Uma análise multicasos de inovações em empresas familiares brasileiras e portuguesas
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Data de Publicação: | 2017 |
Outros Autores: | , |
Tipo de documento: | Artigo de conferência |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFMG |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/1843/45707 |
Resumo: | Introdução O artigo apresenta oito estudos de casos de empresas familiares portuguesas e brasileiras longevas que passaram por diversos processos de inovação ao longo de sua existência. As empresas familiares são frequentemente apontadas na literatura como resistentes às inovações de quaisquer tipos, fato que já é empiricamente questionado. Como parte mais significativa do tecido empresarial de diversas nações e apresentando empresas que existem por décadas, seguindo a linha schumpteriana, a inovação é testada no presente artigo como elemento fundamental para a estratégia das empresas. Problema de Pesquisa e Objetivo O presente artigo investiga se a inovação se confirma como elemento significativo para o desenvolvimento das empresas familiares ao longo do tempo tanto no Brasil quanto em Portugal. Além disso, visa analisar quais tipos de inovações são mais relevantes para a evolução desse tipo de empresas e estabelecer relações entre as inovações e a realidade dos contextos interno e externo a elas. A resistência à inovação é também investigada a fim de contribuir com posições teóricas distintas no campo das empresas familiares, bem como diferenças ou similaridades da problemática em dois países distintos. Fundamentação Teórica Existem razões teóricas fortes para que se conclua que a inovação em empresas familiares deva ser tratada de forma distinta da inovação em outros tipos de empresas, uma vez que os objetivos, a percepção de risco e o horizonte de tempo dos investimentos se diferenciam entre elas (CHRISMAN; CHUA; et al., 2015). Estudos sobre inovação nas empresas familiares estão ainda em estágio inicial e marcados pela ausência de pesquisadores da gestão especialistas em inovação Massis et al.(2015). Bammens, Notelaers e Van Gils (2014) demonstram, inclusive, como o fator familiar está a favor da inovação. Metodologia O presente estudo foi conduzido por meio da investigação de 8 estudos de caso, 4 no Brasil e 4 em Portugal. A amostra é composta apenas por indústrias que podem ser consideradas como longevas e consolidadas no mercado, possuindo pelo menos 40 anos de existência. A partir da análise dos construtos presentes nos casos por meio do software Atlas TI, foram elaborados mapas cognitivos que traduzem a estratégia das firmas ao longo do tempo. Os mapas seguiram critério de validação a fim de que traduzissem cada um dos casos em sua totalidade. A partir deles, elementos de inovação foram identificados. Análise dos Resultados Diversos tipos de inovações foram percebidos em todos os tipos de empresas. Elas foram categorizadas nos 5 tipos schumpterianos e organizadas em tabelas. Em especial, percebeu-se como as inovações organizacionais foram fundamentais para a evolução das empresas, permitindo e potencializando inovações em produtos e processos, especialmente no caso de inovações relativas à estrutura de propriedade das empresas. Não foram percebidas diferenças culturais significativas entre os casos investigados. Apenas em 2 empresas, foram identificadas fontes de resistência à inovação (organizacional). Conclusão O estudo demonstra a relevância de inovações organizacionais – tanto em estrutura gerencial quanto governança corporativa – para a evolução das empresas investigadas. Tal resultado pode indicar que a falta da priorização da inovação em processos gerenciais e de governança pode ser uma das causas de não se perceber a inovação nas empresas familiares. Inovações em produtos e processos foram também percebidas. Os mapas cognitivos foram ferramentas fundamentais para as análises, facilitando a compreensão e a identificação da frequência e relevância da inovação ao longo da trajetória das empresas. |
