Brasil e Bolívia: a mulher como força de trabalho e o processo de acumulação capitalista na dinâmica do circuito comercial transfronteiriço

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Soken, Dirce Sizuko
Data de Publicação: 2016
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMS
Texto Completo: https://repositorio.ufms.br/handle/123456789/3015
Resumo: Esta pesquisa da tese de doutorado tratou de compreender como a mulher brasileira e boliviana contribui para a (re)produção do espaço transfronteiriço das cidades-gêmeas de Corumbá, no Brasil, e das cidades de Puerto Quijarro e Puerto Suarez, na Bolívia. A abordagem geográfica sobre o trabalho produtivo e reprodutivo da mulher teve como pressuposto a produção do espaço, uma vez que a divisão social do trabalho implica em divisão sexual do trabalho, ou seja, o trabalho feminino é uma questão de análise do espaço. Observou-se que a pesquisa de Gênero na Geografia tem como propósito entender a organização desse espaço transfronteiriço a partir do uso da força de trabalho feminino no comércio, onde as mulheres organizam a atividade concomitante a reprodução social. O princípio norteador do método da pesquisa foi a formação sócioeconômica das cidades-gêmeas entre Brasil e Bolívia e revelou os vários períodos de ocupação desse espaço fronteiriço. Duas frentes de ocupação se destacaram no estudo, pois potencializaram as relações transfronteiriças ao longo das décadas de 1990 e 2000: a circulação de produtos industrializados provenientes das principais fronteiras, foram elas: a brasileira, a chilena, a peruana e a argentina; e a expansão do comércio popular, especialmente de confecção, para as fronteiras bolivianas com uso da força de trabalho feminina. Sobretudo, no que se refere à base teórica metodológica sobre o trabalho feminino na área de fronteira, a investigação orientou-se pelas análises socioeconômica, espacial e pelo conceito da divisão sexual do trabalho. A pesquisa evidenciou a importância das famílias, empresas e agentes governamentais consolidados nos territórios de fronteira, pois funcionam como organismos sociais do Estado ratzeliano. Adotou-se a pesquisa qualitativa por meio de observações, imagens fotográficas, reportagens e noticiários da imprensa local, bem como, de entrevistas semi-estruturadas e informais para a coleta de dados nas cidades-gêmeas de fronteira. Em termos gerais, constatou-se que as mulheres que trabalham no comércio do circuito inferior das cidades-gêmeas entre Brasil e Bolívia foram as responsáveis pela pulverização das relações transfronteiriças, mediante as formas de organização dos negócios e do trabalho e, principalmente, pelo estreitamento dos laços familiares. Portanto, revelou-se que a atividade comercial operacionalizada pela mulher faz dela importante articuladora dos arranjos territoriais da fronteira.
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O princípio norteador do método da pesquisa foi a formação sócioeconômica das cidades-gêmeas entre Brasil e Bolívia e revelou os vários períodos de ocupação desse espaço fronteiriço. Duas frentes de ocupação se destacaram no estudo, pois potencializaram as relações transfronteiriças ao longo das décadas de 1990 e 2000: a circulação de produtos industrializados provenientes das principais fronteiras, foram elas: a brasileira, a chilena, a peruana e a argentina; e a expansão do comércio popular, especialmente de confecção, para as fronteiras bolivianas com uso da força de trabalho feminina. Sobretudo, no que se refere à base teórica metodológica sobre o trabalho feminino na área de fronteira, a investigação orientou-se pelas análises socioeconômica, espacial e pelo conceito da divisão sexual do trabalho. 