O haiku da Comunidade Yuba: criação, socialização e publicação

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Souza, Michela Mitiko Kato Meneses de
Data de Publicação: 2012
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMS
Texto Completo: https://repositorio.ufms.br/handle/123456789/1611
Resumo: A forma poética haiku foi desenvolvida intensamente no Japão, no período Genroku, da época Edo, e ganha contornos espontâneos e populares com Matsuo Bashô, no século XVII. Com a vinda dos japoneses para o Brasil, em 1908, o haiku é a maneira encontrada por esses imigrantes para expressar seus sentimentos por estarem distantes do país de origem e para valorizar a beleza da terra que os acolheu. É o que acontece na Comunidade Yuba, com 76 anos de existência, localizada no município de Mirandópolis/SP, a 600 Km de São Paulo/SP, que mantém, entre seus traços culturais, a permanência do haiku. Esta pesquisa tem como objetivos: 1) apresentar e descrever, a partir da observação in locus, a manifestação literária do haiku, focalizando os processos de criação, de socialização e de publicação do Yuba kukai; 2) iniciar a montagem de um acervo literário sobre o haiku da Comunidade Yuba. Para tratar sobre o haiku, embasamos o trabalho nos postulados de Reginald Horace Blyth, Octávio Paz, Masuda Goga, Teiiti Suzuki, Paulo Franchetti, Teruko Oda, Eico Suzuki, Reimei Yoshioka, Lucille Kanzawa, entre outros. A pesquisa realizada resultou em um trabalho em três volumes. O primeiro volume é composto por três capítulos e apêndices. No primeiro capítulo, dividido em duas seções, tratamos, sinteticamente, da imigração japonesa no Brasil e da trajetória histórico-cultural da Comunidade Yuba. No segundo capítulo, fazemos breves considerações sobre a origem e a disseminação do haiku, evidenciamos como o haiku surge na Comunidade Yuba e identificamos os primeiros e os atuais haikuístas yuba. No terceiro capítulo, apresentamos e descrevemos o processo de criação, de socialização e de divulgação do Yuba kukai. O material que nos serviu de apoio para subsidiar a pesquisa transformou-se em apêndices. O segundo e terceiro volumes são constituídos de anexos, entre outras informações, pela coleta e digitalização, nos anos 2010-2011, em um período de 12 meses, um total de 658 haiku produzidos pelos haikuístas yuba dos quais 240 foram publicados na Revista Kuzu. Constamos que o Yuba kukai segue à risca as quatro estações Haru, Natsu, Aki, Fuyu (respectivamente, primavera, verão, outono e inverno) e realiza a produção do haiku todo mês, completando o ciclo de quatro meses por estação. Os haikuístas yuba selecionam palavras, kigo, que servem de base para construir o haiku a partir da realidade brasileira, a fim de representar o universo particular da Comunidade Yuba, onde o espaço fornece matéria-prima. Nessa representação, o vocabulário e os temas sofrem alterações, acompanhando as mudanças sociais, de modo que muitas palavras usadas na literatura clássica já não são utilizadas. Também é natural a incorporação de palavras, representadas por imagens, sem, no entanto, alterarem-se aspectos formais e estruturais do gênero. Invertendo o processo inicial, o gênero agora sai de terras brasileiras e, sem perder os traços da tradição, mescla ou incorpora outras culturas – de índios, brancos e negros – e chega/retorna ao território japonês.
