Filogenia e diversidade de Xyridaceae Neotropicais, com ênfase no gênero Xyris

• Autor(a) principal: Nara Furtado de Oliveira Mota
• Data de Publicação: 2014
• Tipo de documento: Tese
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/50464
• topic: Xyridaceae; Monocotiledôneas; Morfologia; Padrões biogeográficos; Botânica; Filogenia; Monocotiledonae

A família Xyridaceae é formada por cinco gêneros de monocotiledôneas petalóides, distribuídas principalmente nas regiões tropicais e subtropicais. Quatro dos cinco gêneros, Abolboda (23 espécies), Achlyphylla (uma espécie), Aratitiyopea (uma espécie) e Orectanthe (duas espécies) são restritos à América do Sul, sendo os três últimos exclusivos do escudo cristalino das guianas ao norte da América do Sul. Xyris, o maior dos gêneros com cerca de 400 espécies, ocorre nas regiões tropicais e subtropicais da América, África, Ásia e Austrália e, em algumas áreas temperadas. As Xyridaceae são marcadas pela baixa amostragem em estudo filogenéticos, seja baseado em dados morfológicos ou moleculares. Consequentemente, a posição da família é controversa dentro do clado das Commelinídeas, bem como a classificação infragenérica do maior dos gêneros permanecia obscura. Esta estudo é composto por dois capítulos: 1. Phylogeny o Xyris with emphasis on South American species; e 2. Xyridaceae of the Viruá National Park, Roraima state, Brazil, with emphasis on the genus Xyris. Para melhor compreender a riqueza, biogeografia e evolução do grupo foram realizadas mais de 30 excursões de campo no território brasileiro para coleta de amostras durante os anos de 2008 e 2013. Também foram analisadas profundamente as principais coleções brasileiras e Norte Americanas com elevada riqueza em Xyridaceae. Foram amostrados o maior número possível de ambientes, cobrindo também a diversidade morfológica e taxonômica do gênero Xyris. Foram coletadas 718 amostras, aproximadamente 137 espécies de Xyridaceae. Amostras provenientes da Austrália, América do Norte e Central foram cedidas pelo Jardim Botânico de Nova Iorque para inclusão nas análises filogenéticas. Para a filogenia do gênero Xyris cinco marcadores foram investigados: dois mitocondrial (cox3 e orf25) e três plastidiais (matK, ndhF e rbcL). Foram realizadas as análises de parcimônia, máxima verossimilhança e bayesiana na tentativa de reconstruir a história evolutiva do gênero. Como resultado do primeiro capítulo, as espécies de australianas de Xyris são monofiléticas, irmãs das espécies Americanas. Todas as seções do gênero Xyris foram recuperadas, Xyris seção Pomatoxyris, Xyris seção Nematopus e Xyris sect. Xyris, no entanto Xyris seção Pomatoxyris teve uma amostragem pequena (<10%), sendo necessários um acréscimo de amostras para confirmar o seu monofiletismo. Dentro de Xyris seção Nematopus sete clados foram destacados e discutidos baseado em pelo menos em um dos três seguintes parâmetros: suporte alto a moderado, coesão de caracteres morfológicos e/ou padrões biogeográficos. No segundo capítulo, fruto das viagens de campo para amostragem da filogenia e de profundo estudo dos principais herbários brasileiros, foi confeccionada a flora do Parque Nacional do Viruá. A flora consiste em descrições detalhadas, chaves dicotômicas, pranchas e imagens de microscopia eletrônica de varredura das sementes das espécies. Foram registradas 16 espécies de Xyris, e quatro de Abolboda no parque e um novo sinônimo é proposto. Este estudo representa um importante avanço na compreensão da classificação infragenérica do gênero Xyris num contexto filogenético. Também fornece suporte busca de marcadores mais informativos, além de guiar futuras excursões de campo para áreas ainda pobremente amostradas como África, Ásia e Austrália.