As Missangas de Mia Couto : a moçambicanidade no discurso pluralista
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2012 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFMS |
Texto Completo: | https://repositorio.ufms.br/handle/123456789/1832 |
Resumo: | O escritor moçambicano Mia Couto constroi em suas produções literárias um universo plural, valorizando as miudezas e as grandezas da vida e, a partir dos recursos linguísticos e das diversas possibilidades do uso da palavra, inscreve sua postura política contemporânea. A prosa poética de Couto ao mesmo tempo em que é universal, por se fazer compreensível em qualquer parte do mundo, fixa suas raízes em solos moçambicanos, por desmistificar contextos histórico-culturais do cotidiano de Moçambique. A presente pesquisa tem por evidencia, na obra O fio das missangas (2009), o posicionamento político de Couto em relação ao seu país sob o olhar de personagens-narradoras femininas. Dessa forma, escolhemos para compor nosso corpus cinco “missangas” das vinte e nove reunidas no livro, em que a personagem protagonista fosse também narradora, para observarmos o discurso feminino em relação à sociedade patriarcal e falocêntrica onde ainda estão submetidas, sendo elas: “Meia Culpa, meia própria culpa”, “O cesto”, “Os olhos dos mortos”, “A despedideira” e “A Saia Almarrotada”. O nosso passeio pelo universo literário de Couto, nos contos escolhidos, mostra que há o que Macêdo e Maquêa (2007) chamaram de moçambicanidade, representada pelo discurso histórico pluralista, proposto por Carlos Lopes (1994), nas falas das narradoras-personagens. |
id |
UFMS_79b39abb597d3af8cf4e4e7fc5c66db9 |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:repositorio.ufms.br:123456789/1832 |
network_acronym_str |
UFMS |
network_name_str |
Repositório Institucional da UFMS |
repository_id_str |
2124 |
spelling |
2013-11-11T13:15:44Z2021-09-30T19:57:30Z2012https://repositorio.ufms.br/handle/123456789/1832O escritor moçambicano Mia Couto constroi em suas produções literárias um universo plural, valorizando as miudezas e as grandezas da vida e, a partir dos recursos linguísticos e das diversas possibilidades do uso da palavra, inscreve sua postura política contemporânea. A prosa poética de Couto ao mesmo tempo em que é universal, por se fazer compreensível em qualquer parte do mundo, fixa suas raízes em solos moçambicanos, por desmistificar contextos histórico-culturais do cotidiano de Moçambique. A presente pesquisa tem por evidencia, na obra O fio das missangas (2009), o posicionamento político de Couto em relação ao seu país sob o olhar de personagens-narradoras femininas. Dessa forma, escolhemos para compor nosso corpus cinco “missangas” das vinte e nove reunidas no livro, em que a personagem protagonista fosse também narradora, para observarmos o discurso feminino em relação à sociedade patriarcal e falocêntrica onde ainda estão submetidas, sendo elas: “Meia Culpa, meia própria culpa”, “O cesto”, “Os olhos dos mortos”, “A despedideira” e “A Saia Almarrotada”. O nosso passeio pelo universo literário de Couto, nos contos escolhidos, mostra que há o que Macêdo e Maquêa (2007) chamaram de moçambicanidade, representada pelo discurso histórico pluralista, proposto por Carlos Lopes (1994), nas falas das narradoras-personagens.ABSTRACT - The Mozambican writer Mia Couto builds in their literary productions a plural universe, valuing the