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O segundo e terceiro volumes são constituídos de anexos, entre outras informações, pela coleta e digitalização, nos anos 2010-2011, em um período de 12 meses, um total de 658 haiku produzidos pelos haikuístas yuba dos quais 240 foram publicados na Revista Kuzu. Constamos que o Yuba kukai segue à risca as quatro estações Haru, Natsu, Aki, Fuyu (respectivamente, primavera, verão, outono e inverno) e realiza a produção do haiku todo mês, completando o ciclo de quatro meses por estação. Os haikuístas yuba selecionam palavras, kigo, que servem de base para construir o haiku a partir da realidade brasileira, a fim de representar o universo particular da Comunidade Yuba, onde o espaço fornece matéria-prima. Nessa representação, o vocabulário e os temas sofrem alterações, acompanhando as mudanças sociais, de modo que muitas palavras usadas na literatura clássica já não são utilizadas. Também é natural a incorporação de palavras, representadas por imagens, sem, no entanto, alterarem-se aspectos formais e estruturais do gênero. Invertendo o processo inicial, o gênero agora sai de terras brasileiras e, sem perder os traços da tradição, mescla ou incorpora outras culturas – de índios, brancos e negros – e chega/retorna ao território japonês.The poetical form haiku was intensively developed in Japan, in the Genroku period, from Edo age, and it gains spontaneous and popular form with Matsuo Bashô, in the century XVIII. With the coming of Japanese people to Brazil, in 1908, the haiku is the way found for these immigrants to express their feelings for being far from their country of origin and to value the beauty of the land that received them. This is what happens in the Community Yuba, with 76 years old of existence, located in the city Mirandópolis/SP, 600km far from São Paulo that maintains, among its cultural traces, the permanency of haiku. This research has as objectives: 1) to present and describe, from the observation in locus, the literary manifestation of haiku, focusing the creation process, the socialization and the publishing of Yuba kukai; 2) to initiate the creation of an literary collection about the haiku of the Community Yuba. To treat about the haiku, we based the work in the principles of Reginald Horace Blyth, Octávio Paz, Masuda Goga, Teiiti Suzuki, Paulo Franchetti, Teruko Oda, Eico Suzuki, Reimei Yoshioka, Lucille Kanzawa, and others. The accomplished research had the result in a work of three volumes. The first volume is constituted by three chapter and appendix. The first chapter it was divided in two sections; we treat, synthetically, of the Japanese immigration in Brazil and of the cultural history trajectory of the Community Yuba. In the second chapter, we did brief considerations about the origin and the dissemination of haiku, we evidenced how the haiku appears in the Community Yuba and we identified the first and the present haikuístas yuba. In the third chapter, we presented and described the process of creation, socialization and the divulgation of Yuba kukai. The material that we used as a support the research became in appendix. The second and third volumes was constituted, with other information, by collecting and digitalization in the years of 2010-2011, in a period of 12 months, in a total of 658 haiku produced by the haikuistas yubas in which 240 were published in the magazine Kuzu. We verify that Yuba kukai follows exactly the four seasons Haru, Natsu, Aki, Fuyu (respectively, spring, summer, autumn and winter) and accomplish the production of haiku every month, concluding the circle of four months for each season. The haikuístas yuba select words, kigo, that is used as basis to build the haiku from the Brazilian reality, to represent the particular universe of the Community Yuba, where the space gives raw material. In this representation, the vocabulary and the themes have alterations, following the social changing, so that many words used in classical literature are no longer used. Also is natural the incorporation of the words, represented by images, without, however, the formal and structural aspects of genders are changed. Inverting the initial process, the gender now comes out from Brazilian lands and the traces of tradition are not lost, mix or incorporate other cultures – from Indians, white and black people – and arrive/return to the Japanese territory.porHaicaiHaikaiHaikuPoesia Japonesa - Mirandópolis (SP)Japanese Poetry - Mirandópolis (SP)Literatura Japonesa - período Edo, 1600-1868Japanese Literature - edo period, 1600-1868Mirandópolis (SP)O haiku da Comunidade Yuba: criação, socialização e publicaçãoThe haiku in the Community Yuba: criation, socialization and publicationinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisRodrigues, Kelcilene GráciaSouza, Michela Mitiko Kato Meneses deinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFMSinstname:Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS)instacron:UFMSTHUMBNAILMichela Mitiko Kato Meneses de Souza.pdf.jpgMichela Mitiko Kato Meneses de Souza.