Alterações sistêmicas e cardiacas após envenenamento experimental por cobra coral Micrurus frontalis em cobaias (Cavia porcellus).

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Marthin Raboch Lempek
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/SMOC-B9AF2T
Resumo: Micrurus frontalis, espécie de serpente da família Elapidae, é uma das principais responsáveis pelos acidentes elapídicos em humanos no Brasil. Seu veneno, composto por três frações, three finger toxin, fosfolipase A2 e metaloproteases, é conhecido por possuir alta toxicidade, causador de grave sintomatologia clínica. Sua ação principal é neurológica levando à paralisia flácida das vítimas e, consequentemente óbito, devido a insuficiência respiratória. Contudo, raros são os relatos na literatura científica sobre sua atividade específica sobre o sistema cardiovascular. Diante deste contexto, este trabalho tem como objetivo a avaliação das alterações cardíacas causadas pelo veneno de M. frontalis em cobaias (Cavia porcellus). Doze animais machos, adultos foram distribuídos em dois grupos (n=6) denominados, grupo veneno e grupo controle. Os animais do grupo veneno receberam 0,45 µg/g de peso vivo de veneno de M. frontalis diluídos em 0,2 ml de PBS/BSA por via intramuscular (IM) e, o grupo controle recebeu 0,2 ml de PBS/BSA por via IM. Os animais foram avaliados clinicamente, antes (tempo zero) e duas horas após, tempo final (TF), a inoculação do veneno ou PBS, por meio de exames de eletrocardiograma (ECG), ecodopplercardiograma (ECO) e perfil sanguíneo (hemograma e bioquímica sérica e plasmática). Após o TF, os animais foram eutanasiados, realizando-se necropsia e coleta de material para microscopias óptica e eletrônica. O ECG revelou a presença de arritmias, extrassístoles ventriculares, em 100% dos animais envenenados. Nesses mesmos animais, no ECO verificou-se um efeito inotrópico negativo do veneno de M. frontalis sobre a musculatura cardíaca reduzindo aproximadamente 25% da fração de ejeção cardíaca, além de uma vasoconstrição da artéria aorta e aumento do fluxo da artéria pulmonar. No perfil bioquímico cardiovascular observou-se um aumento significativo dos valores de troponina I, creatina quinase fração MB no TF de todos os animais envenenados. No coagulograma, observou-se diminuição do tempo de tromboplastina parcial ativada e dos valores de D-dímero no TF dos animais do grupo veneno. Conclui-se que, o veneno de M. frontalis possui atividade cardiotóxica e arritmogênica, capaz de causar lesão de fibras cardíacas, além de provocar um efeito inotrópico negativo sobre o coração
id UFMG_f6e05bd974774f08a940a1bc13a330e9
oai_identifier_str oai:repositorio.ufmg.br:1843/SMOC-B9AF2T
network_acronym_str UFMG
network_name_str Repositório Institucional da UFMG
repository_id_str
spelling Marilia Martins MeloVitor Marcio RibeiroCarlos Delfin Chavez OlorteguiBenito Soto BlancoMarthin Raboch Lempek2019-08-11T18:51:00Z2019-08-11T18:51:00Z2018-01-29http://hdl.handle.net/1843/SMOC-B9AF2TMicrurus frontalis, espécie de serpente da família Elapidae, é uma das principais responsáveis pelos acidentes elapídicos em humanos no Brasil. Seu veneno, composto por três frações, three finger toxin, fosfolipase A2 e metaloproteases, é conhecido por possuir alta toxicidade, causador de grave sintomatologia clínica. Sua ação principal é neurológica levando à paralisia flácida das vítimas e, consequentemente óbito, devido a insuficiência respiratória. Contudo, raros são os relatos na literatura científica sobre sua atividade específica sobre o sistema cardiovascular. Diante deste contexto, este trabalho tem como objetivo a avaliação das alterações cardíacas causadas pelo veneno de M. frontalis em cobaias (Cavia porcellus). Doze animais machos, adultos foram distribuídos em dois grupos (n=6) denominados, grupo veneno e grupo controle. Os animais do grupo veneno receberam 0,45 µg/g de peso vivo de veneno de M. frontalis diluídos em 0,2 ml de PBS/BSA por via intramuscular (IM) e, o grupo controle recebeu 0,2 ml de PBS/BSA por via IM. Os animais foram avaliados clinicamente, antes (tempo zero) e duas horas após, tempo final (TF), a inoculação do veneno ou PBS, por meio de exames de eletrocardiograma (ECG), ecodopplercardiograma (ECO) e perfil sanguíneo (hemograma e bioquímica sérica e plasmática). Após o TF, os animais foram eutanasiados, realizando-se necropsia e coleta de material para microscopias óptica e eletrônica. O ECG revelou a presença de arritmias, extrassístoles ventriculares, em 100% dos animais envenenados. Nesses mesmos animais, no ECO verificou-se um efeito inotrópico negativo do veneno de M. frontalis sobre a musculatura cardíaca reduzindo aproximadamente 25% da fração de ejeção cardíaca, além de uma vasoconstrição da artéria