offal and the greatness of life, from the linguistic resources and the several possibilities of word's usage, inserts his contemporary political stance. The same time as Couto's poetic prose is universal, because it's understandable anywhere in the world, it fixes its roots in Mozambican soil, for demystifying historical and cultural contexts of everyday life in Mozambique. This research aims to highlight Couto's political stance in relation to his country under the look of female characters-narrators in the work 'O Fio Das Missangas (2009)'. Thus, we chose to compose our corpus five "beads" (tales) of twenty-nine gathered in the book, in which the main character was also narrator to observe the female discourse in relation to the patriarchal and phallocentric society which they still live in, as follows: “Meia Culpa, meia própria culpa”, “O cesto”, “Os olhos dos mortos”, “A despedideira” and “A Saia Almarrotada”. Our stroll through Couto's literary universe, in the chosen tales, aims to show that what Macêdo and Maquêa (2007) called 'mozambicanity', represented by historical pluralist discourse, proposed by Carlos Lopes (1994), in the words of the female narrator-characters, does exist.porLiteratura MoçambicanaMozambican LiteratureTeoria LiteráriaLiterary TheoryMoçambique - aspectos políticosMozambique - political aspectsMoçambique - aspectos culturaisMozambique - cultural aspectsAs Missangas de Mia Couto : a moçambicanidade no discurso pluralistainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisSantos, Rosana Cristina ZanelattoSilva, Tamarana Marquesinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFMSinstname:Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS)instacron:UFMSTHUMBNAILTAMARANA MARQUES SILVA.pdf.jpgTAMARANA MARQUES SILVA.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1145https://repositorio.ufms.br/bitstream/123456789/1832/4/TAMARANA%20MARQUES%20SILVA.pdf.jpgff0fa375f36ec2e2c1e99568cbdf3834MD54TEXTTAMARANA MARQUES SILVA.pdf.txtTAMARANA MARQUES SILVA.pdf.txtExtracted texttext/plain222462https://repositorio.ufms.br/bitstream/123456789/1832/3/TAMARANA%20MARQUES%20SILVA.pdf.txt51b9ad71300d6e991fdab8d65860344bMD53ORIGINALTAMARANA MARQUES SILVA.pdfTAMARANA MARQUES SILVA.pdfapplication/pdf1101503https://repositorio.ufms.br/bitstream/123456789/1832/1/TAMARANA%20MARQUES%20SILVA.pdfe9e4cb6abfad81845403dd6809c696b1MD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-81748https://repositorio.ufms.br/bitstream/123456789/1832/2/license.txt8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33MD52123456789/18322021-09-30 15:57:30.055oai:repositorio.ufms.br:123456789/1832Tk9URTogUExBQ0UgWU9VUiBPV04gTElDRU5TRSBIRVJFClRoaXMgc2FtcGxlIGxpY2Vuc2UgaXMgcHJvdmlkZWQgZm9yIGluZm9ybWF0aW9uYWwgcHVycG9zZXMgb25seS4KCk5PTi1FWENMVVNJVkUgRElTVFJJQlVUSU9OIExJQ0VOU0UKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIHN1Ym1pdHRpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCB5b3UgKHRoZSBhdXRob3Iocykgb3IgY29weXJpZ2h0Cm93bmVyKSBncmFudHMgdG8gRFNwYWNlIFVuaXZlcnNpdHkgKERTVSkgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgdG8gcmVwcm9kdWNlLAp0cmFuc2xhdGUgKGFzIGRlZmluZWQgYmVsb3cpLCBhbmQvb3IgZGlzdHJpYnV0ZSB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gKGluY2x1ZGluZwp0aGUgYWJzdHJhY3QpIHdvcmxkd2lkZSBpbiBwcmludCBhbmQgZWxlY3Ryb25pYyBmb3JtYXQgYW5kIGluIGFueSBtZWRpdW0sCmluY2x1ZGluZyBidXQgbm90IGxpbWl0ZWQgdG8gYXVkaW8gb3IgdmlkZW8uCgpZb3UgYWdyZWUgdGhhdCBEU1UgbWF5LCB3aXRob3V0IGNoYW5naW5nIHRoZSBjb250ZW50LCB0cmFuc2xhdGUgdGhlCnN1Ym1pc3Npb24gdG8gYW55IG1lZGl1bSBvciBmb3JtYXQgZm9yIHRoZSBwdXJwb3NlIG9mIHByZXNlcnZhdGlvbi4KCllvdSBhbHNvIGFncmVlIHRoYXQgRFNVIG1heSBrZWVwIG1vcmUgdGhhbiBvbmUgY29weSBvZiB0aGlzIHN1Ym1pc3Npb24gZm9yCnB1cnBvc2VzIG9mIHNlY3VyaXR5LCBiYWNrLXVwIGFuZCBwcmVzZXJ2YXRpb24uCgpZb3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgdGhlIHN1Ym1pc3Npb24gaXMgeW91ciBvcmlnaW5hbCB3b3JrLCBhbmQgdGhhdCB5b3UgaGF2ZQp0aGUgcmlnaHQgdG8gZ3JhbnQgdGhlIHJpZ2h0cyBjb250YWluZWQgaW4gdGhpcyBsaWNlbnNlLiBZb3UgYWxzbyByZXByZXNlbnQKdGhhdCB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gZG9lcyBub3QsIHRvIHRoZSBiZXN0IG9mIHlvdXIga25vd2xlZGdlLCBpbmZyaW5nZSB1cG9uCmFueW9uZSdzIGNvcHlyaWdodC4KCklmIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uIGNvbnRhaW5zIG1hdGVyaWFsIGZvciB3aGljaCB5b3UgZG8gbm90IGhvbGQgY29weXJpZ2h0LAp5b3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgeW91IGhhdmUgb2J0YWluZWQgdGhlIHVucmVzdHJpY3RlZCBwZXJtaXNzaW9uIG9mIHRoZQpjb3B5cmlnaHQgb3duZXIgdG8gZ3JhbnQgRFNVIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdApzdWNoIHRoaXJkLXBhcnR5IG93bmVkIG1hdGVyaWFsIGlzIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZmllZCBhbmQgYWNrbm93bGVkZ2VkCndpdGhpbiB0aGUgdGV4dCBvciBjb250ZW50IG9mIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uLgoKSUYgVEhFIFNVQk1JU1NJT04gSVMgQkFTRUQgVVBPTiBXT1JLIFRIQVQgSEFTIEJFRU4gU1BPTlNPUkVEIE9SIFNVUFBPUlRFRApCWSBBTiBBR0VOQ1kgT1IgT1JHQU5JWkFUSU9OIE9USEVSIFRIQU4gRFNVLCBZT1UgUkVQUkVTRU5UIFRIQVQgWU9VIEhBVkUKRlVMRklMTEVEIEFOWSBSSUdIVCBPRiBSRVZJRVcgT1IgT1RIRVIgT0JMSUdBVElPTlMgUkVRVUlSRUQgQlkgU1VDSApDT05UUkFDVCBPUiBBR1JFRU1FTlQuCgpEU1Ugd2lsbCBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZ5IHlvdXIgbmFtZShzKSBhcyB0aGUgYXV0aG9yKHMpIG9yIG93bmVyKHMpIG9mIHRoZQpzdWJtaXNzaW9uLCBhbmQgd2lsbCBub3QgbWFrZSBhbnkgYWx0ZXJhdGlvbiwgb3RoZXIgdGhhbiBhcyBhbGxvd2VkIGJ5IHRoaXMKbGljZW5zZSwgdG8geW91ciBzdWJtaXNzaW9uLgo=Repositório InstitucionalPUBhttps://repositorio.ufms.br/oai/requestri.prograd@ufms.bropendoar:21242021-09-30T19:57:30Repositório Institucional da UFMS - Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS)false |
dc.title.pt_BR.fl_str_mv |
As Missangas de Mia Couto : a moçambicanidade no discurso pluralista |
title |
As Missangas de Mia Couto : a moçambicanidade no discurso pluralista |
spellingShingle |
As Missangas de Mia Couto : a moçambicanidade no discurso pluralista Silva, Tamarana Marques Literatura Moçambicana Mozambican Literature Teoria Literária Literary Theory Moçambique - aspectos políticos Mozambique - political aspects Moçambique - aspectos culturais Mozambique - cultural aspects |
title_short |
As Missangas de Mia Couto : a moçambicanidade no discurso pluralista |
title_full |
As Missangas de Mia Couto : a moçambicanidade no discurso pluralista |
title_fullStr |
As Missangas de Mia Couto : a moçambicanidade no discurso pluralista |
title_full_unstemmed |
As Missangas de Mia Couto : a moçambicanidade no discurso pluralista |
title_sort |
As Missangas de Mia Couto : a moçambicanidade no discurso pluralista |
author |
Silva, Tamarana Marques |
author_facet |
Silva, Tamarana Marques |
author_role |
author |
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv |
Santos, Rosana Cristina Zanelatto |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Silva, Tamarana Marques |
contributor_str_mv |
