Estado nutricional de pacientes vivendo com HIV/Aids atendidos no Hospital Unversitário da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul

• Autor(a) principal: Ferreira, Rosângela dos Santos
• Data de Publicação: 2008
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFMS
• Texto Completo: https://repositorio.ufms.br/handle/123456789/405
• topic: Estado Nutricional; HIV; Síndrome da Imunodeficiência Adquirida

Os aspectos nutricionais da Aids foram negligenciados por muito tempo. Este estudo objetivou caracterizar o estado nutricional em pacientes vivendo com HIV/Aids, em dois momentos, no início e no final de doze meses de acompanhamento. Metodologia: Estudo descritivo prospectivo envolvendo pacientes com diagnóstico de HIV/Aids, atendidos no Hospital Dia Profª Esterina Corsini do Hospital Universitário da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, no período de janeiro de 2006 a julho de 2007. Os critérios de inclusão foram: ≥18 anos, primeiro atendimento nutricional após o diagnóstico médico de portador do vírus de HIV/Aids, virgem de tratamento antiretroviral na data da inclusão no estudo. Os de exclusão foram: gestantes, <18 anos, portador de doença mental; aqueles não avaliados durante os 12 meses, os que foram a óbito e indígenas. O projeto foi aprovado pelo protocolo nº 654 de 16 de dezembro de 2005 conforme Portaria 196/96 do Conselho Nacional de Saúde. Os dados foram apresentados sob forma de estatística descritiva, através dos programas Microsoft Excell e Epi-Info versão 3.4.3. Foram consideradas variáveis sociodemográficas, renda, CD4+, carga viral, proteínas totais, albumina, hemoglobina, IMC, CMB, macronutrientes e calorias da dieta. A análise do consumo alimentar foi feita através do programa Diet PRO 4.0 Profissional, para calcular a dieta na primeira e na última consulta de nutrição. Resultados: Dos 21 pacientes, 12 eram masculinos e 9 femininos, 8 contavam com ensino fundamental incompleto e 2 eram analfabetos. Encontravam-se na faixa etária de 20 a 50 anos; 7 pacientes pertenciam à categoria do lar e 6 estavam envolvidos nos serviços de conservação e manutenção. As medianas da renda per capita e alimentar foram R$ 380,00 e R$ 280,00, respectivamente. No início do acompanhamento e após 12 meses, respectivamente, 10 e 12 pacientes apresentaram CD4+ ≥ 350 cels/mm3. No final do acompanhamento, 11 pacientes mantiveram carga viral detectável e 10, indetectável. Durante o período de estudo, os pacientes apresentaram proteínas totais com valores ≥ 6,4 g/dL e 13 foram notificados com albumina > 3,4 g/dL. O estado anêmico verificou-se em 12 e 9 pacientes no início e no final do acompanhamento, respectivamente. Quanto ao IMC, inicialmente 3 pacientes encontravam-se desnutridos e, no final de 12 meses, não houve paciente nessa condição, 13 deles mantiveram-se eutróficos. Houve um aumento de 3 para 7 pacientes com sobrepeso. Quanto ao CMB, inicialmente 9 pacientes encontravam-se desnutridos em diferentes graus e, no final, 5. No início, 2 pacientes apresentavam sobrepeso e, no final, 4 e 1 obeso. Dos 5 pacientes desnutridos, 3 foram submetidos à terapia antiretroviral. Quanto ao consumo alimentar, no final de 12 meses, 14 pacientes apresentaram dieta equilibrada quanto ao teor de carboidrato; 17, desequilibrada em lipídeo; e 15, equilibrada em proteína. Com relação à adesão ao tratamento nutricional, supõe-se que 16 pacientes seguiram o aconselhamento dietético proposto durante as consultas de nutrição (média = 4,9); dentre estes, 7 não utilizavam esquema de TARV. Assim, conclui-se que o aconselhamento dietético no início e durante os doze meses pode ter contribuído para melhorar o estado nutricional desses pacientes.