Grandes empresas e startups científicas: desafios e interseções na interação para integração tecnológica

• Autor(a) principal: Raquel Valadares Coelho Batista
• Data de Publicação: 2018
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/34899
• topic: Inovação aberta; Engajamento corporativo de startups; Startups científicas; Transferência de tecnologia; Inovação; Inovações tecnológicas; Transferência de tecnologia

O contexto atual é de competição global, onde a inovação tecnológica tende a ser um importante fator de atratividade para os negócios. Assim, os mecanismos de inovação aberta têm sido utilizados para ampliar as oportunidades de acesso e difusão de tecnologias e a consequente criação de vantagens competitivas para as empresas. Nesse cenário, as práticas de pesquisa e desenvolvimento (P&D) corporativas podem interagir com esforços de desenvolvimento tecnológico de terceiros ou resultar na cessão dos direitos de sua propriedade intelectual para serem explorados por outras organizações. Considerando que as startups científicas - empresas constituídas para explorar invenções tecnológicas oriundas de pesquisas científicas, são potenciais fornecedores de tecnologias para a inovação radical em empresas estabelecidas, este estudo foca na interação entre os agentes envolvidos (empresas e startups). Assim sendo, o objetivo central do trabalho, foi caracterizar a interação entre empresas estabelecidas e startups científicas em processos de integração tecnológica, sob a perspectiva de grandes corporações. Com base na literatura sobre inovação aberta, engajamento corporativo de startups e transferência de tecnologias, foi construído um modelo processual tendo sido aplicado a três contextos empresariais de interação entre pares de empresas estabelecidas e startups científicas, a fim de avaliar seu potencial para sintetizar as experiências observadas e elucidar os pontos centrais de análise das interações. Para examinar as relações objeto de estudo, a princípio foram exploradas as motivações da empresa na escolha por colaborar com startups científicas e em seguida procurou-se identificar os objetivos pertinentes à interação. Na sequência, entre um conjunto de possibilidades advindas de literatura especializada, foi definido o tipo de interação ou programa de engajamento corporativo com a startup que sustenta a relação investigada. Considerando a base tecnológica das startups científicas, optou-se por utilizar a literatura que trata sobre transferência de tecnologias para criar um framework de análise dos fatores mediadores da relação, segmentando os elementos em quatro dimensões: a) organizacional: estratégia, experiência, gestão do projeto/capacidade de liderança, instalações e equipamentos de pesquisa, capacidade técnica, questões econômicas, marketing; b) tecnológica: maturidade, seleção da tecnologia, complexidade, grau de novidade da inovação (radical/ incremental), riscos e incertezas; c) mercadológica: posição competitiva, acordo comercial, clima de investimento; d) ambiental: time-line do projeto, apoio governamental, relacionamentos (confiança, comportamento, comunicação, rede, cooperação, etc.), usabilidade da tecnologia/ treinamento. Haja vista às experiências registradas, concluiu-se que o modelo atende às proposições do estudo. O instrumento tem potencial para nortear a análise de organizações em relação às oportunidades de engajamento com grandes empresas na medida em que revela pontos centrais da interação a ser estabelecida, os quais devem ser considerados previamente à formalização de contratos. O intuito é de que as organizações que se propuserem a gerar inovações a partir de integração tecnológica possam se apoiar no modelo para planejar e organizar seus processos interação e, consequentemente, potencializar o sucesso da relação.