Detalhes bibliográficos
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
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spelling Vanessa Andrade de Barroshttp://lattes.cnpq.br/5196908774560885Carolyne Reis BarrosFábio Magalhães CandottiMaria Teresa dos Santoshttp://lattes.cnpq.br/3125843739722510Tiago Antônio de Pádua2022-09-25T23:17:34Z2022-09-25T23:17:34Z2021-09-29http://hdl.handle.net/1843/45523O encarceramento em massa desponta como uma das principais estratégias punitivas do Estado burguês para controle e contenção de populações com marcadores sociais específicos. Por isso, nossa população prisional é marcada pelo gênero (homens jovens), pela raça (pessoas negras), pela classe (pessoas pobres), estratos estes que, presos nas teias da punição, ainda colocam o Brasil na vergonhosa terceira posição no ranking mundial de encarceramento. Apesar de a prisão se pretender hermética, isolada do tecido social, é justamente sua porosidade, seus fluxos dentro-fora, que permitem sua existência. Familiares de pessoas presas constituem-se, assim, como importantes elos nesse fluxo. Família carcerária, marcada predominantemente pelo gênero, sendo as mulheres (mães, esposas, namoradas, irmãs, filhas, avós) as que marcham com seus familiares, afetadas pelos transbordamentos da prisão. Constituir-se como elo dentro-fora não ocorre sem agruras: as famílias sofrem de inúmeros impactos que vão se somando e agudizando suas existências. Assim é que elas assumem um lugar dúbio na instituição: são convocadas a participar da execução da pena, assumindo corresponsabilidade na manutenção de seus familiares intramuros, função precípua do Estado, ao mesmo tempo em que são apontadas como responsáveis pelo “histórico criminoso” de seus familiares e ainda marcadas como potencialmente perigosas, acusadas de atravessar ilícitos para dentro da prisão. Na lógica penalista, o que justifica serem alvos de escrutínio estatal por meio de revistas vexatórias, bem como outras formas de opressão e violências que lhes são impostas por assumirem o lugar de familiar de uma pessoa presa. Dessa forma, os impactos financeiros, estigmatizantes, relacionais, afetivos, na saúde, entre muitos outros, interseccionam-se e vão tornando a existência dessas famílias amalgamadas às dinâmicas punitivas estatais. Por isso propomos compreender essa realidade a partir de conversas situadas com cinco mulheres cujos parentes se encontram presos no estado de Minas Gerais. Partimos da perspectiva da Ergologia em diálogo com a Criminologia Crítica para construir um percurso de pesquisa horizontal, construindo com essas mulheres uma compreensão dos impactos da prisão no cotidiano das famílias pobres.Mass incarceration emerges as one of the main punitive strategies of the bourgeois State to control and contain populations with specific social markers. Therefore, our prison population is marked by gender (young men), by race (black people), by class (poor people), strata that, caught in the webs of punishment, places Brazil in the shameful third position of the world incarceration rank. Although the prison is intended to be hermetic, isolated from the social fabric, it is precisely its porosity, its in-out flows, that allows its existence. Families of incarcerated people are, therefore, important links in this flow. Imprisoned families, marked predominantly by gender, with women (mothers, wives, girlfriends, sisters, daughters, grandmothers) being the ones who march with their families, affected by the overflows of prison. Being an inside-outside link does not occur without hardships: families suffer from innumerous impacts that add up and worsen their existence. This is how they assume a dubious place in the institution: they are summoned to participate in the execution of the sentence, assuming co-responsibility for the maintenance of their families within the walls, the main function of the State, at the same time that they are pointed out as responsible for the "criminal history" of their family members and are also marked as potentially dangerous, accused of crossing illicit objects into prison. In the penal logic, it justifies being targets of the State scrutiny through vexatory searches, as well as other forms of oppression and violence that are imposed on them, for assuming the place of a family member of a prisoner. In this way, the financial (stigmatizing), relational, affective, and health impacts, among many others, intersect and make the existence of these families amalgamated to the State punitive dynamics. Therefore, we propose to understand this reality based on conversations with five women whose relatives are imprisoned in the State of Minas Gerais, Brazil. We