Características sócio-econômicas e sanitárias da pecuária bovina leiteira do município de Divinópolis-MG
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 1991 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFMG |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/1843/BUOS-8PSNUE |
Resumo: | Com o propósito de caracterizar as formas de produção pecuária da bovinocultura de leite do município de Divinópolis-MG, estudou-se 30 propriedades rurais agrupadas segundo a tipologia mercantil simples, pré-empresarial e empresarial, compreendendo 14, 9 e 7 unidades de produção respectivamente. Obteve-se a amostra por processo aleatório aplicado aos fornecedores de leite a Cooperativa Agropecuária de Divinópolis Ltda. A estratificação das propriedades foi empreendida mediante julgamento crítico das informações obtidas, pautando-se nos indicadores: uso de mão-de-obra, finalidade e relações de produção, inversão em tecnologias, tamanho da propriedade, volume de produção e produtividade, local de residência e natureza de ocupações. A coleta dos dados foi efetuada de maio a outubro de 1990, através de entrevistas com os produtores, coleta de materiais para exames de laboratório e observação "in loco" das condições de produção. Os resultados indicaram uma dessemelhança substantiva dos estratos analisados, que se forjara pela interação de fatores sociais, econômicos, culturais e políticos envolvidos na exploração. O uso da terra distingue as formas, numa rendição ao poder econômico e a necessidade de se reproduzir a subsistência. Assim, verifica-se da forma mercantil simples para a empresarial, um crescimento relativo da área utilizada em pastagens artificiais e com culturas permanentes. Inversamente, na mesma direção, ocorre um decréscimo relativo das áreas destinadas a agricultura em geral e a agricultura temporária em particular, bem como diminuição da área em pastagens naturais. A forma mercantil simples apresenta ainda o maior índice de aproveitamento da terra. As benfeitorias existentes divergem entre as formas de produção especialmente em valores, número e dimensão, enquanto máquinas equipamentos e veículos exercem distinção quanto a natureza e significado no processo produtivo. Para os produtores da forma mercantil simples, o carro de boi, carroça e equipamentos de preparo de forragens, compreendem instrumentos de inestimável utilidade e representam nesta categoria do patrimônio agropecuário a quase totalidade dos investimentos. Na forma empresarial e em menor magnitude na pré-empresarial, tratores e veículos constituem o alvo principal dos investimentos, apesar de ser bastante representativa a presença do carro de boi na forma pré-empresarial. O padrão racial dos bovinos apresenta diferença substancial entre as formas de produção, com intensificação da JM especialização para leite e tendência a apurar o grau de sangue holandês da forma mercantil simples para a empresarial. O desempenho zootécnico do rebanho, avaliado em termos de produtividade e eficiência reprodutiva evolui da forma mercantil simples para a empresarial, embora em termos econômicos os resultados se invertem, acusando prejuízos crescentes na direção referida. O volume de práticas de manejo, alimentação e de prevenção sanitárias usadas, de uma forma geral, também apresenta índices progressivos na direção mercantil simples-empresarial. Contudo, o efeito destas práticas, aparentemente não exerce influência sobre o perfil sanitário do rebanho, avaliado em termos de manifestação de doenças e determinado através dos exames laboratoriais. Esta constatação se baseia na prevalência de doenças como a mastite, verminose, coccidiose, anaplasmose, babesiose e ehrlichiose, cujos índices nivelam a forma mercantil simples com a empresarial. Por outro lado, estatisticamente significativos ou não, a forma pré-empresarial apresentou os menores índices de prevalências em relação à mastite, verminose, coccidiose e babesiose e suplantou a forma mercantil simples na prevalência da anaplasmose. A prevalência da leptospirose apresentou-se crescente a partir da forma mercantil simples e a brucelose sé foi registrada em uma propriedade do tipo empresarial. Estes resultados sugerem que a ocorrência de doenças esteja fortemente vinculada a questões de gerência, operacionalização do trabalho e ao poder econômico dos proprietários representado pela densidade populacional, circulação de animais etc. Em cada forma de produção, os produtores encontram razões relevantes que estabelecem o seu elo com a terra. Na forma mercantil