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Além disso, visa analisar quais tipos de inovações são mais relevantes para a evolução desse tipo de empresas e estabelecer relações entre as inovações e a realidade dos contextos interno e externo a elas. A resistência à inovação é também investigada a fim de contribuir com posições teóricas distintas no campo das empresas familiares, bem como diferenças ou similaridades da problemática em dois países distintos. Fundamentação Teórica Existem razões teóricas fortes para que se conclua que a inovação em empresas familiares deva ser tratada de forma distinta da inovação em outros tipos de empresas, uma vez que os objetivos, a percepção de risco e o horizonte de tempo dos investimentos se diferenciam entre elas (CHRISMAN; CHUA; et al., 2015). Estudos sobre inovação nas empresas familiares estão ainda em estágio inicial e marcados pela ausência de pesquisadores da gestão especialistas em inovação Massis et al.(2015). Bammens, Notelaers e Van Gils (2014) demonstram, inclusive, como o fator familiar está a favor da inovação. Metodologia O presente estudo foi conduzido por meio da investigação de 8 estudos de caso, 4 no Brasil e 4 em Portugal. A amostra é composta apenas por indústrias que podem ser consideradas como longevas e consolidadas no mercado, possuindo pelo menos 40 anos de existência. A partir da análise dos construtos presentes nos casos por meio do software Atlas TI, foram elaborados mapas cognitivos que traduzem a estratégia das firmas ao longo do tempo. Os mapas seguiram critério de validação a fim de que traduzissem cada um dos casos em sua totalidade. A partir deles, elementos de inovação foram identificados. Análise dos Resultados Diversos tipos de inovações foram percebidos em todos os tipos de empresas. Elas foram categorizadas nos 5 tipos schumpterianos e organizadas em tabelas. Em especial, percebeu-se como as inovações organizacionais foram fundamentais para a evolução das empresas, permitindo e potencializando inovações em produtos e processos, especialmente no caso de inovações relativas à estrutura de propriedade das empresas. Não foram percebidas diferenças culturais significativas entre os casos investigados. Apenas em 2 empresas, foram identificadas fontes de resistência à inovação (organizacional). Conclusão O estudo demonstra a relevância de inovações organizacionais – tanto em estrutura gerencial quanto governança corporativa – para a evolução das empresas investigadas. Tal resultado pode indicar que a falta da priorização da inovação em processos gerenciais e de governança pode ser uma das causas de não se perceber a inovação nas empresas familiares. Inovações em produtos e processos foram também percebidas. Os mapas cognitivos foram ferramentas fundamentais para as análises, facilitando a compreensão e a identificação da frequência e relevância da inovação ao longo da trajetória das empresas.porUniversidade Federal de Minas GeraisUFMGBrasilFCE - DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVASSEMEAD Seminários em AdministraçãoDesenvolvimento organizacionalEmpresas familiaresInovaçãoEmpresas familiaresMapas cognitivosUma análise multicasos de inovações em empresas familiares brasileiras e portuguesasinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/conferenceObjecthttp://login.semead.com.br/20semead/arquivos/1745.pdfRenata BarcelosAllan Claudius Queiroz BarbosaCarlos Alberto Gonçalvesinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALUma análise multicasos de inovações em empresas familiares brasileiras e portuguesas.pdfUma análise multicasos de inovações em empresas familiares brasileiras e portuguesas.pdfapplication/pdf2517232https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/45707/2/Uma%20an%c3%a1lise%20multicasos%20de%20inova%c3%a7%c3%b5es%20em%20empresas%20familiares%20brasileiras%20e%20portuguesas.pdf03f29cde72d26b61f7878c784af06673MD52LICENSELicense.txtLicense.txttext/plain; charset=utf-82042https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/45707/1/License.txtfa505098d172de0bc8864fc1287ffe22MD511843/457072022-09-29 09:03:54.486oai:repositorio.ufmg.br:1843/45707TElDRU7vv71BIERFIERJU1RSSUJVSe+/ve+/vU8gTu+/vU8tRVhDTFVTSVZBIERPIFJFUE9TSVTvv71SSU8gSU5TVElUVUNJT05BTCBEQSBVRk1HCiAKCkNvbSBhIGFwcmVzZW50Ye+/ve+/vW8gZGVzdGEgbGljZW7vv71hLCB2b2Pvv70gKG8gYXV0b3IgKGVzKSBvdSBvIHRpdHVsYXIgZG9zIGRpcmVpdG9zIGRlIGF1dG9yKSBjb25jZWRlIGFvIFJlcG9zaXTvv71yaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIChSSS1VRk1HKSBvIGRpcmVpdG8gbu+/vW8gZXhjbHVzaXZvIGUgaXJyZXZvZ++/vXZlbCBkZSByZXByb2R1emlyIGUvb3UgZGlzdHJpYnVpciBhIHN1YSBwdWJsaWNh77+977+9byAoaW5jbHVpbmRvIG8gcmVzdW1vKSBwb3IgdG9kbyBvIG11bmRvIG5vIGZvcm1hdG8gaW1wcmVzc28gZSBlbGV0cu+/vW5pY28gZSBlbSBxdWFscXVlciBtZWlvLCBpbmNsdWluZG8gb3MgZm9ybWF0b3Mg77+9dWRpbyBvdSB277+9ZGVvLgoKVm9j77+9IGRlY2xhcmEgcXVlIGNvbmhlY2UgYSBwb2zvv710aWNhIGRlIGNvcHlyaWdodCBkYSBlZGl0b3JhIGRvIHNldSBkb2N1bWVudG8gZSBxdWUgY29uaGVjZSBlIGFjZWl0YSBhcyBEaXJldHJpemVzIGRvIFJJLVVGTUcuCgpWb2Pvv70gY29uY29yZGEgcXVlIG8gUmVwb3NpdO+/vXJpbyBJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVGTUcgcG9kZSwgc2VtIGFsdGVyYXIgbyBjb250Ze+/vWRvLCB0cmFuc3BvciBhIHN1YSBwdWJsaWNh77+977+9byBwYXJhIHF1YWxxdWVyIG1laW8gb3UgZm9ybWF0byBwYXJhIGZpbnMgZGUgcHJlc2VydmHvv73vv71vLgoKVm9j77+9IHRhbWLvv71tIGNvbmNvcmRhIHF1ZSBvIFJlcG9zaXTvv71yaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIHBvZGUgbWFudGVyIG1haXMgZGUgdW1hIGPvv71waWEgZGUgc3VhIHB1YmxpY2Hvv73vv71vIHBhcmEgZmlucyBkZSBzZWd1cmFu77+9YSwgYmFjay11cCBlIHByZXNlcnZh77+977+9by4KClZvY++/vSBkZWNsYXJhIHF1ZSBhIHN1YSBwdWJsaWNh77+977+9byDvv70gb3JpZ2luYWwgZSBxdWUgdm9j77+9IHRlbSBvIHBvZGVyIGRlIGNvbmNlZGVyIG9zIGRpcmVpdG9zIGNvbnRpZG9zIG5lc3RhIGxpY2Vu77+9YS4gVm9j77+9IHRhbWLvv71tIGRlY2xhcmEgcXVlIG8gZGVw77+9c2l0byBkZSBzdWEgcHVibGljYe+/ve+/vW8gbu+/vW8sIHF1ZSBzZWphIGRlIHNldSBjb25oZWNpbWVudG8sIGluZnJpbmdlIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIGRlIG5pbmd177+9bS4KCkNhc28gYSBzdWEgcHVibGljYe+/ve+/vW8gY29udGVuaGEgbWF0ZXJpYWwgcXVlIHZvY++/vSBu77+9byBwb3NzdWkgYSB0aXR1bGFyaWRhZGUgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzLCB2b2Pvv70gZGVjbGFyYSBxdWUgb2J0ZXZlIGEgcGVybWlzc++/vW8gaXJyZXN0cml0YSBkbyBkZXRlbnRvciBkb3MgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgcGFyYSBjb25jZWRlciBhbyBSZXBvc2l077+9cmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBvcyBkaXJlaXRvcyBhcHJlc2VudGFkb3MgbmVzdGEgbGljZW7vv71hLCBlIHF1ZSBlc3NlIG1hdGVyaWFsIGRlIHByb3ByaWVkYWRlIGRlIHRlcmNlaXJvcyBlc3Tvv70gY2xhcmFtZW50ZSBpZGVudGlmaWNhZG8gZSByZWNvbmhlY2lkbyBubyB0ZXh0byBvdSBubyBjb250Ze+/vWRvIGRhIHB1YmxpY2Hvv73vv71vIG9yYSBkZXBvc2l0YWRhLgoKQ0FTTyBBIFBVQkxJQ0Hvv73vv71PIE9SQSBERVBPU0lUQURBIFRFTkhBIFNJRE8gUkVTVUxUQURPIERFIFVNIFBBVFJPQ++/vU5JTyBPVSBBUE9JTyBERSBVTUEgQUfvv71OQ0lBIERFIEZPTUVOVE8gT1UgT1VUUk8gT1JHQU5JU01PLCBWT0Pvv70gREVDTEFSQSBRVUUgUkVTUEVJVE9VIFRPRE9TIEUgUVVBSVNRVUVSIERJUkVJVE9TIERFIFJFVklT77+9TyBDT01PIFRBTULvv71NIEFTIERFTUFJUyBPQlJJR0Hvv73vv71FUyBFWElHSURBUyBQT1IgQ09OVFJBVE8gT1UgQUNPUkRPLgoKTyBSZXBvc2l077+9cmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBzZSBjb21wcm9tZXRlIGEgaWRlbnRpZmljYXIgY2xhcmFtZW50ZSBvIHNldSBub21lKHMpIG91IG8ocykgbm9tZXMocykgZG8ocykgZGV0ZW50b3IoZXMpIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcyBkYSBwdWJsaWNh77+977+9bywgZSBu77+9byBmYXLvv70gcXVhbHF1ZXIgYWx0ZXJh77+977+9bywgYWzvv71tIGRhcXVlbGFzIGNvbmNlZGlkYXMgcG9yIGVzdGEgbGljZW7vv71hLgo=Repositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2022-09-29T12:03:54Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false |
