O perfil de idosos em uso de benzodiazepínicos de uma equipe de atenção primária à saúde
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2011 |
Tipo de documento: | Trabalho de conclusão de curso |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFMG |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/1843/BUOS-9CGG5Q |
Resumo: | Apesar das recomendações contra o uso prolongado dos benzodiazepínicos, os estudos indicam que a sua utilização por tempo inapropriado está presente principalmente entre os idosos, sendo as equipes de atenção primária à saúde as principais responsáveis pelo acesso aos medicamentos. O presente estudo teve por objetivo analisar as características e os fatores associados à utilização de BDZ dentre os pacientes idosos de uma equipe de saúde da família e comunidade (ESF) do Centro de Saúde Minas Caixa, da Secretaria Municipal de Saúde (SMSA) de Belo Horizonte. Realizou-se uma análise secundária dos dados obtidos através do Sistema Gestão Saúde em Rede (GESTÃO) da Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte de todos os idosos residentes na área de abrangência da equipe e que faziam uso de benzodiazepínicos. Estatística descritiva foi apresentada pelas porcentagens dos respectivos totais para variáveis categóricas. De 458 idosos assistidos pela equipe, 40 utilizavam benzodiazepínicos (8,47%), sendo a maioria de mulheres (72,5%). A maior parte dos usuários já estava aposentada (67,5%), predominando as atividades de dona-de-casa (47,5%), seguida por doméstica (15%) antes da aposentadoria. Quanto à escolaridade e renda, a maioria havia cursado até o ensino fundamental (65%) e recebia até 3 salários mínimos (77,5%). Os benzodiazepínicos mais utilizados foram o diazepam (50%) e clonazepam (35%), seguidos por outras classes (15%). De acordo com o tempo de uso, 5% utilizavam há menos de um ano, 42,5% utilizavam até 5 anos, 32,5% até 10 anos e 20% por mais de 10 anos. Ansiedade (45%) e insônia (42%) foram as duas principais indicações relatadas. Os prescritores iniciais da maioria foram clínica médica (45%) e psiquiatria (42,5%), sendo o médico de família e comunidade o prescritor atual de 97,5%, com uma tentativa de retirada em 62,5% dos usuários. Dos usuários, 47,5% apresentavam duas ou mais comorbidades e 60% utilizavam outras duas ou mais classes de medicamentos. Os benzodiazepínicos continuam sendo utilizados em longo prazo pelos idosos, inclusive com predomínio de fármacos de longa duração. Geralmente o medicamento fora iniciado por um clínico ou psiquiatra e é mantido pelo médico de família, que encontra insucesso na retirada. O uso associado de benzodiazepínicos e duas ou mais medicações teve uma alta prevalência, caracterizando uma situação de risco, que merece atenção como um problema de saúde pública. |
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Andrea Fonseca e SilvaMaria Dolores Soares MadureiraAntonio Marcio Nogueira Filho2019-08-14T03:30:43Z2019-08-14T03:30:43Z2011-07-12http://hdl.handle.net/1843/BUOS-9CGG5QApesar das recomendações contra o uso prolongado dos benzodiazepínicos, os estudos indicam que a sua utilização por tempo inapropriado está presente principalmente entre os idosos, sendo as equipes de atenção primária à saúde as principais responsáveis pelo acesso aos medicamentos. O presente estudo teve por objetivo analisar as características e os fatores associados à utilização de BDZ dentre os pacientes idosos de uma equipe de saúde da família e comunidade (ESF) do Centro de Saúde Minas Caixa, da Secretaria Municipal de Saúde (SMSA) de Belo Horizonte. Realizou-se uma análise secundária dos dados obtidos através do Sistema Gestão Saúde em Rede (GESTÃO) da Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte de todos os idosos residentes na área de abrangência da equipe e que faziam uso de benzodiazepínicos. Estatística descritiva foi apresentada pelas porcentagens dos respectivos totais para variáveis categóricas. De 458 idosos assistidos pela equipe, 40 utilizavam benzodiazepínicos (8,47%), sendo a maioria de mulheres (72,5%). A maior parte dos usuários já estava aposentada (67,5%), predominando as atividades de dona-de-casa (47,5%), seguida por doméstica (15%) antes da aposentadoria. Quanto à escolaridade e renda, a maioria havia