O diário como utopia: Quarto de despejo, de Carolina Maria de Jesus

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Andrade, Leticia Pereira de
Data de Publicação: 2008
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMS
Texto Completo: https://repositorio.ufms.br/handle/123456789/1145
Resumo: Leitura e reflexão critica sobre a obra Quarto de despejo (1960), de Carolina Maria de Jesus (1914-1977), sob um ponto de vista que não privilegia o sociológico, mas o estético por meio da análise da linguagem, de algumas questões do enredo e do uso da forma narrativa do diário. Para tanto, utilizamos como ponto de partida o conceito de utopia descrito por Szachi (1972) em sua dupla significação: 1. negação e não lugar, tratando de como a obra não faz parte da historiografia literária brasileira; 2. afirmação e lugar sim, tratando de como a obra pode ser vista como representante da escrita feminina no Brasil e de uma literatura dita autobiográfica. Ao questionarmos o sucesso inicial de Quarto de Despejo no Brasil e no exterior, o que tornou parcialmente realidade a utopia caroliniana, questionamos também as razões do descaso da comunidade academica que a relegou ao esquecimento. Em contrapartida, trazemos para o debate as posições de Lajolo (1995/1996), Perpétua (2003), Sousa (2004) e Fernandez (2006) que reiteram o caráter auto-reflexivo, singular, critico e poético da obra, construída por meio de uma linguagem fragmentada, reciclada, rasurada e, por conseguinte, única na revelação ou recriação da existencia, o que deveria lhe garantir um lugar (topus) dentre os escritores considerados como tais.
id UFMS_392536c15d08bd30c3d602560fdd1fbc
oai_identifier_str oai:repositorio.ufms.br:123456789/1145
network_acronym_str UFMS
network_name_str Repositório Institucional da UFMS
repository_id_str 2124
spelling 2012-03-30T12:22:30Z2021-09-30T19:56:51Z2008https://repositorio.ufms.br/handle/123456789/1145Leitura e reflexão critica sobre a obra Quarto de despejo (1960), de Carolina Maria de Jesus (1914-1977), sob um ponto de vista que não privilegia o sociológico, mas o estético por meio da análise da linguagem, de algumas questões do enredo e do uso da forma narrativa do diário. Para tanto, utilizamos como ponto de partida o conceito de utopia descrito por Szachi (1972) em sua dupla significação: 1. negação e não lugar, tratando de como a obra não faz parte da historiografia literária brasileira; 2. afirmação e lugar sim, tratando de como a obra pode ser vista como representante da escrita feminina no Brasil e de uma literatura dita autobiográfica. Ao questionarmos o sucesso inicial de Quarto de Despejo no Brasil e no exterior, o que tornou parcialmente realidade a utopia caroliniana, questionamos também as razões do descaso da comunidade academica que a relegou ao esquecimento. Em contrapartida, trazemos para o debate as posições de Lajolo (1995/1996), Perpétua (2003), Sousa (2004) e Fernandez (2006) que reiteram o caráter auto-reflexivo, singular, critico e poético da obra, construída por meio de uma linguagem fragmentada, reciclada, rasurada e, por conseguinte, única na revelação ou recriação da existencia, o que deveria lhe garantir um lugar (topus) dentre os escritores considerados como tais.La Lecture et la réflexion critique sur la oeuvre Le Dépotoir (1960), de Carolina Maria de Jesus (1914-1977), sous un point de vue qui ne privilégie pas l'aspct sociologique, mais l'esthétique à travers l'analyse de la langage, de quelques questões de l'intrigue et de l'usage dans le chemin narratif du journal. Dans celui, nous avons utilisé comme point de départ le concept de l'Utopie décrit par Szachi (1972) dans sa double signification: 1. négation et < non > place, traitant comme l'oeuvre ne fait pas partie de l'historiographie littéraire brésilienne; 2. déclaration et < oui > place, traitant comme l'oeuvre peut etre vu comme représentant de l'écriture féminine au Brésil et d'une littérature autobiographique. Quand nous questionnons le succès initial de Le Dépotoir au Brésil et dans l'extérieur, devenir partiellement la réalité de l'Utopie Caroliniana, nous avons aussi questionné les raisons du mépris de la communauté académique qu'il l'a reléguée au manque de mémoire. Dans