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Portanto, revelou-se que a atividade comercial operacionalizada pela mulher faz dela importante articuladora dos arranjos territoriais da fronteira.ABSTRACT - This doctoral dissertation deals with the comprehension of how the Brazilian and Bolivian woman contributes to the reproduction of the transboundary space from Corumba's twin cities, in Brazil, and in Bolivian cities Puerto Quijaro and Puerto Suarez. The geographic approach about the productive and reproductive work of woman supposes the production of space, once that the social division of work implies in sexual division of work, so the female labour is a matter of analysis of space. The gender research in Geography has as purpose to understand the spatial organization of this cross-border space, from the use of the women’s workforce in the trade, where the women organize the activity concomitantly with the social reproduction. The research method had as mainspring principle the socio-spatial of the twin-cities border between Brazil and Bolivia and revealed the several periods of occupation of this border space. Two occupancy fronts highlighted in the study, which potentiate the cross-border relationship, over the 1990s and 2000s: the circulation of industrialized products from principal borders, as the Brazilian, Chilean, Peruvian, Argentinian; and the popular expansion trade, especially of clothing manufacture, for the Bolivian borders with the use of women’s work. Especially as regards to the methodologic theoretical base about the women’s work in the border area, the investigation was oriented by the socioeconomic analysis, spatial and by the concept of sexual division of work. The research evidenced the importance of the families, business and governmental agents consolidated in the border territory, since they work as social organisms of ratzelian State. The qualitative research were adopted by means of observations, photograph images, news and local press news, as well the semi structured and informal interviews for the data collection in the twin-cities border. Generally speaking, it was found that the women working in the trade of the low circuits from twin-cities between Brazil and Bolivia, were the responsible for the spraying of the cross-borders relationships, by means of organization modes from the business, work and manly by the narrowing of the family bond. Therefore, it was revealed that the business activity operationalized by woman makes her an important articulator of the border territorial arrangements.porTrabalhadorasTrabalhadoras EstrangeirasTrabalho - aspectos sociaisFronteirasWomen EmployeesWomen Alien LaborWork - social aspectsBoundariesBrasil e Bolívia: a mulher como força de trabalho e o processo de acumulação capitalista na dinâmica do circuito comercial transfronteiriçoinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisRossini, Rosa EsterSoken, Dirce Sizukoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFMSinstname:Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS)instacron:UFMSTHUMBNAILBrasil e Bolívia a mulher como força de trabalho.pdf.jpgBrasil e Bolívia a mulher como força de trabalho.