cursado até o ensino fundamental (65%) e recebia até 3 salários mínimos (77,5%). Os benzodiazepínicos mais utilizados foram o diazepam (50%) e clonazepam (35%), seguidos por outras classes (15%). De acordo com o tempo de uso, 5% utilizavam há menos de um ano, 42,5% utilizavam até 5 anos, 32,5% até 10 anos e 20% por mais de 10 anos. Ansiedade (45%) e insônia (42%) foram as duas principais indicações relatadas. Os prescritores iniciais da maioria foram clínica médica (45%) e psiquiatria (42,5%), sendo o médico de família e comunidade o prescritor atual de 97,5%, com uma tentativa de retirada em 62,5% dos usuários. Dos usuários, 47,5% apresentavam duas ou mais comorbidades e 60% utilizavam outras duas ou mais classes de medicamentos. Os benzodiazepínicos continuam sendo utilizados em longo prazo pelos idosos, inclusive com predomínio de fármacos de longa duração. Geralmente o medicamento fora iniciado por um clínico ou psiquiatra e é mantido pelo médico de família, que encontra insucesso na retirada. O uso associado de benzodiazepínicos e duas ou mais medicações teve uma alta prevalência, caracterizando uma situação de risco, que merece atenção como um problema de saúde pública.Despite recommendations against the prolonged use of benzodiazepines, studies indicate that its use is inappropriate for this time especially for the elderly, and primary care teams primarily responsible for access to medicines. This study aimed to analyze the profile of the elderly users of benzodiazepines in a Family Health Team and factors associated with their use. We conducted a secondary analysis of data obtained through the Health Management System in Network of Municipal Health Secretariat of Belo Horizonte to all elderly residents of the area covered by the team and who were using benzodiazepines. Descriptive statistics were presented as percentages of their total for categorical variables. Of 458 elderly people assisted by the team, 40 were using benzodiazepines (8.47%), and most women (72.5%). Most users were already retired (67.5%), the predominant activities of stay-athome (47.5%), followed by domestic (15%) before retirement. As for education and income, most had attended some schooling (65%) and received up to three minimum wages (77.5%). Benzodiazepines were used more diazepam (50%) and clonazepam (35%), followed by other classes (15%). According to the time of use, 5% used less than one year, 42.5% used up to 5 years, 32.5% up to 10 years and 20% for more than 10 years. Anxiety (45%) and insomnia (42%) were the two main indications reported. The initial prescribers were mostly medical (45%) and psychiatry (42.5%), and the family doctor and community prescribers current 97.5%, with an attempted withdrawal in 62.5% of users. Of users, 47.5% had two or more co-morbidities and 60% used two or more other classes of drugs. Benzodiazepines continue to be used by the elderly in long term, including a predominance of drugs long term. Usually the drug had been initiated by a physician or psychiatrist and is maintained by the family doctor, who found failure in the withdrawal. The combined use of benzodiazepines and two or more drugs had a high prevalence, characterizing a situation of risk, which deserves attention as a public health problem.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGEstratégia Saúde da FamilíaPrescrições de medicamentosIdososAtenção primáriaBenzodiazepínicosO perfil de idosos em uso de benzodiazepínicos de uma equipe de atenção primária à saúdeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALtcc_antonio_marcio_nogueira_filho.pdfapplication/pdf426465https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-9CGG5Q/1/tcc_antonio_marcio_nogueira_filho.pdf054f883a232f86c9ebda6063541711ceMD51TEXTtcc_antonio_marcio_nogueira_filho.pdf.txttcc_antonio_marcio_nogueira_filho.pdf.txtExtracted texttext/plain63462https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-9CGG5Q/2/tcc_antonio_marcio_nogueira_filho.pdf.txtf275728ab8c222913e25ccb1095d8a97MD521843/BUOS-9CGG5Q2019-11-14 15:02:40.868oai:repositorio.ufmg.br:1843/BUOS-9CGG5QRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T18:02:40Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false |
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