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1215https://repositorio.ufms.br/bitstream/123456789/1611/4/Michela%20Mitiko%20Kato%20Meneses%20de%20Souza.pdf.jpg07ee2ed04cdb382153ffe4046af064b5MD54TEXTMichela Mitiko Kato Meneses de Souza.pdf.txtMichela Mitiko Kato Meneses de Souza.pdf.txtExtracted texttext/plain326694https://repositorio.ufms.br/bitstream/123456789/1611/3/Michela%20Mitiko%20Kato%20Meneses%20de%20Souza.pdf.txt8dd99f53150c42297d4a42fbbe1800bfMD53ORIGINALMichela Mitiko Kato Meneses de Souza.pdfMichela Mitiko Kato Meneses de Souza.pdfapplication/pdf84382462https://repositorio.ufms.br/bitstream/123456789/1611/1/Michela%20Mitiko%20Kato%20Meneses%20de%20Souza.pdfcb3e4a0834018517672e9310a6e681ddMD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-81748https://repositorio.ufms.br/bitstream/123456789/1611/2/license.txt8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33MD52123456789/16112021-09-30 15:55:29.75oai:repositorio.ufms.br:123456789/1611Tk9URTogUExBQ0UgWU9VUiBPV04gTElDRU5TRSBIRVJFClRoaXMgc2FtcGxlIGxpY2Vuc2UgaXMgcHJvdmlkZWQgZm9yIGluZm9ybWF0aW9uYWwgcHVycG9zZXMgb25seS4KCk5PTi1FWENMVVNJVkUgRElTVFJJQlVUSU9OIExJQ0VOU0UKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIHN1Ym1pdHRpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCB5b3UgKHRoZSBhdXRob3Iocykgb3IgY29weXJpZ2h0Cm93bmVyKSBncmFudHMgdG8gRFNwYWNlIFVuaXZlcnNpdHkgKERTVSkgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgdG8gcmVwcm9kdWNlLAp0cmFuc2xhdGUgKGFzIGRlZmluZWQgYmVsb3cpLCBhbmQvb3IgZGlzdHJpYnV0ZSB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gKGluY2x1ZGluZwp0aGUgYWJzdHJhY3QpIHdvcmxkd2lkZSBpbiBwcmludCBhbmQgZWxlY3Ryb25pYyBmb3JtYXQgYW5kIGluIGFueSBtZWRpdW0sCmluY2x1ZGluZyBidXQgbm90IGxpbWl0ZWQgdG8gYXVkaW8gb3IgdmlkZW8uCgpZb3UgYWdyZWUgdGhhdCBEU1UgbWF5LCB3aXRob3V0IGNoYW5naW5nIHRoZSBjb250ZW50LCB0cmFuc2xhdGUgdGhlCnN1Ym1pc3Npb24gdG8gYW55IG1lZGl1bSBvciBmb3JtYXQgZm9yIHRoZSBwdXJwb3NlIG9mIHByZXNlcnZhdGlvbi4KCllvdSBhbHNvIGFncmVlIHRoYXQgRFNVIG1heSBrZWVwIG1vcmUgdGhhbiBvbmUgY29weSBvZiB0aGlzIHN1Ym1pc3Npb24gZm9yCnB1cnBvc2VzIG9mIHNlY3VyaXR5LCBiYWNrLXVwIGFuZCBwcmVzZXJ2YXRpb24uCgpZb3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgdGhlIHN1Ym1pc3Npb24gaXMgeW91ciBvcmlnaW5hbCB3b3JrLCBhbmQgdGhhdCB5b3UgaGF2ZQp0aGUgcmlnaHQgdG8gZ3JhbnQgdGhlIHJpZ2h0cyBjb250YWluZWQgaW4gdGhpcyBsaWNlbnNlLiBZb3UgYWxzbyByZXByZXNlbnQKdGhhdCB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gZG9lcyBub3QsIHRvIHRoZSBiZXN0IG9mIHlvdXIga25vd2xlZGdlLCBpbmZyaW5nZSB1cG9uCmFueW9uZSdzIGNvcHlyaWdodC4KCklmIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uIGNvbnRhaW5zIG1hdGVyaWFsIGZvciB3aGljaCB5b3UgZG8gbm90IGhvbGQgY29weXJpZ2h0LAp5b3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgeW91IGhhdmUgb2J0YWluZWQgdGhlIHVucmVzdHJpY3RlZCBwZXJtaXNzaW9uIG9mIHRoZQpjb3B5cmlnaHQgb3duZXIgdG8gZ3JhbnQgRFNVIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdApzdWNoIHRoaXJkLXBhcnR5IG93bmVkIG1hdGVyaWFsIGlzIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZmllZCBhbmQgYWNrbm93bGVkZ2VkCndpdGhpbiB0aGUgdGV4dCBvciBjb250ZW50IG9mIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uLgoKSUYgVEhFIFNVQk1JU1NJT04gSVMgQkFTRUQgVVBPTiBXT1JLIFRIQVQgSEFTIEJFRU4gU1BPTlNPUkVEIE9SIFNVUFBPUlRFRApCWSBBTiBBR0VOQ1kgT1IgT1JHQU5JWkFUSU9OIE9USEVSIFRIQU4gRFNVLCBZT1UgUkVQUkVTRU5UIFRIQVQgWU9VIEhBVkUKRlVMRklMTEVEIEFOWSBSSUdIVCBPRiBSRVZJRVcgT1IgT1RIRVIgT0JMSUdBVElPTlMgUkVRVUlSRUQgQlkgU1VDSApDT05UUkFDVCBPUiBBR1JFRU1FTlQuCgpEU1Ugd2lsbCBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZ5IHlvdXIgbmFtZShzKSBhcyB0aGUgYXV0aG9yKHMpIG9yIG93bmVyKHMpIG9mIHRoZQpzdWJtaXNzaW9uLCBhbmQgd2lsbCBub3QgbWFrZSBhbnkgYWx0ZXJhdGlvbiwgb3RoZXIgdGhhbiBhcyBhbGxvd2VkIGJ5IHRoaXMKbGljZW5zZSwgdG8geW91ciBzdWJtaXNzaW9uLgo=Repositório InstitucionalPUBhttps://repositorio.ufms.br/oai/requestri.prograd@ufms.bropendoar:21242021-09-30T19:55:29Repositório Institucional da UFMS - Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS)false
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