simples, a necessidade de garantir a sobrevivência, associada à inexistência de outra opção de trabalho, prende esses produtoras em seu meio. Na forma empresarial, a reserva de valor apresentada pela terra a afetividade pelo campo midiatizam essas relações. A interação do todos esses fatores expostos concorra para estabelecer o mesmo vínculo em relação aos produtores pré-empresariais. Os resultados da eficiência técnica e economia guardam uma relação bastante estreita com a postura dos produtores nas suas relações com a terra por extensão com a exploração leiteira. E é graças a natureza desta integração que a atividade subsiste. Em nenhum dos estratos, essas produtoras perseguem um lucro concreto. Não sabem, e dão a impressão de que não estejam interessados em apurar os resultados obtidos. Afirmam que o retorno financeiro é pequeno ou que não existe, mas continuam a produzir. Os produtores da forma mercantil simples, porque ainda garantam o seu sustento, os da forma pré-empresarial, porque são fatalmente dependentes da atividade e estão ainda se mantendo, os empresários possivelmente para sustentar um "hobby" e justificar seu acesso à terra. |
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A coleta dos dados foi efetuada de maio a outubro de 1990, através de entrevistas com os produtores, coleta de materiais para exames de laboratório e observação "in loco" das condições de produção. Os resultados indicaram uma dessemelhança substantiva dos estratos analisados, que se forjara pela interação de fatores sociais, econômicos, culturais e políticos envolvidos na exploração. O uso da terra distingue as formas, numa rendição ao poder econômico e a necessidade de se reproduzir a subsistência. Assim, verifica-se da forma mercantil simples para a empresarial, um crescimento relativo da área utilizada em pastagens artificiais e com culturas permanentes. Inversamente, na mesma direção, ocorre um decréscimo relativo das áreas destinadas a agricultura em geral e a agricultura temporária em particular, bem como diminuição da área em pastagens naturais. A forma mercantil simples apresenta ainda o maior índice de aproveitamento da terra. 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Por outro lado, estatisticamente significativos ou não, a forma pré-empresarial apresentou os menores índices de prevalências em relação à mastite, verminose, coccidiose e babesiose e suplantou a forma mercantil simples na prevalência da anaplasmose. A prevalência da leptospirose apresentou-se crescente a partir da forma mercantil simples e a brucelose sé foi registrada em uma propriedade do tipo empresarial. Estes resultados sugerem que a ocorrência de doenças esteja fortemente vinculada a questões de gerência, operacionalização do trabalho e ao poder econômico dos proprietários representado pela densidade populacional, circulação de animais etc. Em cada forma de produção, os produtores encontram razões relevantes que estabelecem o seu elo com a terra. Na forma mercantil simples, a necessidade de garantir a sobrevivência, associada à inexistência de outra opção de trabalho, prende esses produtoras em seu meio. 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Os produtores da forma mercantil simples, porque ainda garantam o seu sustento, os da forma pré-empresarial, porque são fatalmente dependentes da atividade e estão ainda se mantendo, os empresários possivelmente para sustentar um "hobby" e justificar seu acesso à terra.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGBovino de leite Criação Saneamento Divinopolis(MG)Bovino de leite Criação Aspectos economicos Divinopolis (MG)Medicina VeterináriaCaracterísticas sócio-econômicas e sanitárias da pecuária bovina leiteira do município de Divinópolis-MGinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALdisserta__o_de_mestrado_de_erly_do_prado.pdfapplication/pdf3745245https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-8PSNUE/1/disserta__o_de_mestrado_de_erly_do_prado.pdf5fe423fe4da82037a820ab6f1411a40cMD51TEXTdisserta__o_de_mestrado_de_erly_do_prado.pdf.txtdisserta__o_de_mestrado_de_erly_do_prado.pdf.txtExtracted texttext/plain163https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-8PSNUE/2/disserta__o_de_mestrado_de_erly_do_prado.pdf.txtda1bb1ffb82d3bc275eb05356b5ffe73MD521843/BUOS-8PSNUE2019-11-14 13:42:57.674oai:repositorio.ufmg.br:1843/BUOS-8PSNUERepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T16:42:57Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false |
