Avaliação do potencial antimalárico e citotóxico do veneno de sapos da Amazônia Meridional, estado de Mato grosso

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Banfi, Felipe Finger
Data de Publicação: 2015
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Monografias da UFMT
Texto Completo: http://bdm.ufmt.br/handle/1/2284
Resumo: A resistência do plasmódio aos principais antimaláricos é considerada o maior problema no controle da doença e se estende a muitos fármacos, o que determina a urgência de novos regimes de tratamentos e a busca de novas drogas. A enorme biodiversidade brasileira favorece a pesquisa de novos compostos, aonde o reino animal vem se mostrando como uma fonte promissora de compostos bioativos. Assim, foram realizados ensaios in vitro objetivando avaliar o potencial antimalárico e citotóxico do extrato do veneno de bufonídeos que habitam a Amazônia Meridional, estado de Mato Grosso, para o possível desenvolvimento, ou aceleração da triagem, de novos fármacos para a terapêutica da malária. Para obtenção dos extratos, as amostras de veneno extraídas das glândulas paratóides de sapos da família Bufonidae (Rhinella marina e Rhaebo guttatus), cujos animais foram capturados pela equipe de biólogos (D. J. Rodrigues – IBAMA, SISBIO: número 30034-1) da UFMT, Campus Sinop, as quais foram secas em dessecador com sílica e trituradas com almofariz e pistilo. O pó foi extraído em metanol em ultrassom por 10 minutos, em temperatura ambiente, obtendo-se oito extratos (LL-01, PC-01, PRG-01, PRM-01, PV-01, RGM-16, RM-17 e RMM-16) e uma substância foi isolada por métodos cromatográficos e identificada como sendo o bufadienolídeo telocinobufagina (TCB), a partir dos extratos de R. marina. O potencial antimalárico in vitro dos compostos foi avaliado na fase eritrocitária de cepa de P. falciparum resistente à cloroquina (W2). A cepa P. falciparum . A atividade citotóxica foi determinada através de ensaios in vitro em linhagem celular tumoral hepática (HepG2) e linhagem celular não tumoral renal (BGM), utilizando os ensaios de MTT e Vermelho Neutro. A inibição do crescimento de 50% dos parasitos (IC50) e concentração letal da molécula para as linhagens celulares (LC50) foram obtidos através de uma curva dose-resposta. O Índice de Seletividade (IS) foi obtido através da razão entre o valor de LC50 e IC50. Dos oito extratos e mais a substância pura testada, todos se apresentaram ativos, demonstrando potente atividade antimalárica in vitro contra a cepa resistente de P. falciparum, pois apresentaram valores q 5 μg/ L (valores de IC50 variando entre 0,04 a 1,70 µg/mL). Nos ensaios de toxicidade com MTT, apenas o extrato RM-17 apresentou Índice de Seletividade < 10 para a linhagem BGM, sendo considerado não seletivo para o parasito. Já com a linhagem HepG2 todos os extratos e a telocinobufagina apresentaram IS > 50. Nos ensaios de toxicidade com Vermelho Neutro, todos os extratos e a telocinobufagina tiveram IS > 50 nas linhagens BGM e HepG2. De acordo com as diretrizes da OMS, todos os extratos e a telocinobufagina testados são altamente ativos contra a cepa de P. falciparum W2 resistente à cloroquina, já que a classificação para a atividade antimalárica de uma droga é a seguinte: altamente ativa com IC50 < 5 μg/ L, 5 μg/ L 15 μg/ L, b x 15 μg/ L 50 μg/ L inativa > 50 μg/ L. O IS maioria dos extratos e telocinobufagina (> 40), indicando que quantidades menores de cada componente ativo será necessária para uma melhor eficiência no tratamento, havendo maior tolerabilidade e segurança para o indivíduo.
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