aorta e aumento do fluxo da artéria pulmonar. No perfil bioquímico cardiovascular observou-se um aumento significativo dos valores de troponina I, creatina quinase fração MB no TF de todos os animais envenenados. No coagulograma, observou-se diminuição do tempo de tromboplastina parcial ativada e dos valores de D-dímero no TF dos animais do grupo veneno. Conclui-se que, o veneno de M. frontalis possui atividade cardiotóxica e arritmogênica, capaz de causar lesão de fibras cardíacas, além de provocar um efeito inotrópico negativo sobre o coraçãoMicrurus frontalis is one of the main snakes responsible for elapidic accidents in humans in Brazil, however rare cases are described in the veterinary literature. Its venom is known for its high toxicity, with every elapic accident being considered serious. The venom is composed of three fractions: three finger toxin (3FTx), phospholipase A2 and metalloproteases. Its main action is neurological, leading to flaccid paralysis of the victims and consequently death due to respiratory insufficiency. However, there is no description in the literature of its activity in the cardiovascular system. For this reason, this study evaluates the cardiac alterations of the venom of M. frontalis in the experimental envenomation of Cavia porcellus. Twelve animals were distributed in two groups (n = 6), denominated venom group and control group. Animals of the venom group received a dose of 0.45 g / g live weight of venom of M. frontalis diluted in 0.2 ml of PBS / BSA intramuscularly (IM), while the control group received 0.2 ml of PBS / BSA IM. The electrocardiogram (ECG), Doppler echocardiogram (ECO) and blood profile were performed in two moments; time zero (T0) and two hours after the envenomation, final time (FT). After FT, the animals were euthanized, necropsied and collected for optical and electron microscopy. The ECG revealed the presence of arrhythmias, ventricular extrasystoles, in 100% of the envenoming animals. The ECO showed a negative inotropic effect of the venom of M. frontalis on the cardiac musculature, reducing approximately 25% of the cardiac ejection fraction, as well as vasoconstriction of the aortic artery and increased pulmonary artery flow. In the cardiovascular biochemical profile, a significant increase of troponin I and creatine kinase MB in FT of the envenomed animals was observed. The activated partial thromboplastin time and the D-dimer were decreased, in the FT in the envenomed group. It was concluded that the venom of M. frontalis has cardiotoxic and arrhythmogenic activity. In addition to causing heart damage, the venom acts, causing a negative inotropic effect on the heart.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGPorquinho-da-índia como animal de laboratórioEnvenenamentoVeneno de cobra Efeito fisiológicoMicrurus Venenothree finger toxininotropismoCavia porcellusMicrurus frontaliscardiotoxicidadeAlterações sistêmicas e cardiacas após envenenamento experimental por cobra coral Micrurus frontalis em cobaias (Cavia porcellus).info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALmarthin_raboch_lempek.pdfapplication/pdf3931425https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/SMOC-B9AF2T/1/marthin_raboch_lempek.pdfb48a48ac9c034c97eb75dbaede1737aeMD51TEXTmarthin_raboch_lempek.pdf.txtmarthin_raboch_lempek.pdf.txtExtracted texttext/plain163596https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/SMOC-B9AF2T/2/marthin_raboch_lempek.pdf.txtddbbacb74c8228dd6f87d743f9b8c938MD521843/SMOC-B9AF2T2019-11-14 09:26:00.076oai:repositorio.ufmg.br:1843/SMOC-B9AF2TRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T12:26Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv Alterações sistêmicas e cardiacas após envenenamento experimental por cobra coral Micrurus frontalis em cobaias (Cavia porcellus).
title Alterações sistêmicas e cardiacas após envenenamento experimental por cobra coral Micrurus frontalis em cobaias (Cavia porcellus).
spellingShingle Alterações sistêmicas e cardiacas após envenenamento experimental por cobra coral Micrurus frontalis em cobaias (Cavia porcellus).
Marthin Raboch Lempek
three finger toxin
inotropismo
Cavia porcellus
Micrurus frontalis
cardiotoxicidade
Porquinho-da-índia como animal de laboratório
Envenenamento
Veneno de cobra Efeito fisiológico
Micrurus Veneno
title_short Alterações sistêmicas e cardiacas após envenenamento experimental por cobra coral Micrurus frontalis em cobaias (Cavia porcellus).
title_full Alterações sistêmicas e cardiacas após envenenamento experimental por cobra coral Micrurus frontalis em cobaias (Cavia porcellus).
title_fullStr Alterações sistêmicas e cardiacas após envenenamento experimental por cobra coral Micrurus frontalis em cobaias (Cavia porcellus).
