicas e políticas na reinvenção de um novo mundo que já se mostra possível apesar das armadilhas da colonialidade. Através das análises, observamos que há uma heterogeneidade muito grande em relação a como o desejo pela vida de professor/professora foi sendo construída nessas trajetórias. O que aponta para a importância de se interpelar sistemas de poder que permanecem produzindo determinados acessos e/ou impedimentos para que algumas pessoas possam realizar os seus sonhos acadêmicos. Em relação às estratégias político-pedagógicas, que são adotadas para se fazer vacilar a hegemonia moderna/colonial nas universidades públicas, pudemos observar que esses docentes abraçam um modelo de educação, radicalmente, transdisciplinar. E, assim, eles o fazem por reconhecerem a limitação de seus próprios campos do conhecimento como produção de resposta para os problemas que a ciência coloca/produz para/a partir da sociedade. Como prática marginal, a extensão é central na trajetória que os sujeitos/sujeitas dessa pesquisa foram tecendo na UFMG. A indissociabilidade entre ensino, pesquisa e a extensão é uma realidade cotidiana entre esses docentes. Todos/as, assim, apostam na produção de um conhecimento que dialogue com a comunidade externa à institucionalidade da universidade pública. Nesse sentido, definitivamente, a universidade pública não possui a mesma atmosfera de seus anos fundacionais. Isso porque as Ações Afirmativas institucionalizaram desejos de transformação de séculos de resistência antirracista e popular que foram se tornando políticas públicas no século XXI. Os docentes apontam que as cotas e ações afirmativas, nessa direção, precisam ser, mais do que uma reserva de vagas meritocrática, um giro epistêmico decolonial. Para além da política de reserva de vagas para indígenas, negros/negros, pobres e pessoas com deficiência, a semântica afirmativa constrói um clima de solidariedade com outros grupos, historicamente, subalternizados. Nesse sentido, mais do que pensar um projeto acadêmico e social para si; esses docentes são mobilizados por causas coletivas e isso os move a estar em espaços de poder e decisão. Entre a crítica e o endosso à universidade pública, esses docentes vão inventando um entre-mundos que não totaliza o saber tradicional e, tampouco, naturaliza o saber ocidental. Nesse contexto, a universidade é apontada como um lugar hostil, mas que por ser pública, possui uma potência democrática e uma força decolonial que, outrora, seria inimaginável. O que é possível por meio da interpelação radical das leis, das normas, dos afetos, da estética e da forma heterocisnormativacolonial da razão moderna. Algo que é facilitado pela permanência da liberdade de cátedra e da autonomia universitária no serviço público educacional. É importante, então, que se reconheça que a universidade pública já está em produção de novas formas de conhecimentos, práticas pedagógicas, afetos, desejos, construções de trajetórias e reorganização de parâmetros para a designação de um conhecimento legítimo. Algo que é construído por um interesse político pela diversidade do mundo e pelas várias formas que podemos pensar-mudar projetos que coexistem na infinidade cosmológica que habita o pluri-verso.This doctoral thesis is situated, in a context, in which it is possible to recognize that the university space coexists, in a publicly conflicting way, with a plurality of perspectives on the pedagogical routines of public higher education, research themes in the field of science , ways of research-teaching-extension know-how and corporate dynamics. Against the university's conservative stance and in the dispute for a radically democratic regime for the production of knowledge, science and intervention in the direction of society; fields such as anti-racism, feminism, critical knowledge/doings, affirmative actions and decoloniality have been protagonists in resistance to the Modern/Colonial System of Gender. In this way, it is certain that some professors do not abandon Western research or (almost) everything that has been produced, in recent centuries, from the mainstream matrices of Euro, white, bourgeois, patriarchal and heterocisnormative knowledge. Thus, public higher education professors have placed limits on the colonial, racist, sexist, classist and cosmophobic project forged in the epistemic monolatries of Modern