Santos, Rosana Cristina Zanelatto |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Literatura Moçambicana Mozambican Literature Teoria Literária Literary Theory Moçambique - aspectos políticos Mozambique - political aspects Moçambique - aspectos culturais Mozambique - cultural aspects |
topic |
Literatura Moçambicana Mozambican Literature Teoria Literária Literary Theory Moçambique - aspectos políticos Mozambique - political aspects Moçambique - aspectos culturais Mozambique - cultural aspects |
description |
O escritor moçambicano Mia Couto constroi em suas produções literárias um universo plural, valorizando as miudezas e as grandezas da vida e, a partir dos recursos linguísticos e das diversas possibilidades do uso da palavra, inscreve sua postura política contemporânea. A prosa poética de Couto ao mesmo tempo em que é universal, por se fazer compreensível em qualquer parte do mundo, fixa suas raízes em solos moçambicanos, por desmistificar contextos histórico-culturais do cotidiano de Moçambique. A presente pesquisa tem por evidencia, na obra O fio das missangas (2009), o posicionamento político de Couto em relação ao seu país sob o olhar de personagens-narradoras femininas. Dessa forma, escolhemos para compor nosso corpus cinco “missangas” das vinte e nove reunidas no livro, em que a personagem protagonista fosse também narradora, para observarmos o discurso feminino em relação à sociedade patriarcal e falocêntrica onde ainda estão submetidas, sendo elas: “Meia Culpa, meia própria culpa”, “O cesto”, “Os olhos dos mortos”, “A despedideira” e “A Saia Almarrotada”. O nosso passeio pelo universo literário de Couto, nos contos escolhidos, mostra que há o que Macêdo e Maquêa (2007) chamaram de moçambicanidade, representada pelo discurso histórico pluralista, proposto por Carlos Lopes (1994), nas falas das narradoras-personagens. |
publishDate |
2012 |
dc.date.issued.fl_str_mv |
2012 |
dc.date.accessioned.fl_str_mv |
2013-11-11T13:15:44Z |
dc.date.available.fl_str_mv |
2021-09-30T19:57:30Z |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/masterThesis |
format |
masterThesis |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
https://repositorio.ufms.br/handle/123456789/1832 |
url |
https://repositorio.ufms.br/handle/123456789/1832 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Repositório Institucional da UFMS instname:Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) instacron:UFMS |
instname_str |
Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) |
instacron_str |
UFMS |
institution |
UFMS |
reponame_str |
Repositório Institucional da UFMS |
collection |
Repositório Institucional da UFMS |
bitstream.url.fl_str_mv |
https://repositorio.ufms.br/bitstream/123456789/1832/4/TAMARANA%20MARQUES%20SILVA.pdf.jpg https://repositorio.ufms.br/bitstream/123456789/1832/3/TAMARANA%20MARQUES%20SILVA.pdf.txt https://repositorio.ufms.br/bitstream/123456789/1832/1/TAMARANA%20MARQUES%20SILVA.pdf https://repositorio.ufms.br/bitstream/123456789/1832/2/license.txt |
bitstream.checksum.fl_str_mv |
ff0fa375f36ec2e2c1e99568cbdf3834 51b9ad71300d6e991fdab8d65860344b e9e4cb6abfad81845403dd6809c696b1 8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33 |
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv |
MD5 MD5 MD5 MD5 |
repository.name.fl_str_mv |
Repositório Institucional da UFMS - Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) |
repository.mail.fl_str_mv |
ri.prograd@ufms.br |
_version_ |
1807552854485893120 |