Professora rosa-ou-azul e professora colorida: disputas entre os currículos antigênero e arco-íris na constituição de subjetividades docentes em uma escola de Educação Infantil

• Autor(a) principal: Paula Myrrha Ferreira Lança
• Data de Publicação: 2021
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/46479
• topic: Currículo; Gênero; Currículo arco-íris; Currículo antigênero; Subjetividade docente; Educação Infantil; Educação; Educação - Relações de gênero; Currículos - Relações de gênero; Educação de crianças - Belo Horizonte (MG); Relações de gênero; Currículos - Relações de gênero; Subjetividade

Esta dissertação apresenta os resultados de uma pesquisa que, tendo como temática principal a ofensiva antigênero na Educação Infantil, teve como objetivo analisar os efeitos da ofensiva antigênero na produção de subjetividades docentes de uma Escola Municipal de Educação Infantil em Belo Horizonte, nomeada aqui como EMEI Acolhimento. Para isso, acionaram-se conceitos dos estudos pós-críticos de currículo em sua vertente pós-estruturalista, tais como currículo, discurso, gênero, verdade, subjetividade, saber, poder, governo e resistência, com base em autoras/autores como Michel Foucault e Judith Butler. A metodologia utilizada se deu por meio de entrevistas com cinco professoras que atuam na EMEI Acolhimento em articulação com elementos da análise do discurso de inspiração foucaultiana. O argumento desenvolvido aqui é o de que existem dois currículos em disputa pela produção de subjetividades docentes da EMEI Acolhimento: o currículo antigênero e o currículo arco-íris. Enquanto no currículo antigênero demanda-se a subjetividade docente rosa-ou-azul, por meio da prescrição de saberes como a homossexualidade é um erro e gênero é natural; no currículo arco-íris a subjetividade docente colorida é demandada e os saberes gênero é uma construção pessoal e gênero é uma construção social e histórica são prescritos com caráter de verdade. Para a produção dessas subjetividades, em ambos os currículos são acionados certos modos de governar, com técnicas específicas para a condução da conduta das professoras dessa escola.