compensation, nous apportons pour le débat les places de Lajolo (1995/1996), Perpétua (2003), Sousa (2004) et Fernandez (2006) cela réitère le caractère auto-réflexive, singulier, critique et poétique à l'oeuvre, construit à travers une langue fragmentée, recyclé, raturée et, par conséquent, seulement révéler ou recréer l'existence, ce qui devrait garantir une place à (topus) parmi les écrivains considérés comme tel.porHistoriografiaCrítica LiteráriaLiteratura BrasileiraEscritoresO diário como utopia: Quarto de despejo, de Carolina Maria de Jesusinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisMaciel, Sheila DiasAndrade, Leticia Pereira deinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFMSinstname:Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS)instacron:UFMSTHUMBNAILLeticia Pereira de Andrade.pdf.jpgLeticia Pereira de Andrade.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1338https://repositorio.ufms.br/bitstream/123456789/1145/4/Leticia%20Pereira%20de%20Andrade.pdf.jpg04a9aaf7ec0af518f754a3a90c9be88dMD54TEXTLeticia Pereira de Andrade.pdf.txtLeticia Pereira de Andrade.pdf.txtExtracted texttext/plain239292https://repositorio.ufms.br/bitstream/123456789/1145/3/Leticia%20Pereira%20de%20Andrade.pdf.txtcfcf954e2acc86b4d13c4fa8cf1c74eeMD53ORIGINALLeticia Pereira de Andrade.pdfLeticia Pereira de Andrade.pdfapplication/pdf2908023https://repositorio.ufms.br/bitstream/123456789/1145/1/Leticia%20Pereira%20de%20Andrade.pdf3fa35390e3e270e6cada137413836b06MD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-81748https://repositorio.ufms.br/bitstream/123456789/1145/2/license.txt8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33MD52123456789/11452021-09-30 15:56:51.794oai:repositorio.ufms.br:123456789/1145Tk9URTogUExBQ0UgWU9VUiBPV04gTElDRU5TRSBIRVJFClRoaXMgc2FtcGxlIGxpY2Vuc2UgaXMgcHJvdmlkZWQgZm9yIGluZm9ybWF0aW9uYWwgcHVycG9zZXMgb25seS4KCk5PTi1FWENMVVNJVkUgRElTVFJJQlVUSU9OIExJQ0VOU0UKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIHN1Ym1pdHRpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCB5b3UgKHRoZSBhdXRob3Iocykgb3IgY29weXJpZ2h0Cm93bmVyKSBncmFudHMgdG8gRFNwYWNlIFVuaXZlcnNpdHkgKERTVSkgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgdG8gcmVwcm9kdWNlLAp0cmFuc2xhdGUgKGFzIGRlZmluZWQgYmVsb3cpLCBhbmQvb3IgZGlzdHJpYnV0ZSB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gKGluY2x1ZGluZwp0aGUgYWJzdHJhY3QpIHdvcmxkd2lkZSBpbiBwcmludCBhbmQgZWxlY3Ryb25pYyBmb3JtYXQgYW5kIGluIGFueSBtZWRpdW0sCmluY2x1ZGluZyBidXQgbm90IGxpbWl0ZWQgdG8gYXVkaW8gb3IgdmlkZW8uCgpZb3UgYWdyZWUgdGhhdCBEU1UgbWF5LCB3aXRob3V0IGNoYW5naW5nIHRoZSBjb250ZW50LCB0cmFuc2xhdGUgdGhlCnN1Ym1pc3Npb24gdG8gYW55IG1lZGl1bSBvciBmb3JtYXQgZm9yIHRoZSBwdXJwb3NlIG9mIHByZXNlcnZhdGlvbi4KCllvdSBhbHNvIGFncmVlIHRoYXQgRFNVIG1heSBrZWVwIG1vcmUgdGhhbiBvbmUgY29weSBvZiB0aGlzIHN1Ym1pc3Npb24gZm9yCnB1cnBvc2VzIG9mIHNlY3VyaXR5LCBiYWNrLXVwIGFuZCBwcmVzZXJ2YXRpb24uCgpZb3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgdGhlIHN1Ym1pc3Npb24gaXMgeW91ciBvcmlnaW5hbCB3b3JrLCBhbmQgdGhhdCB5b3UgaGF2ZQp0aGUgcmlnaHQgdG8gZ3JhbnQgdGhlIHJpZ2h0cyBjb250YWluZWQgaW4gdGhpcyBsaWNlbnNlLiBZb3UgYWxzbyByZXByZXNlbnQKdGhhdCB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gZG9lcyBub3QsIHRvIHRoZSBiZXN0IG9mIHlvdXIga25vd2xlZGdlLCBpbmZyaW5nZSB1cG9uCmFueW9uZSdzIGNvcHlyaWdodC4KCklmIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uIGNvbnRhaW5zIG1hdGVyaWFsIGZvciB3aGljaCB5b3UgZG8gbm90IGhvbGQgY29weXJpZ2h0LAp5b3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgeW91IGhhdmUgb2J0YWluZWQgdGhlIHVucmVzdHJpY3RlZCBwZXJtaXNzaW9uIG9mIHRoZQpjb3B5cmlnaHQgb3duZXIgdG8gZ3JhbnQgRFNVIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdApzdWNoIHRoaXJkLXBhcnR5IG93bmVkIG1hdGVyaWFsIGlzIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZmllZCBhbmQgYWNrbm93bGVkZ2VkCndpdGhpbiB0aGUgdGV4dCBvciBjb250ZW50IG9mIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uLgoKSUYgVEhFIFNVQk1JU1NJT04gSVMgQkFTRUQgVVBPTiBXT1JLIFRIQVQgSEFTIEJFRU4gU1BPTlNPUkVEIE9SIFNVUFBPUlRFRApCWSBBTiBBR0VOQ1kgT1IgT1JHQU5JWkFUSU9OIE9USEVSIFRIQU4gRFNVLCBZT1UgUkVQUkVTRU5UIFRIQVQgWU9VIEhBVkUKRlVMRklMTEVEIEFOWSBSSUdIVCBPRiBSRVZJRVcgT1IgT1RIRVIgT0JMSUdBVElPTlMgUkVRVUlSRUQgQlkgU1VDSApDT05UUkFDVCBPUiBBR1JFRU1FTlQuCgpEU1Ugd2lsbCBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZ5IHlvdXIgbmFtZShzKSBhcyB0aGUgYXV0aG9yKHMpIG9yIG93bmVyKHMpIG9mIHRoZQpzdWJtaXNzaW9uLCBhbmQgd2lsbCBub3QgbWFrZSBhbnkgYWx0ZXJhdGlvbiwgb3RoZXIgdGhhbiBhcyBhbGxvd2VkIGJ5IHRoaXMKbGljZW5zZSwgdG8geW91ciBzdWJtaXNzaW9uLgo=Repositório InstitucionalPUBhttps://repositorio.ufms.br/oai/requestri.prograd@ufms.bropendoar:21242021-09-30T19:56:51Repositório Institucional da UFMS - Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv O diário como utopia: Quarto de despejo, de Carolina Maria de Jesus