start from the perspective of Ergology in dialogue with Critical Criminology to build a horizontal research path with these women to understand the impacts of imprisonment on the daily lives of poor families.porUniversidade Federal de Minas GeraisPrograma de Pós-Graduação em PsicologiaUFMGBrasilFAF - DEPARTAMENTO DE PSICOLOGIAPrisãoFamíliasImpactos do cárcerePsicologia do trabalho"Somos todos réus primários" : o impacto da prisão no cotidiano de familiares pobres de pessoas presasinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALSomos todos réus primários o impacto da prsisão no cotidiano de familiares pobres de pessoas presas.pdfSomos todos réus primários o impacto da prsisão no cotidiano de familiares pobres de pessoas presas.pdfapplication/pdf1045652https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/45523/1/Somos%20todos%20r%c3%a9us%20prim%c3%a1rios%20o%20impacto%20da%20prsis%c3%a3o%20no%20cotidiano%20de%20familiares%20pobres%20de%20pessoas%20presas.pdf8ff8cad25e0b569f984c68c4c349e045MD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-82118https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/45523/2/license.txtcda590c95a0b51b4d15f60c9642ca272MD521843/455232022-09-25 20:17:34.893oai:repositorio.ufmg.br:1843/45523TElDRU7Dh0EgREUgRElTVFJJQlVJw4fDg08gTsODTy1FWENMVVNJVkEgRE8gUkVQT1NJVMOTUklPIElOU1RJVFVDSU9OQUwgREEgVUZNRwoKQ29tIGEgYXByZXNlbnRhw6fDo28gZGVzdGEgbGljZW7Dp2EsIHZvY8OqIChvIGF1dG9yIChlcykgb3UgbyB0aXR1bGFyIGRvcyBkaXJlaXRvcyBkZSBhdXRvcikgY29uY2VkZSBhbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIChSSS1VRk1HKSBvIGRpcmVpdG8gbsOjbyBleGNsdXNpdm8gZSBpcnJldm9nw6F2ZWwgZGUgcmVwcm9kdXppciBlL291IGRpc3RyaWJ1aXIgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIChpbmNsdWluZG8gbyByZXN1bW8pIHBvciB0b2RvIG8gbXVuZG8gbm8gZm9ybWF0byBpbXByZXNzbyBlIGVsZXRyw7RuaWNvIGUgZW0gcXVhbHF1ZXIgbWVpbywgaW5jbHVpbmRvIG9zIGZvcm1hdG9zIMOhdWRpbyBvdSB2w61kZW8uCgpWb2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBjb25oZWNlIGEgcG9sw610aWNhIGRlIGNvcHlyaWdodCBkYSBlZGl0b3JhIGRvIHNldSBkb2N1bWVudG8gZSBxdWUgY29uaGVjZSBlIGFjZWl0YSBhcyBEaXJldHJpemVzIGRvIFJJLVVGTUcuCgpWb2PDqiBjb25jb3JkYSBxdWUgbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIHBvZGUsIHNlbSBhbHRlcmFyIG8gY29udGXDumRvLCB0cmFuc3BvciBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBxdWFscXVlciBtZWlvIG91IGZvcm1hdG8gcGFyYSBmaW5zIGRlIHByZXNlcnZhw6fDo28uCgpWb2PDqiB0YW1iw6ltIGNvbmNvcmRhIHF1ZSBvIFJlcG9zaXTDs3JpbyBJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVGTUcgcG9kZSBtYW50ZXIgbWFpcyBkZSB1bWEgY8OzcGlhIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBmaW5zIGRlIHNlZ3VyYW7Dp2EsIGJhY2stdXAgZSBwcmVzZXJ2YcOnw6NvLgoKVm9jw6ogZGVjbGFyYSBxdWUgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIMOpIG9yaWdpbmFsIGUgcXVlIHZvY8OqIHRlbSBvIHBvZGVyIGRlIGNvbmNlZGVyIG9zIGRpcmVpdG9zIGNvbnRpZG9zIG5lc3RhIGxpY2Vuw6dhLiBWb2PDqiB0YW1iw6ltIGRlY2xhcmEgcXVlIG8gZGVww7NzaXRvIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gbsOjbywgcXVlIHNlamEgZGUgc2V1IGNvbmhlY2ltZW50bywgaW5mcmluZ2UgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgZGUgbmluZ3XDqW0uCgpDYXNvIGEgc3VhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBjb250ZW5oYSBtYXRlcmlhbCBxdWUgdm9jw6ogbsOjbyBwb3NzdWkgYSB0aXR1bGFyaWRhZGUgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzLCB2b2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBvYnRldmUgYSBwZXJtaXNzw6NvIGlycmVzdHJpdGEgZG8gZGV0ZW50b3IgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIHBhcmEgY29uY2VkZXIgYW8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBvcyBkaXJlaXRvcyBhcHJlc2VudGFkb3MgbmVzdGEgbGljZW7Dp2EsIGUgcXVlIGVzc2UgbWF0ZXJpYWwgZGUgcHJvcHJpZWRhZGUgZGUgdGVyY2Vpcm9zIGVzdMOhIGNsYXJhbWVudGUgaWRlbnRpZmljYWRvIGUgcmVjb25oZWNpZG8gbm8gdGV4dG8gb3Ugbm8gY29udGXDumRvIGRhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBvcmEgZGVwb3NpdGFkYS4KCkNBU08gQSBQVUJMSUNBw4fDg08gT1JBIERFUE9TSVRBREEgVEVOSEEgU0lETyBSRVNVTFRBRE8gREUgVU0gUEFUUk9Dw41OSU8gT1UgQVBPSU8gREUgVU1BIEFHw4pOQ0lBIERFIEZPTUVOVE8gT1UgT1VUUk8gT1JHQU5JU01PLCBWT0PDiiBERUNMQVJBIFFVRSBSRVNQRUlUT1UgVE9ET1MgRSBRVUFJU1FVRVIgRElSRUlUT1MgREUgUkVWSVPDg08gQ09NTyBUQU1Cw4lNIEFTIERFTUFJUyBPQlJJR0HDh8OVRVMgRVhJR0lEQVMgUE9SIENPTlRSQVRPIE9VIEFDT1JETy4KCk8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBzZSBjb21wcm9tZXRlIGEgaWRlbnRpZmljYXIgY2xhcmFtZW50ZSBvIHNldSBub21lKHMpIG91IG8ocykgbm9tZXMocykgZG8ocykgZGV0ZW50b3IoZXMpIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcyBkYSBwdWJsaWNhw6fDo28sIGUgbsOjbyBmYXLDoSBxdWFscXVlciBhbHRlcmHDp8OjbywgYWzDqW0gZGFxdWVsYXMgY29uY2VkaWRhcyBwb3IgZXN0YSBsaWNlbsOnYS4KRepositório InstitucionalPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2022-09-25T23:17:34Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
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