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Os resultados indicaram uma dessemelhança substantiva dos estratos analisados, que se forjara pela interação de fatores sociais, econômicos, culturais e políticos envolvidos na exploração. O uso da terra distingue as formas, numa rendição ao poder econômico e a necessidade de se reproduzir a subsistência. Assim, verifica-se da forma mercantil simples para a empresarial, um crescimento relativo da área utilizada em pastagens artificiais e com culturas permanentes. Inversamente, na mesma direção, ocorre um decréscimo relativo das áreas destinadas a agricultura em geral e a agricultura temporária em particular, bem como diminuição da área em pastagens naturais. A forma mercantil simples apresenta ainda o maior índice de aproveitamento da terra. As benfeitorias existentes divergem entre as formas de produção especialmente em valores, número e dimensão, enquanto máquinas equipamentos e veículos exercem distinção quanto a natureza e significado no processo produtivo. Para os produtores da forma mercantil simples, o carro de boi, carroça e equipamentos de preparo de forragens, compreendem instrumentos de inestimável utilidade e representam nesta categoria do patrimônio agropecuário a quase totalidade dos investimentos. Na forma empresarial e em menor magnitude na pré-empresarial, tratores e veículos constituem o alvo principal dos investimentos, apesar de ser bastante representativa a presença do carro de boi na forma pré-empresarial. O padrão racial dos bovinos apresenta diferença substancial entre as formas de produção, com intensificação da JM especialização para leite e tendência a apurar o grau de sangue holandês da forma mercantil simples para a empresarial. O desempenho zootécnico do rebanho, avaliado em termos de produtividade e eficiência reprodutiva evolui da forma mercantil simples para a empresarial, embora em termos econômicos os resultados se invertem, acusando prejuízos crescentes na direção referida. O volume de práticas de manejo, alimentação e de prevenção sanitárias usadas, de uma forma geral, também apresenta índices progressivos na direção mercantil simples-empresarial. Contudo, o efeito destas práticas, aparentemente não exerce influência sobre o perfil sanitário do rebanho, avaliado em termos de manifestação de doenças e determinado através dos exames laboratoriais. Esta constatação se baseia na prevalência de doenças como a mastite, verminose, coccidiose, anaplasmose, babesiose e ehrlichiose, cujos índices nivelam a forma mercantil simples com a empresarial. Por outro lado, estatisticamente significativos ou não, a forma pré-empresarial apresentou os menores índices de prevalências em relação à mastite, verminose, coccidiose e babesiose e suplantou a forma mercantil simples na prevalência da anaplasmose. A prevalência da leptospirose apresentou-se crescente a partir da forma mercantil simples e a brucelose sé foi registrada em uma propriedade do tipo empresarial. Estes resultados sugerem que a ocorrência de doenças esteja fortemente vinculada a questões de gerência, operacionalização do trabalho e ao poder econômico dos proprietários representado pela densidade populacional, circulação de animais etc. Em cada forma de produção, os produtores encontram razões relevantes que estabelecem o seu elo com a terra. Na forma mercantil simples, a necessidade de garantir a sobrevivência, associada à inexistência de outra opção de trabalho, prende esses produtoras em seu meio. Na forma empresarial, a reserva de valor apresentada pela terra a afetividade pelo campo midiatizam essas relações. A interação do todos esses fatores expostos concorra para estabelecer o mesmo vínculo em relação aos produtores pré-empresariais. Os resultados da eficiência técnica e economia guardam uma relação bastante estreita com a postura dos produtores nas suas relações com a terra por extensão com a exploração leiteira. E é graças a natureza desta integração que a atividade subsiste. Em nenhum dos estratos, essas produtoras perseguem um lucro concreto. Não sabem, e dão a impressão de que não estejam interessados em apurar os resultados obtidos. Afirmam que o retorno financeiro é pequeno ou que não existe, mas continuam a produzir. Os produtores da forma mercantil simples, porque ainda garantam o seu sustento, os da forma pré-empresarial, porque são fatalmente dependentes da atividade e estão ainda se mantendo, os empresários possivelmente para sustentar um "hobby" e justificar seu acesso à terra. |
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