Science. Soaked in this atmosphere, we propose the objective of this research to understand how public higher education professors produce knowledge and actions that decolonize knowledge, science and society within the scope of the Federal University of Minas Gerais. Through the (auto)biographical narrative reports of ten UFMG professors with whom we spoke, we were able to analyze the countless contradictions that appear in a public university with a modern/colonial history that, based on its fractured locus, is capable of moving epistemic and political ruptures in the reinvention of a new world that is already possible despite the traps of coloniality. Through the analyses, we observed that there is a very large heterogeneity in relation to how the desire for the life of a teacher was being built in these trajectories. Which points to the importance of questioning power systems that continue to produce certain accesses and/or impediments for some people to realize their academic dreams. Regarding the political-pedagogical strategies, which are adopted to make the modern/colonial hegemony in public universities falter, we could observe that these professors embrace a model of education, radically, transdisciplinary. And so, they do so by recognizing the limitation of their own fields of knowledge as a response to the problems that science poses/produces for/from society. As a marginal practice, extension is central to the trajectory that the subjects of this research were weaving at UFMG. The inseparability between teaching, research and extension is a daily reality among these professors. Everyone, therefore, is committed to the production of knowledge that dialogues with the community outside the institutional framework of the public university. In this sense, definitely, the public university does not have the same atmosphere of its founding years. This is because Affirmative Actions institutionalized desires to transform centuries of anti-racist and popular resistance that became public policies in the 21st century. Professors point out that quotas and affirmative actions, in this direction, need to be, more than a meritocratic reservation of vacancies, a decolonial epistemic turn. In addition to the policy of reserving vacancies for indigenous people, blacks/blacks, the poor and people with disabilities, the affirmative semantics builds a climate of solidarity with other, historically subordinated groups. In this sense, more than thinking about an academic and social project for you; these professors are mobilized by collective causes and this moves them to be in spaces of power and decision. Between criticizing and endorsing the public university, these professors invent an in-between worlds that does not totalize traditional knowledge, nor does it naturalize Western knowledge. In this context, the university is identified as a hostile place, but because it is public, it has a democratic power and a decolonial force that, in the past, would be unimaginable. What is possible through the radical interpellation of laws, norms, affections, aesthetics and the colonial heterocisnormative form of modern reason. Something that is facilitated by the permanence of academic freedom and university autonomy in the educational public service. It is important, then, to recognize that the public university is already producing new forms of knowledge, pedagogical practices, affections, desires, constructions of trajectories and reorganization of parameters for the designation of legitimate knowledge. Something that is built by a political interest in the diversity of the world and in the various ways we can think-change projects that coexist in the cosmological infinity that inhabits the pluri-verse.porUniversidade Federal de Minas GeraisPrograma de Pós-Graduação em PsicologiaUFMGBrasilFAF - DEPARTAMENTO DE PSICOLOGIAPsicologia - TesesUniversidades e faculdades públicas - TesesUniversidade Federal de Minas Gerais - Corpo docente - TesesUniversidade públicaDocênciaPesquisaExtensãoPolíticas de ação afirmativaSaberes e práticas que decolonizam a ciência e o conhecimento : construções narrativas (auto)biográficas de docentes da UFMGKnowledge and practices which decolonize science and knowledge : (auto)biographical narrative constructions of UFMG professorsSaberes y prácticas que descolonizan la ciencia y el saber : construcciones narrativas (auto)biográficas de profesores de la UFMGinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALSABERES E PRÁTICAS QUE DECOLONIZAM A CIÊNCIA E O CONHECIMENTO construções narrativas autobiográficas de docentes da UFMG.pdfSABERES E PRÁTICAS QUE DECOLONIZAM A CIÊNCIA E O CONHECIMENTO construções narrativas autobiográficas de docentes da UFMG.pdfapplication/pdf2217538https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/50257/1/SABERES%20E%20PR%c3%81TICAS%20QUE%20DECOLONIZAM%20A%20CI%c3%8aNCIA%20E%20O%20CONHECIMENTO%20constru%c3%a7%c3%b5es%20narrativas%20autobiogr%c3%a1ficas%20de%20docentes%20da%20UFMG.pdfb55fab1279fa1f2c17870c0b12b04c20MD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-82118https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/50257/2/license.txtcda590c95a0b51b4d15f60c9642ca272MD521843/502572023-02-20 21:11:33.767oai:repositorio.ufmg.br:1843/50257TElDRU7Dh0EgREUgRElTVFJJQlVJw4fDg08gTsODTy1FWENMVVNJVkEgRE8gUkVQT1NJVMOTUklPIElOU1RJVFVDSU9OQUwgREEgVUZNRwoKQ29tIGEgYXByZXNlbnRhw6fDo28gZGVzdGEgbGljZW7Dp2EsIHZvY8OqIChvIGF1dG9yIChlcykgb3UgbyB0aXR1bGFyIGRvcyBkaXJlaXRvcyBkZSBhdXRvcikgY29uY2VkZSBhbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIChSSS1VRk1HKSBvIGRpcmVpdG8gbsOjbyBleGNsdXNpdm8gZSBpcnJldm9nw6F2ZWwgZGUgcmVwcm9kdXppciBlL291IGRpc3RyaWJ1aXIgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIChpbmNsdWluZG8gbyByZXN1bW8pIHBvciB0b2RvIG8gbXVuZG8gbm8gZm9ybWF0byBpbXByZXNzbyBlIGVsZXRyw7RuaWNvIGUgZW0gcXVhbHF1ZXIgbWVpbywgaW5jbHVpbmRvIG9zIGZvcm1hdG9zIMOhdWRpbyBvdSB2w61kZW8uCgpWb2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBjb25oZWNlIGEgcG9sw610aWNhIGRlIGNvcHlyaWdodCBkYSBlZGl0b3JhIGRvIHNldSBkb2N1bWVudG8gZSBxdWUgY29uaGVjZSBlIGFjZWl0YSBhcyBEaXJldHJpemVzIGRvIFJJLVVGTUcuCgpWb2PDqiBjb25jb3JkYSBxdWUgbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIHBvZGUsIHNlbSBhbHRlcmFyIG8gY29udGXDumRvLCB0cmFuc3BvciBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBxdWFscXVlciBtZWlvIG91IGZvcm1hdG8gcGFyYSBmaW5zIGRlIHByZXNlcnZhw6fDo28uCgpWb2PDqiB0YW1iw6ltIGNvbmNvcmRhIHF1ZSBvIFJlcG9zaXTDs3JpbyBJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVGTUcgcG9kZSBtYW50ZXIgbWFpcyBkZSB1bWEgY8OzcGlhIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBmaW5zIGRlIHNlZ3VyYW7Dp2EsIGJhY2stdXAgZSBwcmVzZXJ2YcOnw6NvLgoKVm9jw6ogZGVjbGFyYSBxdWUgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIMOpIG9yaWdpbmFsIGUgcXVlIHZvY8OqIHRlbSBvIHBvZGVyIGRlIGNvbmNlZGVyIG9zIGRpcmVpdG9zIGNvbnRpZG9zIG5lc3RhIGxpY2Vuw6dhLiBWb2PDqiB0YW1iw6ltIGRlY2xhcmEgcXVlIG8gZGVww7NzaXRvIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gbsOjbywgcXVlIHNlamEgZGUgc2V1IGNvbmhlY2ltZW50bywgaW5mcmluZ2UgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgZGUgbmluZ3XDqW0uCgpDYXNvIGEgc3VhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBjb250ZW5oYSBtYXRlcmlhbCBxdWUgdm9jw6ogbsOjbyBwb3NzdWkgYSB0aXR1bGFyaWRhZGUgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzLCB2b2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBvYnRldmUgYSBwZXJtaXNzw6NvIGlycmVzdHJpdGEgZG8gZGV0ZW50b3IgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIHBhcmEgY29uY2VkZXIgYW8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBvcyBkaXJlaXRvcyBhcHJlc2VudGFkb3MgbmVzdGEgbGljZW7Dp2EsIGUgcXVlIGVzc2UgbWF0ZXJpYWwgZGUgcHJvcHJpZWRhZGUgZGUgdGVyY2Vpcm9zIGVzdMOhIGNsYXJhbWVudGUgaWRlbnRpZmljYWRvIGUgcmVjb25oZWNpZG8gbm8gdGV4dG8gb3Ugbm8gY29udGXDumRvIGRhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBvcmEgZGVwb3NpdGFkYS4KCkNBU08gQSBQVUJMSUNBw4fDg08gT1JBIERFUE9TSVRBREEgVEVOSEEgU0lETyBSRVNVTFRBRE8gREUgVU0gUEFUUk9Dw41OSU8gT1UgQVBPSU8gREUgVU1BIEFHw4pOQ0lBIERFIEZPTUVOVE8gT1UgT1VUUk8gT1JHQU5JU01PLCBWT0PDiiBERUNMQVJBIFFVRSBSRVNQRUlUT1UgVE9ET1MgRSBRVUFJU1FVRVIgRElSRUlUT1MgREUgUkVWSVPDg08gQ09NTyBUQU1Cw4lNIEFTIERFTUFJUyBPQlJJR0HDh8OVRVMgRVhJR0lEQVMgUE9SIENPTlRSQVRPIE9VIEFDT1JETy4KCk8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBzZSBjb21wcm9tZXRlIGEgaWRlbnRpZmljYXIgY2xhcmFtZW50ZSBvIHNldSBub21lKHMpIG91IG8ocykgbm9tZXMocykgZG8ocykgZGV0ZW50b3IoZXMpIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcyBkYSBwdWJsaWNhw6fDo28sIGUgbsOjbyBmYXLDoSBxdWFscXVlciBhbHRlcmHDp8OjbywgYWzDqW0gZGFxdWVsYXMgY29uY2VkaWRhcyBwb3IgZXN0YSBsaWNlbsOnYS4KRepositório InstitucionalPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2023-02-21T00:11:33Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
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