title O diário como utopia: Quarto de despejo, de Carolina Maria de Jesus
spellingShingle O diário como utopia: Quarto de despejo, de Carolina Maria de Jesus
Andrade, Leticia Pereira de
Historiografia
Crítica Literária
Literatura Brasileira
Escritores
title_short O diário como utopia: Quarto de despejo, de Carolina Maria de Jesus
title_full O diário como utopia: Quarto de despejo, de Carolina Maria de Jesus
title_fullStr O diário como utopia: Quarto de despejo, de Carolina Maria de Jesus
title_full_unstemmed O diário como utopia: Quarto de despejo, de Carolina Maria de Jesus
title_sort O diário como utopia: Quarto de despejo, de Carolina Maria de Jesus
author Andrade, Leticia Pereira de
author_facet Andrade, Leticia Pereira de
author_role author
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Maciel, Sheila Dias
dc.contributor.author.fl_str_mv Andrade, Leticia Pereira de
contributor_str_mv Maciel, Sheila Dias
dc.subject.por.fl_str_mv Historiografia
Crítica Literária
Literatura Brasileira
Escritores
topic Historiografia
Crítica Literária
Literatura Brasileira
Escritores
description Leitura e reflexão critica sobre a obra Quarto de despejo (1960), de Carolina Maria de Jesus (1914-1977), sob um ponto de vista que não privilegia o sociológico, mas o estético por meio da análise da linguagem, de algumas questões do enredo e do uso da forma narrativa do diário. Para tanto, utilizamos como ponto de partida o conceito de utopia descrito por Szachi (1972) em sua dupla significação: 1. negação e não lugar, tratando de como a obra não faz parte da historiografia literária brasileira; 2. afirmação e lugar sim, tratando de como a obra pode ser vista como representante da escrita feminina no Brasil e de uma literatura dita autobiográfica. Ao questionarmos o sucesso inicial de Quarto de Despejo no Brasil e no exterior, o que tornou parcialmente realidade a utopia caroliniana, questionamos também as razões do descaso da comunidade academica que a relegou ao esquecimento. Em contrapartida, trazemos para o debate as posições de Lajolo (1995/1996), Perpétua (2003), Sousa (2004) e Fernandez (2006) que reiteram o caráter auto-reflexivo, singular, critico e poético da obra, construída por meio de uma linguagem fragmentada, reciclada, rasurada e, por conseguinte, única na revelação ou recriação da existencia, o que deveria lhe garantir um lugar (topus) dentre os escritores considerados como tais.
publishDate 2008
dc.date.issued.fl_str_mv 2008
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2012-03-30T12:22:30Z
dc.date.available.fl_str_mv 2021-09-30T19:56:51Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://repositorio.ufms.br/handle/123456789/1145
url https://repositorio.ufms.br/handle/123456789/1145
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFMS
instname:Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS)
instacron:UFMS
instname_str Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS)
instacron_str UFMS
institution UFMS
reponame_str Repositório Institucional da UFMS
collection Repositório Institucional da UFMS
bitstream.url.fl_str_mv https://repositorio.ufms.br/bitstream/123456789/1145/4/Leticia%20Pereira%20de%20Andrade.pdf.jpg
https://repositorio.ufms.br/bitstream/123456789/1145/3/Leticia%20Pereira%20de%20Andrade.pdf.txt
https://repositorio.ufms.br/bitstream/123456789/1145/1/Leticia%20Pereira%20de%20Andrade.pdf
https://repositorio.ufms.br/bitstream/123456789/1145/2/license.txt
bitstream.checksum.fl_str_mv 04a9aaf7ec0af518f754a3a90c9be88d
cfcf954e2acc86b4d13c4fa8cf1c74ee
3fa35390e3e270e6cada137413836b06
8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFMS - Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS)
repository.mail.fl_str_mv ri.prograd@ufms.br
_version_ 1815448031430967296