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Introdução O artigo apresenta oito estudos de casos de empresas familiares portuguesas e brasileiras longevas que passaram por diversos processos de inovação ao longo de sua existência. As empresas familiares são frequentemente apontadas na literatura como resistentes às inovações de quaisquer tipos, fato que já é empiricamente questionado. Como parte mais significativa do tecido empresarial de diversas nações e apresentando empresas que existem por décadas, seguindo a linha schumpteriana, a inovação é testada no presente artigo como elemento fundamental para a estratégia das empresas. Problema de Pesquisa e Objetivo O presente artigo investiga se a inovação se confirma como elemento significativo para o desenvolvimento das empresas familiares ao longo do tempo tanto no Brasil quanto em Portugal. Além disso, visa analisar quais tipos de inovações são mais relevantes para a evolução desse tipo de empresas e estabelecer relações entre as inovações e a realidade dos contextos interno e externo a elas. A resistência à inovação é também investigada a fim de contribuir com posições teóricas distintas no campo das empresas familiares, bem como diferenças ou similaridades da problemática em dois países distintos. Fundamentação Teórica Existem razões teóricas fortes para que se conclua que a inovação em empresas familiares deva ser tratada de forma distinta da inovação em outros tipos de empresas, uma vez que os objetivos, a percepção de risco e o horizonte de tempo dos investimentos se diferenciam entre elas (CHRISMAN; CHUA; et al., 2015). Estudos sobre inovação nas empresas familiares estão ainda em estágio inicial e marcados pela ausência de pesquisadores da gestão especialistas em inovação Massis et al.(2015). Bammens, Notelaers e Van Gils (2014) demonstram, inclusive, como o fator familiar está a favor da inovação. Metodologia O presente estudo foi conduzido por meio da investigação de 8 estudos de caso, 4 no Brasil e 4 em Portugal. A amostra é composta apenas por indústrias que podem ser consideradas como longevas e consolidadas no mercado, possuindo pelo menos 40 anos de existência. A partir da análise dos construtos presentes nos casos por meio do software Atlas TI, foram elaborados mapas cognitivos que traduzem a estratégia das firmas ao longo do tempo. Os mapas seguiram critério de validação a fim de que traduzissem cada um dos casos em sua totalidade. A partir deles, elementos de inovação foram identificados. Análise dos Resultados Diversos tipos de inovações foram percebidos em todos os tipos de empresas. Elas foram categorizadas nos 5 tipos schumpterianos e organizadas em tabelas. Em especial, percebeu-se como as inovações organizacionais foram fundamentais para a evolução das empresas, permitindo e potencializando inovações em produtos e processos, especialmente no caso de inovações relativas à estrutura de propriedade das empresas. Não foram percebidas diferenças culturais significativas entre os casos investigados. Apenas em 2 empresas, foram identificadas fontes de resistência à inovação (organizacional). Conclusão O estudo demonstra a relevância de inovações organizacionais – tanto em estrutura gerencial quanto governança corporativa – para a evolução das empresas investigadas. Tal resultado pode indicar que a falta da priorização da inovação em processos gerenciais e de governança pode ser uma das causas de não se perceber a inovação nas empresas familiares. Inovações em produtos e processos foram também percebidas. Os mapas cognitivos foram ferramentas fundamentais para as análises, facilitando a compreensão e a identificação da frequência e relevância da inovação ao longo da trajetória das empresas. |
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