A Construção da Identidade Gerencial dos Gestores da Alta Administração das Universidades Federais em Minas Gerais

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Angelo Brigato Esther
Data de Publicação: 2007
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/EMLE-6YPGRP
Resumo: A universidade, desde a sua criação, vem passando por diversas situações, no mínimo, difíceis. Atualmente, seu maior desafio consiste em superar as crises institucional, de legitimidade e de hegemonia. Está em curso no Brasil o debate sobre a reforma universitária, cuja conclusão definirá o futuro das instituições de ensino superior. Nesse contexto, emerge a discussão sobre a identidade gerencial dos gestores da alta administração universitária. Se o consenso sobre o que significa "ser gerente" ainda não foi alcançado nas empresas, a despeito de todos os estudos realizados, nas universidades não é diferente, fato que se agrava pela falta de bibliografia especializada. Considerando a singularidade do trabalho gerencial, a questão de sua identidade emerge como conceito central, especialmente no que concerne à figura do gerente enquanto ator e enquanto categoria diferenciada. A despeito de as concepções acerca da identidade serem diversas, em geral, elas dizem respeito às representações que os indivíduos elaboram sobre si mesmos e sobre os outros, construídas como resultado dos diversos processos de socialização. As organizações constituem um espaço privilegiado de construção de identificações e de definições de si e dos outros. Assim, este estudo tem por objetivo central descrever como os gestores da alta administração de universidades federais constroem sua identidade gerencial. A pesquisa foi realizada com os reitores, vice-reitores e dois pró-reitores de oito universidades federais localizadas no estado de Minas Gerais. Os dados foram obtidos por meio de entrevistas episódicas e complementados por pesquisa documental. Para a análise dos dados, utilizou-se, basicamente, a técnica da análise temática, que consiste em descobrir os "núcleos de sentido" que compõem a fala dos entrevistados. Os resultados mostram que os gestores vivem um contexto em que os ideais históricos da universidade são contrapostos aos ideais econômicos de produtividade, eficiência e resultados. Os indivíduos buscam se posicionar, mas deparam-se com as ambigüidades e ambivalências que lhes são colocadas por tal embate, resultando numa identidade frágil, insegura e, muitas vezes, inconsistente, mas que não lhes retira necessariamente a capacidade de ação. A construção da identidade gerencial ocorre em dois estágios distintos, mas complementares: quando da eleição e quando do exercício da função gerencial. No processo de construção de suas identidades gerenciais, em ambos os estágios, os gestores primeiramente estabelecem redes de interesses e de trabalho, para depois negociar e fixar sua agenda de trabalho. Assim, vai construindo suas identidades num contexto macrossocial mais amplo, em transformação, o qual vem se reproduzindo dentro das universidades, fazendo com que a identidade gerencial seja construída segundo os mesmos parâmetros de sucesso. Portanto, o movimento atual percebido é que a identidade gerencial em construção está em fase de negociação, dado que, a despeito das pressões e das metanarrativas ideologizantes, os gestores são sujeitos de sua ação, e como tal são capazes de engajar-se em práticas e ações coletivas que lhes permitam, em alguma medida, organizar e estruturar suas identidades.
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