Aspectos prosódicos e sintáticos dos pronomes clíticos em português do Brasil e no vernáculo florentino

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Lucia de Almeida Ferrari
Data de Publicação: 2015
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/MGSS-9VMP3B
Resumo: Este trabalho trata das formas pronominais no PB e no vernáculo florentino. A análise adota uma metodologia inovadora através do estudo de corpora de fala espontânea: o C-ORAL-BRASIL para o PB, e o Corpus Stammerjohann e o Corpus per il Confronto Diacronico para o florentino. O estudo tem por objetivos: (I) no PB, quantificar e analisar a distribuição das formas pronominais cê(s)/ocê(s)/você(s); (II) no vernáculo florentino, investigar o uso dos pronomes clíticos de terceira pessoa singular sujeito gl'/e/la/l' em conjunto com os verbos essere (ser), fare (fazer), andare (ir) e venire (vir) e fazer um estudo diacrônico comparando os resultados dos dois corpora consultados, gravados a uma distância de cerca de trinta-quarenta anos um do outro. A novidade da pesquisa reside na metodologia adotada: ao invés de inferir o valor clítico ou tônico das formas estudadas a partir de uma análise morfossintática, sua tonicidade ou atonicidade foi determinada a partir de dados prosódicos. Os pronomes foram analisados acusticamente em sua duração e, a partir da forma suprasegmental, foi possível estabelecer sua função. O estudo quis observar processos diferentes em duas línguas: no florentino as formas clíticas estão plenamente gramaticalizadas, portanto, a partir de sua forma segmental é possível estabelecer com certeza sua função. Já no PB a gramaticalização ainda não foi completada: uma mesma forma pode ser tônica ou átona e ocupar posições e funções diferentes. A comparação entre as duas línguas permite, então, observar o comportamento de formas já estabelecidas - aquelas em florentino - e as diferentes distribuições a que estão sujeitas as formas cê(s)/ocê(s)/você(s) no PB. A análise acústica efetuada é, portanto, determinante para se entender melhor o processo de mudança pelo qual estão passando os pronomes de segunda pessoa no PB. No florentino, a análise diacrônica permitiu verificar a redução do uso das formas clíticas sujeito no arco de trinta a quarenta anos da qual se fala na literatura mas que, até este momento, não foi comprovada com estudos quantitativos. Os resultados obtidos indicam: (I) no PB, a confirmação da hipótese inicial de que a forma suprasegmental evidencia durações, e portanto funções, diferentes para as mesmas formas; (II) no florentino, uma redução significativa do sujeito clítico, anterior à época investigada.
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A novidade da pesquisa reside na metodologia adotada: ao invés de inferir o valor clítico ou tônico das formas estudadas a partir de uma análise morfossintática, sua tonicidade ou atonicidade foi determinada a partir de dados prosódicos. Os pronomes foram analisados acusticamente em sua duração e, a partir da forma suprasegmental, foi possível estabelecer sua função. O estudo quis observar processos diferentes em duas línguas: no florentino as formas clíticas estão plenamente gramaticalizadas, portanto, a partir de sua forma segmental é possível estabelecer com certeza sua função. Já no PB a gramaticalização ainda não foi completada: uma mesma forma pode ser tônica ou átona e ocupar posições e funções diferentes. A comparação entre as duas línguas permite, então, observar o comportamento de formas já estabelecidas - aquelas em florentino - e as diferentes distribuições a que estão sujeitas as formas cê(s)/ocê(s)/você(s) no PB. A análise acústica efetuada é, portanto, determinante para se entender melhor o processo de mudança pelo qual estão passando os pronomes de segunda pessoa no PB. No florentino, a análise diacrônica permitiu verificar a redução do uso das formas clíticas sujeito no arco de trinta a quarenta anos da qual se fala na literatura mas que, até este momento, não foi comprovada com estudos quantitativos. Os resultados obtidos indicam: (I) no PB, a confirmação da hipótese inicial de que a forma suprasegmental evidencia durações, e portanto funções, diferentes para as mesmas formas; (II) no florentino, uma redução significativa do sujeito clítico, anterior à época investigada.This study investigates pronominal forms in BP and in vernacular Florentine. Our analysis adopts an innovative methodology by using spontaneous speech corpora: for BP, the C-ORAL-BRASIL, and for Florentine, the Corpus Stammerjohann and the Corpus per il Confronto Diacronico. Our study aims to: (I) in BP, quantify and analyze the distribution of pronominal forms cê(s)/ocê(s)/você(s); (II) in vernacular Florentine, investigate the usage of 3rd person singular clitic pronouns gl'/e/la/l' when used together with the verbs essere (to be), fare (to do), andare (to go) and venire (to came) and compare diachronically the results of the two analyzed corpora, recorded thirty to forty years apart. This researchs innovative element lies in the methodology we adopted: instead of inferring the clitic or tonic value of the studied forms by using morphosyntactic analysis, their tonicity or atonicity was determined based on prosodic data. Pronouns duration was acoustically analyzed and, based on their suprasegmental form, it was possible to establish their function. Our study aimed to observe different processes in two languages: in Florentine, clitic forms are fully grammaticalized, so its possible to establish their function based on their segmental form. In BP, grammaticalization process is not complete yet: the same form can be tonic or atonic and can occupy different functions and positions. Comparison between the two languages, therefore, allows us to observe the behavior of well-established forms those in Florentine and the different distributions of the cê(s)/ocê(s)/você(s) forms in BP. Acoustical analysis is, therefore, crucial to a better understanding of the changes that are affecting 2nd person pronouns in BP. In Florentine, diachronic analysis allows us to verify the reduction in usage of subject clitic forms through a thirty to forty years arc that is mentioned in literature but that had not been previously proved by quantitative research. Results indicate: (I) in BP, the confirmation of our hypothesis that suprasegmental form presents different durations and, therefore, different functions for the same forms; (II) in Florentine, a significant reduction of the clitic subject, preceding the investigated period.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGAnálise prosódica (Linguística)Fonética acústicaLíngua portuguesa Português falado BrasilLíngua italiana PronomesAtos de fala (Lingüística)Língua italiana Italiano faladoLinguística de corpusLíngua portuguesa Pronomeslinguística de corpusanálise acústicacliticizaçãofala espontâneaAspectos prosódicos e sintáticos dos pronomes clíticos em português do Brasil e no vernáculo florentinoinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALtese_lucia_de_almeida_ferrari_final.pdfapplication/pdf13467019https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/MGSS-9VMP3B/1/tese_lucia_de_almeida_ferrari_final.pdfa215fb464759ea9156107a9474e89133MD51TEXTtese_lucia_de_almeida_ferrari_final.pdf.txttese_lucia_de_almeida_ferrari_final.pdf.txtExtracted texttext/plain484841https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/MGSS-9VMP3B/2/tese_lucia_de_almeida_ferrari_final.pdf.txt7f726f0fc3db66135eb8c65a8d2f7c3bMD521843/MGSS-9VMP3B2019-11-14 13:12:47.58oai:repositorio.ufmg.br:1843/MGSS-9VMP3BRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T16:12:47Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
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