title_full_unstemmed Alterações sistêmicas e cardiacas após envenenamento experimental por cobra coral Micrurus frontalis em cobaias (Cavia porcellus).
title_sort Alterações sistêmicas e cardiacas após envenenamento experimental por cobra coral Micrurus frontalis em cobaias (Cavia porcellus).
author Marthin Raboch Lempek
author_facet Marthin Raboch Lempek
author_role author
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Marilia Martins Melo
dc.contributor.referee1.fl_str_mv Vitor Marcio Ribeiro
dc.contributor.referee2.fl_str_mv Carlos Delfin Chavez Olortegui
dc.contributor.referee3.fl_str_mv Benito Soto Blanco
dc.contributor.author.fl_str_mv Marthin Raboch Lempek
contributor_str_mv Marilia Martins Melo
Vitor Marcio Ribeiro
Carlos Delfin Chavez Olortegui
Benito Soto Blanco
dc.subject.por.fl_str_mv three finger toxin
inotropismo
Cavia porcellus
Micrurus frontalis
cardiotoxicidade
topic three finger toxin
inotropismo
Cavia porcellus
Micrurus frontalis
cardiotoxicidade
Porquinho-da-índia como animal de laboratório
Envenenamento
Veneno de cobra Efeito fisiológico
Micrurus Veneno
dc.subject.other.pt_BR.fl_str_mv Porquinho-da-índia como animal de laboratório
Envenenamento
Veneno de cobra Efeito fisiológico
Micrurus Veneno
description Micrurus frontalis, espécie de serpente da família Elapidae, é uma das principais responsáveis pelos acidentes elapídicos em humanos no Brasil. Seu veneno, composto por três frações, three finger toxin, fosfolipase A2 e metaloproteases, é conhecido por possuir alta toxicidade, causador de grave sintomatologia clínica. Sua ação principal é neurológica levando à paralisia flácida das vítimas e, consequentemente óbito, devido a insuficiência respiratória. Contudo, raros são os relatos na literatura científica sobre sua atividade específica sobre o sistema cardiovascular. Diante deste contexto, este trabalho tem como objetivo a avaliação das alterações cardíacas causadas pelo veneno de M. frontalis em cobaias (Cavia porcellus). Doze animais machos, adultos foram distribuídos em dois grupos (n=6) denominados, grupo veneno e grupo controle. Os animais do grupo veneno receberam 0,45 µg/g de peso vivo de veneno de M. frontalis diluídos em 0,2 ml de PBS/BSA por via intramuscular (IM) e, o grupo controle recebeu 0,2 ml de PBS/BSA por via IM. Os animais foram avaliados clinicamente, antes (tempo zero) e duas horas após, tempo final (TF), a inoculação do veneno ou PBS, por meio de exames de eletrocardiograma (ECG), ecodopplercardiograma (ECO) e perfil sanguíneo (hemograma e bioquímica sérica e plasmática). Após o TF, os animais foram eutanasiados, realizando-se necropsia e coleta de material para microscopias óptica e eletrônica. O ECG revelou a presença de arritmias, extrassístoles ventriculares, em 100% dos animais envenenados. Nesses mesmos animais, no ECO verificou-se um efeito inotrópico negativo do veneno de M. frontalis sobre a musculatura cardíaca reduzindo aproximadamente 25% da fração de ejeção cardíaca, além de uma vasoconstrição da artéria aorta e aumento do fluxo da artéria pulmonar. No perfil bioquímico cardiovascular observou-se um aumento significativo dos valores de troponina I, creatina quinase fração MB no TF de todos os animais envenenados. No coagulograma, observou-se diminuição do tempo de tromboplastina parcial ativada e dos valores de D-dímero no TF dos animais do grupo veneno. Conclui-se que, o veneno de M. frontalis possui atividade cardiotóxica e arritmogênica, capaz de causar lesão de fibras cardíacas, além de provocar um efeito inotrópico negativo sobre o coração
publishDate 2018
dc.date.issued.fl_str_mv 2018-01-29
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2019-08-11T18:51:00Z
dc.date.available.fl_str_mv 2019-08-11T18:51:00Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/1843/SMOC-B9AF2T
url http://hdl.handle.net/1843/SMOC-B9AF2T
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Minas Gerais
dc.publisher.initials.fl_str_mv UFMG
publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Minas Gerais
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFMG
instname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
instacron:UFMG
instname_str Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
instacron_str UFMG
institution UFMG
reponame_str Repositório Institucional da UFMG
collection Repositório Institucional da UFMG
bitstream.url.fl_str_mv https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/SMOC-B9AF2T/1/marthin_raboch_lempek.pdf
https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/SMOC-B9AF2T/2/marthin_raboch_lempek.pdf.txt
bitstream.checksum.fl_str_mv b48a48ac9c034c97eb75dbaede1737ae
ddbbacb74c8228dd6f87d743f9b8c938
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1803589275190558720