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1245https://repositorio.ufms.br/bitstream/123456789/3015/4/Brasil%20e%20Bol%c3%advia%20a%20mulher%20como%20for%c3%a7a%20de%20trabalho.pdf.jpg54e74abeffaf7e64ed7f896e1152570fMD54TEXTBrasil e Bolívia a mulher como força de trabalho.pdf.txtBrasil e Bolívia a mulher como força de trabalho.pdf.txtExtracted texttext/plain474551https://repositorio.ufms.br/bitstream/123456789/3015/3/Brasil%20e%20Bol%c3%advia%20a%20mulher%20como%20for%c3%a7a%20de%20trabalho.pdf.txt8b9af19713d9eee3a83f91a22ff428e9MD53ORIGINALBrasil e Bolívia a mulher como força de trabalho.pdfBrasil e Bolívia a mulher como força de trabalho.pdfapplication/pdf8951155https://repositorio.ufms.br/bitstream/123456789/3015/1/Brasil%20e%20Bol%c3%advia%20a%20mulher%20como%20for%c3%a7a%20de%20trabalho.pdf4219f902ba504caa5af6e0a840a27159MD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-81748https://repositorio.ufms.br/bitstream/123456789/3015/2/license.txt8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33MD52123456789/30152021-09-30 15:55:53.467oai:repositorio.ufms.br:123456789/3015Tk9URTogUExBQ0UgWU9VUiBPV04gTElDRU5TRSBIRVJFClRoaXMgc2FtcGxlIGxpY2Vuc2UgaXMgcHJvdmlkZWQgZm9yIGluZm9ybWF0aW9uYWwgcHVycG9zZXMgb25seS4KCk5PTi1FWENMVVNJVkUgRElTVFJJQlVUSU9OIExJQ0VOU0UKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIHN1Ym1pdHRpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCB5b3UgKHRoZSBhdXRob3Iocykgb3IgY29weXJpZ2h0Cm93bmVyKSBncmFudHMgdG8gRFNwYWNlIFVuaXZlcnNpdHkgKERTVSkgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgdG8gcmVwcm9kdWNlLAp0cmFuc2xhdGUgKGFzIGRlZmluZWQgYmVsb3cpLCBhbmQvb3IgZGlzdHJpYnV0ZSB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gKGluY2x1ZGluZwp0aGUgYWJzdHJhY3QpIHdvcmxkd2lkZSBpbiBwcmludCBhbmQgZWxlY3Ryb25pYyBmb3JtYXQgYW5kIGluIGFueSBtZWRpdW0sCmluY2x1ZGluZyBidXQgbm90IGxpbWl0ZWQgdG8gYXVkaW8gb3IgdmlkZW8uCgpZb3UgYWdyZWUgdGhhdCBEU1UgbWF5LCB3aXRob3V0IGNoYW5naW5nIHRoZSBjb250ZW50LCB0cmFuc2xhdGUgdGhlCnN1Ym1pc3Npb24gdG8gYW55IG1lZGl1bSBvciBmb3JtYXQgZm9yIHRoZSBwdXJwb3NlIG9mIHByZXNlcnZhdGlvbi4KCllvdSBhbHNvIGFncmVlIHRoYXQgRFNVIG1heSBrZWVwIG1vcmUgdGhhbiBvbmUgY29weSBvZiB0aGlzIHN1Ym1pc3Npb24gZm9yCnB1cnBvc2VzIG9mIHNlY3VyaXR5LCBiYWNrLXVwIGFuZCBwcmVzZXJ2YXRpb24uCgpZb3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgdGhlIHN1Ym1pc3Npb24gaXMgeW91ciBvcmlnaW5hbCB3b3JrLCBhbmQgdGhhdCB5b3UgaGF2ZQp0aGUgcmlnaHQgdG8gZ3JhbnQgdGhlIHJpZ2h0cyBjb250YWluZWQgaW4gdGhpcyBsaWNlbnNlLiBZb3UgYWxzbyByZXByZXNlbnQKdGhhdCB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gZG9lcyBub3QsIHRvIHRoZSBiZXN0IG9mIHlvdXIga25vd2xlZGdlLCBpbmZyaW5nZSB1cG9uCmFueW9uZSdzIGNvcHlyaWdodC4KCklmIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uIGNvbnRhaW5zIG1hdGVyaWFsIGZvciB3aGljaCB5b3UgZG8gbm90IGhvbGQgY29weXJpZ2h0LAp5b3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgeW91IGhhdmUgb2J0YWluZWQgdGhlIHVucmVzdHJpY3RlZCBwZXJtaXNzaW9uIG9mIHRoZQpjb3B5cmlnaHQgb3duZXIgdG8gZ3JhbnQgRFNVIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdApzdWNoIHRoaXJkLXBhcnR5IG93bmVkIG1hdGVyaWFsIGlzIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZmllZCBhbmQgYWNrbm93bGVkZ2VkCndpdGhpbiB0aGUgdGV4dCBvciBjb250ZW50IG9mIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uLgoKSUYgVEhFIFNVQk1JU1NJT04gSVMgQkFTRUQgVVBPTiBXT1JLIFRIQVQgSEFTIEJFRU4gU1BPTlNPUkVEIE9SIFNVUFBPUlRFRApCWSBBTiBBR0VOQ1kgT1IgT1JHQU5JWkFUSU9OIE9USEVSIFRIQU4gRFNVLCBZT1UgUkVQUkVTRU5UIFRIQVQgWU9VIEhBVkUKRlVMRklMTEVEIEFOWSBSSUdIVCBPRiBSRVZJRVcgT1IgT1RIRVIgT0JMSUdBVElPTlMgUkVRVUlSRUQgQlkgU1VDSApDT05UUkFDVCBPUiBBR1JFRU1FTlQuCgpEU1Ugd2lsbCBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZ5IHlvdXIgbmFtZShzKSBhcyB0aGUgYXV0aG9yKHMpIG9yIG93bmVyKHMpIG9mIHRoZQpzdWJtaXNzaW9uLCBhbmQgd2lsbCBub3QgbWFrZSBhbnkgYWx0ZXJhdGlvbiwgb3RoZXIgdGhhbiBhcyBhbGxvd2VkIGJ5IHRoaXMKbGljZW5zZSwgdG8geW91ciBzdWJtaXNzaW9uLgo=Repositório InstitucionalPUBhttps://repositorio.ufms.br/oai/requestri.prograd@ufms.bropendoar:21242021-09-30T19:55:53Repositório Institucional da UFMS - Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS)false
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